CASO ISABELLA - O PROMOTOR

Promotor quer acareação de pai e madrasta de Isabella


O promotor Francisco Cembranelli, responsável no Ministério Público Estadual (MPE) pela investigação da morte de Isabella, de 5 anos, que caiu do sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo, disse hoje, em entrevista coletiva, que será necessária uma acareação entre o pai da menina, Alexandre Nardoni, a madrasta, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, e outras testemunhas. O promotor, entretanto, não forneceu outros detalhes sobre a acareação. Em sua opinião, é fato que houve homicídio e resta saber como o crime aconteceu.

O promotor voltou a dizer que versão apresentada pelo pai e pela madrasta de Isabella é "fantasiosa". Segundo ele, existem muitas contradições nos depoimentos, inclusive nos prestados por Alexandre e Anna Carolina. O promotor citou como exemplo o fato de o pai de Isabella ter dito a vizinhos que a porta do apartamento teria sido arrombada por ladrões, versão que foi derrubada pela perícia. Além disso, o pai e madrasta da menina não contaram à polícia sobre existência de manchas de sangue no corredor e na tela de proteção que foi cortada na janela de onde caiu Isabella.

Cembranelli disse que não descarta nenhuma possibilidade no caso e, ao ser questionado sobre um boletim de ocorrência que a mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira, e a avó materna teriam registrado contra Alexandre, o promotor afirmou que foram registrados "alguns boletins de ocorrência relacionados ao casal (o pai e a madrasta de Isabella)".

Para o promotor, o decreto de prisão temporária do casal, por 30 dias, foi correto, "para que nada atrapalhe as investigações". Em relação às cartas divulgadas ontem, escritas por Alexandre e Anna Carolina e nas quais eles se declaram inocentes, Cembrabelli afirmou que os documentos ainda não foram anexados ao inquérito.


Promotor do caso Isabella visita prédio onde menina morreu
O promotor que acompanha as investigações sobre a morte de Isabella Nardoni, Francisco José Taddei Cembranelli, deverá ir na tarde desta sexta-feira (4) ao prédio onde a menina morreu. A informação foi dada pelo próprio promotor nesta manhã, em entrevista coletiva sobre o caso, que durou cerca de uma hora e meia.

“Quero ver o local”, afirmou. Cembranelli, que teve acesso ao inquérito, explicou que a visita servirá para ter uma visão espacial do local do ponto de vista das testemunhas.

sabella, de 5 anos, morreu no sábado (29). A polícia trabalha com a versão de que a menina tenha sido arremessada pela janela do apartamento onde mora o pai, no sexto andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo. Mas o promotor disse, nesta manhã, que não descarta a possibilidade de ela ter sido colocada na grama do jardim e não ter sido arremessada.

“Isso vai se comprovar com a conclusão das investigações policiais”, disse Cembranelli.

Na opinião do promotor, entre os pontos que devem ser esclarecidos, está o momento em que a família chegou ao prédio e subiu ao apartamento. De acordo com o inquérito, o casal teria chegado ao prédio por volta das 23h30 e o porteiro diz ter ouvido um barulho, que seria da queda de Isabella, entre 23h45 e 23h55. Segundo a versão dada pelo pai à polícia, não se passaram mais que 5 ou 7 minutos o período em que ele leva a criança para o apartamento, retorna ao carro e volta a subir para o apartamento no 6º andar.

Ainda segundo Cembranelli, até que os bombeiros e policiais chegassem, o corpo de Isabella não foi tocado. “Não foi mexido. Não houve desespero de ninguém em prestar um socorro imediato”, afirmou.


Promotor reforça hipótese de crime no caso Isabella


O promotor Francisco José Taddei Cembranelli, que acompanha as investigações sobre a morte de Isabella Nardoni, de 5 anos, definiu, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (4), como "fantasiosos" trechos dos depoimentos dados à polícia por Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, pai e madrasta da menina.

