foto: F.L.PITON A abertura de estabelecimentos comerciais por estrangeiros orientais em Ribeirão Preto aumentou nos últimos anos. Em pesquisa informal realizada pela reportagem na área central da cidade, foram constatados 26 estabelecimentos com proprietários chineses e coreanos. Foram percorridas 20 ruas e avenidas: da Jerônimo Gonçalves até a Comandante Marcondes Salgado e da Francisco Junqueira até a Prudente de Morais. Ao todo, foram localizados 39 estrangeiros trabalhando nos estabelecimentos. O comércio integra, em sua maioria, lanchonetes pequenas e lojas de artigos orientais. De acordo com Lino Strambi, superintendente da Distrital Centro da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), o crescimento do número de comércio de estrangeiros orientais no Centro da cidade começou a ocorrer há cerca de cinco anos. Strambi informou que os orientais optam por lanchonetes, pois são atividades rentáveis e não precisam de muito conhecimento da língua portuguesa. “Antes era mais comum ter comerciantes de origem italiana, depois foi a vez dos japoneses e agora são os chineses e coreanos. Acho que é uma tendência nacional, principalmente no estado de São Paulo”, explica. Já no caso de Ribeirão Preto, Strambi disse acreditar que a cidade tornou-se um pólo atrativo para várias nações. “A cidade cresceu muito e tornou-se atrativa aos olhos desses estrangeiros. Aqui eles encontram a oportunidade que precisam para ganhar dinheiro”. Dificuldade A reportagem tentou conversar com os orientais, mas não foi possível. A maioria deles não fala português e os que falam um pouco são extremamente arredios quanto à imprensa. Alguns clientes reclamam que não conseguem se comunicar. “Já fui embora de uma lanchonete sem comprar nada porque a mulher, que era chinesa, não entendia o que eu estava pedindo”, disse a estudante Marília Lima, 19 anos. O perfil dos orientais que chegam em Ribeirão Preto é quase sempre o mesmo. São casais jovens, com filhos pequenos que não conseguem boas oportunidades de trabalho na terra natal e recorrem ao Brasil como um bom meio de sobrevivência. Segundo Strambi, os estrangeiros estariam saindo dos países de origem com dólares e ao chegar no Brasil comprariam os pontos comerciais. “A grande maioria chega com dinheiro e compra os próprios negócios. Alguns têm dinheiro para comprar também uma casa”. Termina prazo para deixar país Seis comerciantes chineses foram detidos no sábado, dia 16, durante uma operação da Polícia Federal, em lanchonetes localizadas na rodoviária de RP, na qual foram apreendidas 11 máquinas caça-níqueis. Cinco deles foram flagrados sem documentos para permanência no Brasil e notificados para sair do país. Um deles teve o prazo de três dias e teria voltado para o país de origem na terça-feira, dia 19. Os outros quatro chineses devem sair do Brasil até amanhã. A assessoria da PF informou que os chineses estavam na cidade havia pelo menos cinco anos, como donos e funcionários de lanchonetes na rodoviária. A polícia deve fiscalizar na próxima semana se os estrangeiros cumpriram a ordem de sair do país. Se não cumprirem o prazo, devem ser deportados. Na quinta-feira, dia 21, a reportagem verificou que apenas um casal de chineses ainda trabalhava em uma lanchonete na rodoviária. Dois estabelecimentos estavam fechados. HÉLIA ARAÚJO ESPECIAL PARA A CIDADE
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