Os candidatos à Prefeitura de Ribeirão Preto responderam a um questionário elaborado pelo Ribeirão Preto Online contendo 10 perguntas referente as principais questões da cidade como o problema das enchentes, da destinação do lixo, queimadas, sobre o Distrito Empresarial, áreas de Saúde, Cultura, entre outros. A apenas três dias votação, o site espera contribuir com o eleitor na hora da escolha do nosso novo representante.
Dois candidatos, porém, não responderam as perguntas. Segundo o assessor de campanha do PTB, o candidato Daniel Lobo (PTB) não quis participar da entrevista. Já o candidato Mauro Inácio (PSTU), não pôde responder as questões por problema de agenda, segundo informou sua assessoria de imprensa.
Salvo essas duas exceções, seguem as repostas dos demais cincos candidatos por ordem alfabética.
RP Online : Cerca de R$ 226 milhões do orçamento do município, ou seja, 32% do total são destinados à Saúde. Esta verba não é suficiente para contratar mais médicos e acabar com as filas no atendimento público?
Dárcy Vera (DEM): Na verdade, por determinação legal os municípios brasileiros têm de investir no mínimo 15% do seu orçamento em saúde. Além deste percentual os municípios recebem recursos federais e do Estado para programas de saúde específicos. No caso de Ribeirão Preto, estes recursos não têm sido suficientes para resolver os problemas em grande parte em função do mau gerenciamento.
No meu governo, a saúde terá qualidade porque além de um gerenciamento correto, vamos investir em ações de medicina preventiva, como o Programa de Saúde da Família. Vamos aumentar para 60 as equipes do Programa de Saúde da Família, o que contribuirá decisivamente para evitar que as pessoas adoeçam. Isso resultará em economia nas Unidades de Saúde, já que com menos pessoas doentes haverá menos gastos. Além disso, vamos ser criativos e buscar parcerias para a implantação de ações preventivas, como o Dr. Móvel.
Feres Sabino (PT): O problema da saúde não está na verba ou na estrutura do sistema de saúde e, sim, na má administração. Com um bom gerenciamento do orçamento, é possível regularizar o atendimento, principalmente criando mais equipes para o programa Saúde da Família, que presta o atendimento básico, diminuindo a procura na emergência.
Rafael Silva (PDT): A baixa qualidade do atendimento em saúde nem sempre está ligada à disponibilidade de médico, mas sim de má gestão do sistema, de aplicação de estratégias inadequadas. As filas são resolvidas com a reorientação da política do setor que deve priorizar a saúde, pela prevenção via programa de saúde da família e não a doença, que pressiona a infra-estrutura de ambulatório ou leitos de internação para situações de urgência e emergência. É lógico que as medidas preventivas demorarão mais para surtir o efeito desejado e para estancar o caos em que se encontra o setor de saúde. É necessário tomar decisões corajosas para zerar as filas: melhorar as condições de trabalho dos servidores, controlar os gastos com maior rigor, evitar despesas supérfluas, ampliar as parcerias com universidades e hospitais, contratar mais profissionais e serviços laboratoriais por tempo determinado, comprar mais medicamentos etc. Ou seja, pôr ordem na casa. Provavelmente, essas medidas custarão mais caro no curto prazo para normalizar depois.
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : Os problemas que enfrentamos na saúde estão relacionados mais a gestão do que a recursos. Na saúde trabalharemos com três níveis de atendimento : Ambulatorial, será dado no posto de saúde e é o primeiro nível de atendimento; o segundo e terceiro níveis de atendimento serão dados nos hospitais, pois necessitam de intervenções mais detalhadas e complexas, exames e equipamentos que normalmente os postos não possuem.
