"está na parte traseira do ônibus, cortando pedaços e os comendo"Toronto (Canadá)
O passageiro de um ônibus canadense que decapitou outra pessoa que estava no veículo na quinta-feira passada, esquartejou e comeu parte da vítima, enquanto a Polícia cercava o carro onde ocorreu o ataque.
O macabro detalhe veio à tona após o vazamento nas últimas horas de uma fita de áudio que mostra as conversas por rádio dos policiais, enquanto o atacante permanecia fechado no ônibus com os restos mortais da vítima.
O atacante foi identificado um dia depois como Vince Weiguang Li, de 40 anos. A vítima é Tim McLean, de 22 anos.
Na fita, é possível ouvir um policial, que apelidou Li de "Badger", dizer que "está na parte traseira do ônibus, cortando pedaços e os comendo".
Durante a transmissão, um agente afirma que Li tem em seu poder duas tesouras e uma faca de grandes dimensões, e que "está profanando o corpo neste momento".
Outro policial pergunta: "continua dentro do ônibus?", ao que o agente responde que sim, "justo em frente, ao lado da porta".
A Polícia canadense disse que nunca divulgou a gravação, que durante várias horas esteve disponível no portal YouTube, e que as conversas policiais não estão destinadas a ser divulgadas de forma pública.
As autoridades ainda não sabem o que motivou o brutal ataque que aconteceu no centro do país, cerca de 85 quilômetros ao oeste da cidade de Winnipeg, dentro de um ônibus.
No dia do ataque, uma testemunha, Garnet Caton, disse à televisão pública canadense "CBC" que um passageiro que estava atrás de sua cadeira começou a atacar o companheiro de banco repentinamente com uma faca "do tipo de Rambo".
Caton disse que o atacante tinha entrado no ônibus uma hora antes e que se tinha comportado de forma absolutamente normal.
Após uma breve parada para que os passageiros pudessem descansar, o atacante se sentou na parte de trás do ônibus, "junto com um passageiro que estava dormindo, escutando música".
"De repente, ouvi um grito. Quando virei, vi o atacante de pé com uma faca de sobrevivência, apunhalando o outro passageiro 50 ou 60 vezes. Corri para o motorista e disse que parasse o ônibus, que alguém estava esfaqueando um passageiro", disse Caton.
"Todo mundo desceu, enquanto o atacante, com toda a calma do mundo, cortava a vítima", acrescentou a testemunha.
Segundo Caton, quando o motorista do ônibus, um caminhoneiro que parou para ajudar e ele mesmo entraram de novo no veículo para ver o que estava acontecendo, o atacante estava "cortando tranquilamente a vítima. Quase o tinha decapitado, e estava estripando" o passageiro.
Naquele momento, o atacante tentou sair do ônibus, mas o motorista conseguiu fechar a porta e manter o agressor dentro, enquanto outros passageiros vigiavam a porta do veículo.
Quando a Polícia chegou, 10 minutos depois, o atacante "caminhou tranquilamente com a cabeça da vítima" e a mostrou aos agentes.
"O atacante estava tão tranqüilo. Era como se estivesse na praia, sem mostrar ira ou gritar. Era como um robô", disse Caton na quinta-feira.
O ataque aconteceu na estrada TransCanada, que percorre o país de leste a oeste, cerca de 85 quilômetros ao oeste da cidade de Winnipeg Li compareceu na sexta-feira diante de um juiz na localidade de Portage la Prairie, a poucos quilômetros de onde aconteceu o ataque, mas se negou a dar declarações.
O juiz perguntou a Li várias vezes se ele estava representado por algum advogado, mas o acusado se manteve em silêncio, com a cabeça baixa. O atacante é acusado pela Polícia de assassinato em segundo grau. EFE