Brasil vai participar do resgate de reféns das Farc

Brasil vai participar do resgate de reféns das Farc

AE-AP - Agencia Estado

BOGOTÁ - O Brasil deve participar com "apoio logístico" de um resgate de dois militares reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A informação foi divulgada ontem pelo delegado do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) Christophe Beney, que se reuniu com o ministro da Defesa colombiano, Gabriel Silva, o comandante das Forças Armadas, general Freddy Padilla, e o comissário para a paz no país, Frank Pearl. Eles discutiram as normas de segurança para que o CICV recolha dois militares, cujas libertações foram anunciadas pelas Farc em abril e junho de 2009.

"Podemos estar objetivamente otimistas de que todos os detalhes para essa operação se reúnam para que ela ocorra nos próximos dias ou semanas, sem falar de datas obviamente", disse Beney, após o encontro. O representante da Cruz Vermelha afirmou que o Brasil "uma vez mais nos está fornecendo o apoio logístico, da mesma maneira que no ano passado". Em 2009, o Brasil cedeu dois helicópteros militares e suas tripulações para que fossem retirados da selva colombiana cinco reféns liberados pelos guerrilheiros.

Silva afirmou que houve um acordo segundo o qual um anúncio com 48 horas de antecedência será "tempo suficiente" para se ordenar a suspensão de operações na área, a fim de que ocorra a entrega dos dois militares. As Farc anunciaram em abril de 2009 que entregariam o cabo do Exército Pablo Emilio Moncayo, capturado pelos rebeldes em dezembro de 1997. Em fins de junho passado, a organização afirmou que libertaria também o soldado Josué Daniel Calvo Núñez, refém desde abril de 2009.

Em liberações realizadas em 2008 e no início do ano passado, decorreu pouco mais de um mês entre o anúncio rebelde e a entrega do refém a delegados do CICV e à senadora Piedad Córdoba. A política de esquerda é quem recebe de forma confidencial dos insurgentes as coordenadas do lugar onde o sequestrado será libertado. As libertações de Moncayo e Calvo, dois dos pelo menos 20 militares e policiais em poder das Farc, têm demorado em razão de trocas de acusações do governo e da guerrilha pelos atrasos.

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