Além disso, faremos ampliação das equipes e do atendimento do Programa de Saúde da Família. Vamos manter e ampliar a atuação do Programa de Integração Comunitária, melhor programa de prevenção de saúde do país, e faremos criação das ligas em toda a rede. Trabalharemos na prevenção de diabetes; hipertensos e cardíacos; DST-Aids; mulheres na fase de menopausa onde aumentam os riscos de osteoporose e câncer do aparelho reprodutor, trabalhar no combate e prevenção ao alcoolismo (Tratar o alcoolismo como fator de saúde pública). Atendimento e cuidados veterinários na rede pública; o segundo e terceiro atendimentos continuariam sendo feitos nos hospitais e aí sobrariam vagas, porque o primeiro atendimento já está sendo dado no posto de saúde. Vamos priorizar também a atualização e formação constante para os profissionais da rede de saúde.
Welson Gasparini (PSDB) : A redução das filas já está acontecendo em função do agendamento telefônico das consultas e também da informatização da secretaria da Saúde: adquirimos mil computadores e implantamos o cartão municipal de saúde através do qual o médico encontra todo o histórico do paciente de modo a facilitar, tanto o diagnóstico quanto a prescrição dos medicamentos. Hoje, a saúde em Ribeirão Preto está muito melhor do que há quatro anos atrás quando, inclusive, faltavam medicamentos básicos nas unidades de saúde. Tenho certeza de que, nos próximos quatro anos, haverá saltos ainda mais significativos quando começarem a aparecer os resultados das inovações implantadas pela nossa administração. Vamos investir na contratação de médicos especialistas, na qualificação dos profissionais da área de saúde, em equipamentos, na melhoria das condições de trabalho e na ampliação dos convênios com a USP e universidades particulares.
RP Online: Apenas 1,19% do orçamento do município vai para a Secretaria do Meio Ambiente. A cidade enfrenta hoje problemas com o lixo domiciliar, pois estudiosos afirmam que se o lixo continuar sendo jogado no aterro da região, em breve poderá contaminar o Aqüífero Guarani. O que vai fazer nessa situação e como melhorar a verba para o Meio Ambiente?
Dárcy Vera (DEM): Sem dúvida nenhuma, a questão ambiental é um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo Poder Público Municipal. Atualmente, a cidade enfrenta dois grandes desafios: a falta de verde, já que Ribeirão Preto possui apenas 4 metros quadrados de área verde por habitante, sendo que a Organização Mundial de Saúde preconiza a necessidade de no mínimo 12 metros quadrados. Outra questão é em relação ao Aterro Sanitário e a destinação a ser dada para as mais de 500 toneladas de lixo produzidas diariamente na cidade. É preciso que a sociedade passe a enxergar o lixo como dinheiro e fazer sua reciclagem. Se isso for feito, somente 30% do lixo será descartado. O resto será reaproveitado gerando recursos para serem reinvestidos em ações de preservação ambiental.
Feres Sabino (PT): Lixo domiciliar, entulhos e abastecimento com água de boa qualidade são questões ligadas ao saneamento básico. E, para isso, existem verbas do governo federal. O lixo não será mais despejado no aterro sanitário. No meu governo, serão criadas uma usina de reciclagem e outra de transformação do lixo em energia.
Rafael Silva (PDT): Apesar de a verba da Secretaria do Meio Ambiente não atender nem de longe as responsabilidade desse setor, o lixo é administrado e usa recurso do orçamento do DAERP. O modelo de gerenciamento de lixo de Ribeirão que prevê sua destinação em bruto no solo está ultrapassado há mais de vinte anos. Vamos resolver essa defasagem, implantando estações de separação para reciclagem e compostagem. A meta será aproveitar cerca de 70% dos resíduos. Nossa proposta é adequar o orçamento às atribuições da secretaria.
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : O meio ambiente não pode ser tratado isoladamente. Ele é, antes de tudo, uma questão de educação, boa vontade e principalmente consciência política. Ribeirão Preto tem características muito próprias nesse sentido. Vivemos sobre o maior reservatório subterrâneo de água do mundo, mas não temos um programa de reutilização de água. A cidade possui um dos mais elevados níveis de impermeabilização e também uma das mais baixas proporções de área verde por habitante. Precisamos de medidas e ações coordenadas com relação ao meio ambiente e a tudo que envolve a sociedade. Só assim alcançaremos uma boa qualidade de vida e índices de desenvolvimento mais justos e humanos.
