Intelectuais muçulmanos saúdam cristãos em mensagem de Natal

Intelectuais muçulmanos saúdam cristãos em mensagem de Natal
Por Tom Heneghan, editor de religião


PARIS (Reuters) - Importantes acadêmicos muçulmanos mandaram votos de Feliz Natal para os cristãos ao redor do mundo, um ato que se destaca pelo teor da mensagem e pelo próprio fato de ela ter sido enviada.


O texto foi enviado por um grupo de 138 sunitas, xiitas e outros acadêmicos que recentemente propuseram um diálogo com líderes cristãos, e pede a paz na Terra.


Como a proposta de diálogo feita em outubro, a mensagem não tem precedentes. Até agora não havia se reunido um grupo grande como esse de intelectuais islâmicos para escrever uma carta conjunta como essa.


O islã é uma fé descentralizada, sem papas ou bispos que falam pelos fiéis. Se é verdade que clérigos muçulmanos trocaram votos com cristãos pelo feriado no passado, nada na escala da mensagem deste ano foi possível antes.


A saudação inicial da carta de Natal é feita em árabe, inglês e latim. O texto está disponível no site do grupo www.acommonword.com.


Os intelectuais ressaltam que o Natal ocorre logo depois da peregrinação muçulmana a Meca e do Eid al Adha (Dia do Sacrifício). Eles lembram como Abraão quase sacrificou o seu filho.


"A recusa de Deus de deixar Abraão sacrificar o seu filho é a mais poderosa lição social para todos os seguidores das fés de Abraão. Fazer o máximo para salvar e guardar cada vida humana, especialmente as vidas das crianças", afirma a mensagem.


"Que no próximo ano a santidade e a dignidade da vida humana seja protegida por todos," acrescenta. "Que seja um ano de perdão mútuo dentro das comunidades e entre elas."


O tom conciliatório é o mesmo do apelo de outubro, que defendeu que muçulmanos e cristãos deveriam se comprometer com um diálogo sério, com base nos mandamentos compartilhados de amar a Deus e ao próximo.


O grupo, ligado a um instituto de pesquisa islâmico, comandando pelo príncipe jordaniano Ghazi bin Mohammed bin Talal, defende o diálogo entre teólogos cristãos e muçulmanos para criar pontes entre as religiões.

Reuters (IDS)

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