Advogado e pai divergem sobre morte em creche

Para pai de Gabriel, importante é determinar se houve atendimento correto. Defesa da creche diz que comprovação da meningite inocenta escolinha.

Globo.com - G1

Júlio César Ribeira, pai do bebê Gabriel Santos Ribeira, disse nesta segunda-feira (18) que seria importante que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) determinasse a hora em que seu filho, de 7 meses, morreu na creche Pedacinho da Lua, na Vila Medeiros, Zona Norte de São Paulo.

De acordo com ele, a informação seria fundamental para se comprovar a negligência no atendimento à criança. “O horário aproximado serviria para mostrar quanto tempo o meu filho ficou sem ninguém olhá-lo”, disse.

O laudo do IML, divulgado na segunda-feira (18), confirma que o menino estava com meningite. A doença pode ter provocado o vômito, com o bebê qual teria se sufocado no último dia 25. Júlio Ribeira afirmou que não sabia que o filho estava com a doença.

“Não teve sintoma nenhum. Ele dormiu a noite toda, não tinha febre, não tinha nada. Foi uma surpresa. Mas o que importa é que ele não teve nenhum socorro. Para mim, não muda nada. Bato na tecla que foi negligência”, afirmou.

Já para o advogado Roberto Rinaldi, o laudo do IML praticamente isenta de responsabilidade a creche pelo fatídico incidente. “O laudo é claro: (a causa) foi bronco-aspiração causada pela meningite. Ele aspirou o próprio vômito”, disse.

Segundo ele, Gabriel poderia ter morrido até mesmo em sua própria casa. “Creio que apenas se ele estivesse em um hospital poderia ter sido atendido em tempo e recebido os cuidados necessários, mas não houve qualquer manifestação externa da meningite. Por isso, a prova de eventual culpa em relação à escola é zero”, afirmou.

O 30º Distrito Policial, no Parque Novo Mundo, responsável pela investigação, informou que ainda é prematuro definir que a meningite foi a causa da morte do bebê. Os policiais ainda investigam se houve negligência no tratamento do menino. Segundo o chefe de investigação da delegacia, Mauro Luiz Viva, especialistas vão ser ouvidos para fundamentar a interpretação da causa da morte.
Fonte EPTV