Caso Madeleine

Imprensa britânica critica PJ e jornais portugueses

Com os novos desenvolvimentos do caso, a actuação da polícia portuguesa e os jornais nacionais voltam a ser alvo de críticas da imprensa britânica


O The Independent avalia o que diz serem "as verdades e as mentiras" no que considera "a campanha de difamação" contra o casal McCann.

É um dado “crucial ou irrelevante”, dita o jornal referindo-se aos vestígios de sangue encontrados no apartamento do Ocean Club da Praia da Luz. “As marcas de sangue podem não ter nada a ver com os McCann. O apartamento já foi usado por centenas de turistas ao longo dos anos”, acrescentando que as tentativas de remoção das marcas da parede “podem ter sido feitas em qualquer operação de limpeza depois de um pequeno acidente”.

O diário britânico assegura que este dado foi passado pela Judiciária à imprensa em Lisboa, e não no Algarve, e continua por validar.

Sobre a possibilidade da morte da criança no apartamento que aponta como suspeitos os pais ou amigos do casal, o The Independent esclarece que “a polícia portuguesa insiste que os McCann não são oficialmente suspeitos” e que os jornalistas portugueses desde o início questionaram a teoria de rapto e que a falta de informação “levou os jornalistas a voltarem à hipótese de que ela tenha sido assassinada”, criticando – nomeadamente - as referências do Diário de Notícias à intercepção de e-mails e telefonemas.

O The Independent refere que o jornal sempre criticou o casal McCann responsabilizando-o pelo desaparecimento da criança e que as ostensivas fugas de informação da polícia não são validáveis por fontes independentes, considera a publicação.

Quanto à investigação policial, o jornal refere um especialista a viver em Portugal que admite que a história pode ter o objectivo de incitar reacções por parte de eventuais suspeitos.

“Uma interpretação mais cínica”, refere o diário, é da de que “a polícia portuguesa quer criar a impressão de que as investigações nunca pararam” numa altura em que se assinalam os 100 dias do desaparecimento de Madeleine e os jornalistas britânicos voltam a Portugal.

Quanto ao único arguido do caso até ao momento, Robert Murat, refere ainda o jornal, continua a reclamar a sua inocência e que há agora indicações de que a polícia estará prestes a isentá-lo de qualquer envolvimento no caso.

O jornal de referência da imprensa britânica, tal como outros, questiona ainda porque é que só agora – três meses depois - o apartamento do Ocean Club foi alvo de uma busca mais rigorosa.
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Investigações
Jornal diz que escutas podem provar morte de Madeleine
09/08/2007 09h51

A polícia portuguesa considerou que Madeleine McCann - a menina inglesa que sumiu em Portugal desde 3 de maio - pode ter morrido na noite do desaparecimento. A informação, dada pela imprensa, aponta escutas telefônicas e e-mails dos pais da menina e amigos. A Polícia Judiciária (PJ) não deu detalhes, mas ratificou que ela pode ter morrido na noite do desaparecimento, em função de escutas.

O jornal Diário de Notícias, que não explica o teor dos telefonemas nem dos correios eletrônicos, diz que as autoridades chamarão novamente os pais de Madeleine, embora não revele se será uma conversa informal ou um novo interrogatório, e se eles seriam considerados testemunhas ou suspeitos.

Os McCann foram interrogados ontem. Eles terão que esclarecer, nos próximos dias, detalhes das escutas, o resto de sangue encontrado no quarto de hotel (o resultado do exame ainda não saiu) no qual passavam as férias em Portugal, e as contradições, junto com o círculo de seus amigos mais próximos. Os pais da menina - que negam culpa no caso e acreditam que a filha está viva - também seriam confrontados com resultados das provas periciais realizadas no veículo que usavam em Portugal.

O Diário de Notícias explica que as supostas visitas ao quarto, para comprovar se Madeleine e os irmãos gêmeos dormiam, e quem as realizou, são perguntas que não tiveram uma resposta coincidente entre o casal e seus amigos. Com tais indícios, a PJ se concentra na pista da morte de Madeleine por homicídio ou acidente, embora ainda não descarte totalmente a possibilidade de seqüestro.

Fonte: Agência Estado

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