Resumo das noticias dos jornais de hoje – 05/08/2009

Manchetes dos jornais: PT evita engrossar coro por renúncia e fortalece Sarney

O Estado de S. Paulo

PT evita engrossar coro por renúncia e fortalece Sarney

O PT reforçou ontem o apoio para a permanência de José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa ao manter a posição pela licença temporária e não aceitar um convite de outros quatro partidos (DEM, PSDB, PDT e PSB) para pedir a renúncia do senador ao cargo. A decisão do PT acabou fortalecendo Sarney e deixando isolados os senadores que defendiam a renúncia - ao fim do dia, todos os partidos optaram por manter só o pedido de afastamento de Sarney. Se o PT tivesse concordado com a renúncia, os demais partidos fariam o mesmo tornando inviável a permanência de Sarney no comando do Senado. Em um plenário de 81 senadores, os 5 partidos somam 46 votos - 14 do DEM, 13 do PSDB, 12 do PT, 5 do PDT e 2 do PSB. Mesmo com as dissidências (senadores francamente favoráveis a Sarney), a situação do presidente do Senado ficaria mais frágil com o pedido formal dos partidos para que renunciasse.

Para Planalto, tática do confronto deu certo

O governo avalia que os aliados venceram o primeiro tempo da luta para salvar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), quando apostaram na estratégia do confronto com a oposição. Ontem à noite, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e o senador Fernando Collor (PTB-AL) conversaram com presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aliado de Sarney, Collor foi o principal personagem no enfrentamento com a oposição na véspera. Bateu boca com Pedro Simon (PMDB-RS), em plenário, e mandou o colega "engolir" suas palavras. Agora a ordem da tropa de choque sarneyzista é construir uma saída negociada com adversários ameaçados por dossiês para engavetar a maioria das representações contra Sarney no Conselho de Ética. Pelo jogo de cena que está sendo ensaiado, o conselho fará "triagem" nas representações e aceitará pelo menos uma, mas também pretende arquivá-la por "falta de provas".

Tropa de choque vasculha despesas de senadores

A tropa de choque do presidente José Sarney (PMDB-AP) manteve ontem a tática iniciada na segunda-feira de fazer ameaças aos que pedem a renúncia do senador. A estratégia é levantar as despesas dos senadores e buscar antigas denúncias e novas informações que possam intimidar adversários. Na mira estão tucanos, peemedebistas que não fazem parte da tropa e até petistas que defendem a saída de Sarney da cadeira de presidente do Senado. Um dos comandantes do grupo, Wellington Salgado (PMDB-MG), anunciou que deve finalizar hoje o pente-fino que mandou fazer nas centenas de atos secretos editados nos últimos anos. Aos jornalistas, avisou que os ex-presidentes Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Tião Viana (PT-AC) são os campeões de boletins sigilosos nos últimos anos. "Meus assessores ainda encontraram muita coisa anunciada de maneira errada", afirmou. Salgado quer apresentar o resultado na reunião de hoje do Conselho de Ética.

Aliados do peemedebista têm histórico turbulento

Parlamentares que no passado estiveram em situações semelhantes ou até mais graves que a vivida pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), assumiram a linha de frente para manter o peemedebista no cargo. Dentro da tropa de choque de Sarney, não faltam parlamentares com currículos recheados de escândalos de corrupção, denúncias e ações na Justiça. À frente do time, o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), teve ele próprio de abandonar a presidência do Senado em dezembro de 2007. A queda teve início diante da suspeita de que a construtora Mendes Júnior pagava a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso. Alvo de inquérito no STF, Renan alega que a investigação ocorreu a seu pedido.

Sarney faz hoje ''apelo pragmático''

Um discurso de cerca de meia hora com respostas a todas as 11 denúncias protocoladas no Conselho de Ética. Na abertura do pronunciamento, um pequeno histórico da vida política e, por fim, um "apelo humildemente pragmático" para que o Senado volte a ter serenidade para discutir política e aprovar as matérias que estão na fila de votação. Em resumo, essa é a linha do discurso que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) faz hoje no plenário da Casa. Explicações e justificativas à parte, o objetivo político do senador é desarmar a oposição e os dissidentes da base aliada. "Como ele vai fazer o apelo à serenidade, é aceitável que os líderes do PMDB também desistam da ideia de processar no Conselho de Ética o líder dos tucanos, Arthur Virgílio (AM)", concluiu ao Estado um assessor especial de Sarney que ajudou a preparar o discurso.

''Renan é a faixa mais negra da história deste Congresso''

Depois do embate com Fernando Collor (PTB-AL) em plenário anteontem, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que não reagiu porque ficou preocupado com o olhar do colega fixo nele o tempo todo. Collor disse a Simon para "engolir" as palavras. Em entrevista ao Estado, Simon voltou a criticar o presidente José Sarney (PMDB-AP). Afirmou ainda que ele deu um "golpe" para assumir a Presidência da República em 1985. E provocou Renan Calheiros (PMDB-AL). "Renan é a faixa mais negra da história deste Congresso."

General de Collor desfila pelo Senado

Bastou o senador Fernando Collor (PTB-AL) reforçar publicamente a defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para que seus velhos aliados começassem a reaparecer no plenário da Casa. Aos 82 anos, o ex-senador pernambucano Ney Maranhão desfilou ontem pelo Senado tentando reviver o tempo em que foi um dos generais da tropa de choque de Collor, durante a tentativa de resistência ao processo de impeachment que o afastou da Presidência em 1992. Até mesmo o fato de Collor ter revivido o antigo estilo do "bateu, levou", ao atacar duramente o senador Pedro Simon (PMDB-RS) na sessão de segunda-feira, arrancou elogios de Maranhão. "Collor sempre foi firme desse jeito. Sempre seguro nas suas posições", afirmou.

Por carta, Ustra diz que se tornou ''bode expiatório''

O coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra divulgou uma carta aberta para dizer que se converteu em "bode expiatório". O documento é uma resposta à reportagem do Estado que revelou documento assinado por ele, quando comandava o Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2º Exército. O relatório de Ustra, feito a mando dos superiores em 1972, detalha as circunstâncias da morte do estudante Antônio dos Três Reis Oliveira, militante comunista da Ação Libertadora Nacional (ALN), e da operária Alceri Maria Gomes da Silva, da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

Lula sanciona lei que cria 230 varas da Justiça Federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que cria 230 novas varas da Justiça Federal. Na solenidade, Lula defendeu a contratação de mais funcionários para a Justiça e para órgãos do Executivo, concursos para as áreas de fiscalização do governo e disse que há pessoas que lucram com a morosidade do poder público. "Vivemos no Brasil um conflito e uma incompreensão. Quando resolvemos tomar medidas para melhorar o funcionamento das instituições, como a criação de novas varas, há sempre a crítica de que o Estado está inchando e de que é preciso um choque de gestão", disse o presidente. "As pessoas ainda não se deram conta de que, quanto melhor funcionar o Estado, melhor fica para todo o mundo."

Pesquisa anima Marina, que discutirá saída do PT

Entusiasmado com a possibilidade de a senadora Marina Silva (PT-AC) aceitar sair candidata à Presidência da República no ano que vem, o PV já trabalha com a previsão de que ela entraria na disputa com pelo menos 10% dos votos. A avaliação tem por base em uma pesquisa encomendada pela sigla ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), apresentada a Marina como parte do esforço para convencê-la a deixar o PT. Noticiado pelo Estado no último sábado, o convite para que Marina dispute o Planalto ocorreu em reunião de quatro horas entre a senadora e a cúpula do PV, na semana passada. A pesquisa, realizada por telefone, ouviu 2 mil pessoas em todo o Brasil, disse o presidente da sigla no Rio, Alfredo Sirkis. "Os números não importam nesse momento, mas já podemos apontar algumas tendências", diz.

Folha de S. Paulo

Aliados definem estratégia para livrar Sarney de punição

Dentro da estratégia dos aliados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para livrá-lo da cassação no Conselho de Ética, o presidente do órgão, Paulo Duque (PMDB-RJ), já tem pareceres para o arquivamento de 5 dos 11 pedidos de investigação. Duque estava inclinado a pedir o arquivamento na sessão do Conselho de Ética de hoje, mas os governistas o pressionavam para que ele adiasse sua decisão. O objetivo é ganhar tempo e tentar acalmar os ânimos. Sarney promete fazer hoje um discurso em resposta às denúncias que vem sofrendo. A Folha apurou que Duque encomendou à consultoria do Senado os cinco pareceres ainda durante o recesso. Ele pediu aos consultores sigilo e que todos trouxessem embasamentos técnicos para respaldar o arquivamento das denúncias.

Senador acompanha ataques contra ele na tribuna

Depois do clima de guerra da véspera, o Senado teve ontem um dia menos beligerante, mas ainda marcado por discursos duros da oposição pedindo a renúncia de José Sarney (PMDB-AP). Presidindo a sessão, ele prometeu responder hoje a todas as acusações. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), foi o mais incisivo nas cobranças. A pedido de colegas de bancada, porém, moderou no tom de espetáculo de seus últimos discursos.
Mesmo assim, chegou a fazer insinuações sobre o patrimônio de Sarney. "Vossa Excelência é um homem de posses, ao contrário do meu pai, que morreu pobre. Vossa Excelência é um homem de posses e chegou com meu pai junto à Câmara dos Deputados", afirmou Virgílio, dirigindo-se a Sarney. Virgílio terminou sua fala pedindo que Sarney renuncie ao cargo de presidente. "Senador José Sarney, case-se com a sua biografia. Este mandato de presidente da Casa representa nada para Vossa Excelência."

Nomeados por atos ficam em cargos

O diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, anunciou ontem que não haverá nenhuma exoneração de servidores nomeados por atos secretos.
A medida beneficia Henrique Bernardes, o ex-namorado da neta do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que tem um cargo na Diretoria Geral mas dá expediente no serviço médico do Senado.
Segundo Tajra, 79 servidores nomeados pelos atos estão em atividade. Eles responderão a processo administrativo em que terão que comprovar que trabalham na Casa. Até o final da investigação, terão salários suspensos. "Estamos dando o legítimo direito de defesa desses servidores", justificou.

Simon afirma que sentiu medo de Collor, que faz visita a Lula

Um dia após o bate-boca com Fernando Collor (PTB-AL), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse ontem que teve medo da reação do ex-presidente. "Saía fogo dos olhos dele [Collor]. Me veio a imagem do pai dele no plenário do Senado. A diferença é que o pai dele errou o tiro. No meu caso, eu estava na linha direta", disse. A referência é a um episódio envolvendo o pai de Collor, Arnon de Mello, que foi senador por Alagoas nos anos 60. Em 1963, no plenário do Senado, ele matou a tiros, por engano, o senador José Kairala (AC), na tentativa de acertar um adversário, Silvestre Monteiro.

Serra ironiza alianças de Lula no Senado

Um dia depois de discutir com aliados o efeito positivo da crise no Senado para sua candidatura à Presidência, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ironizou ontem o que chamou de mudanças na relação entre os indivíduos na política da década de 90 para cá. Nos anos 90, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se opunha ao hoje presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e ao ex-presidente Fernando Collor de Mello (AL). Hoje, conta com os dois na sua base de sustentação. Serra, porém, não citou seus nomes. Questionado sobre a troca de farpas protagonizada na véspera no Senado, onde Collor fez enfática defesa de Sarney, simplesmente alfinetou: "Não é que não tenha as minhas opiniões. Não vou entrar [no assunto]. Agora, realmente ver as mudanças na política brasileira de 90 para cá, na relação entre indivíduos, é fascinante. Isso é coisa para tese de mestrado e de doutorado".

