PAC ignora Ribeirão

Pacote bilionário do Governo Federal não inclui município em obras de saneamento e urbanização de favelas

LUCAS REIS
Gazeta de Ribeirão

Ribeirão Preto ficou de fora da lista das cidades que receberão as verbas do Governo Federal referentes ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que vai destinar R$ 4,9 bilhões para obras de saneamento e urbanização de favelas a 58 municípios do Estado de São Paulo. Outros 1,8 bilhões serão repassados pelo Governo Estadual.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) assinaram, anteontem, os convênios do PAC com as cidades paulistas.

Segundo o relatório divulgado após a assinatura dos convênios, 27 municípios da região metropolitana de São Paulo, 14 da região de Campinas e oito da Baixada Santista receberão o repasse. Ribeirão entraria no grupo das nove cidades com mais de 150 mil habitantes que também serão beneficiadas, mas acabou perdendo espaço para cidades menores - apenas São José dos Campos tem mais habitantes que Ribeirão. Sorocaba, cuja população total fica próxima a de Ribeirão, vai receber R$ 106 milhões em investimentos.

Outras 19 cidades do interior paulista, como Jaboticabal, Barretos e Matão, receberão repasses menores.

O documento mostra, em detalhes, as regiões que cada cidade vai aplicar a verba.

Ao todo, o PAC vai beneficiar 3 milhões de famílias paulista, num total de aproximadamente 15 milhões de pessoas.

O prefeito de Ribeirão Preto, Welson Gasparini (PSDB), lamentou a ausência da cidade na primeira lista de beneficiados pelo PAC e acrescentou que pretende "movimentar as representações de Ribeirão em Brasília o mais rápido possível".

Ele acredita que o principal critério utilizado pelos governos Federal e Estadual na escolha das cidades foi o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que coloca Ribeirão Preto entre as 21 cidades com a melhor qualidade de vida do País.

"Pelas informações que eu recebi, o Governo deu preferência paras as áreas onde o IDH são mais baixos e Ribeirão não é considerada uma área de baixo IDH", disse o prefeito. Entretanto, as cidades de São Caetano do Sul, Santos e Jundiaí, que fazem parte do repasse do PAC, têm IDH superiores a Ribeirão Preto.

"Acredito que a imagem de cidade rica e bonita que Ribeirão passa pode ter pesado na decisão do Governo. Mas já estamos correndo para que Ribeirão esteja nas próximas listas do PAC", disse o prefeito.

O deputado federal Duarte Nogueira (PSDB) criticou a postura do Governo Federal, acusando-o de favorecer as cidades cuja liderança pertence ao PT. "Isso é uma segregação e aniquilação por parte do Governo, deflagrando um estilo não-republicano de Governar", disse.

Entretanto, das nove cidades com mais de 150 mil habitantes favorecidas pelo PAC, quatro são governadas pelo PSDB - Jundiaí, Piracicaba, São José dos Campos e Sorocaba.

Na semana passada, o governador José Serra afirmou que tentaria incluir os municípios de Sorocaba, Jundiaí, Carapicuíba e Ribeirão Preto no pacote do PAC. Destas, apenas Ribeirão ficou de fora.

Ao todo, os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro vão receber R$ 10 bilhões do Governo Federal através do PAC para obras de saneamento e urbanização.

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