Welson Gasparini (PSDB) : A Secretaria do Meio Ambiente foi criada na minha atual administração para coordenar ações destinadas a reduzir o déficit verde existente no nosso município e outras questões relacionadas. Para o problema do lixo domiciliar, já determinei estudos visando criar uma usina de transformação desse lixo em energia elétrica, seguindo exemplos adotados em países do primeiro mundo, como a Alemanha. Minha idéia é valorizar e dar ainda maiores atribuições a essa secretaria, até mesmo em função de convênio com o governo do Estado através do qual ela assumirá algumas funções atualmente exercidas pela CETESB e pelo DPRN. Na área ambientalista, Ribeirão Preto caminha a todo vapor: além de iniciarmos as obras do Parque Rubem Cione (numa área de quase 300 mil m² na zona Oeste da cidade), vamos reformar o Parque Maurílio Biagi, construir o Parque Roberto de Melo Genaro, continuar o programa de arborização e a construção de praças públicas em todas as regiões da cidade.
RP Online : Um dos maiores problemas da cidade atualmente são as enchentes na região da baixada, próxima a rodoviária. Na sua opinião, qual a melhor solução para o problema e em quanto tempo pretende resolver esta questão que se arrasta há anos? Vai seguir com as obras que já estão em andamento até o final?
Dárcy Vera (DEM): Na elaboração do nosso Plano de Governo Democrático, durante seis meses, especialistas discutiram os problemas de cada setor, entre eles, os das enchentes em Ribeirão Preto. Este problema é muito complexo e não adianta eu afirmar que resolverei este problema do dia para a noite que estaria mentindo. Vamos buscar recursos federais e de organismos internacionais para resolver em definitivo o problema das enchentes. As obras de combate as enchentes que estão sendo realizadas, com certeza, continuarão.
Feres Sabino (PT): Certamente, as obras iniciadas são necessárias e darei continuidade. Mas, o problema das enchentes requer mais atenção e mais obras. Será feito um estudo da bacia hidrográfica de Ribeirão Preto para identificar quais os pontos mais críticos e agir sobre eles com construção de barragens, além de construir a barragem do Royal Park, um projeto antigo que será reavaliado. Nas administrações anteriores do PT, já foram tomadas medidas de grande impacto em relação às enchentes, como a construção da barragem de Bonfim Paulista e a ampliação da barragem de Santa Teresa.
Rafael Silva (PDT): Vamos rever a metodologia utilizada, o custo-benefício e o cronograma das obras contratadas pelo governo atual e se atenderem as necessidades de curto e longo prazo daremos continuidade. Ao contrário, serão revisadas e ajustadas para cumprir os objetivos.
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : O projeto para resolver os problemas causados pelas enchentes já existe e está pronto há 12 anos e ele é muito bom!
Não há necessidade de “reinventar a roda”, já que ela já existe. Defendo a execução deste projeto que, em tese, já está iniciando. Mas, é necessário licitar e executar todo ele. O custo total estimado é de R$ 150 milhões e dependemos que o prefeito e os nossos deputados federais e estaduais se articulem para que toda a verba seja empenhada, senão é proibido licitar todo o projeto. Aliás, porque não fizeram até hoje? Alguém já perguntou? O que fazem prefeito e deputados que não conversam e nem trabalham para disponibilizar os recursos para que as obras sejam feitas em definitivo.
É importante deixar claro que o orçamento municipal, sozinho, não comporta condições de disponibilizar esses R$150 milhões de reais.
Welson Gasparini (PSDB) : Aproveitando os R$ 10 milhões de recursos disponibilizados pelo Governo Federal já iniciamos, como primeira etapa, o alargamento dos córregos Retiro Saudoso e Ribeirão Preto. Num primeiro momento, essa obra evitará alagamentos no chamado encontro das águas, na confluência das avenidas Jerônimo Gonçalves e Francisco Junqueira; o projeto global de macrodrenagem está pronto para evitar enchentes em outros pontos considerados críticos. Se continuar na Prefeitura, o contrato será cumprido integralmente e as obras terão continuidade até o final.