"Existem muitas contradições dentro do inquérito, muitos pontos obscuros a serem esclarecidos", afirmou. De acordo com o promotor, as versões de Nardoni e Anna Carolina apresentaram divergências com relação à seqüência dos fatos. Cembranelli disse ainda que o casal não foi indiciado e reforçou que a investigação deve ser feita com cautela.

O promotor afirma que detalhes contados pelo casal a testemunhas logo após o incidente não foram confirmados. Ele citou como exemplo a versão de que o apartamento havia sido arrombado. A perícia comprovou que não havia sinais de invasão no local. "O apartamento não foi arrombado, não havia ninguém dentro do apartamento", disse.

Cembranelli não descartou a possibilidade de realizar uma acareação entre testemunhas e o casal para esclarecer pontos divergentes. Entretanto, ele não deu detalhes acerca das possíveis contradições.

Vestígios de sangue
Outro ponto citado pelo promotor foi a omissão do casal nos depoimentos à polícia de que havia sangue na residência. Cembranelli afirma, com base no inquérito, que havia sangue na entrada do apartamento, na rede de proteção pela qual Isabella teria sido arremessada e no quarto dos irmãos.

Essas amostras serão comparadas ao sangue colhido de Isabella, de seu pai e da madrasta. Também foi colhido urina do casal para exame toxicológico, que vai apontar se eles teriam ingerido bebida alcoólica no sábado.

O promotor descartou que a morte de Isabella tenha sido um acidente. "A menina não cortou a rede e se arremessou. Não há dúvidas que é um crime. Ainda tentamos apurar de quem é a responsabilidade", disse.

Também, de acordo com ele, foram anexados ao inquérito boletins de ocorrência relativos ao casal. Cembranelli não deu detalhes sobre o conteúdo dos registros policiais, mas revelou que, entre eles, há um registro em que a mãe de Isabella diz ter sido ameaçada por Alexandre Nardoni.

Na opinião do promotor, entre os pontos que devem ser esclarecidos, está o momento em que a família chegou ao prédio e subiu ao apartamento. De acordo com o inquérito, o casal teria chegado ao prédio por volta das 23h30 e o porteiro diz ter ouvido um "barulho seco", semelhante a uma porta corta-fogo batendo, que seria da queda de Isabella, entre 23h45 e 23h55.

Segundo a versão dada pelo pai à polícia, se passaram não mais que 5 ou 7 minutos o período em que ele leva a criança para o apartamento, retorna ao carro e volta a subir para o apartamento no 6º andar.

Cembranelli, que acompanha as investigações, estima que o inquérito possa ser concluído em menos de 30 dias. "Não haverá demora na conclusão das investigações."

Versões
O pai de Isabella e a mulher dele se entregaram à polícia na quinta-feira (3). No mesmo dia, os dois divulgaram cartas reafirmando a própria inocência. "Todos estão me julgando sem ao menos me conhecer. Não faria isso com ninguém, muito menos com minha filha. Amo a Isabella incondicionalmente e prometi a ela, em frente ao seu caixão, que, enquanto vivo, não sossego enquanto não encontrar esse monstro", escreveu o pai.

De acordo com Alexandre, no dia em que Isabella morreu a família voltava de um jantar. O pai teria subido primeiro, com a menina, que dormia, no colo e a deixado no quarto. Em seguida, teria retornado à garagem para ajudar a mulher dele, Anna Carolina, a subir com os outros dois filhos.

Nardoni afirma que deixou o imóvel trancado depois de colocar a menina na cama. Quando subiu, viu que ela não estava no cômodo e percebeu que a tela de proteção na janela estava rasgada. Em seguida, relatou ter visto o corpo da criança no jardim. Ele sustenta a versão de que alguém entrou na casa, possivelmente para assaltar, mas a polícia diz que nada foi roubado.