Secretária de Roseana recebeu verba indenizatória

A governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) pagou com verba indenizatória no começo do ano, enquanto era senadora, R$ 12 mil a uma empresa que pertence à secretária de Desenvolvimento Agrário do Maranhão, Conceição Andrade. A reportagem esteve na semana passada no endereço da Pads Assessoria de Desenvolvimento Social, em São Luís, empresa que recebeu o dinheiro. O porteiro do prédio informou que no apartamento morava Conceição Andrade e não havia ali nenhuma empresa. Criada em dezembro de 2007, a Pads tem capital social de R$ 5.000 e Conceição possui 50% de participação na empresa, segundo documento obtido pela Folha. A outra sócia é Liana Maria Lindoso Piedade, que também trabalha no governo de Roseana como assessora de Conceição na secretaria.

Lula volta a criticar atraso de obras por fiscalização

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a paralisação de obras de infraestrutura por conta de fiscalizações do TCU (Tribunal de Contas da União), Ministério Público e de empresas perdedoras de licitação que vão à Justiça. Lula disse que pediu aos seus auxiliares que façam um levantamento do gasto efetivo com o atraso das obras públicas, com o objetivo de saber quanto custa ter um projeto paralisado por um ou dois anos.

Câmara dá urgência ao projeto do Mercosul

A Câmara dos Deputados aprovou ontem, por 287 votos a 11, requerimento de urgência para o projeto de lei que determina que os 37 representantes brasileiros no Parlamento do Mercosul sejam eleitos por meio de votação em lista fechada. Isso significa que a proposta ganha prioridade total e seu mérito pode ser votado hoje. De acordo com o texto, o eleitor votará no número do partido ou da coligação, e não diretamente nos candidatos. A intenção é que os primeiros candidatos das listas tenham domicílio eleitoral em distintas regiões do país. Para determinar quantas cadeiras cada partido ganhará, deverá se estabelecer um quociente eleitoral.

Desmate na Amazônia cai 55%, aponta Inpe

Faltando apenas um mês para completar o período de coleta da taxa oficial de desmatamento do ano, os satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registraram uma queda de 55% no ritmo de abate da floresta amazônica. Os dados dos últimos 11 meses indicam que a Amazônia deverá ter a menor taxa de desmatamento desde 1988, quando o instituto começou a medir a devastação. Ao comentar os dados mais recentes do Inpe, referentes a junho, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) atribuiu a queda do ritmo das motosserras a duas palavras: "controle e pancada". Minc acredita que os efeitos da crise internacional, com queda dos preços de commodities, como a carne, não foram responsáveis pelos números. A pecuária é apontada como principal causa do desmatamento na região.

Correio Braziliense

A vitória do lobby dos fantasmas

No jogo de interesses que circula diariamente pelos corredores da Câmara, venceu o lobby dos parlamentares interessados em manter os fantasmas na Casa. Por conta da pressão desses deputados federais, foi suspenso o plano anunciado em abril pelo presidente Michel Temer (PMDB-SP) de implementar o ponto eletrônico para controlar a entrada e saída de todos os servidores. E o prazo de três meses prometido pelo peemedebista para moralizar o horário de trabalho dos funcionários virou fumaça. O recuo é tratado de forma discreta e ainda não foi oficialmente anunciado. É que alguns integrantes da Mesa Diretora ainda estudam uma forma alternativa de criar algum tipo de controle de frequência. Para isso, o primeiro-secretário, Rafael Guerra (PSDB-MG), elabora proposta para apresentar aos colegas da Mesa, enquanto a Direção-Geral já está com o estudo de viabilidade e custos praticamente concluído.

A reforma que parou de vez

A reforma de quatro blocos dos prédios funcionais da Câmara parou de vez. Depois de desembolsar mais de R$ 12 milhões desde 2008 e tentar alguns acordos com a empresa Palma Engenharia para garantir a continuidade do serviço, a Casa já dá como certo o fim do contrato e trabalha com o prazo de paralisação de pelo menos um ano até que outra licitação seja concluída. Enquanto isso, os blocos F, G, H e I da SQN 302 permanecem inacabados, faltando a colocação de esquadrias, vidros, instalações elétricas, hidráulicas, pisos e elevadores. Como acontece com qualquer obra inacabada que fica abandonada por algum tempo, os prejuízos são certos. Só não se sabe ainda que dimensão eles terão. “Vamos correr com a nova licitação para evitar prejuízos maiores. Creio que até o próximo mês teremos um edital pronto e poderemos acelerar o processo”, diz o quarto-secretário, Nelson Marquezelli (PTB-SP).

Depois do choque, é tempo de articulações

Ciente de que a crise não arrefeceu, mas otimista no que se refere à própria capacidade de conquistar votos, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidiu tomar a frente na construção de pontes com aqueles que tentam arrancá-lo da presidência da Casa. Começou esse trabalho com um simples gesto que não fazia havia dois meses: circular pelo plenário em rodinhas de conversas com os oposicionistas. “Aja com o coração”, pediu Sarney ao líder do DEM, José Agripino (RN), seu parceiro na construção da candidatura de Tancredo Neves à presidência da República, no período de redemocratização. “Se pudesse falar com o coração, faria”, disse Agripino, num clima amistoso, mas firme.

Lula parabeniza Collor

Duas semanas depois de elogiar em público o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), na inauguração de uma obra em Alagoas, ontem foi a vez de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afagá-lo numa audiência fechada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Segundo relato de integrantes da base governista no Senado, Lula parabenizou o parlamentar, por quem foi derrotado na eleição presidencial de 1989, pela atuação em defesa da permanência de José Sarney (PMDB-AP) no comando do Congresso. Na última segunda-feira, Collor liderou a ofensiva de intimidação deflagrada por aliados de Sarney contra os adversários do peemedebista na Casa. Enérgico como nos velhos tempos de campanha presidencial, Collor chegou a mandar o senador Pedro Simon (PMDB-RS) “engolir” e “digerir” as palavras antes de pronunciar seu nome. Na reunião de ontem, Lula estendeu os elogios ao líder do PMDB Renan Calheiros (PMDB-AL), outro protagonista do bate-boca com o parlamentar gaúcho, e ao senador Wellington Salgado (PMDB-RJ), um dos soldados mais fiéis da tropa de choque aliada ao Planalto. Para Lula, a atuação de segunda-feira deve servir de exemplo, ao mostrar uma bancada disposta a “comprar briga” e a trabalhar pela vitória da coalizão governista na eleição de 2010.

Aliança contra os tucanos e a imprensa

Além de manter um aliado num cargo estratégico em termos eleitorais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL) têm um desejo especial com a campanha em defesa da permanência de José Sarney (PMDB-AP) na Presidência do Senado. Os três trabalham em sintonia para derrotar a imprensa, de quem se consideram vítimas e a quem atribuem a criação de “crises artificiais” a fim de ajudar a oposição. A tentativa de desforra ficou patente na segunda-feira, quando Lula e os parlamentares criticaram a cobertura da mídia. Ontem, foi reforçada pelo ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT-SP).

Salários vão parar na geladeira

Na tentativa de produzir fatos positivos, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), baixou norma para anular os 663 atos secretos editados nos últimos 14 anos. A medida representaria, de imediato, a exoneração automática de servidores nomeados sem a devida publicidade e a restituição aos cofres públicos dos salários. Na prática, porém, ela apenas suspende temporariamente a remuneração daqueles funcionários que se encontram nessa situação e transfere aos senadores a palavra final sobre quem permanecerá na Casa. Os salários serão restabelecidos tão logo haja manifestação dos parlamentares. O diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, teve que dar explicações ontem porque o decreto de Sarney não tem repercussão imediata. Tajra informou que, atualmente, 79 servidores mantêm vínculos com a instituição respaldados por atos secretos. Um deles é Henrique Dias Bernardes, 27 anos, namorado de uma neta do presidente do Senado. O rapaz está vinculado à Diretoria-Geral, mas foi transferido para o serviço médico da Casa. Henrique e os demais colegas estão com os vencimentos suspensos.

O Globo

Cerco à mídia venezuelana é condenado, menos no Brasil

O ataque à TV Globovisión e o fechamento de 34 rádios na Venezuela receberam críticas de entidades como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA e a Sociedade Interamericana de Imprensa e até de governantes pró-Chávez, como o paraguaio Fernando Lugo. Já o governo Lula, por meio do assessor da Presidência Marco Aurélio Garcia, defendeu Chávez. "Se acabou (a liberdade de imprensa), deve ter sido depois que eu saí. O que ouvi em programas de TV sendo dito sobre o presidente da Venezuela não está no gibi", disse Garcia, recém-chegado da Venezuela. Sob pressão, Chávez mandou prender a líder da invasão da Globovisión, e o Congresso adiou a discussão do projeto sobre delitos na mídia.

Brasília desconfia dos EUA

Após ouvir explicações do assessor de Segurança Nacional dos EUA em Brasília, o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia disse que o Brasil tem motivos para temer a presença militar americana na Colômbia, pela proximidade com a Amazônia.

Após a truculência, apelos para Sarney sair

Após os gritos e as ameaças da véspera, o Senado teve um dia de mais polidez nos discursos ontem, mas com reações fortes, como a reunião de representantes de cinco partidos, que reforçou o pedido de afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da presidência da Casa. Senadores de PSDB, DEM, PT, PDT e PSB decidiram contestar manobras da tropa de choque pró-Sarney comandada por Renan Calheiros e Fernando Collor. Sarney adiou para hoje à tarde, depois da reunião do Conselho de Ética, discurso que faria ontem.

Volta às aulas deve ter novo adiamento

Diante do aumento de casos e de 19 mortes por gripe suína no Rio, a rede estadual de ensino deve adiar novamente o retorno às aulas, provavelmente para o dia 17. O assunto será discutido hoje pelo estado e a decisão será seguida pelo município.

Marina Silva estuda trocar PT por PV

A senadora e ex-ministra Marina Silva (PT-AC) confirmou ontem que foi convidada pelo PV para disputar pelo partido a Presidência da República em 2010, como informou a coluna Panorama Político. Ela disse que está avaliando a proposta.

Cultura revê esquema de 'notas de favor'

Produtores do setor cultural começaram a recusar as chamadas "notas de favor”, emitidas em benefício de terceiros, num esquema de sonegação de impostos denunciado pelo GLOBO domingo.

Jornal do Brasil

Desigualdade de renda caiu durante a crise

Ao contrário de outras crises econômicas, quando a pobreza aumentou nas regiões metropolitanas do país, o Brasil vem conseguindo reduzir o número de pobres e aplacar o nível de desigualdade de renda. Com base em números do IBGE, um estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que entre março de 2002 e julho deste ano, a taxa de pobreza caiu quase 27%. Em números absolutos, foram 4 milhões de brasileiros que saíram da pobreza no período - a Região Metropolitana do Rio encabeça o ranking da maior queda, que ocorreu graças à redução do desemprego, o aumento do salário e programas de transferência de renda como o Bolsa Família. O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ressalta, no entanto, que a distribuição de renda ainda deve ser considerada péssima. Segundo o estudo, a desigualdade diminuiu porque os trabalhadores de maior remuneração, sobretudo da indústria, foram os mais afetados pela crise.

Rio lança hoje o disque-gripe prioritário para gestantes

As gestantes com sintomas de gripe suína passarão a contar com um novo serviço a partir de hoje. Elas terão um atendimento especial através do telefone 3523-4025, com orientações e uma avaliação prévia para a identificação imediata de casos mais graves. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o serviço funcionará 24 horas por dia. A doença já matou mais de 120 pessoas no Brasil. O Rio soma 19 vítimas, e o país tem mais de 10% dos óbitos confirmados em todo o mundo.

Lobby emperra queda de taxas dos cartões eletrônicos

Governo e oposição travam hoje batalha decisiva envolvendo a indústria dos cartões eletrônicos. Uma emenda à Medida Provisória 460, que há uma semana tranca a pauta da Câmara, permite ao comércio dar desconto nas compras em dinheiro e cria um concorrente para os cartões de crédito - um mercado de R$ 401 bilhões hoje concentrado nas mãos de VisaNet e Redecard. A Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito admite mudanças graduais, mas pede cautela para evitar abalos no mercado.