RP Online : Parece comum a todos os candidatos transformar a maternidade Mater em Hospital da Mulher, mas ela já é. Que diferencial ela teria perante o que já oferece hoje?
Dárcy Vera (DEM): A Mater ainda não está funcionando como Hospital da Mulher. O que houve foi a assinatura da parceria entre o Estado a Fundação Sinhá Junqueira e o Estado. Atualmente a Mater funciona apenas como maternidade, mas como Hospital da Mulher será referência em todas as especialidades voltadas para as mulheres, sendo referência regional, algo semelhante ao Hospital Pérola Byington em São Paulo. Junto com a diretoria da Mater fui conhecer toda estrutura do Pérola Byington antes de propormos ao governador José Serra esta transformação.
Feres Sabino (PT): A Mater será ampliada para atender a mulher não somente na hora do parto, mas para oferecer todo o atendimento necessário preventivo, como mamografia, ultrassonografia, pré-natal e neo-natal. Será uma referência de saúde da mulher.
Rafael Silva (PDT): Os candidatos que fazem essa afirmação são demagogos. Na verdade, a Prefeitura tem que gerenciar o sistema de saúde de modo competente e isso faremos com o Programa de Qualidade Total como eixo do nosso governo. A prevenção à saúde de todos os ribeirãopretanos é o lema do nosso governo. Antes de pensar na doença, seja da mulher, da criança, do jovem ou do idoso, temos que manter as pessoas saudáveis e, no caso de atendimento de urgência ou emergência, ter rede de infra-estrutura e profissionais suficientes para um atendimento de qualidade.
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : Gente. Que absurdo! Tudo isso é mentira que candidatos estão contando para a população, desculpem ser franco! Não é intenção de falar mal, mas é ridículo isso! A Mater e o Hospital das Clínicas da USP já assinaram convênio no começo do ano (em Janeiro) para ser mais preciso, transformando a Mater em hospital da mulher, não passou o assunto, nem pelas mãos do prefeito e nem pelas mão de nenhum deputado ou deputada. E foi em janeiro antes do processo eleitoral começar. Aliás, já está para abrir concurso público, provavelmente em outubro ou novembro, para quem quiser ir trabalhar lá. A USP deveria se responsabilizar por divulgar isso. O que vai acontecer é que como o convênio já está assinado e a coisa já está acontecendo sem a ajuda deles, na próxima eleição eles vão aparecer e dizer que eles é quem fizeram. O diferencial na mudança de Mater (maternidade), para hospital da mulher é que o atendimento será ampliado para outras demandas (tratamentos e patologias) relacionadas à mulher e não só partos e atendimentos relacionados à natalidade.
Welson Gasparini (PSDB) : Enquanto a Mater é, basicamente, uma maternidade, no Hospital da Mulher haverá tratamentos especializados na saúde da mulher. Esse hospital fará todo o atendimento em ginecologia e obstetrícia, com exceção da cancerologia que continuará sendo feita no Hospital das Clínicas.
RP Online : Qual o seu projeto para trazer indústrias e empresas para o Distrito Empresarial e transformá-lo em referência para a cidade? Quais incentivos práticos para trazer indústrias para a cidade e ativar o Distrito?
Dárcy Vera (DEM): Vamos incentivar a vinda de novas empresas para Ribeirão Preto usando para isso criatividade e realizando ações eficientes. Se cidades como Cravinhos, Limeira e Uberlândia estão conseguindo isso por que Ribeirão Preto não pode? Uma medida que vou adotar no meu primeiro dia de governo e que mostra que pretendo governar com ousadia será a colocação de placas com os dizeres "Traga sua empresa para Ribeirão e venha falar com a prefeita". Esta será uma ação de marketing, mas nossas ações irão muito além com a criação de um setor com a função exclusiva de buscar empresas para Ribeirão Preto.
Feres Sabino (PT): Para gerar mais empregos há necessidade de discutir a possibilidade de transformar o distrito empresarial em um parque de alta tecnologia. O importante é oferecer meios de qualificação profissional, pois um dos obstáculos para as empresas é a falta de profissionais qualificados.
