Kartódromo ou praça de eventos?


Igor Ramos

foto: MATHEUS URENHA
Quem vê o estado de abandono do kartódromo municipal de Ribeirão Preto, Antônio de Castro Prado Júnior, nem de longe consegue imaginar que aquele espaço já foi considerado a Meca dos kartistas em São Paulo.
O circuito Marco Pace [1050 metros], considerado modelo e um dos melhores do Estado, já não é mais o mesmo. Repleto de detritos, como pregos, vidros e areia, hoje divide espaço com as ferragens usadas nos eventos que têm sido realizados constantemente no local.
As corridas foram substituídas por micaretas e rodeios. No asfalto, projetado para receber karts de 70 quilos, passam trios elétricos de aproximadamente 27 toneladas e sobra areia dos rodeios. Esta é apenas uma das reclamações da comunidade de kartistas de Ribeirão Preto, atualmente composta por aproximadamente 100 praticantes, só da cidade.

Polêmica
O histórico de polêmicas do kartódromo é extenso. Construído por meio da iniciativa privada em parceria com a Prefeitura e inaugurado em 18 de junho de 2000 durante a administração Luiz Roberto Jábali, o local foi posteriormente doado pelos kartistas para a Prefeitura e a administração ficou a cargo da Coderp (Companhia de Desenvolvimento de Ribeirão Preto). Durante o governo de Antônio Palocci a responsabilidade da administração do kartódromo foi repassada para a Secretaria Municipal de Esportes (SME).
A partir de 2003 o kartódromo passou a ser de responsabilidade do Ribeirão Motorsport, que venceu uma licitação e arrendou o local pagando na época R$ 35 mil. “Havia uma cláusula na época dizendo que a prefeitura poderia também utilizar o espaço quando bem entendesse e que repassaria o valor proporcional aos dias usados aos kartistas. Porém nunca nos devolveram estes créditos e em determinado momento este contrato foi rescindido”, conta o presidente do clube Rogério Lélis.
“Depois ninguém teve interesse em assumir a administração e passaram a usar o local desrespeitando uma praça esportiva, que pertence à cidade. Um patrimônio público que vem sendo deteriorado aos poucos”, dispara Lélis.
A partir de 2006, os kartistas foram obrigados a pagar pela utilização do local. Segundo Lélis, R$ 2 mil por evento.
A reclamação dos kartistas não é apenas sobre a destruição gradativa da pista, mas da falta de datas para realização das corridas e até mesmo de treinamentos. “Mal acaba um evento vem outro atrás. Não temos nada contra estes eventos, mas gostaríamos de poder usar a pista, pois a finalidade ali é praticar um esporte. A pista nunca é entregue como deveria e a falta de calendário para provas e treinamentos inviabilizam as competições. Decretaram o fim deste esporte por aqui, quando muitos projetos poderiam ser desenvolvidos naquele local, como até uma escolinha de pilotos”, protesta Lélis. Segundo ele, já há pessoas dispostas a denunciarem o problema ao Ministério Público. “Há abuso de poder e isto já virou caso de polícia. Sabemos que quanto mais brigamos, corremos risco ainda maior de boicote. Se a prefeitura não pode ajudar o esporte, que pelo menos não atrapalhe”, completa.

Coderp não abre mão de eventos no local
Segundo o superintendente da Coderp, Ruy Salgado Ribeiro, a companhia não pode abrir mão da locação do kartódromo para eventos como o Carnabeirão [realizado em março] e o Ribeirão Rodeio Festival [que começa dia 10 de maio]. “O Parque é um ativo que precisa ser mantido. É um centro multi-eventos e não podemos fechar aquela área somente para eles [kartistas]. Concordo que não seja o local ideal, mas não posso fazer nada. Todos que usam o Parque pagam. O Carnabeirão paga cerca de R$ 30 a R$ 40 mil, não tenho agora os números exatos. Apenas lamento”, afirma.
O superintendente afirma que a Coderp incentiva os kartistas ao não cobrar deles as taxas para treinamentos. “Prestigiamos o kart não cobrando pela utilização para treinamentos e quanto as competições, bastam nos apresentar um calendário para seguirmos”, afirma Salgado. Segundo ele, os valores cobrados pelo aluguel do kartódromo estão dentro da realidade do município e justificam os danos causados ao local. “Os preços praticado são maiores do que em três anos passados e a tabela visa incentivar as pessoas a realizarem eventos e cobrirem custos”, explica. “Sobre os danos, existem cláusulas que exigem que o kartódromo seja entregue em condições e quem não cumpre é multado”, garante.
“Não posso impedir um Carnabeirão que injeta dinheiro na economia, para priorizar o kart. Tento conciliar interesses distintos e nem sempre agradamos. Respeito e me coloco à disposição para dialogar”, completa
Jornal a Cidade ( Ribeirão Preto)

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