O casal teve a prisão temporária decretada na quarta-feira (2) pelo 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana. Segundo o delegado-adjunto do 9º Distrito Policial (Carandiru), Frederico Rehder, os advogados do casal foram notificados da decisão no final da noite de quarta. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ), a prisão é de 30 dias e pode ser prorrogada por mais 30.

No mesmo dia, pela terceira vez, peritos do Instituto de Criminalística (IC) foram ao prédio de Nardoni, na Zona Norte, onde Isabella morreu. Desta vez, eles usaram equipamentos sofisticados para encontrar pistas que ajudem a desvendar o caso.

Após se entregarem, Nardoni e Anna Carolina foram levados a delegacias diferentes. O pai de Isabella foi levado ao 77º Distrito Policial, em Santa Cecília, e a madrasta da menina foi para o 89º Distrito Policial. Ambos estão sozinhos na cela. Segundo a polícia, a medida busca manter a integridade física do casal.


Mãe de Isabella diz que se manterá em silêncio


Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Oliveira Nardoni, 5 anos, menina que foi encontrada morta no jardim de um prédio de São Paulo, no sábado, disse hoje que "se manterá em silêncio".

A rápida entrevista foi concedida em frente a sua casa, na capital paulista. Isabella estava na casa do pai, Alexandre Nardoni, e da madrasta, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, quando morreu. As informações são da Record. Sobre as mais de 100 mil mensagens recebidas no site de relacionamento Orkut, Ana Carolina disse que conseguiu ler cerca de 1 mil. Porém, afirmou que não apagará nenhuma e lerá todas, independente se agora ou daqui um ano.

O Jornal Hoje, da Rede Globo revelou parte de uma entrevista feita por telefone com a mãe de Isabella. Segundo Ana Carolina, ela foi hoje buscar pertences na escolinha onde a filha estudava. Ela não quis comentar as cartas escritas por Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina, que estão presos desde quinta-feira. Ela afirmou ainda que "acredita na Justiça".

Missa
Será realizada na noite de hoje a missa de 7º dia de Isabella. A celebração, organizada pelos pais dos colegas da menina, será às 19h, na Igreja Nossa Senhora da Candelária, na Vila Maria, zona norte da capital paulista.

Caso Isabella: polícia acha vestígios de sangue em carro

A Polícia de São Paulo encontrou novas pistas que podem ajudar a solucionar a morte da menina Isabella, de 5 anos. Investigadores revelaram que vestígios de sangue foram encontrados por uma equipe do Instituto de Criminalística (IC) dentro do Ford Ka do casal Alexandre Carlos Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá e no apartamento no 6º andar do Edifício Residencial London - de onde a garota caiu no sábado. O delegado titular do 9º DP, Calixto Calil Filho, trabalha com a hipótese de homicídio apontando que há fortes indícios de que a criança tenha sido arremessada por alguém.

Foram encontradas marcas de sangue na maçaneta da porta da sala e no hall de entrada. Também foram coletados fios de cabelos que estavam no chão da sala e peças da roupa que Alexandre usava naquele sábado que estavam no banheiro do apartamento ao lado, que pertence à irmã dele. Ainda não se sabe de quem e de quando são as marcas de sangue, que serão agora analisadas por meio de testes de DNA.

Os policiais acreditam que essas evidências irão compor um cenário mais preciso do caso para responder às muitas questões que não foram explicadas pelos depoimentos. Os peritos também conseguiram determinar que o sangue encontrado no dia do crime no lençol do quarto em que a menina teria sido deixada dormindo caiu de alguma pessoa que estava em pé ou sendo carregada.

Os peritos procuraram por provas no apartamento das 20h30 de anteontem até 1 hora da madrugada de ontem. Eles usaram um composto químico conhecido como luminol - em contato com sangue, ele reage e libera uma luz verde ou azulada, indicando marcas de sangue que seriam imperceptíveis a olho nu. Segundo um investigador, a polícia ainda não tem outros suspeitos do crime além do casal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Agência Estado