Rafael Silva (PDT): Modernizar a máquina pública, reduzir a burocracia, revisar a legislação tributária, combater a sonegação para que mais contribuintes paguem e todos paguem menos; articular com a ACI - Associação Comercial e Industrial, CIEE, Senai etc. para melhorar o ambiente e a infra-estrutura de negócios da cidade; divulgar os atributos locacionais de Ribeirão. Essa é a pauta de trabalho ou de incentivos para o segmento industrial.
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : O candidato não respondeu esta questão.
Welson Gasparini (PSDB) : Entre as iniciativas já em andamento encontra-se a abertura da 3ª. Etapa do Distrito Empresarial e o Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, cujo protocolo de intenções – prevendo a cooperação entre a Prefeitura e o Estado – foi assinado, em recente visita a nossa cidade, pelo secretário de Ciência e Tecnologia e vice-governador Alberto Goldman. Ribeirão Preto que hoje já é um canteiro de obras continuará, nos próximos quatro anos, gerando empregos e renda. Melhor ainda: empregos qualificados, nas áreas de saúde e biotecnologia. O jovem ribeirãopretano poderá, assim, desenvolver o seu potencial e empregar-se sem necessidade de sair da cidade. Já a ativação do Distrito acontecerá naturalmente na medida em que forem inauguradas as unidades fabris ora em construção.
RP Online : Além da Arena Multiuso para sediar eventos de grande porte, o que Sr. pretende fazer para alavancar os eventos culturais da cidade?
Dárcy Vera (DEM): A candidata não respondeu a questão.
Feres Sabino (PT): Criar condições para atrair festivais nacionais de teatro, cinema, música, dança, a exemplo do Dança Ribeirão, que atrai pessoas de todo o país. Dar apoio aos grupos de teatro da cidade, e a todas as manifestações culturais. Além disso, esses espaços podem ser utilizados pelos grupos culturais que serão recriados, como o Batuqerê Mirim, escola de circo e o Toque da Lata, que tiveram grande impacto social nos governos anteriores do PT. Na área da cultura, tenho ainda um projeto de criar uma escola de música em pareceria com a USP e a Orquestra Sinfônica.
Rafael Silva (PDT): Organizar uma agenda com a participação dos produtores e grupos organizados que contemple a produção cultural local e regional. Conceder recursos para o desenvolvimento da produção independente. Divulgar os atributos culturais da cidade, colocando-a no circuito nacional e internacional de atividades culturais.
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : Precisamos de projetos inovadores, criativos, que contemplem todos os segmentos culturais: música, dança, teatro, literatura, cinema, artes plásticas. Ir ao encontro da chamada cultura marginal, das manifestações artísticas que são ricas em nossa periferia, valorizá-las como legítimas manifestações artísticas que são e representam. Aos poucos criar centros culturais nos bairros para dar voz e vez a tantos artistas anônimos que certamente sonham com uma oportunidade de revelar suas criações estéticas. Cuidar com mais atenção e carinho de nossa Orquestra Sinfônica, orgulho de nossa gente, privilégio de poucos municípios, especialmente pela extraordinária qualidade de seus componentes. Enfim, transformar Ribeirão Preto numa cidade que faça verdadeiramente jus ao rótulo de Capital da Cultura. E isso pressupõe muito trabalho, muita dedicação, especialmente muita determinação.
Welson Gasparini (PSDB) : Temos, na verdade, um projeto para construir um Centro de Eventos onde hoje se localiza o parque de exposições. Com isto teríamos um sambódromo, um centro de convenções, auditórios e toda infra-estrutura indispensável a grandes eventos. Esse Centro representará mais uma conquista da minha administração que se somará a outras realizadas no passado como o Teatro Municipal, o Teatro da Arena, a Casa da Cultura, o Arquivo Histórico, o MARP e o início do processo de restauração do Theatro Pedro II.
RP Online : Nesta eleição, a maioria dos candidatos apresentam projetos em comum como a Mater, Parques, Saúde, entre outros. Qual o seu projeto de campanha que seja diferente e original perante os demais candidatos?