Resumo das noticias dos jornais de hoje – 26/06/2009

Manchetes dos jornais: cresce pressão de senadores por saída de Sarney

Folha de S. Paulo

Cresce pressão de senadores por saída de Sarney

Senadores subiram ontem à tribuna para defender o afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da Presidência do Senado. O primeiro a pedir o afastamento foi o também peemedebista Pedro Simon (RS), que afirmou que a saída de Sarney não significaria "autoculpa", mas um "ato de grandeza". "O presidente Sarney deve se afastar. Para o bem dele, de sua família, de sua história", disse. "Antes que a saída dele fique insustentável", complementou. Simon disse que, como presidente da Casa, Sarney não pode responder questões do "neto, do mordomo, do diretor que ele criou e manteve por 14 anos", referindo-se às revelações feitas nas últimas semanas. Foram na mesma linha de Simon os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Cristovam Buarque (PDT-DF). "

Família Sarney emprega mais nove aliados

A teia de nomeações políticas nos gabinetes do grupo liderado pelo senador José Sarney (PMDB-AP) mostra pelo menos nove novos casos de aparelhamento envolvendo o clã. Os dados estão disponíveis desde anteontem na página do Senado na internet. Principal "faz-tudo" da família em Brasília, o ex-deputado Chiquinho Escórcio foi recompensado com empregos para sua mulher, Alba Leide Nunes Lima, e sua filha, Juliana.
Alba trabalha desde março de 2008 no gabinete pessoal de Sarney. Juliana acaba de ganhar uma nomeação no gabinete do senador Mauro Fecury (PMDB-MA), que assumiu a vaga deixada por Roseana Sarney (PMDB), que assumiu o governo do Maranhão. Escórcio também está de emprego novo. Foi nomeado por Roseana representante do governo em Brasília, cargo com status de secretário estadual.

Nomeados são "qualificados", diz assessoria

A assessoria de imprensa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que todos os nomeados em seu gabinete pessoas "extremamente qualificadas". Segundo a assessoria, a advogada Alba Lima, mulher do ex-senador e ex-deputado Chiquinho Escórcio, é responsável por levar as demandas do Estado do Amapá aos órgãos públicos. Jorge Nova da Costa, suplente de Sarney, governou o Amapá e tem experiência no Ministério da Agricultura e em órgãos como a Sudene, diz a assessoria. O ex-presidente do PMDB do Amapá Raimundo Azevedo Costa cuidaria do trabalho político junto ao Estado que Sarney representa.

Acuado, Sarney se diz vítima da mídia por dar apoio a Lula

Acuado por novas acusações, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem ser vítima de uma "campanha midiática" e relacionou pela primeira vez a atual crise a seu apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em solidariedade, Lula saiu mais uma vez em defesa do aliado, numa estratégia deliberada para tentar evitar a queda do senador. Em reunião reservada, Lula disse à sua equipe que a ordem é "tentar segurar" Sarney no comando do Senado. Segundo um assessor, a renúncia ou até mesmo um pedido de licença seria "péssimo" para o governo no momento. Para ajudar Sarney em sua guerra pela sobrevivência política, Lula vai conversar nos próximos dias com líderes governistas e passar sua orientação de montar uma blindagem em torno do senador.

Collor compra quentinhas com verba do Senado

Além de usar a verba indenizatória de R$ 15 mil para bancar a segurança privada da Casa da Dinda, o senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) também a utiliza para comprar refeições que são levadas para a residência, localizada em área nobre da capital federal.
É do Boka Loka, pequeno e simples restaurante no centro do Paranoá, cidade-satélite de Brasília, que Collor compra as quentinhas. Do portão da Casa da Dinda até o estabelecimento, são dez minutos de carro.
Ontem, por exemplo, o Boka Loka, segundo disse à Folha uma funcionária, iria levar para a Dinda 20 refeições. "É variado. Tem dia que é mais, tem dia que é menos", disse. A reportagem ligou para o celular do ex-presidente, que desligou ao ser informado do assunto, dizendo que não o comentaria.

Agaciel pede afastamento do Senado por 90 dias

O ex-diretor-geral do Senado Agaciel da Silva Maia pediu ontem afastamento da Casa por 90 dias. Lotado atualmente no ILB (Instituto Legislativo Brasileiro), ele receberá salários durante o período porque solicitou uma licença-prêmio por assiduidade -direito amparado em lei.
Em carta enviada ao primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI), ele afirma ser vítima de "ilações maldosas". Alega que precisa de tempo para preparar sua defesa. Agaciel é o principal suspeito de produzir atos secretos no Senado. Em março, ele deixou a Direção Geral após ser revelado que ele escondeu da Justiça uma casa avaliada em cerca de R$ 5 milhões.

MP da Amazônia desagrada lados rivais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou ontem o artigo 7º da medida provisória 458 que trata da regularização fundiária da Amazônia, conforme revelou a Folha ontem. O artigo permitia a transferência de terras para empresas e regularizava as propriedades que são exploradas por prepostos. O veto é uma vitória de ruralistas, mas com uma concessão aos ambientalistas, que a chamavam de "MP da Grilagem". Para o governo, é a MP da regularização fundiária da Amazônia. Ontem tanto de ambientalistas como de representantes do setor agrícola e pecuário criticaram a sanção parcial. O artigo 7º não fazia parte da medida provisória enviada pelo governo. Foi colocado quando a medida foi discutida na Câmara. Também foi vetada uma parte do artigo 8º, mas por fazer referência à compra de terras por empresas e à exploração por prepostos.

Sob Lula, Petrobras elevou salário da direção

Os gastos da Petrobras com os salários pagos aos seus diretores do primeiro escalão cresceu 54% de 2003 -primeiro ano do governo do PT- a 2007. Nesse período, a inflação acumulou 28%. A remuneração dos diretores, porém, fica abaixo da de empresas privadas. Hoje cada um dos seis diretores e o presidente recebem, em média, cerca de R$ 55 mil mensais (cerca de R$ 710 mil/ano). Alvo de uma CPI no Senado, a Petrobras elevou muito seu gasto com salários, bônus e benefícios sob o governo Lula. Em 2003, a estatal pagou R$ 4,8 milhões em remunerações à diretoria, aos nove integrantes do Conselho de Administração e aos cinco membros do Conselho Fiscal. A cifra saltou para R$ 7,4 milhões em 2007 e para R$ 9,8 milhões em 2008. Diante da perspectiva de lucros menores por causa da queda do preço do petróleo, o valor reservado para este ano foi reduzido para R$ 8,2 milhões.

Médicos dizem que Dilma está curada de câncer linfático

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) realizou ontem a quarta e última sessão de quimioterapia do tratamento contra um câncer linfático. Ela passará agora por aplicações de radioterapia. Mesmo sem ter encerrado o tratamento, os médicos disseram ontem que consideram Dilma curada.
"Nós achamos que ela está curada agora. (...) Nesse momento ela está completamente sem evidência de doença", disse o oncologista Paulo Hoff.
A ministra deixou ontem o hospital Sírio-Libanês pela porta da frente. Disse que "só podia comemorar" por ter realizado a última quimioterapia: "É mais um percurso, um desafio que se supera".

Exército irá apenas a áreas já vasculhadas no Araguaia

A expedição comandada pelo Exército que buscará em julho os corpos de guerrilheiros do Araguaia percorrerá apenas pontos conhecidos e escavará lugares já vasculhados em expedições anteriores. A decisão foi tomada pelo comando do Exército. Como alega não ter documentos que mostrem os locais onde os corpos foram enterrados ou abandonados, o Exército não poderia agora, segundo esse entendimento, apontar novos pontos além dos já indicados por historiadores e relatórios de buscas anteriores, realizadas por civis. É judicial a ordem para o governo federal abrir os arquivos da campanha do Araguaia e devolver às famílias os corpos dos guerrilheiros desaparecidos.

TCU vê irregularidades em licitação do comitê olímpico

O TCU (Tribunal de Contas de União) indicou que o COB cometeu irregularidades na concorrência que levou à contratação da agência de turismo Tamoyo, que faz a operação das viagens de atletas e dirigentes da entidade. Segundo os ministros do tribunal, em acórdão, o comitê errou ao exigir um preço mínimo dos concorrentes, desclassificar uma empresa concorrente sem lhe dar chance de defesa e contratar a proposta menos vantajosa. No total, o COB paga R$ 26.907 por mês à agência para serviços de consultoria e pesquisa para viagens. A Voetur, que foi desclassificada pela entidade e fez a reclamação ao TCU, ofertou fazer o serviço por R$ 13.560, mas foi desclassificada por estar abaixo do valor mínimo, em torno de R$ 26 mil.

O Estado de S. Paulo

Para estancar crise, Simon pede que Sarney saia da presidência do Senado

"Tem de sair." A frase, curta e peremptória, fez parte do discurso duro com o qual o senador Pedro Simon (PMDB-RS) reiterou ontem o pedido de afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado. Ele foi seguido por senadores dos principais partidos, que se revezaram na tribuna com o mesmo pedido. Nenhuma liderança da cúpula do PMDB compareceu ao plenário para defender Sarney e ele próprio não foi ao Congresso. A pressão para que Sarney deixe o cargo aumentou após a revelação feita ontem pelo Estado, de que José Adriano Cordeiro Sarney, neto do senador, é sócio da empresa Sacris Consultoria, Serviços e Participações Ltda, que faz a intermediação de crédito consignado para funcionários do Senado. Os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO), Eduardo Suplicy (PT-SP), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Arthur Virgílio (PSDB-AM) aproximam-se de Simon na ideia de que Sarney não tem condições políticas para mandar investigar problemas que envolvem parentes ou aliados políticos. "Não dá, não dá, não dá", pregou Simon.

PSOL desiste de entrar já com representação

O PSOL recuou e desistiu de entrar ontem com representação no Conselho Ética do Senado contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A ex-senadora e atual vereadora de Maceió Heloísa Helena, que passou o dia em Brasília, anunciou que o partido pretende encaminhar o pedido na próxima quarta-feira. Até lá, o partido espera conseguir assinaturas para a instalação de uma CPI sobre os 663 atos secretos editados ao longo dos últimos 14 anos e os contratos de prestação de serviço e de pessoal assinados no mesmo período no Senado. Além da coleta de assinaturas, o PSOL também teria adiado a representação porque, segundo resolução de 2008, Sarney poderia ser obrigado a se afastar do cargo.

DEM ameaça suspender apoio a peemedebista

O DEM ameaça abandonar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e entregá-lo à própria sorte caso ele não dê "esclarecimentos convincentes" sobre a atuação de uma empresa de seu neto, José Adriano Cordeiro Sarney, no agenciamento de empréstimos consignados a funcionários da Casa. Em conversas reservadas com Sarney ontem, o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), garantiu-lhe que a bancada peemedebista vai se manter firme em seu apoio, a despeito das dissidências de sempre - os senadores Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE). Mas, sem os 13 votos do DEM, o maior aliado do PMDB no Senado, Sarney corre o risco de perder a cadeira de presidente. "Esta denúncia é grave e tem de ser explicada à opinião pública e à Casa", disse ontem o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), para quem está "nas mãos dele, Sarney, a manutenção do apoio não só do DEM, como da Casa".

País não pode parar com crise no Senado, afirma Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou a avaliação que vinha fazendo da crise do Senado. Em vez de defender o presidente a Casa, José Sarney (PMDB-AP), como havia feito duas vezes antes com veemência, desde ontem Lula adotou uma postura institucional e preferiu deixar a solução da crise para o próprio Senado. Justamente no dia em que Sarney divulgou uma nota em que praticamente pede socorro ao presidente. Numa rápida entrevista coletiva concedida ontem, Lula disse que há denúncias de irregularidades no Senado e que existe a fase de apuração. Segundo ele, as providências devem ser tomadas. O que não pode é o País passar o mês inteiro discutindo a crise do Senado - agravada depois do dia 10, quando o Estado revelou a existência de atos secretos editados para dar regalias e aumentar salários de parentes e apaniguados de senadores e diretores.

