Estudantes mantém ocupação da UnB até segunda-feira
Da ABr - Brasília
Os estudantes da Universidade de Brasília (UnB) que ocupam a reitoria há uma semana comemoraram o pedido de afastamento de Thimoty Mulholland, mas informaram que mantêm a ocupação do prédio pelo menos até segunda-feira (14), quando está marcada nova assembléia.
Eles não aceitam que o vice-reitor Edgar Mamya assuma o lugar do reitor, porque para eles tanto Mamya quanto todo o decanato de administração da universidade estariam comprometidos com as denúncias de irregularidades que recaem sobre Mulholland.
“O afastamento foi parte da nossa mobilização e da ocupação. A saída temporária não atende a nossa pauta porque pedimos o afastamento definitivo do reitor e toda a cúpula de administração superior.
Da ABr - Brasília
Os estudantes da Universidade de Brasília (UnB) que ocupam a reitoria há uma semana comemoraram o pedido de afastamento de Thimoty Mulholland, mas informaram que mantêm a ocupação do prédio pelo menos até segunda-feira (14), quando está marcada nova assembléia.
Eles não aceitam que o vice-reitor Edgar Mamya assuma o lugar do reitor, porque para eles tanto Mamya quanto todo o decanato de administração da universidade estariam comprometidos com as denúncias de irregularidades que recaem sobre Mulholland.
“O afastamento foi parte da nossa mobilização e da ocupação. A saída temporária não atende a nossa pauta porque pedimos o afastamento definitivo do reitor e toda a cúpula de administração superior.
Alunos da UnB mantêm ocupação e criticam licença
Estudantes que ocupam a reitoria da Universidade de Brasília (UnB) desde o dia 3 consideraram o anúncio de afastamento do reitor Timothy Mulholland por 60 dias e sua substituição pelo vice, Edgar Mamiya, uma manobra para forçá-los a deixar o prédio. "É uma manobra do reitor. Só vamos cogitar a desocupação quando o reitor sair definitivamente", disse o estudante de Letras, Eduardo Zanata, coordenador de Organização do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB.
Para sair do local, os manifestantes exigem o cumprimento de 18 reivindicações discriminadas em documento entregue ao Conselho Superior da UnB. "Nada menos do que isso nos fará deixar a reitoria", afirmou Zanata. "A luta é contra a política de Timothy na administração da universidade, que inclui até corrupção. Queremos uma mudança da estrutura da UnB.
O Ministério Público Federal (MPF-DF) entrou ontem com ação de improbidade administrativa contra o reitor por irregularidades no uso de verbas da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), vinculada à UnB, na reforma e decoração de seu apartamento funcional. O Tribunal de Contas da União (TCU) vem investigando as mesmas irregularidades.
O fato de a próxima assembléia do movimento estar marcada para segunda-feira, ao meio-dia, aponta a determinação dos universitários em permanecer no prédio. Segundo o coordenador de Assistência Estudantil do DCE, Sérgio Lopes, estudante de Biblioteconomia, a desocupação não será votada antes dessa data. "Só discutiremos nossa saída nessa assembléia", disse. "O afastamento é uma vitória parcial. Estamos dispostos a continuar aqui até a saída definitiva do reitor e do vice-reitor.
Além disso, entre as reivindicações dos alunos está a mudança na forma de eleger a direção da universidade. Hoje os votos de cada grupo têm pesos diferentes. Professores têm 70% de poder de voto servidores, 15% e estudantes, 15%. Os jovens querem paridade. "As eleições hoje são antidemocráticas", critica Lopes.
Amanhã, os estudantes deixarão as salas de aula para fazer uma manifestação em frente ao local onde se reúne o Conselho Superior da UnB. "Vamos pressioná-los a votar nossa pauta de reivindicações", explicou Zanata. "A adesão à paralisação promete ser grande e o indicativo de greve estudantil está mantido.
Dinheiro para saúde indígena pagou jantares e viagens da UnB
Sopa-creme de abóbora e queijo brie ou quiche de queijo de cabra, abobrinha e amêndoas na entrada. Salmão grelhado ao molho normanda, tirinhas de filé mignon ao molho de manga e tomates como opções de pratos quentes. Frutas frescas, tortinha morna de maçã e passas na sobremesa. Esse é o cardápio de um dos almoços oferecidos pelo reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, com dinheiro que deveria ser usado em benefício dos índios. O evento, para 39 convidados do reitor, custou R$ 5.172,80. E foi pago com recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
O almoço ocorreu em 16 de julho do ano passado, no restaurante Alice Brasserie, na QI 17 do Lago Sul. A pedido da Reitoria da UnB, o restaurante, um dos mais badalados (e caros) de Brasília, foi fechado naquele dia para Timothy e os convidados dele. Somente o aluguel custou R$ 500. O almoço, incluindo bebidas, saiu a R$ 116,70 por pessoa. Além do Alice, a UnB cotou os preços apenas de mais um espaço, o restaurante do hotel Blue Tree Park, que pediu R$ 1,5 mil a mais pela exclusividade do espaço. Com isso, perdeu a concorrência.
Na lista de convidados do reitor, à qual o Correio teve acesso, há 18 funcionários da UnB. Os outros 21 são integrantes da Embaixada da Espanha no Brasil, do governo espanhol e do Instituto Cervantes. O almoço marcou a assinatura do acordo de intenções entre a UnB e o Instituto Cervantes, organismo público sem fins lucrativos da Espanha. Participou do encontro, como maior autoridade, o ministro de Cultura espanhol, César Antonio Molina. Acompanhado do secretário-geral do Instituto Cervantes, Joaquín de la Infiesta, Molina recebeu uma homenagem do reitor da UnB, que entregou a ele um documento de reconhecimento que a universidade reserva a personalidades internacionais.
Na época da visita dos espanhóis, o site da UnB destacou o encontro em diversas reportagens feitas pela equipe da Secretaria de Comunicação (Secom) da universidade. Mas em nenhuma das matérias informou que o convênio foi assinado em almoço oferecido pelo reitor e pago com recursos da Funsaúde. Muito menos o preço da recepção. Três jornalistas da Secom, nenhum concursado, estavam na lista de convidados oficiais de Timothy.
Na oportunidade, Timothy assinou o convênio de intercâmbio entre as instituições, criação de cursos de formação de professores e a realização de cursos, conferências e outras atividades dirigidas à promoção da língua espanhola. Nada em favor dos índios brasileiros ou da Funasa, de onde saiu o dinheiro do almoço.