Dárcy Vera (DEM): Minha campanha tem como diferencial o fato de unir em torno de um projeto pessoas que querem tirar Ribeirão Preto do marasmo e dar à cidade uma nova cara, preparando-a para os próximos 50 anos. Temos propostas sérias, pensadas e discutidas durantes meses por especialista em cada área que com certeza, darão a Ribeirão Preto um futuro grandioso.
Feres Sabino (PT): O Orçamento Participativo, que é a forma mais democrática de governar. Ouvir a população antes de projetar obras é a melhor maneira de conhecer as reais necessidades dos bairros e investir no lugar certo. Há inúmeros exemplos de obras realizadas pelo PT por meio do Orçamento Participativo como a construção da barragem de Bonfim Paulista, UBDSs, centros comunitários e escolas.
Rafael Silva (PDT) : Original é a maneira de governar. O Programa Qualidade Total prevê uma gestão profissional e articulada por áreas, descentralizada, participativa e com fixação de metas. Isso proporcionará maior eficácia com economia de dinheiro e tempo pela eliminação de serviços em duplicidade. Também original é a maneira de tratar uma pessoa em situação de risco social. No Espaço da Cidadania, rede de serviços sociais que será regida pelo lema ensinar a pescar e não dar o peixe, pois o assistencialismo por si não recupera a dignidade, nem contribui para a prática da cidadania. Nesse local, a pessoa será assistida desde o prato de comida até o resgate da auto-estima, profissionalização e da aprendizagem sobre ética e cidadania.
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : São três e são importantes: o turismo acadêmico e de negócios e a ampliação dos postos para dar o primeiro atendimento ambulatorial, mas principalmente a escola em tempo integral e isso nós já nos temos textos e nos programas de tv, que estão no site da campanha.
Welson Gasparini (PSDB) : A diferença é que sou prefeito e tenho um trabalho já iniciado em favor do progresso e da modernidade; um trabalho, insisto, que precisa continuar para Ribeirão Preto não ser vítima da descontinuidade administrativa tão danosa ao interesse da própria comunidade. Por isto mesmo, o segundo turno é fundamental para o eleitor conhecer melhor a proposta de cada candidato.
RP Online : Segundo sindicato da categoria de transportes, a passagem dos ônibus urbanos seriam mais baratas para a população se a Prefeitura arcasse com as gratuidades. Se eleito, pretende arcar com essa despesa baixar o preço dos ônibus?
Dárcy Vera (DEM): Este é um assunto que precisa ser pensado, discutido e muito bem planejado. Não dá alguém fazer este tipo de promessa apenas por demagogia sem que técnicos o analise profundamente. Também não é possível deixar o transporte coletivo do jeito em que está com motoristas tendo que dirigir e cobrar as passagens, abrindo e fechando as portas e ainda se preocupando em cumprir o horário. O descaso com os usuários também é visível na falta de um terminal urbano.
Feres Sabino (PT): Tudo será estudado e sempre haverá representantes da comunidade para definir o que é melhor para eles. Hoje, o conselho de Trânsito tem membros da Prefeitura e das permissionárias, mas não da comunidade.
Rafael Silva (PDT) : Nessa área vamos rever a infra-estrutura, a matriz e a logística de transporte, como corredores preferenciais etc. Com essas medidas, automaticamente os serviços serão mais ágeis e confortáveis. A bilhetagem eletrônica será efetivada e ampliada. Assim sendo, o valor absoluto do bilhete de passagem deverá corresponder a uma relação custo-benefício mais favorável ao usuário do que hoje.
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : Sou a favor de peruas e vans cadastrados na prefeitura para fazer o transporte público e, também, concorrência para as empresas permissionárias de ônibus. Quero exigir nas licitações para empresas de ônibus que queiram fazer o transporte urbano, que possuam ou instalem motores movidos a gás metano. O gás metano é um combustível ecologicamente correto e pode ser obtido das usinas de reciclagem de lixo não orgânico. Essas usinas são baratas e essa reciclagem será a minha primeira ação , caso a população me conceda a prefeitura pelo voto direto. Com o gás metano e a concorrência; as passagens podem ser reduzidas e o transporte público, também, melhora muito. Mas, é importante deixar bem claro, nenhuma solução será satisfatória se não for aprovado o plano diretor que, há mais de dez anos, está na gaveta dos vereadores. Sem ele, aprovado, pela lei das cidades (lei federal) não podemos receber uma grande somatória de recursos para reinvestir nos trânsportes e no espaço urbano de forma geral. Ou seja, as gratuidades ficam comprometidas e podem não sair do papel.