Senador alega ser vítima de ''campanha midiática''

Em dia de mais um escândalo envolvendo sua família, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ficou ontem recluso em sua casa, no Lago Sul, em Brasília. No final da tarde, em um carro particular, foi a uma clínica de olhos na Asa Sul, onde permaneceu por cerca de uma hora. Ao sair, indagado sobre a crise no Senado, disse apenas: "Não vou falar nada". Pela manhã, o senador divulgou uma nota sobre a reportagem publicada pelo Estado que revelou que seu neto, José Adriano Sarney, é sócio de uma empresa que intermedeia empréstimos consignados no Senado (leia abaixo). No texto, entregue por um assessor, Sarney atribuiu as notícias a uma "campanha midiática" para atingi-lo por conta de suas posições políticas "de apoio ao presidente Lula e ao seu governo".

Exército já vasculha região do Araguaia

Oficiais do 52º Batalhão de Infantaria de Selva, de Marabá, vasculham há um mês a Serra das Andorinhas, no Sul do Pará, região indicada em relatórios como local de combates e sepultamento de integrantes da Guerrilha do Araguaia (1972-1975). A região de Três Quedas, no município de São Geraldo do Araguaia, foi um dos lugares mapeados recentemente pelos militares. Nos dias 27 e 28 de maio, uma equipe de quatro oficiais do Exército esteve nas terras do empresário Jorge Araújo, que não estão numa área de manobra e treinamento militar. A presença do Exército na região da guerrilha chama a atenção porque a área deve ser revirada em breve à procura das ossadas dos militantes do PC do B e camponeses mortos.

Arquivo de Curió confirma relatos de camponeses

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que os arquivos sobre a Guerrilha do Araguaia (1972-1975) revelados ao Estado pelo oficial da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió, "confirmam integralmente" relatos de camponeses da região feitos à Comissão de Anistia da pasta. Segundo ele, Curió será convidado pela comissão e pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos para, se quiser, dar seu depoimento. A intenção do ministro é que isso "facilite" a anistia de pessoas da região "atingidas por aqueles acontecimentos que a gente não quer que aconteçam nunca mais".

Lula contraria ruralistas em dois itens de MP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez apenas dois vetos na medida provisória que permite, a partir de hoje, a regularização de posses de até 1,5 mil hectares da Amazônia. Terras ocupadas por empresas ou por prepostos não poderão ser regularizadas. Essa possibilidade havia sido introduzida no texto por deputados da bancada ruralista durante as negociações na Câmara. Os vetos haviam sido pedidos por ambientalistas, procuradores da República que atuam na Amazônia, PT, PSDB e Confederação Nacional da Agricultura (Contag). Mas nem todas as reivindicações de ambientalistas foram atendidas. Eles pediam também veto ao item que prevê a possibilidade de venda das propriedades acima de 400 hectares em três anos a partir da titulação da terra. No texto original da MP, esse prazo era de dez anos.

Heloísa acusa vereadora e é processada

A vereadora Heloísa Helena (PSOL) responderá a processo por quebra de decoro parlamentar na Câmara Municipal de Maceió. Ela é acusada de agredir verbalmente a colega Tereza Nelma (PSB). Nelma levou o caso à Comissão de Ética após bate-boca com a ex-senadora, que a acusou de ter copiado um projeto de outro Estado e de ter recebido ilegalmente R$ 162 mil de verba de gabinete. Heloísa levantou suspeita de que Nelma está envolvida com desvio de recursos destinados a entidades que cuidam de crianças carentes e excepcionais. Por fim, chamou Nelma de "porca trapaceira" e "ladra de próteses de criancinhas deficientes". "Vereador pode roubar os cofres públicos, mas não pode chamar o outro de porco ou de porca", insistiu Heloísa. "Entrei com pedido de quebra de decoro e estou preparando também outro processo por danos morais", avisou a outra vereadora.

Correio Braziliense

Alô, pode falar... O Senado paga

O Senado reembolsou 21 parlamentares das despesas com o telefone residencial. É o que revela um levantamento de ordens bancárias emitidas pela Casa nos últimos 30 meses e que tiveram senadores como beneficiários. O balanço, ao qual o Correio teve acesso, mostra quem teve dinheiro depositado na conta para custear ligações telefônicas feitas da própria casa. No período, a ex-senadora Roseana Sarney (PDMB-MA), que renunciou ao mandato em abril passado para assumir o governo do Maranhão, foi quem mais teve gastos reembolsados pela instituição. Ela recebeu R$ 25,1 mil. Na sequencia, aparecem Romero Jucá (PMDB-RR), com R$ 18,3 mil, Epitácio Cafeteira (PTB-MA), R$ 16,3 mil, e José Sarney (PMDB-AP), R$ 15,3 mil. De janeiro de 2007 — mês que em alguns casos incluiu ressarcimentos referentes a despesas de dezembro de 2006 — até maio deste ano, se somado o teto da cota atualmente em vigor, seriam totalizados R$ 15 mil. Senado banca até R$ 500 mensais com despesas de telefone residencial dos parlamentares, uma das cotas que compõem a ajuda de custo (1)que eles têm direito a receber.

Governistas apostam no recesso

O comando político aliado a Luiz Inácio Lula da Silva e a José Sarney trabalha há dois dias uma série de ações que têm como objetivo principal tentar apagar o incêndio da crise sem a queda do presidente do Senado do cargo. A principal delas, anunciada ontem, foi o afastamento do ex-diretor do Senado, Agaciel Maia, por 90 dias. Embora tenha sido divulgada oficialmente como iniciativa do próprio Agaciel com a entrega inclusive de uma carta dele ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), essa saída de cena foi negociada desde a terça-feira à tarde, quando os líderes cobraram a demissão de Agaciel “a bem do serviço público”. Como Agaciel não admite sair execrado, afinal trabalhou pelos senadores, ficou acertado o afastamento temporário.

Salário alto em duas versões

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, confirmou ontem os altos salários pagos aos diretores da estatal, divulgados pelo Correio/Estado de Minas. “É isso mesmo: em 2007, o salário médio anual foi de R$ 710 mil”, disse Gabrielli em entrevista à Rádio CBN. Mas, ao tentar explicar o aumento de 90% nos vencimentos dos executivos da empresa no período de 2003 a 2007, Gabrielli acabou desmentindo a versão da própria assessoria de imprensa da estatal, divulgada no blog da empresa.

Emendas dividem o governo

Enquanto os ministros da área econômica discutem onde cortar despesas devido à queda na arrecadação, articuladores políticos do governo pressionam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a liberar R$ 1,8 bilhão em emendas parlamentares. A pedido de líderes de partidos aliados, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, apresentou a fatura à chamada junta orçamentária, grupo formado por Lula e os titulares da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo.

O Globo

Denúncia sobre neto aumenta pressão pela saída de Sarney

A situação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se agravou ainda mais depois de nova denúncia de irregularidades envolvendo outro de seus netos, agora com o negócio de crédito consignado na Casa. José Adriano Cordeiro Sarney recebeu, em 2007, autorização de seis bancos para intermediar empréstimos com desconto em folha para servidores do Senado e outros órgãos federais. Acuado, Sarney, o avô, não foi ao Congresso. De casa, divulgou nota afirmando que é alvo de “campanha midiática” por apoiar o governo Lula. A suspeita reacendeu o movimento para que o presidente do Senado deixe o cargo. Sarney está nas mãos do DEM, que, até agora, lhe garante maioria na Casa, mas pode mudar de lado. Da tribuna da Câmara, o deputado Sarney Filho (PV-MA), pai de José Adriano, defendeu o pai e o filho, e disse que não houve tráfico de influência.

Diretora de RH entrou num trem da alegria

A nova diretora de Recursos Humanos do Senado, Dóris Peixoto, foi efetivada na Casa em 1985, num trem da alegria que beneficiou 1.554 servidores sem concurso – inclusive Agaciel Maia e Roseana sarney. As nomeações são questionadas em processo judicial.

Agaciel tira licença, mas mantém salário

Responsável pela maioria dos atos secretos do Senado nos últimos 15 anos, o ex-diretor da Casa Agaciel Maia pediu afastamento do trabalho por 90 dias. Está de licença-prêmio, com salário integral e gratificações. Sua situação é considerada insustentável.

Nova diretora entrou no Senado em trem da alegria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na noite desta quinta-feira a lei sobre a regularização de terras na Amazônia, com veto ao artigo 7º, que permitia a transferência de áreas da União a pessoas jurídicas e a prepostos (que exploram a terra em nome de terceiros). Na mensagem ao Congresso, o presidente afirma que o dispositivo, incluído pelos parlamentares no texto original do governo, contraria o interesse público. O veto foi sugerido pelos Ministérios da Justiça, da Fazenda, do Planejamento, do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente.
Segundo o governo, a proposta original - prevista na medida provisória 458, enviada em janeiro para o Congresso - era viabilizar a regularização fundiária de áreas de pequeno e médio porte exploradas diretamente por seus ocupantes.

Jornal do Brasil

Morre o rei do pop

Criança prodígio dos Jackson Five nos anos 60 e ídolo de várias gerações nas décadas seguintes, Michael Jackson morre aos 50 anos. Cercado de polêmicas por acusações de abuso sexual de meninos, sonegação de impostos e uma transformação física impressionante, o personagem levou uma multidão à clínica, em Los Angeles, onde estava internado. Havia sido encontrado em casa, já em coma, sem respiração. As circunstâncias da morte não estão claras, e a necropsia inclui exames toxicológicos.

Medo da gripe toma conta das salas de aula

Sete turmas da escola de idiomas Cultura Inglesa, em Botafogo, foram dispensadas ontem por causa do medo da gripe suína. O Colégio Santo Inácio já havia suspendido suas aulas na quarta-feira.

Michael Jackson morre aos 50 anos

Michael Jackson morre aos 50 anos, diz mídia

LOS ANGELES (Reuters) - O cantor Michael Jackson, de 50 anos, morreu nesta quinta-feira, informaram o jornal Los Angeles Times o site de celebridades TMZ. O Los Angeles Times citou fontes da cidade e de segurança confirmando a morte de Jackson. "O popstar Michael Jackson foi declarado morto por médicos nesta tarde depois de chegar a um hospital em coma profundo, disseram fontes da cidade e de segurança ao Times", disse o jornal.
O TMZ afirmou: "acabamos de saber que Michael Jackson morreu."

"Michael sofreu um problema cardíaco nesta tarde e os paramédicos não conseguiram reanimá-lo. Fomos informados que quando os paramédicos chegaram Jackson não tinha pulso e eles não conseguiram restaurar a pulsação", disse o site.

Não foram divulgados mais detalhes e porta-vozes de Jackson não foram encontrados para comentar a notícia.

O Los Angeles Times informou mais cedo que o cantor havia sido internado às pressas por paramédicos do Corpo de Bombeiros que o encontraram sem respiração ao chegar na casa do músico.

Segundo o jornal, paramédicos iniciaram ressucitação cardiopulmonar no local antes de levá-lo ao UCLA Medical Center.

Jackson iniciaria uma série de shows em Londres no dia 13 de julho até março de 2010. O cantor, cujos sucessos incluem "Thriller" e "Billy Jean", estava realizando ensaios em Los Angeles nos últimos dois meses.

Os ingressos para as 50 apresentações em Londres foram vendidos em apenas algumas horas, em março.

Jackson, que iniciou sua carreira como uma estrela infantil na banda "The Jackson 5" há mais de 40 anos, tem vivido em um virtual refúgio desde sua absolvição, em 2005, de acusações de abuso de crianças.

Preocupações sobre o estado de saúde de Jackson aumentaram nos últimos anos mas os produtores dos shows de Londres, a AEG Live, disse em março que Jackson foi submetido a exames físicos de 4 horas e meia com médicos independentes.

