Ligação anônima avisou sobre erro em cirurgia do cérebro

Ligação anônima avisou sobre erro em cirurgia do cérebro
Cruzeiro On Line

A dona de casa Verônica Cristina do Rego Barros, de 31 anos, morta anteontem após um suposto erro médico - ela teria sido operada do lado errado do cérebro - só foi submetida a uma segunda cirurgia após sua família, alertada por um telefonema anônimo, avisar o hospital sobre o equívoco. A segunda operação - dessa vez, no lado correto do cérebro -, realizada na quinta-feira, não deu resultado e a paciente morreu.

O corpo foi enterrado ontem no Rio. Inconformados, parentes afirmaram que vão processar o Estado. Ela deixou uma filha de 8 anos e um filho, de 11. Verônica foi internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, zona norte do Rio, na noite do dia 1º, depois de sofrer duas convulsões em razão de uma queda no banheiro, em que bateu com a cabeça. Na unidade, passou por uma tomografia que indicou um coágulo no lado esquerdo do cérebro. No dia seguinte, o neurocirurgião Pedro Ricardo Mendes abriu o lado direito do crânio. Durante essa primeira cirurgia, Verônica teve cinco paradas cardíacas.

Três dias depois, o marido de Verônica, Giovani Mattos Dornelles de 38 anos, recebeu uma ligação anônima. Uma pessoa que dizia ser da equipe de neurocirurgia do hospital se dizia “indignada e inconformada” com o ocorrido.“A pessoa me falou: ‘Pegue o prontuário, os exames, e vá à direção do hospital. O que estão fazendo com ela é um absurdo.’ Se essa pessoa não tivesse ligado a Verônica ia morrer por causa de um erro e ninguém ia saber. Eles erraram e encobriram o erro”, disse Dornelles. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.(AE)
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=38&id=166611

Família vai processar estado
Erro Médico // Dona de casa operada do lado errado do cérebro passou por 2 cirurgias

Rio - A dona de casa Verônica Cristina do Rego Barros, de 31 anos, morta ontem após suposto erro médico - teria sido operada do lado errado do cérebro - só foi submetida à segunda cirurgia, no hemisfério correto, após sua família, alertada por um telefonema anônimo, avisar o equívoco ao Hospital Estadual Getúlio Vargas.

Verônica Rego Barros, supostamente vítima de erro médico, foi enterrada ontem sob clima de revolta da família. Foto: Uanderson Fernandes/Agência o DIA/AE


A segunda operação, realizada na última quinta-feira, porém, não deu resultado, e a paciente morreu. O corpo foi enterrado ontem no Cemitério de Irajá (zona norte do Rio). Inconformados, parentes afirmaram que vão processar o Estado por danos morais e materiais. Ela deixou uma filha de 8 anos e um filho de 11.

Verônica foi internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha (zona norte do Rio), na noite do último dia 1º, depois de sofrer duas convulsões em razão de uma queda, na qual bateu com a cabeça. Na unidade, passou por uma tomografia computadorizada que indicou um coágulo no lado esquerdo do cérebro. No dia seguinte, o neurocirurgião Pedro Ricardo Mendes abriu o lado direito do cérebro. Não se sabe ainda qual procedimento efetuou. Durante essa primeira cirurgia, Verônica teve cinco paradas cardíacas.

Três dias depois, o marido de Verônica, Giovani Mattos Dornelles, de 38 anos, recebeu uma ligação anônima para seu celular de uma pessoa que se dizia ser da equipe de neurocirurgia do hospital e estar "indignada e inconformada" com o tratamento dado à dona de casa e contou sobre o erro. "A pessoa me falou: pegue o prontuário, os exames, e vá à direção do hospital porque o que estão fazendo com ela é um absurdo. Se essa pessoa não tivesse ligado, a Verônica ia morrer por erro médico e ninguém ia ficar sabendo. Eles erraram e encobriram o erro", reclamou Dornelles.

Depois do alerta da família, o diretor da unidade, César Rodrigues, ordenou que o mesmo neurocirurgião a operasse novamente, mas Verônica não resistiu. Ontem, ele afastou Mendes e também o chefe da neurocirurgia do hospital, o médico Thorkil Xavier de Brito. Em entrevista, o diretor confirmou ter sido alertado do suposto erro pelafamília. Uma sindicância foi aberta no hospital e outra será aberta amanhã no Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj). Os médicos deverão também responder a inquérito criminal instaurado na 22ª Delegacia de Polícia. A família constituiu um advogado que vai processar o Estado em busca de indenização moral e material.

Durante o enterro, os cerca de 50 parentes e amigos que acompanharam o sepultamento de Verônica protestaram. "Assassino, ele matou minha irmã. Esse país não tem Justiça, e esse caso vai cair no esquecimento. Onde está o secretário de Saúde? Ninguém do hospital veio para o enterro", gritava um dos irmãos da vítima, Wellington de Moura Barros.

http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/09/brasil1_0.asp