Além, de tudo isso, sou a favor dos radares fixos e não móveis (na moita, como fala o Daniel). Com referência a outros assuntos do trânsito, nossa cidade é realmente um poço de incoerências e contrastes. Ao mesmo tempo em que teve um dos maiores indicadores na venda de veículos novos, quer dizer um aumento na frota de particulares...Não tem investimentos no transporte coletivo...Uma cidade do porte de Ribeirão Preto tem somente três empresas concessionárias, que provavelmente são co-irmãs e sem concorrência vocês sabem o que acontece... A qualidade cai, ninguém se preocupa em prestar um bom serviço. Nem as empresas, nem a Prefeitura sequer pensam em usar gás metano como combustível ... Obviamente porque nossa cidade não tem um programa de captação de gás oriundo do lixo ... Porque não tem um programa inteligente, melhor dizendo, não tem nenhum projeto adequado para as toneladas de lixo coletadas todos os dias. Para nós do PSOL ônibus tem de ter motorista que dirige, só dirige, e cobrador. Não temos investimentos na malha viária. Mas em compensação tem rua que é recapeada a cada seis meses. Precisamos é de livre concorrência e democratização do serviço de transporte coletivo, precisamos e teremos em nossa gestão mini terminais nos bairros periféricos, passagem unificada, aonde a pessoa paga somente um bilhete para chegar a seu destino, mesmo fazendo baldeação. É falta de inteligência não existirem linhas radiais, isto é, linhas que circulem em torno da cidade, sem entrar na região central. As soluções existem, o que falta é deixar de lado a vaidade, determinados compromissos feitos nas sombras. É ter vontade política e principalmente, honestidade !E isso eu e o PSoL temos !
Welson Gasparini (PSDB): Os incentivos de gratuidade criados pela Prefeitura, como é o caso do transporte escolar, serão mantido na minha próxima administração, da mesma forma como a gratuidade aos idosos que é iniciativa do governo federal. O governo federal, por sinal, estimula o transporte individual, tanto que acabou com tributos da gasolina para manter o preço e aumentou em 15% o preço do diesel, o combustível que movimenta a frota dos ônibus. Já essas promessas milagrosas de reduzir o preço da passagem sem respaldo na realidade representam, a meu ver, irresponsabilidade de quem as faz. Temos feito o possível para manter a tarifa de ônibus em Ribeirão Preto a mais baixa possível, tanto que o último reajuste de passagem foi de apenas R$ 0,10.
RP Online : Quais ações junto aos usineiros a prefeitura sob sua administração pretende fazer para conter a queima da cana-de-açúcar?
Dárcy Vera (DEM): Como deputada participei de uma Comissão de Estudos que discutiu ao fim das queimadas. Esta proibição passa obrigatoriamente pela vigência de legislação estadual, mas como prefeita irei trabalhar muito para resolver este problema que causa sérios danos a saúde da população.
Feres Sabino (PT): Uma lei estadual já prevê o fim das queimadas até 2014.
Rafael Silva (PDT) : Tolerância zero. Acabar com as queimadas no município.
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : Por inúmeras razões, a umidade relativa do ar é quase a mesma de um deserto, mas ao mesmo tempo existe um corte desordenado de árvores em nossa cidade. Não dá pra acreditar que não se planejou nada com relação ao aterro sanitário. E que uma cidade que se orgulha de ser a capital do agronegócio, não possua um programa de reciclagem bem planejado, que faça gerar emprego e renda, além de zelar pelo meio ambiente.