Apontada existência de contas bancárias paralelas no Senado

Apontada existência de contas bancárias paralelas no Senado

BRASÍLIA (Reuters) - Um dia depois da divulgação de 663 atos administrativos secretos, o senador Renato Casagrande (PSB-ES), presidente da comissão de fiscalização e controle do Senado, afirmou nesta quarta-feira que solicitou ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), informações sobre duas contas bancárias paralelas à conta única do Tesouro.

A prática é inconstitucional, segundo o senador. As contas, abrigadas na Caixa Econômica Federal, somam 3,7 milhões de reais.

"Não diria que as contas são secretas, nem que conste nenhuma irregularidade em si, mas a existência delas, à margem da prestação de contas única, abre espaço para irregularidades", disse o senador a jornalistas.

Ele acrescentou que não há informações sobre quem abriu as contas, quem as movimenta e sobre sua movimentação.

Também nesta quarta-feira, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deve entrar com pedido, na direção da Casa, para que o ex-diretor-geral Agaciel Maia passe por processo disciplinar que pode levar à sua demissão.

Agaciel, afastado em março do comando administrativo do Senado após 14 anos no cargo, é apontado como um dos responsáveis pelos atos secretos, utilizados para contratar parentes e elevar salários de servidores sem a devida publicação. Mesmo afastado da direção-geral, ele segue funcionário do Senado.

(Texto de Carmen Munari)
Reuters
http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE55N0DP20090624

Resumo das noticias dos jornais de hoje – 22/06/2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Manchetes dos jornais: aumenta pressão por abertura de arquivos do Araguaia


O Estado de S. Paulo

Aumenta a pressão por abertura de todos os arquivos do Araguaia

A divulgação pelo Estado dos documentos sobre a repressão à Guerrilha do Araguaia guardados durante 34 anos pelo oficial da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o Major Curió, aumentou a pressão pela abertura de todos os arquivos sobre o conflito e também pela busca e identificação dos corpos dos guerrilheiros executados pelo regime militar. Representantes de entidades de direitos humanos dizem que a abertura do arquivo de Curió força o governo a identificar os restos de corpos retirados em 1996 e 2001 de cemitérios na região de Xambioá, onde ocorreu o conflito, entre 1972 e 1975. Dez restos de corpos esperam por identificação nos armários do Ministério da Justiça."A informação dele demonstra que os arquivos existem e que não é correta a afirmação eventual de que é difícil achar os corpos. Tem um caminho a ser percorrido para encontrar os corpos e encerrar esse capítulo obscuro e violento do País", disse o ministro da Justiça, Tarso Genro. Desde o fim do governo militar (1964-85), a falta de arquivos e de informações oficiais é apontada como obstáculos à busca dos corpos dos guerrilheiros e da revelação do que ocorreu na repressão. O secretário especial dos Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, afirmou que a entrevista de Curió deve ser aproveitada para que se corrija o rumo da expedição comandada pelo Ministério da Defesa na busca pelos corpos. Vannuchi quer que o ministro Nelson Jobim aceite a participação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, de representantes de familiares e do Ministério Público na expedição do Exército. Vannuchi pedirá, hoje, a intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ativista se diz ''chocada'' com revelações

Criméia Almeida, de 63 anos, perdeu três familiares na Guerrilha do Araguaia - o marido, o sogro e o cunhado - e hoje é uma das mais destacadas integrantes da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos. Além de ativista incansável, ela se tornou referência por causa de seu espírito investigativo. Há décadas reúne todo tipo de informação sobre a guerrilha. Sabe qual foi a trajetória de cada oficial do Exército envolvido no conflito. Esteve na região duas vezes, em busca de corpos dos desaparecidos. E empregou parte da indenização que recebeu do governo, por ter sido presa e torturada, na melhoria do seu arquivo particular.

''Não se corta erva daninha pelo caule''

A Guerrilha do Araguaia, movimento armado na selva contra o regime militar, não marcou a memória dos que viveram nos anos 1970 nas grandes cidades. Nem poderia. A censura impediu que os brasileiros soubessem da existência de uma operação de guerra na floresta amazônica. No entanto, um personagem do lado da repressão, o oficial Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o Major Curió, 74 anos, virou mito antes mesmo que a história do conflito fosse revelada com detalhes. Com a redemocratização, Curió pôs a cara para bater e tornou-se o principal representante de uma legião de militares que acompanharam em silêncio a mudança de regime. Passou os últimos 30 anos em duelo com a esquerda, mas sempre recorreu a palavras moderadas para atacar e rebater acusações. Foi como interventor do garimpo de Serra Pelada, nos anos 1980, que o líder populista de direita, como a esquerda o classifica, conquistou "massas" do sul do Pará e do sul do Maranhão, um feito que os adversários não realizaram. O capítulo da história de Curió que mais desperta interesse de aliados e inimigos, no entanto, é anterior: é o Araguaia. "Esta é a parte mais delicada", diz. Numa franqueza que impressiona até quem o conhece há anos, afirma: "Num arrozal, quando se capina, não se corta a erva daninha só pelo caule. É preciso arrancá-la pela raiz, para que não brote novamente." Admite, parecendo falar para os companheiros de farda, que "este é o momento de revelar a história".

Juiz que abriu arquivos da Abin pode ser removido

O juiz federal Ali Mazloum, que mandou Protógenes Queiroz para o banco dos réus e ordenou uma devassa nos arquivos secretos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), pode ser removido compulsoriamente da 7.ª Vara Criminal Federal, da qual é titular. Alvo de processo administrativo disciplinar em curso no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF 3), Mazloum começou a ser julgado em sessão do Órgão Especial da corte ocorrida no último dia 10. O placar contra o magistrado é arrasador - os primeiros cinco votos, puxados pelo desembargador Paulo Octávio Baptista Pereira, relator da ação, impõem a punição a Mazloum. Quatro votaram pela remoção, um pela pena de censura.

Atos favoreceram mais senadores

A investigação interna sobre os mais de 600 atos secretos do Senado vai mostrar que eles também favoreceram senadores que hoje condenam esse tipo de expediente, informaram fontes com acesso às apurações. Os parlamentares foram beneficiados por autorizações sigilosas para ampliar a cota de papel empregada no material impresso na gráfica do Senado, pela permissão e ajuda financeira para participar de palestras em viagens não oficiais e, ainda, pela nomeação de servidores. As duas primeiras medidas são permitidas pelo regimento da Casa e não configuram irregularidades, como é o caso da nomeação de parentes e outros servidores fantasmas. A suspeita é que que foram mantidos em sigilo para não expor os favorecidos e, ainda, para evitar que o exemplo fosse seguidos pelos demais parlamentares.

Renan volta, agora como ''tabelião''

Em seus bons tempos de poder, o senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007) dizia que reuniões sem a sua presença não tinham valor. Hoje, cabe ao líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), o papel de tabelião chefe do Senado: seu "carimbo" é o que empresta validade aos acordos na Casa. Ao tentar escapar da chancela do peemedebista, o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP), deu-se mal. A negociação conduzida pelo petista com os tucanos para acertar a divisão de poder na CPI da Petrobrás não passou das primeiras conversas de bastidor ao esbarrar no veto de Renan. Já o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ensaiou uma manobra para assumir a relatoria da CPI e acabou descartado por Renan, que não o perdoou pelo ato de independência.

O Globo

Senado pagou até reforma da cozinha com atos secretos

Nem só para contratações irregulares de pessoal serviram os mais de 600 atos secretos do Senado em 14 anos. A comissão de sindicância concluiu que outras decisões administrativas foram tomadas para beneficiar senadores e funcionários. Os gastos, cobertos com dinheiro público, incluem reforma de um apartamento funcional em que só a obra da cozinha custou R$ 100 mil, além de passagens aéreas e reembolso de despesas médicas fora do padrão.

Aumenta pressão por reação mais dura de Sarney

Mesmo com a blindagem do Palácio do Planalto, a avaliação feita por integrantes do governo é que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), precisará ter uma postura mais ofensiva e anunciar medidas práticas esta semana. Caso contrário, ficará numa situação delicada, com o risco até mesmo do retorno do movimento para desestabilizar sua gestão. Interlocutores alertaram Sarney de que sua entrevista na última sexta-feira foi sofrível, e que suas reações tímidas não surtiram o efeito esperado. No fim de semana, vários senadores demonstraram estar surpresos com a repercussão da crise em suas bases eleitorais e começaram a pressionar Sarney. Já há consenso de que não há mais como segurar o diretor-geral Alexandre Gazineo. Além disso, cresceu a pressão para o afastamento do ex-diretor Agaciel Maia. Sarney quer esperar o retorno do 1 secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), esta semana, para discutir medidas.

Comissão propõe cancelar todos os 34 contratos

A comissão técnica do Senado que apura irregularidades no fornecimento de mão de obra terceirizada vai recomendar que sejam encerrados todos os 34 contratos hoje em vigor, havendo ou não irregularidades, e que haja licitações para contratar novas empresas. A expectativa é que, até agosto, seis contratos tenham sido cancelados e refeitos, e que em um ano todos os atuais vínculos com empresas de terceirização de mão de obra sejam cancelados. A recomendação da comissão técnica de novas licitações para todos os contratos tem como objetivo evitar irregularidades já detectadas, como superfaturamento e número excessivo de funcionários.

MEC: 4 estados gastam menos do que deveriam

Um estudo do MEC revela que quatro governos estaduais - Rio Grande do Sul, Paraíba, Sergipe e Mato Grosso - e 165 prefeituras aplicaram, em 2008, menos de 25% de sua receita em educação, contrariando a Constituição. Em Santana do Matos (RN), cidade que menos investiu (apenas 2,06% do orçamento), os alunos são transportados na carroceria de caminhões e boa parte das escolas precisa de reformas.

Identificadas 11 vítimas de acidente aéreo

Onze mortos no acidente com o voo 447 da Air France já foram identificados: dez são brasileiros. As equipes de resgate já encontraram 50 corpos das 228 pessoas a bordo.

Exportações vão encolher US$ 4 trilhões

A crise fará com que o volume mundialmente exportado encolha US$ 4 trilhões este ano, segundo estimativas da Funcex, especializada em comércio exterior. A redução equivale a 25% das vendas globais e, com isso, o mundo voltará ao patamar de 2006, quando exportou US$ 11,9 trilhões. Medidas protecionistas devem agravar a situação e prejudicam a retomada econômica do Brasil.

Ocidente faz pressão sobre o Irã

No dia em que prisões em massa contiveram a onda de protestos no Irã, Alemanha, França e Grã-Bretanha pressionaram o governo iraniano por liberdade de manifestação. Houve protestos em várias capitais. A chanceler Angela Merkel pediu recontagem de votos e o governo francês condenou a repressão. O presidente do Irã acusou os EUA e a Grã-Bretanha de interferência.

Folha de S. Paulo

Ato secreto elevou salário de ex-diretor-geral do Senado

O ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia teve seus vencimentos elevados nos últimos anos por uma série de medidas chanceladas por ele próprio - algumas estão incluídas na lista dos atos secretos da Casa. De acordo com informações prestadas à Receita Federal pelo Senado, às quais a Folha teve acesso, Agaciel recebeu R$ 415 mil em 2006. Se fosse feita uma média considerando 12 meses mais o 13º, ele teria recebido R$ 31.900 de remuneração mensal - valor mais alto do que o teto do funcionalismo público, o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal, de R$ 24.500. Pelos dados repassados ao fisco, o 13º salário de Agaciel foi de R$ 25.844 naquele ano. Em 2007, ele embolsou um pouco menos, R$ 389 mil - média de R$ 30 mil mensais. Procurado desde sexta-feira, Agaciel disse ontem à noite que todos os seus vencimentos estão de acordo com a lei e que muitos dos benefícios por ele recebidos não são considerados para o cálculo do teto salarial do funcionalismo. Ele disse ainda que todos os benefícios e extras incorporados a seu salário-base também foram pagos aos demais servidores.

