13º deve vir em setembro

O secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, confirmou ontem que o governo deverá antecipar o pagamento da primeira parte do 13º salário dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os vencimentos terão validade a partir de agosto, mas serão depositados apenas em setembro, e representam 50% do valor total do abono.

O adiantamento do 13º foi anunciado por Gabas ontem, durante uma reunião da Comissão de Valorização do Idoso, em Brasília. Porém, a categoria insiste que o abono deve ser incluído na folha de pagamento dos aposentados de julho.

O secretário-executivo da Previdência justificou que o ministro da pasta, Luiz Marinho, continuará negociando essa possibilidade com outros setores do governo, pois o pagamento em julho depende da liberação do orçamento pelo Ministério do Planejamento. Mesmo assim, os aposentados saíram insatisfeitos do encontro com Gabas, e já agendaram outra reunião para o dia 28, com o próprio Marinho.

Em São Bernardo do Campo, onde participou de um evento sobre o impacto do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no ABCD, Marinho disse ontem que são grandes as possibilidades de haver a antecipação do abono. O governo antecipou no ano passado e pode fazer isso neste ano. O Ministério e as centrais sindicais estão elaborando uma proposta viável para ser apresentada ao presidente Lula.

Além da questão do 13º, os aposentados reclamam do índice de reajuste para as aposentadorias e pensões superiores a um salário mínimo. Na última quarta-feira, o ministério anunciou que a correção será de 3,3%, pago em maio com retroatividade a 1º de abril.

O índice apenas corrige a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), sem contemplar aumento real. O governo afirma que seria difícil conceder reajuste real, mas insistimos que os aposentados precisam de um ganho maior para compensar as perdas, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas, João Batista Inocentini.

A entidade reivindica o mesmo índice aplicado aos segurados que ganham um salário mínimo: essas pessoas ganharam um aumento de 8,57%, pois os vencimentos subiram de R$ 350 para R$ 380.

Contudo, o próprio Inocentino admite que essa exigência dificilmente será atendida, pois não houve tempo para negociar: recentemente, o ex-ministro da Previdência, Nelson Machado, foi substituído por Marinho, atrapalhando as conversas.
fonte: A Tarde