Voluntários mantêm busca por padre balonista no litoral de SC

Balões usados por padre saíram de Ribeirão Preto

Empresa doou mil balões de 1 metro de diâmetro

- Jornal A Cidade
Funcionário faz teste em balões
Funcionário faz teste em balões

Os balões usados pelo padre-voador Adelir De Carli, desaparecido no mar do litoral de Santa Catarina, foram fabricados e doados por uma empresa sediada na Vila Elisa, em Ribeirão Preto. No início da tarde de domingo, após rezar uma missa em Paranaguá (PR), o sacerdote decolou, levado por mil balões coloridos da Riberball.

O religioso, de 41 anos, queria divulgar o catolicismo e a Pastoral Rodoviária, ficando 20 horas no céu. O pouso deveria ter ocorrido em Maringá. O tempo ruim, entretanto, desviou os balões da rota.

Segundo Antoninho Aparecido de Souza, químico responsável e gerente de produção da empresa, a Riberball patrocinou a empreitada do padre. Ele informou que os balões usados no vôo foram confeccionadas em látex mais resistente que o habitualmente usado pela indústria em seu processo produtivo.

Os balões, da linha Maxiball, tinham 1,20 metro de comprimento por 1 metro de diâmetro. Seis funcionários da empresa estiveram em Paranaguá enchendo as bexigas com gás hélio.

“Ele fez uma pesquisa com todas as empresas. O nosso balão foi o que mais se adequou ao que o padre precisava, por causa do tamanho e da resistência. Estamos muito chateados com o ocorrido, mas toda a engenharia do vôo ficou a critério do padre e de sua equipe”, explicou o gerente.

No primeiro vôo, padre Adelir ficou quatro horas no ar, com 500 bexigas também fabricadas em Ribeirão.

Empresa faz 200 milhões de balões por mês
A Riberball fabrica bexigas há 31 anos em Ribeirão Preto. Emprega 180 pessoas, que confeccionam 200 milhões de balões por mês, lisos e estampados, em 27 cores e em 18 tamanhos diferentes, que são distribuídos em todo o território nacional.

O faturamento anual da empresa, a maior do Brasil e uma das maiores do mundo, foi mantido em sigilo pelo gerente Antoninho Aparecido de Souza.

Os balões são fabricados com látex natural centrifugado. Depois, esse composto passa por um processo de imersão, resultando numa película, como se fosse um molde, que dá forma às bexigas. A borracha é colorida e vulcanizada, ganhando aspecto definitivo. Apenas 0,6% da produção é reprovada pelo controle de qualidade.

Os balões são exportados para vários países do Mercosul. Em toda a história da empresa, foi a primeira vez que alguém resolveu ganhar os céus com as bexigas ribeirão-pretanas.


Moradores dizem ter visto padre em Guaraqueçaba

Informação vai ser confirmada pelos Bombeiros, que devem se dirigir para o local ainda hoje

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Moradores de Guaraqueçaba, no litoral paranaense, disseram ter visto o padre Adelir Antônio de Carli pelos arredores da Vila Fátima neste final de semana. Os Bombeiros voluntários de Penha vão confirmar a informação que pode colocar um fim nas buscas pelo padre desaparecido.


Para reforçar a procura, a partir desta segunda-feira (28), soldados do Exército vão percorrer uma mata fechada buscando novas pistas que possam levar ao religioso. Ele está desaparecido desde o dia 20 de abril após ser içado por mil balões cheios de gás hélio em Paranaguá (PR).


Os cerca de doze fiéis da Paróquia São Cristóvão - da qual o religioso fazia parte - fizeram uma pausa nas buscas nesta segunda. “O pessoal está muito confiante que o padre Adelir está vivo e esperamos encontrá-lo o mais rápido possível”, diz o paroquiano Eduardo Marques.


No último sábado, montanhistas e bombeiros encontraram mais balões usados pelo padre Adelir em meio ao matagal. O material estava a menos de 500 metros do local onde 210 balões foram retirados da água, ainda na madrugada da última segunda-feira.
O achado fez que os bombeiros passassem a acreditar que o religioso não tenha caído no mar e que ainda possa estar vivo. De acordo com as informações do comandante local, Johnny Coelho, apenas 25% da mata foi vasculhada.


Os bombeiros pediram auxílio ao Batalhão de Infantaria do Exército de Joinville, que enviará dois grupos de quinze homens até a Penha ainda na tarde de hoje.


Trote prejudica busca por padre desaparecido no Paraná


O trabalho de resgate do padre Adelir de Carli, de 41 anos, foi prejudicado no domingo (27), por um telefonema aos familiares do religioso. Os parentes receberam uma ligação que informava que o padre estava no Rio Grande do Sul.

Familiares e amigos ficaram eufóricos mas, depois de cerca de uma hora, a informação foi desmentida. Durante esse período, as buscas foram suspensas.

Fiéis e parentes continuam acompanhando o trabalho de buscas, feito por bombeiros da Penha (SC). Os Bombeiros Voluntários de Penha, no Litoral Norte catarinense, aguardam resposta ao pedido de reforço de efetivo.

Desaparecimento

O padre Adelir de Carli desapareceu no domingo (20), durante um vôo com balões de gás coloridos. Ele decolou de Paranaguá (PR), com o objetivo de seguir para o oeste do Paraná. O vento forte acabou levando o religioso para o litoral de Santa Catarina. O último contato do padre foi feito às 21h.

A Marinha e a Aeronáutica participaram das buscas na semana passada, mas já encerraram seus trabalhos. A família de Carli chegou a alugar um avião para reforçar as buscas.


Voluntários mantêm busca por padre balonista no litoral de SC

Por: Agência Folha

Mesmo com o fim oficial das buscas, decretado pela Marinha no final da tarde de anteontem, a procura pelo padre Adelir Antônio de Carli continua sendo feita por voluntários, no litoral de Santa Catarina, onde o religioso desapareceu.

A Marinha informou que realizou todos "os esforços possíveis" ao manter os trabalhos durante seis dias, acima de 72 horas, considerado o período com maior chance de se encontrar um náufrago com vida.

Mas equipes do Corpo de Bombeiros de Penha (129 km a norte de Florianópolis) e voluntários vasculham regiões de mata e do litoral próximo ao município, onde a família acredita que Carli possa estar perdido. Ele caiu no mar quando partiu de Paranaguá (90 km de Curitiba) para tentar voar preso a cerca de mil balões de festa.

Parentes saíram de Ampére (291 km de Curitiba), a cidade natal do padre, para acompanhar as buscas neste final de semana em Penha, onde foram localizados os primeiros restos de balões usados no vôo.

Enquanto Carli não for encontrado, a família não admite trabalhar com a hipótese de que o religioso morreu. "Até que ele não seja encontrado, para nós ele está vivo e esperando ser resgatado", disse a comerciante Elizabete de Carli, prima do religioso.

Elizabete declarou que a família tem "rezado para que [este domingo] seja o último dia de buscas". "Estamos rezando para que Deus ilumine os guias para o lugar certo."

O dono de uma escola de balonismo em Belo Horizonte, Lincoln Fernandez Freire, disse que o caso deve servir como alerta para as autoridades aéreas impedirem novas tentativas semelhantes a do padre.

Freire afirmou que o religioso, além de desconhecer como estavam as correntes de vento, ignorou o perigo de encontrar nuvens repletas de turbulência.

"Aeronaves de grande porte evitam passar por nuvens assim para não correr risco de danos na estrutura do avião. Imagina uma pessoa amarrada a balõezinhos de festa?", declarou o empresário, que tem 20 anos de prática de balonismo.