Lula diz que torce por sucessor "mais abençoado"

Lula diz que torce por sucessor "mais abençoado"

Lula com Serra durante evento hoje

Helvio Romero/AE



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em Guarulhos, que torce para que seu sucessor seja "ainda mais abençoado que eu e que possa fazer ainda mais". "Seria mesquinharia ficar torcendo para que o sucessor seja pior que a gente", afirmou o presidente, durante o lançamento de obras de habitação na cidade, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No discurso, Lula disse ainda que "ninguém consegue fazer tudo em oito ou dez anos". "É preciso que a gente tenha uma quantidade de pessoas que vão assumir os compromissos e cada um faça mais do que o outro", disse.

Lula afirmou ainda que o governo trabalha para reparar os erros que prefeitos e governadores cometeram há 30 anos. "Se uma pessoa que mora em um lugar inadequado é removida, fica fácil. Quando são 200, 300, 400 ou mil famílias, é um problema social muito sério. O PAC está dando um paradeiro nisso", afirmou. O ministro das Cidades, Márcio Fortes, disse que Guarulhos vai receber R$ 438 milhões em obras do PAC.

Para o presidente, os maiores problemas de saneamento e habitação estão nas capitais e nas cidades das regiões metropolitanas. "Tomamos a decisão de que precisávamos resolver os problemas nas grandes cidades, pois os grandes problemas de saneamento básico e habitação estão nas capitais e nas cidades vizinhas", disse.

Terceira Pista - Lula confirmou que não será construída uma terceira pista no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, devido a questões econômicas. "Deixaram que muita gente fizesse casa em volta da pista, portanto ficou caro desapropriar". Entretanto, o presidente garantiu que serão feitas obras de ampliação.


Lula pede que não haja clima de campanha eleitoral nos eventos sobre o PAC

Ao afirmar nesta segunda-feira que “está difícil” lançar obras do Programa de Aceleração do Crescimento no período próximo às eleições municipais de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que não haja clima de campanha eleitoral nas cerimônias.

— Está difícil lançar o PAC porque estamos entrando em época de campanha. A imprensa vive dizendo que o presidente está lançando o PAC em campanha política —, disse.

Lula acrescentou que ainda pretende ir a muitos estados para lançar obras do programa e que, nos eventos, as pessoas que vão discursar sobre o PAC devem ser tratadas em igualdade de condições.

— Para a gente ir [lançar o programa] não pode ter um clima eleitoral, senão daqui a pouco a Justiça Eleitoral pensa que estou fazendo campanha. Se a gente trouxer para as obras do PAC a guerra da campanha, não vamos mais poder lançar as obras do PAC —, disse.

Segundo Lula, é preciso continuar as viagens motivadas pelas obras do programa para que elas saiam do papel.

— Se a gente não acompanhar, se não vier aqui assinar e, depois, se não cobrar, tenho medo de que a gente anuncie na televisão o dinheiro, assine o contrato e a obra não saia —, afirmou.

Após dizer que a imprensa brasileira é “democrática” e que “fala bem do governo todo dia”, Lula afirmou que não se pode dar pretexto para que algum mau jornalista faça valer sua tese.

O presidente fez as declarações ao discursar em Osasco (SP), durante a cerimônia de início de obras do PAC em municípios da região oeste de São Paulo.

Além de Osasco, Lula visita Guarulhos, onde também autoriza o início de obras do PAC. As obras englobam projetos de urbanização, como iluminação pública e canalização de córregos, saneamento e construção de unidades habitacionais para realocação de famílias que hoje vivem em áreas de risco.

Em Osasco, além das obras do PAC, o presidente reafirma o compromisso de construir um campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Lula defende entrada da mulher no mercado de trabalho

Lula

AE

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MARIANA SANT'ANNA
colaboração para a Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda-feira, a entrada da mulher no mercado de trabalho. Lula esteve hoje em Osasco (SP) para assinatura de portaria que institui grupo de trabalho com o objetivo de planejar os cursos do novo campus da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) na cidade e do início de obras do PAC na região.

Lula afirmou que a instalação da universidade vai ser boa para os homens e "superboa" para as mulheres. "Ela vai dar ao homem e à mulher de Osasco a possibilidade de uma formação qualificada. Porque uma mulher com uma profissão tem emprego garantido e não fica dependendo do salário do marido para comprar coisas para si. A mulher que trabalha é mais respeitada", afirmou.

Lula disse, também, que a mulher que não trabalha fora fica mais vulnerável. "Se a mulher trabalhar, ela tem liberdade, ela vai ser muito mais respeitada, porque quando o marido gritar com ela, achando que ela vai ficar de cabeça baixa porque depende dele ela vai dizer: meu filho, olha, eu tô contigo porque gosto de você, não porque eu sou sua escrava. Não fique gritando comigo", brincou o presidente.
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Avaliação positiva de Lula alcança 69,3% em abril, diz pesquisa

Resultado deve-se à melhoria da renda, propiciada pelo crescimento econômico, diz diretor do Instituto Sensus

Adriana Fernandes, da Agência Estado


SÃO PAULO - A aprovação do desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 66,8% em fevereiro para 69,3% em abril, segundo a 92ª pesquisa CNT/Sensus , divulgada nesta segunda-feira, 28. A desaprovação para o desempenho de Lula caiu de 28,6% para 26,1% em abril. Esse resultado é o melhor desde janeiro de 2004, ficando atrás somente dos índices de popularidade do primeiro ano de governo.

O governo do presidente Lula também está em alta e alcançou em abril a maior avaliação positiva desde o início do primeiro mandato em janeiro de 2003. A avaliação positiva (ótima/bom) do governo Lula saltou de 52,7%, em fevereiro, para 57,5% em abril. A avaliação negativa (ruim/péssima), por outro lado, caiu de 13,7% para 11,3%. A avaliação regular caiu de 32,5% para 29,6%, na mesma base comparativa. Trata-se do melhor resultado para o governo Lula. O melhor nível era de janeiro de 2003, logo após a sua posse para o primeiro mandato. Naquele momento, o governo do presidente Lula tinha uma avaliação de 56,6%.

O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, atribuiu o aumento da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a alta da avaliação positiva do seu governo ao processo de crescimento econômico. Segundo ele, o fator-chave a favor de Lula e da sua administração, na pesquisa, foi a melhoria da renda mensal do trabalhador, propiciada pelo crescimento da economia.

Para 37,8% dos entrevistas na pesquisa CNT/Sensus de abril, a renda mensal aumentou. Na sondagem anterior, realizada em fevereiro, o porcentual dos que consideraram ter havido aumento da renda foi de 29,5%, o que significa que, em dois meses, houve um salto de 8,3 pontos porcentuais na avaliação para mais.

Ricardo Guedes disse que o aumento e a consolidação da popularidade do presidente foram favorecidos também pela criação de empregos no País e pelos resultados de programas sociais como o Bolsa-Família. O presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Clésio Andrade, disse que a sigla "PAC" (Programa de Aceleração do Crescimento) e a movimentação política do presidente Lula pelo País inaugurando obras transmitiram uma "sensação" de eficiência do governo. Andrade enfatizou, no entanto, que isso é "apenas uma sensação, porque o Brasil ainda precisa de muito mais investimentos em infra-estrutura."

Para o presidente da CNT, os investimentos no PAC são "insuficientes". Ele destacou que o marketing em torno do programa tem sido muito bem trabalhado. "O governo investe pouco, mas capitaliza bem", afirmou Clésio Andrade. Disse ainda que "o discurso fácil do presidente também ajuda."