Cemitério do distrito de Bonfim Paulista tem uma lista de espera de pelo menos 200 pessoas

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Não há vagas

Sem onde cair morto
Cemitério do distrito de Bonfim Paulista tem uma lista de espera de pelo menos 200 pessoas

GUTO SILVEIRA
Gazeta de Ribeirão

A pouca oferta de vagas para sepultamentos em Ribeirão Preto levou a uma situação inusitada. O cemitério do distrito de Bonfim Paulista tem uma lista de espera de aproximadamente 200 pessoas interessadas em comprar um jazigo perpétuo.

Segundo o chefe do cemitério de Bonfim, Osvaldo Braga, que acumula o cargo com o de chefe da Fiscalização Geral, diz que a venda só é feita com "corpo presente" ou para família com doente terminal. "Nesses casos é preciso autorização expressa da Secretaria de Infraestrutura", afirma.

Ele explica que na medida que são vendidos os jazigos, novos são construídos em seguida. "Mantemos quatro prontos, para emergências." Quatro também é a média mensal de sepultamentos no cemitério. "Se continuarmos com essa limitação, teremos cemitério para mais 15 a 20 anos. Caso contrário a gente ocupa todos os espaços rapidamente", diz

Restrição é também a palavra de ordem no Bom Pastor. Apesar da "sobrevida" estimada em mais 15 anos, a venda de jazigos também é feita apenas quando há morte. O cemitério, com cerca de 10 mil sepultados tem espaço ainda para mais 5 mil.

O risco de falta de vagas levou Wandeir Silva, diretor financeiro da Coderp, responsável pela administração do cemitério, a propor à prefeita Dárcy Vera (DEM) a construção de jazigos com três gavetas para o sepultamento de indigentes. Hoje eles são enterrados em valas comuns e permanecem sepultados por, no mínimo, três anos. Crianças podem ficar apenas dois anos.

"Com os jazigos, multiplicaremos a capacidade por três, aumentaremos a sobrevida do cemitério e evitaremos a contaminação do aquífero Guarani, além do ganho social", argumenta. Para a construção de 300 jazigos o custo seria próximo de R$ 300 mil.

O cemitério da Saudade, o maior (100 mil metros quadrados e 8,5 mil jazigos) e mais antigo (inaugurado em 1893), tem cerca de 121 mil pessoas sepultadas. Mas há cerca de dez anos não comercializa mais jazigos. Apenas famílias que os compraram têm local para sepultamento. Em Ribeirão, são realizados cerca de 300 sepultamentos por mês, média de dez por dia.

Empresário conseguiu uma ‘vaga’

Um empresário de Bonfim Paulista diz que há pouco mais de um ano a família dele conseguiu comprar um jazigo no cemitério do distrito. Garante, no entanto, que ficou vários anos na fila. Ele nem se identifica porque sabe da existência da fila de interessados. "Precisávamos comprar, porque temos família grande e já com idosos. Mas tive que insistir muito e esperar a oportunidade", afirma. Mas não pretende utilizar logo a aquisição. "Tomara que fique vazio por muito tempo." (GS)

Custo é o principal atrativo

A prevenção de famílias com a compra de jazigos faz sentido pelo custo. Em Bonfim Paulista, o custo é de R$ 3,4 mil cada, com seis gavetas. No Bom Pastor o preço é menor —R$ 2,4mil— com espaço para quatro corpos. Além do custo inicial é preciso também pagar taxas. Em Bonfim e no cemitério da Saudade a taxa de sepultamento é de R$ 71. No Bom pastor, que também tem taxa anual de manutenção de R$ 64, a taxa custa cerca de R$ 100. A nova opção, desde quinta-feira, é o Memorial Parque dos Girassóis, o cemitério-parque ecumênico de Ribeirão Preto, que terá 242 mil metros quadrados no final da construção. Na primeira etapa de operação foram implantados 150 jazigos, sendo que, cada um, possui o espaço dividido em três níveis. Cada jazigo custa cerca de R$ 4,6 mil, valor que pode ser parcelado em 60 meses. (GS)

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