Servidora diz que vai "falar a verdade" sobre atos

A chefe de gabinete da Secretaria de Recursos Humanos do Senado, Ana Lúcia Gomes de Melo, afirmou ontem que vai colaborar com as investigações sobre a responsabilidade dos ex-diretores Agaciel Maia (Diretoria Geral) João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) no uso de atos secretos na Casa. Chefe de gabinete de Zoghbi, Ana Lúcia foi mantida no posto pelo novo diretor, Ralph Siqueira. Na sexta-feira, foi instalada uma nova comissão de sindicância depois que o chefe do Serviço de Publicação do Boletim de Pessoal, Franklin Paes Landim, contou à Folha que Agaciel e Zoghbi davam ordens para "guardar" atos.

Em "semana chave", Sarney tenta conter crise contínua

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), considera esta uma "semana chave" para tentar superar a crise instalada na Casa desde sua posse, em fevereiro deste ano. Para sair da defensiva, diante das acusações seguidas de nomeações de parentes, ele planeja adotar medidas da reforma administrativa do Senado anunciada anteriormente.
Sarney pode anunciar amanhã, por exemplo, a troca do diretor-geral da Casa, Alexandre Gazineo. Dentro de sua estratégia de conquistar apoio dos colegas, deve escolher o substituto em comum acordo com os demais membros da Mesa Diretora do Senado e submeter o nome ao plenário.
Esta foi uma das oito propostas apresentadas na semana passada por um grupo de senadores, classificadas por eles como essenciais para o Senado contornar a atual crise. Sarney também quer definir amanhã com a Mesa Diretora a implementação de outras medidas: auditoria externa em contratos e um plano de redução do número de funcionários.

Prefeito demite secretário após vídeo com suspeita de caixa 2

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), demitiu um secretário municipal e dois servidores que ocupavam cargos de confiança, em meio à divulgação de um vídeo que compromete políticos que o apoiaram em 2008. Segundo o jornal "Gazeta do Povo", um vídeo gravado em 2008 mostra candidatos a vereador do PRTB recebendo dinheiro que não foi contabilizado na campanha. O "Fantástico" exibiu ontem trechos da gravação. Durante o processo eleitoral, 28 candidatos a vereador do partido em Curitiba desistiram de concorrer e preferiram apoiar Richa a Fabio Camargo (PTB). Todos acabaram expulsos do PRTB. Na última quinta-feira, foram demitidos o secretário municipal de Assuntos Metropolitanos, Manassés Oliveira, o superintendente da secretaria, Raul D'Araújo Santos, e Alexandre Gardolinski, que trabalhava na Secretaria do Trabalho. É ele quem aparece no vídeo entregando dinheiro, diz a "Gazeta do Povo".

Petrobras tira gerente que gastou R$ 151 mi

Demitido por justa causa por suspeitas de desvio de recursos, o ex-gerente da Petrobras Geovane de Morais estourou o orçamento de sua área em 2008, ano de eleições municipais, em quatro vezes. Ele gastou, sem licitação nem autorização formal, R$ 120 milhões a mais do que o previsto. Conforme a Folha revelou, entre as empresas beneficiadas por Morais estão duas produtoras de vídeo que trabalharam nas campanhas do governador Jaques Wagner (PT-BA) e de duas prefeitas do PT.
As produtoras receberam R$ 4 milhões em 2008, sendo R$ 1,5 milhão para filmar festas de São João e Carnaval na Bahia. Ligado à ala do PT baiano oriunda do sindicato dos petroleiros e químicos do Estado, Morais tinha um orçamento na comunicação do Abastecimento de R$ 31 milhões para o ano passado. Contudo, fez pagamentos de R$ 151 milhões.

Estatal diz que apura se houve irregularidade

A Petrobras informou que já esperava um estouro na previsão orçamentária da gerência de Comunicação do Abastecimento em 2008, devido a novos empreendimentos acompanhados pela área, como o Complexo Petroquímico do Rio e a refinaria Abreu e Lima (PE).
Contudo, a estatal admitiu que Geovane de Morais foi demitido por justa causa, entre outros fatores, por ter liberado "pagamentos acima do limite previsto para sua gerência" e por ter extrapolado "a previsão orçamentária de 2008". "Caso a análise em curso identifique irregularidades, a Petrobras adotará as medidas judiciais cabíveis", diz a empresa. Morais não foi localizado.

Desembargador do TJ-AM é acusado de fraudar decisões

Inconformada com decisões suspeitas do desembargador Jovaldo dos Santos Aguiar, do Tribunal de Justiça do Amazonas, a advogada paulista Alessandra Camargo Ferraz denunciou o magistrado ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e sustentou as alegações em audiência pública, em Manaus. Aguiar foi acusado de fraudar a distribuição de processos, retardar ou apressar julgamentos para favorecer amigos e proferir decisões absurdas, como a indevida modificação de uma ordem judicial de São Paulo. Em sessão aberta, Alessandra foi ouvida pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, que dividia a mesa com o juiz a quem ela denunciara. A advogada deixou o tribunal sob escolta.

Corregedor não participou de fraude, diz defesa

"O desembargador Jovaldo [dos Santos Aguiar] foi submetido à execração pública. Houve julgamento sumário e condenação sumária", diz o advogado Délcio Luiz Santos, que defende o corregedor. Segundo o advogado, "uma auditoria entendeu que ele não teve qualquer participação em fraude de distribuição processual, e o relatório da Polícia Civil diz a mesma coisa". A defesa de Aguiar prepara um mandado de segurança para ser impetrado no Supremo Tribunal Federal, sob a alegação de irregularidades no julgamento que afastou o juiz.

Procuradoria Militar reabre apuração sobre desaparecidos

O Ministério Público Militar reabriu investigações sobre desaparecidos políticos no regime militar (1964-1985). A Procuradoria Geral da Justiça Militar encaminhou no início deste mês um ofício ao comando do Exército solicitando informações sobre a composição e as atribuições dos oficiais do DOI-Codi de São Paulo -órgão repressor da ditadura militar- no período de 1971 a 1976. A reabertura dos casos foi realizada com base na tese, sustentada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, de que sequestros de pessoas não encontradas, vivas ou mortas, são crimes em andamento -os chamados crimes permanentes, segundo juristas.

Correio Braziliense

É um lixo só

Verde para vidro. Vermelho vai o plástico. No amarelo, o metal. O arco-íris do lixo ecologicamente correto é ignorado nas barbas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As faixas coloridas dos contêineres estacionados em frente à sede provisória do poder no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) são decorativas. As moscas, abelhas e pombos que circundam os restos da burocracia denunciam a mistura de comida com vidro, plástico, metal, apesar de uma resolução federal obrigar o poder público a separar os resíduos e de o governo gastar milhões de reais para divulgar os benefícios da coleta seletiva. As caçambas que guardam os restos do que se produz pelo mais alto escalão provam que o governo não se preocupa em cumprir a lei ou mesmo em dar o exemplo. Torra muito dinheiro com o argumento de divulgar as vantagens da reciclagem do lixo — estão previstos R$ 220 milhões para a causa em 2009 , mas é incapaz do básico: separar os resíduos secos dos molhados. A resolução 275 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, de abril de 2001, obriga os órgãos públicos a fazer a classificação dos detritos por um cardápio de cores.

Casa de ferreiro, espeto de pau

Quatro mil árvores abastecem todo mês a burocracia da Esplanada dos Ministérios. Essa é a matéria-prima usada para produzir as 100 toneladas de papéis que circulam nos gabinetes e, em seguida, vão parar nas latas de lixo. As montanhas de documentos todos os dias rejeitados em contêineres oficiais denunciam dois problemas: o volume de papel desperdiçado e a incoerência do poder público, que prega a coleta seletiva, mas não a prática. A quantidade de árvores derrubadas para servir aos gabinetes oficiais é maior que todo o esforço feito de outubro do ano passado até hoje para reflorestar o Parque da Cidade. No período foram plantadas 3 mil sementes no local.

Apetite renovado

Os deputados comilões estão contando os dias para voltarem a gastar com alimentação em Brasília. E a festa já tem data marcada: 1º de julho, quando entra em vigor a unificação das cotas disponíveis para os parlamentares. Os gabinetes trabalham com a certeza de que o ato número 43 da Mesa Diretora, responsável pela Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, liberou a farra com a comida. Reportagem do Correio mostrou ontem que 21 deputados gastaram em maio e junho com alimentação em Brasília. Desses, só nove admitiram a irregularidade e anunciaram que devolveriam o dinheiro aos cofres públicos. O restante dos deputados que supostamente usaram a verba indenizatória ilegalmente jogou a culpa na Câmara por aceitar a nota fiscal.

Uma “mãe” para servidores

O ano no Senado Federal tem 15 meses. Pelo menos na bilionária folha de pagamento da Casa. Carinhosamente apelidada de “mãe” pela quantidade de gratificações e horas extras distribuídas, ela também reserva espaço para os 14º e 15º salários. Em valores atuais, o adicional depositado na conta dos 81 senadores custa aos cofres públicos cerca de R$ 2,7 milhões anuais. Dinheiro que fica miúdo se comparado ao que é pago aos servidores. Desde 2007, segundo informações da execução orçamentária consultados pelo Correio, o desembolso soma R$ 291,7 milhões. Somente no ano passado, isso representou uma despesa média de R$ 24,3 mil por funcionário. Os 14º e 15 º salários são chamados de “auxílio paletó”, uma verba repassada aos senadores no início e no fim do ano legislativo.

Jornal do Brasil

Dez brasileiros do voo 447 são identificados

Em mais um doloroso capítulo da tragédia do voo 447 da Air France, os médicos legistas identificaram 11 dos 49 corpos localizados no Oceano Atlântico, que estão no Instituto Médico Legal (IML) do Recife – 10 são de brasileiros e um estrangeiro. Entre os brasileiros, cinco são do sexo masculino e cinco do feminino. O único estrangeiro identificado até o momento é um homem. As famílias das vítimas foram comunicadas pelos Superintendentes Regionais da Polícia Federal entre sexta-feira e o sábado (20). De acordo com eles, os parentes pediram que os nomes dos mortos não fossem divulgados.

Em dois dias, 84 novos casos de gripe no país

O Ministério da Saúde confirmou ontem mais 35 novos casos da gripe A (H1N1) no Brasil, sendo quatro no Rio. Somados aos 49 divulgados no sábado, foi um total de 84 novos infectados no país em um fim de semana. O número total de ocorrências confirmadas já atinge 215 - sendo 23 transmitidos dentro do país. Segundo os médicos, todos os novos pacientes estão passando bem.

Resumo das noticias dos jornais de hoje – 18/06/2009

Atos secretos no Senado chegam ao total de 650

O Estado de S. Paulo

Atos secretos no Senado chegam ao total de 650

A comissão de sindicância que analisa os atos secretos do Senado já detectou cerca de 650 decisões mantidas sob sigilo nos últimos anos. A equipe de trabalho pretende adotar, em seu relatório final, o termo "boletins não publicados" e recomendar uma investigação sobre cada ato para saber os motivos que levaram à sua não divulgação. O relatório deve sugerir ainda que a análise sobre o significado de cada ato e os motivos de seu sigilo - erro técnico ou proteção intencional - seja feita por órgãos de dentro do Senado, como Advocacia-Geral e Secretaria de Controle Interno, e também de fora da Casa, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pressionou nos últimos dias para que a expressão "ato secreto" fosse retirada da conclusão final da comissão. Mergulhado numa crise após o Estado revelar a existência dos documentos, o senador pediu que a investigação apontasse para um erro técnico no sistema interno do Senado.