Estes são dados contraditórios e quem sofre com isso é o meio ambiente e a sociedade. Precisamos de medidas e ações coordenadas com relação ao meio ambiente e a tudo que envolve a sociedade. Só assim alcançaremos uma boa qualidade de vida e índices de desenvolvimento mais justos e humanos.
Welson Gasparini (PSDB) : A queima da cana-de-açúcar está sendo contida, naturalmente, pela própria expansão da colheita mecanizada que começa a ser adotada pelas usinas da região. Conforme tenho explicado, as queimadas urbanas são combatidas e fiscalizadas pela Prefeitura; na zona rural, a competência para combatê-las é do Estado.
RP Online : Porque o Sr.(a) quer ser prefeito(a)? Que inovações pretende trazer para a cidade?
Dárcy Vera (DEM): O grupo político a qual pertenço decidiu lançar candidatura própria a prefeito porque Ribeirão Preto está precisando sair do marasmo e se preparar para os próximos 50 anos e meu nome foi o escolhido. Quero ser prefeita para dar um choque de gestão na administração municipal e implantar políticas de inclusão e cidadania que mudem a vida de milhares de ribeirãopretanos. Governando desta forma, estaremos governando para todos. Tenho visitado muitas cidades para conhecer experiências que deram certo e trazer estas experiências de sucesso para Ribeirão Preto.
Feres Sabino (PT): Porque o Partido dos Trabalhadores confiou a mim a missão de trazer novamente para a prefeitura de Ribeirão Preto uma administração democrática, transparente e participativa. Porque me sinto preparado para recolocar Ribeirão Preto no caminho do desenvolvimento, no mesmo ritmo do Brasil do presidente Lula
Rafael Silva (PDT) : Porque tenho experiência administrativa e política e conheço as necessidades de Ribeirão. O principal projeto é executar um novo modelo de gerência que prevê a descentralização, a participação e a fixação de metas, cuja missão será modernizar a máquina pública e o município
Rubens Chioratto Jr.(PSOL) : Também quero ajudar as pessoas a viverem melhor e serem mais felizes, como a maioria dos seres humanos querem. E, me qualifico para isso. A somatória de inteligência, cultura acadêmica e ação profissional no mercado, é a tônica praticamente de toda a campanha. Além de que, eu já administro empresas há anos e a prefeitura nada mais é que uma grande empresa. A maior de Ribeirão. Por isso, é necessário que o prefeito tenha foco, disciplina e planejamento estratégico para a cidade e, tudo isso, eu tenho. Não tem milagre, nem mágica em administração.
Sendo assim, a cidade pode esperar do Rubens, enquanto prefeito: Transparência; eficiência; ética política; flexibilidade com a iniciativa privada e servidores; parcerias com o Governo Federal e Estadual, inclusive com a iniciativa privada; e muito investimento em prol da cidade. Enfim, vocês podem esperar uma revolução no conceito de administrar, porque vocês terão de fato uma pessoa com experiência em administração de empresas. Podem esperar outra cidade. Uma cidade muito melhor para se viver, uma cidade que vai passar a ser referência nacional em organização do espaço urbano, na geração de emprego, negócios e renda. Uma cidade que também será referência na área de educação de base exemplo no setor de saúde pública.
Welson Gasparini (PSDB) : Quero ser reeleito para continuar o que comecei e avançar ainda mais. Como coloquei as contas em ordem e recuperei a credibilidade da Prefeitura, chegou o momento de colher o que semeei, ou seja: aplicar os recursos doravante disponíveis em obras e serviços indispensáveis ao bem estar da população. Uma inovação importante já está em andamento: Ribeirão Preto é a única cidade brasileira do seu porte a chegar aos 100% do esgoto tratado. Pretendo, ainda, como inovações iniciar o processo de implantação do metrô de superfície e, também, concluir os estudos para a transformação do lixo urbano em energia elétrica, conforme já acontece na Alemanha.
As eleições municipais acontecem dia 5 de outubro, domingo, das 8h ás 17h. Veja quais os locais de votação e os dados de todos os candidatos a vereador de Ribeirão Preto.
Ribeirão Preto Online nas Eleições 2008.