O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou por extorsão o ex-interno da Fundação Casa (antiga Febem) Anderson Batista, a mulher dele e dois irmãos por extorsão contra o padre Júlio Lancelotti.
O processo que envolve o padre foi tratado com sigilo. Baseado nas investigações da polícia, o MP-SP decidiu pela denúncia contra a quadrilha. No documento enviado ao juiz, o promotor afirma que “não resta dúvida de que os acusados associaram-se em quadrilha com a finalidade de praticar extorsão contra a vítima e que esses delitos ocorreram de forma continuada desde 2004”.
No final de 2005, o padre procurou a polícia para denunciar que estava sendo obrigado a dar dinheiro ao grupo. Disse, inicialmente que entregou a Anderson Batista R$ 80 mil. O padre também contou à policia que comprou um carro de luxo para a quadrilha.
Durante a investigação, a defesa de Anderson negou a extorsão. Disse que o padre entregou R$ 600 mil ao ex-interno da Febem, com quem teria mantido relacionamento íntimo.
O padre Júlio voltou a celebrar missas na Paróquia de São Miguel Arcanjo, no Bairro da Mooca, Zona Leste de São Paulo. Também comanda a Pastoral do Povo da Rua, mas se afastou de algumas atividades, suspendeu as visitas a unidades da Fundação Casa, que cuida de menores infratores, e deixou a coordenação da Casa Vida, que abriga crianças com o vírus da Aids.
O advogado dos acusados não quis comentar a decisão do MP-SP, alegando segredo de Justiça no processo. “Agora falta a decisão judicial. O juiz deve dar nesses próximos dias uma sentença”, disse Luiz Eduardo Greenhangh, advogado de Lancelotti. As informações são do G1, da Globo.