Novos códigos de barra falam com celular

Parece coisa de filme de ficção futurista: pessoas à procura de casa dirigem por uma rua e passam por uma placa de "vende-se", param o carro e apontam o telefone celular para a placa. Clicando em um botão, a tela do celular exibe o preço solicitado, o número de quartos e banheiros e muitos outros detalhes sobre a casa.

Especialistas em comunicação dizem que os telefones celulares, os canivetes suíços da tecnologia, estão rapidamente se voltando nessa direção. A nova tecnologia, já em uso em algumas regiões da Ásia, mas ainda em fase de desenvolvimento nos Estados Unidos, permite que os telefones conectem objetos de uso cotidiano à internet.

Em sua nova encarnação, os telefones celulares tornam-se um tipo de controle remoto digital, segundo definição de um executivo da CBS. Por meio de ondas, o telefone é capaz de ler informações codificadas em objetos de uso cotidiano e traduzi-las em vídeos, fotos ou arquivos de texto na tela do aparelho.

Já em uso

No Japão, os clientes do McDonald’s já podem apontar o telefone celular para a embalagem dos sanduíches e obter informações nutricionais na tela do aparelho. Os usuários da nova tecnologia naquele país também podem apontar o telefone para anúncios de revistas para obter cotações de seguro e embarcar em aviões usando o telefone em vez de bilhetes de papel. Os promotores de filmes podem enviar trailers a partir de cartazes.

Os anunciantes dizem que estão interessados em oferecer recursos semelhantes nos Estados Unidos, mas os telefones celulares nos EUA não são vendidos com o software necessário. Por enquanto, os consumidores precisam fazer o download da tecnologia por conta própria.

Até agora, na maior parte do mundo, a navegação pela web esteve separada das atividades cotidianas como tomar o trem, assistir à televisão e dirigir. Mas a nova tecnologia pode colocar um fim nessa separação.

“Depois de usar esse produto, você não vai mais querer voltar ao seu PC”, declarou Tim Kindberg, pesquisador sênior do laboratório da Hewlett-Packard em Bristol, Inglaterra. “Você pode estar do lado de fora deste prédio e desejar mais informações. Chamamos isso de ‘hyperlink físico’”.

Quase da mesma forma pela qual as publicações na web decolaram devido à capacidade de vínculo aos sites de outras pessoas, as tecnologias de telefones celulares que vinculam objetos cotidianos à web revelariam os atributos digitalmente codificados de coisas tangíveis em estantes de mercados ou bancas de jornal.

“Todas as coisas no mundo físico possuem informações a elas relacionadas eletronicamente em algum local, inclusive você mesmo e a bancada onde está sentado”, afirmou Chas Fritz, diretor executivo da NeoMedia Technologies, uma das empresas que desenvolvem esses recursos para telefones celulares.