Sarney não pode ser ''tratado como pessoa comum'', diz Lula

Do Casaquistão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu ontem em defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que o parlamentar não é "uma pessoa comum" e questionou a veracidade das denúncias sobre a criação de cargos e nomeação de parentes por atos secretos. A fala foi afinada com o discurso feito no dia anterior por Sarney, da tribuna, no qual ele se esquivou do escândalo, alegando que a responsabilidade é coletiva, ou seja, dos senadores e da Casa. Na entrevista, antes de embarcar em Astana, capital do Casaquistão, última etapa de sua turnê pela Europa e Ásia Central, Lula criticou o "processo de denuncismo" e afirmou que não sabe "a quem interessa enfraquecer o Legislativo".

Senador repete discurso da véspera e despista cobranças

Horas antes de receber um ultimato de um grupo de parlamentares para promover no prazo de uma semana a eleição de um novo diretor-geral para o Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), repetiu o discurso do dia anterior: lançou mão novamente de sua biografia, para tentar escapar de denúncias que atingiram a sua imagem e a do Senado. Ele começou o dia em uma solenidade na sala contígua a seu gabinete, onde foi lançada uma campanha publicitária para melhorar a imagem do Congresso. Não disse sequer uma palavra sobre reformar a estrutura administrativa do Senado, que permitiu a proliferação de atos secretos. Mais tarde, já no plenário, foi frontalmente cobrado por senadores, que clamam por mudanças imediatas na Casa.

Em sigilo, Senado demitiu irmão do seu presidente

Um irmão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi exonerado, por meio de ato secreto, de um cargo de confiança da Casa. A demissão do escritor e advogado Ivan Sarney (PMDB) saiu só agora no sistema interno do Senado, mas com data de 30 de abril de 2007. Ele se soma a outros seis parentes de Sarney que estão ou passaram discretamente pela folha de pagamento do Senado nos últimos anos, além de dois afilhados políticos. Vereador de São Luís entre 1992 e 2004, Ivan, de 64 anos, foi acomodado no dia 5 de maio de 2005 na Segunda Secretaria do Senado, então ocupada pelo senador João Alberto (PMDB-MA), hoje vice-governador do Maranhão. Na época da nomeação, Ivan era suplente de vereador na capital maranhense. Sua nomeação no Senado foi pública, misturada a outros 26 atos, em um mesmo boletim.

Casa aprova indicado de Mendes para CNJ com o mínimo de votos

Após votação acirrada em dois turnos, o professor de direito Marcelo Neves venceu a disputa pela indicação do Senado para uma vaga no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Mas a vitória deve ser comemorada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que trabalhou publicamente pela indicação de Neves e chegou a trombar com líderes do DEM e PSDB. Marcelo Neves obteve 41 votos, o mínimo necessário para ser indicado. Contou com o apoio de líderes governistas, além do patrocínio de Mendes. O segundo colocado, o advogado Erick Pereira, que tinha como principais apoiadores os líderes do DEM, José Agripino (RN), e do PSDB, Arthur Virgílio (AM), obteve apenas 20 votos e saiu derrotado. A confusão em torno da indicação começou quando o presidente do STF e o governo decidiram intervir na disputa. Até aí, Pereira era o favorito, por reunir o apoio dos líderes dos principais partidos, incluindo o PT, PMDB, PSDB e DEM.

Senadores querem saída de diretor em uma semana

Exatas 24 horas depois de o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), subir à tribuna para dividir com seus pares a responsabilidade pela crise que abala a instituição, um grupo de oito senadores do PSDB, PMDB, PT e PDT cobrou-lhe, de público, a adoção de medidas administrativas que ele ficara devendo no discurso. Os parlamentares querem a demissão do diretor-geral da Casa e de toda a atual diretoria e deram uma semana de prazo para que Sarney indique o substituto de Alexandre Gazineo. Embora a cobrança com prazo fixo soe como um ultimato, o grupo deixou claro que não há qualquer ameaça de tirar Sarney do cargo. "Queremos resolver o impasse, mas não é uma reunião para decapitar Sarney. Queremos repensar o Senado", afirmou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Senado abre caminho para PEC dos vereadores

O plenário do Senado aprovou ontem emenda à Constituição que reduz o porcentual de repasse de recursos para as câmaras municipais. A aprovação da proposta foi comemorada por meia centena de suplentes de vereadores que encheram as galerias do plenário do Senado, porque abre caminho para a promulgação da emenda constitucional que aumenta em 7.343 o número de vereadores em todo o País. A emenda foi aprovada a toque de caixa em dois turnos de votação pelo plenário do Senado, antes de seguir para apreciação da Câmara. No primeiro turno foram 62 votos a favor e apenas quatro contra. No segundo turno, 56 senadores votaram a favor e 6 contra.

Lula leva 8 ministros a mutirão na Amazônia

Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de oito ministros - mas com o cuidado de não pôr no mesmo palanque Carlos Minc (Meio Ambiente) e Reinhold Stephanes (Agricultura), que vivem às turras -, o governo lança amanhã em três locais diferentes um grande mutirão que pretende levar para a Amazônia linhas de crédito, facilidades burocráticas para a regularização fundiária, assistência técnica especializada e difusão de tecnologias. Lula, Minc, José Pimentel (Previdência) e o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendini, ficarão em Alta Floresta, município amazônico a 830 quilômetros ao norte de Cuiabá (MT); Dilma Rousseff (Casa Civil), Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) e Márcio Fortes (Cidades) vão para Porto Velho (RO); Stephanes, Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), Altemir Gregolin (Pesca) e o presidente do Banco da Amazônia, Abdias Júnior, estarão em Marabá (PA), a cerca de 800 quilômetros ao sul de Belém. Das cerimônias participarão ainda os governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi (PT), de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido) e do Pará, Ana Júlia (PT).

Ruralistas tentam preservar MP

A proximidade da sanção da medida provisória que regulariza as posses de até 1,5 mil hectares na Amazônia deu início a um movimento de pressão em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a favor e contra vetos, e a uma guerra de cartas e e-mails. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) iniciou ontem um bombardeio que pode chegar a 1 milhão de cartas e e-mails ao presidente para pedir que nada seja vetado. Já a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) mandou carta ao presidente pedindo vetos à MP. Antes, a senadora Marina Silva (PT-AC) e 23 procuradores da República que atuam na Amazônia solicitaram a Lula, por meio de cartas, veto a artigos que consideram prejudiciais à região, como os que permitem a venda das posses para empresas, o que libera o uso de um preposto e o que reduz de dez para três anos o prazo exigido para que uma propriedade legalizada possa ser vendida. O documento da Contag mandado a Lula faz pedidos muito parecidos aos de Marina e dos procuradores da República.

União indeniza camponês do Araguaia

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça anuncia hoje, em São Domingos do Araguaia (PA), a conclusão de 91 processos de anistia política e pedidos de indenização em favor de camponeses perseguidos pelo Exército durante a repressão à guerrilha do Araguaia (1972-1975). São pessoas que não participaram dos combates, mas foram perseguidas pelo Estado e que tiveram de esperar décadas para serem reparadas. Sem vínculos com a guerrilha ou o Exército, muitas famílias de camponeses perderam terras e filhos e hoje cobram uma reparação. Um dos atingidos pela repressão à guerrilha e que pede indenização é Eduardo Rodrigues, que vivia com a família num sítio na Faveira, povoado próximo a São Domingos do Araguaia, onde atuou o Destacamento A da guerrilha.

Bancada paulista do PT resiste a Ciro

Em meio à crise que se abriu no PT paulista, a bancada do partido na Assembleia Legislativa engrossou ontem o coro contra a possibilidade de apoio a uma eventual candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo estadual. Reunidos na manhã de ontem, os deputados fecharam posição em favor da candidatura própria do PT ao Palácio dos Bandeirantes. A decisão dá caráter formal às reações que surgiram no partido nos últimos dias. "Constrange um pouco o PT a ideia de importar um candidato para uma eleição tão importante", afirmou o deputado estadual Simão Pedro, ex-líder do PT na Assembleia. Segundo o deputado Roberto Felício, petistas já planejam elaborar um novo documento em defesa da candidatura própria, para se somar a uma resolução aprovada pelo Diretório Estadual em abril. "Já me comprometi a assinar." Para manifestar a posição, a bancada escolheu o momento em que se reunia com o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, que já anunciou sua pré-candidatura.

STF derruba diploma para jornalista

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou ontem, por 8 votos a 1, a exigência de diploma de jornalista para exercer a profissão. Essa obrigatoriedade tinha sido imposta por um decreto-lei de 1969, época em que o País era governado pela ditadura militar. Relator do caso no STF, o presidente do tribunal, Gilmar Mendes, disse que o jornalismo é uma profissão diferenciada, que tem vinculação com o exercício amplo das liberdades de expressão e de informação. Segundo ele, exigir o diploma de quem exerce jornalismo é contra a Constituição, que garante essas liberdades. A exigência do diploma já estava suspensa desde 2006, por uma liminar concedida pelo STF. "O jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da informação de forma contínua, profissional e remunerada. Os jornalistas são aquelas pessoas que se dedicam profissionalmente ao exercício pleno da liberdade de expressão. O jornalismo e a liberdade de expressão, portanto, são atividades imbricadas por sua própria natureza e não podem ser pensadas e tratadas de forma separada", afirmou Mendes.

Folha de S. Paulo

Lula defende Sarney e critica o "denuncismo" da imprensa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rechaçou o que chamou de "denuncismo" em torno dos escândalos no Senado e saiu em defesa do presidente da Casa, José Sarney, que na véspera havia afirmado que não era responsável pela crise. Lula questionou a veracidade das revelações de irregularidades no Senado, mas pediu uma "investigação séria". O presidente também fez um alerta à imprensa, afirmando que, ao questionar as práticas do Congresso, sua própria credibilidade poderá ser abalada. As declarações foram feitas pouco antes de Lula embarcar de volta ao Brasil de Astana, capital do Cazaquistão, onde encerrou uma viagem que incluiu passagens por Suíça e Rússia. "Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias, porque ele não tem fim, e depois não acontece nada", disse Lula.

Em 86, petista acusou Sarney de ser "grileiro"

O discurso do presidente Lula em relação ao Congresso mudou à medida que o petista trocou a oposição pelo governo. Em 1993 ele declarou que, "de todos os deputados no Congresso, pelo menos 300 são picaretas".
Repetiu a crítica em 1994 ("Aquilo que eu falei de 300 é um pouco mais") e 1998 ("Uma vez falei que havia uns 300 picaretas no Congresso, mas a coisa só piorou"). Em 2002, com a vitória à vista, a retórica mudou.
Aceitou o apoio do senador José Sarney, a quem havia chamado de "grileiro", em 1986 ("Sarney não vai fazer reforma agrária coisa nenhuma, porque ele é grileiro no Estado do Maranhão"), e de "ladrão", em 1987 ("Adhemar de Barros e Maluf poderiam ser ladrões, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República").

Para Lula, "ruim com eles, pior sem eles"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa de José Sarney para evitar o progressivo enfraquecimento político do grupo peemedebista que sustenta o governo no Senado. Nas palavras de um auxiliar direto do presidente, "ruim com eles, pior sem eles". Fulanizando, "eles" são Sarney e o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros. Lula depende do PMDB, dono da maior bancada no Senado, para evitar tropeços numa Casa do Congresso na qual tem maioria instável desde o primeiro mandato.
Não interessa a Lula o enfraquecimento de Sarney e Renan. Nas ocasiões em que isso aconteceu, "o governo pagou o pato", recorrendo novamente às palavras de um auxiliar direto do presidente.

Senadores fazem lista de exigências a Sarney

Aproveitando o momento de fragilidade do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), um grupo de senadores decidiu apresentar uma lista de reivindicações para forçá-lo a adotá-las em nome da superação da atual crise. Foram listadas oito propostas, que incluem o corte de pessoal, a demissão do diretor-geral, a redução de benefícios e uma auditoria externa. As sugestões foram elaboradas por oito senadores de PSDB, PDT, PSB, PT e PMDB. "Avaliamos que é nossa função acelerar mudanças na Casa. Sem cobrança, elas não virão. Este é o momento", afirmou Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB. Várias das sugestões apresentadas são genéricas.

