No começo da carreira, em Ribeirão Preto (SP), defesas rendiam prêmios na geladeira
Doni defendeu dois pênaltis do Uruguai e classificou o Brasil para a final da Copa América. Mas pegar pênalti não é novidade para o goleiro do Roma e da seleção brasileira. No início da carreira, essa foi a sua marca registrada, que, além de o projetar, encheu a sua geladeira de refrigerantes.
Revelado pelo Botafogo-SP, foi em Ribeirão Preto, interior paulista, que Doni começou a ser reconhecido como especialista em cobranças de pênalti. No estadual de 2001, quando foi vice-campeão, ao perder a final para o Corinthians (seu futuro clube), ele só virou titular – e disputou o título – depois de colecionar defesas de penalidades.
- Naquele Paulistão, Doni pegou seis pênaltis - lembra Rogério Spinelli, seu ex-treinador de goleiros no Botafogo e que ainda trabalha por lá.
Spinelli assistiu com orgulho à classificação do Brasil, na madrugada da última terça para quarta-feira, conquistada com as defesas de Doni.
- Fico contente, já que ele saiu das minhas mãos e chegou onde chegou. O forte do Doni sempre foi pegar pênaltis. É um dom que ele tem e, por ser alto (1,94m), só aperfeiçoou. Acho até que pegou pouco contra o Uruguai... - brinca Rogério Spinelli, de 45 anos.
O preparador ainda recorda dos treinos de Doni no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto. Por dia, quando os demais jogadores já tinham terminado o trabalho, o goleiro insistia nos treinamentos.
- Eram uns 30 pênaltis por dia que a gente batia para ele. Fazíamos disputa com os outros goleiros também. Mas o Doni sempre pegava mais e ganhava.
Ganhava o quê?
- Rolava aposta de tudo, mas quase sempre era garrafa de refrigerante. Ele tomava sua coca-cola e ainda tirava sarro da gente.
Para Spinelli, Doni tem tudo para estar entre os convocados para a próxima Copa do Mundo, na África do Sul, em 2010. O goleiro, como muitos também o criticam por isso, só precisa melhorar numa coisa:
- Como ele é alto, ainda insiste em jogar adiantado. E isso é perigoso. Desde o começo, eu alertava ele para nunca abandonar o gol.
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