Desconstruindo o joelho

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Desconstruindo o joelho


(BR Press*) - O joelho é uma das articulações que mais preocupam preparadores físicos e esportistas, principalmente jogadores de basquete, vôlei e futebol. Os afastamentos por lesões costumam tirar os atletas de circulação por sete ou oito meses.

A doutora Ana Lúcia Mourão, fisiatra especializada em medicina esportiva, responde as principais perguntas para se entender, usar bem e tratar corretamente essa importante ferramenta de locomoção.

Para que serve o joelho?

Ana Lúcia Mourão – O joelho é uma articulação de conexão entre a parte superior da perna e a parte inferior. Ele dá condições de movimentação, estabilidade e resistência para suportar o peso do corpo. O trabalho dos joelhos depende de todo um conjunto formado por ossos, músculos, cartilagem, ligamentos e tendões. Cada uma dessas estruturas está sujeita a lesões.

O que provoca mais dor nos joelhos?

ALM – Várias doenças podem afetar os joelhos. A mais freqüente é a artrite.

Quais são as estruturas do joelho mais afetadas?

ALM - Os meniscos e o ligamento cruzado anterior.

Como diferenciar dor no menisco e dor no tendão patelar?

ALM – A diferenciação se dá através do exame físico do paciente e sua história clínica. A lesão do menisco geralmente provoca dor quando a pessoa está com o joelho esticado, reto. Se a dor é moderada, o paciente segue com suas atividades, ainda que de forma reduzida. Quando a dor é intensa, é provável que o menisco esteja atritando com o fêmur e a tíbia. Já a dor no tendão patelar está associada à tendinite e ao supertreinamento. Quais os tratamentos cirúrgicos disponíveis?

ALM – A artroscopia costuma ser o tratamento cirúrgico mais indicado. Entretanto, ainda que seja menos invasiva do que a cirurgia tradicional, os riscos são os mesmos nos dois casos, porque exigem internação, anestesia e todo um pós-operatório criterioso. Há como evitar a cirurgia?

ALM - Sim, dependendo das condições do paciente e das características da lesão. Hoje, inclusive, a ciência prioriza os tratamentos conservadores, que evitam ou pelo menos retardam a necessidade de uma intervenção cirúrgica. Quem sofre de lesão degenerativa do menisco, que é um problema fisiológico relacionado à idade, deve primeiro se submeter ao fortalecimento muscular. Para controlar a dor, bolsas de gelo, uso de bengala, repouso relativo e correção postural são bastante eficazes. Mas há, também, tratamentos alternativos que estão apresentando excelentes resultados, como a acupuntura e o tratamento por ondas de choque.

O que é o Tratamento por Ondas de Choque?

ALM – O Tratamento por Ondas de Choque atenua dores articulares através de um procedimento não-invasivo e com mínimos efeitos colaterais. Ao aliviar a dor, o organismo reage positivamente com melhores funções, mobilidade e musculatura. Com o auxílio de um equipamento desenvolvido com tecnologia de ponta, as ondas de choque (acústicas) são aplicadas no local da dor, ativando a circulação sangüínea e promovendo a reparação da estrutura afetada. Em casos selecionados, conseguimos atingir ótimos resultados. . No tratamento de atletas e esportistas, pode ser considerado dopping?

ALM – De modo algum. O tratamento por Ondas de Choque está plenamente liberado para esportistas profissionais, é realizado por um médico especializado com certificação e treinamento realizado pelas sociedades médicas existentes.

A fisioterapia é eficaz para reduzir a dor nos joelhos?

ALM – A fisioterapia é um tratamento auxiliar. Nos idosos, o reforço muscular é essencial, já que a maior parte das quedas se deve a deficiências de equilíbrio, força muscular, tempo de reação e flexibilidade, capacidades que podem ser trabalhadas em programas de exercícios físicos.

Como prevenir dores nos joelhos?

ALM – Com exceção dos imprevistos, como acidentes e lesões durante a prática de esportes, há cinco condutas que previnem a dor nos joelhos:

Antes de iniciar qualquer atividade física, faça aquecimento e alongamento;

Para fortalecer os músculos da perna, dê preferência a caminhadas, suba e desça degraus repetidamente e ande de bicicleta;

Procure não praticar exercícios muito intensos, a fim de não sobrecarregar as articulações;

Invista em calçados apropriados para a prática de esportes;

Controle o peso, já que a obesidade aumenta muito o risco de osteoartrite.

(*) Com Press Página Projetos de Comunicação