Em 14 anos, Senado teve 623 atos secretos

O Senado já contou 623 atos secretos na Casa entre 1995 e 2009. Os dados são da comissão interna de três servidores criada para investigar o caso. O relatório final deverá ser divulgado na semana que vem.
Anteontem à noite, o documento foi levado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pela presidente da comissão, Doris Peixoto, que também é a diretora-geral adjunta da Casa. A intenção era divulgar o relatório ainda esta semana, mas foi atrasada por causa do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que se recupera de uma cirurgia em São Paulo e só deve voltar para Brasília na semana que vem.

Relator pede a cassação de deputado dono de castelo

O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) recomendou ontem a perda de mandato do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) no Conselho de Ética da Câmara. O petista é o relator do caso. O pedido de perda de mandato aconteceu pois Fonteles entendeu que Edmar Moreira fez mau uso da verba indenizatória, valor mensal a que os deputados têm direito para despesas do mandato no Estado. Moreira, dono de um castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões no interior de Minas, usou notas de suas próprias empresas de segurança para justificar os gatos de R$ 230,6 mil, entre 2007 e 2008, com a verba. Ele não quis comentar o relatório.
"A quebra do decoro não implica, necessariamente, a existência de conduto delituosa do ponto de vista penal. (...) O Juízo sobre o decoro é de natureza eminentemente ético-política, sendo moldado pelo sentimento social do que se deva considerar como ético, moral, correto num determinado momento histórico", avaliou Fonteles.

STF revoga a exigência de diploma para jornalismo

O Supremo Tribunal Federal derrubou ontem por 8 votos a 1 a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. O STF julgou que o decreto-lei 972 de 1969, que exige o documento, é incompatível com a Constituição de 1988, que garante a liberdade de expressão e de comunicação. É a segunda decisão importante na área da comunicação tomada pelo STF neste ano. Em 30 de abril, o tribunal também revogou a Lei de Imprensa, editada em 1967, durante a ditadura, pelas mesmas razões. O Ministério Público Federal e o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo entraram com uma ação contra a obrigatoriedade do diploma e, em 2001, a 16ª Vara de São Paulo anulou a exigência, restabelecida em 2003 pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

Para Ciro, candidatura em SP é "fofoca forte"

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) chamou de "fofoca forte" a cogitação de uma eventual candidatura sua ao governo de São Paulo e afirmou que o presidente Lula erra ao pensar que sua popularidade vai se transformar em votos para a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) em 2010.
Em Porto Alegre, Ciro disse que os rumores de que pode disputar o governo paulista são alimentados por interessados em que Dilma seja a única presidenciável do campo lulista. Mas Ciro não afastou a hipótese da disputa estadual.

Governo indenizará moradores do Araguaia

O governo Lula pedirá hoje a 91 moradores da região do Araguaia, no Pará, perdão por crimes cometidos contra eles há três décadas pelos militares que combatiam na selva amazônica a guerrilha organizada pelo então clandestino PC do B. Cada um receberá até R$ 100 mil de indenização. O pedido de desculpas será apresentado em praça pública, na cidade de São Domingos do Araguaia (540 km ao sul de Belém), pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, e pelo presidente da Comissão de Anistia do governo, Paulo Abrão Júnior. Os 91 -a maioria com idade entre 70 e 80 anos- foram selecionados em um grupo de 287 moradores da região do Araguaia, que inclui o sudeste do Pará, o sul do Maranhão e o norte de Tocantins. Eles foram interrogados pela Comissão de Anistia em 2007 e 2008. Será a primeira vez que camponeses sem ligação com movimentos sociais ou partidos receberão esse tipo de indenização.

Oposição a Serra é derrotada em sessão de estreia de CPI

Definida pela oposição ao governo José Serra (PSDB) como "a primeira CPI a investigar o governo tucano em uma década", a Comissão Parlamentar de Inquérito da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) teve sua primeira sessão, ontem, dominada pelos aliados do governador. Nenhum dos quatro requerimentos pedidos pela oposição -todos de convite a autoridades ligadas a investigações de irregularidades na CDHU- foi aprovado. Aliados de Serra dominam a CPI, com 7 dos 9 integrantes, e ocupam os principais cargos. O presidente é José Augusto da Silva Ramos (PSDB), o vice, Milton Flávio (PSDB), e o cargo de relator ficou com Roberto Morais (PPS), também da base de apoio.

Comissão da Câmara aceita projeto que reabre bingos

O lobby do jogo venceu ontem mais uma batalha em sua guerra pela legalização no país, com a aprovação, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, do projeto que autoriza a volta de bingos, videobingos e videoloterias. Os cassinos, também previstos na proposta original, foram vetados pela bancada do governo federal. Para que os bingos sejam legalizados, o projeto ainda precisa de aprovação da Comissão de Constituição e Justiça e do plenário da Câmara, além de todo o trâmite nas comissões e no colegiado do Senado, antes de ir à sanção presidencial. O projeto aprovado ontem teve intensa participação da Abrabin (Associação Brasileira dos Bingos) e o empenho pessoal do deputado federal Paulinho Pereira da Silva (PDT-SP).

TCU aponta mais irregularidades no Pan, e Congresso cria Ato Olímpico

No mesmo dia em que o projeto da Rio-16 foi apresentado na Suíça, o Tribunal de Contas da União voltou a apontar irregularidades nos gastos para a organização do Pan do Rio-07. Desta vez, os problemas aparecem em contratações de empresa para a montagem de instalações provisórias. São dois contratos, um celebrado pelo Ministério do Esporte e outro pelo governo do Rio. Dentre os problemas levantados pelo TCU está a compra de 1.628 equipamentos de ar-condicionado e instalação de apenas 813. Há também suspeita de pagamento em duplicidade de taxas de administração. Segundo o tribunal, pode haver falhas nas concorrências. Há suspeita de conluio entre as empresas que participaram da pesquisa de preços para a concorrência do Ministério do Esporte. No contrato do governo do Estado, havia proposta de menor na valor na pesquisa de mercado realizada. Ela não foi aceita, sem explicação.

O Globo

Lula defende Sarney e faz críticas a denuncismo

Em visita ao Cazaquistão, o presidente Lula saiu em defesa do aliado presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que na véspera alegara que a crise da Casa é da instituição e não dele. Lula atacou o que chamou de "política de denuncismo”, numa crítica à imprensa, e afirmou que Sarney "tem história suficiente para que não seja tratado como uma pessoa comum". Ontem, foi descoberto que, além de um neto e sobrinhos, uma prima e uma sobrinha do marido da governadora Roseana Sarney (PMDB) foram contratadas pelo Senado. Também por atos secretos.

... e reforça apoio a Ahmadinejad

Na contramão das democracias ocidentais e ao lado de China, Rússia, Venezuela e Coreia do Norte, Lula voltou a defender a controversa reeleição do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Irã aperta cerco e prende 200

O governo iraniano apertou o cerco a blogueiros, jornalistas e opositores, e ameaçou manifestantes com pena de morte. Pelo menos 200 ativistas foram presos. O acesso a celulares foi limitado e a velocidade de conexão da internet, reduzida. Sites foram bloqueados. Ainda assim, milhares de pessoas desafiaram as autoridades e voltaram às ruas, em manifestações silenciosas para protestar contra o resultado das eleições que deram vitória ao presidente Ahmadinejad. Sem vistos renovados, jornalistas estrangeiros abandonam o país, privando o mundo de uma cobertura independente.

País pode ter mais 7 mil vagas de vereador

Graças a um acordo de líderes, o Senado aprovou em dois turnos proposta de emenda constitucional que abre brecha para a recriação de 7.343 vagas de vereadores extintas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os repasses para as câmaras foram reduzidos. A proposta volta agora à Câmara.

Comissão da Câmara aprova legalização do bingo

Por ampla maioria e com apoio da base do governo, a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovou ontem a legalização do bingo no país, cinco anos após o presidente Lula editar medida provisória proibindo a atividade - e que foi derrubada pelo Senado. Dos 31 parlamentares que votaram, apenas cinco se manifestaram contra e 26 foram favoráveis. Pelo texto, a casa de bingo poderá explorar a modalidade de cartela e também as máquinas caça-níquel, mas só dentro do estabelecimento. As casas de bingo terão de funcionar a uma distância de, pelo menos, 500 metros de igrejas e escolas. As fachadas terão de ser discretas, sem luzes em exagero ou neon muito colorido. O projeto ainda será votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

STF derruba diploma para jornalismo

Por oito votos a um, o Supremo Tribunal Federal derrubou a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista. Para a maioria dos ministros, o diploma obrigatório é inconstitucional.

Um ano de Lei Seca: desafio é fiscalizar

Dados do Ministério da Saúde mostram que, com um ano de Lei Seca, as mortes no trânsito caíram 22,5% nas capitais. Mas ainda há desafios, como aumentar a fiscalização em cidades menores.

Planalto apoia volta do bingo e caça-níqueis

Com apoio dos governistas, comissão da Câmara aprovou a legalização dos bingos, que poderiam também operar caça-níqueis. Estão proibidos há 5 anos por MP.

Correio Braziliense

Álcool causa 60% das mortes de motoristas

Pesquisa realizada pelo Instituto de Medicina Legal (IML-DF) indica que a maioria dos condutores que perderam a vida em acidentes de trânsito dirigiam seus carros sob o efeito de bebidas alcoólicas. A convite do Correio, quatro pessoas fizeram um este no Kartódromo do Guará, sob supervisão do Detran e do IML: beberam e tentaram levar seus carros pelo circuito de corridas, montado com obstáculos que simulavam situações encontradas nas ruas do Distrito Federal. Todas apresentaram alterações, cometeram erros e foram reprovadas pelos especialistas.

A turma do Sarney

Oito parentes ou pessoas ligadas ao presidente do Senado foram nomeados por meio de atos secretos. Parlamentares cobram afastamento de toda a direção da Casa.

Cai diploma de jornalista

Ministros do STF entendem ser desnecessário curso superior para profissionais da imprensa. Gilmar Mendes comparou jornalistas a chefes de cozinha.

STF abre vagas para estudantes da rede pública

São 60 oportunidades para alunos do último ano do ensino médio no Supremo Tribunal Federal, com remuneração de R$ 360.

Servidores têm reajuste ameaçado

Queda na arrecadação abre rombo de R$ 63 bilhões no caixa do governo federal, e ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admite cortes no Orçamento que podem afetar aumentos já aprovados.

Jornal do Brasil

Lei Seca poupou 796 vidas e R$ 6,9 bilhões

O balanço do primeiro ano de vigência da Lei Seca confirma sua eficácia: protegeu vidas e dinheiro público gasto com acidentes de trânsito, entre despesas hospitalares, remoções e reparações de veículos, seguro e gastos judiciais e previdenciários. Órgãos públicos e privados do país gastam, anualmente, cerca de R$ 30 bilhões com essas despesas. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o número de internações de vítimas do trânsito em hospitais ligados ao SUS caiu 23%, o que significa uma economia de pelo menos R$ 6,9 bilhões. A atual legislação resultou também em menos mortes no trânsito. Foram 796 óbitos a menos no segundo semestre de 2007 em relação ao mesmo período de 2007. No Rio registrou-se uma redução de quase 25% das vítimas de acidentes. A Lei Seca impôs maiores restrições e punição aos motoristas flagrados alcoolizados, além de modificar hábitos de consumo do brasileiro.

Obama apresenta sua reforma financeira

O presidente dos EUA, Barack Obama, detalhou seu projeto de reforma do sistema financeiro - a maior desde os anos 30, pós-Grande Depressão que será enviado ao Congresso. Entre as propostas está a criação de um órgão no governo para avaliar os grandes riscos à economia e a segurança de produtos financeiros.