Ator brasileiro comemora Oscar do teatro americano

Ator brasileiro comemora Oscar do teatro americano
G1.globo.com
Paulista Paulo Szot vence o Prêmio Tony pelo musical "South Pacific".
Premiação aconteceu na noite de domingo (15), em Nova York.

Logo após receber o Prêmio Tony, considerado o Oscar do teatro americano, o ator brasileiro Paulo Szot comemorou a vitória num restaurante nova-iorquino, na noite de domingo (15).

Ao chegar ao estabelecimento, próximo ao Lincoln Center, o paulista foi recebido com aplausos e cumprimentos. Nas mãos, ele exibia o troféu Tony.

Aos 38 anos, o paulista Paulo Szot é um dos barítonos mais respeitados do mundo e foi eleito melhor ator musical por sua performance no espetáculo "South Pacific", em cartaz na Broadway.

"Ouvir da boca de Liza Minnelli que o Tony Award como melhor ator estava me chamando é impressionante. É meu primeiro trabalho na Broadway, minha primeira vez nos palcos de teatro americano além da ópera e eu realmente não esperava essa resposta tão imediata tanto do público quanto da crítica", disse Szot ao Globo News.

Foto: Reuters
Reuters
Paulo Szot recebe o prêmio de melhor ator musical das mãos da atriz Liza Minnelli (Foto: Reuters)

"South Pacific" relata de forma descontraída o racismo enfrentado por soldados durante a Segunda Guerra Mundial. A peça, que estreou na Broadway em 1949, voltou aos palcos com oito concorridas apresentações por semana.

"Me sinto muito orgulhoso de trazer o nome do Brasil para os palcos americanos, para a história da Broadway e para a história do Tony Awards. É um papel maravilhoso, que foi escrito por um cantor de ópera e, em momento algum, tive dúvida de que esse seria um bom rumo para a minha carreira", disse Szot.

O ator, que deve ficar nos Estados Unidos até novembro, pretende retornar à ópera e cumprir compromissos profissionais na França.


Trajetória

Paulistano, Szot tem 38 anos e, durante 12 anos, atuou exclusivamente como cantor lírico. Iniciou seus estudos de música aos 4 anos de idade. Com 18 anos recebeu uma bolsa de estudos do governo polonês para a cidade de Cracóvia, onde começou a estudar canto.


No Brasil, estreou em 1997 protagonizando a montagem do Theatro Municipal de São Paulo para "O barbeiro de Sevilha". Mas estourou mesmo no ano seguinte, na montagem de "La Bohème", concebida por Jorge Takla e Jamil Maluf, maestro com o qual ele trabalharia repetidas vezes ao longo de sua carreira. Também merece destaque a participação de Paulo, na pocket ópera "NXW", dirigida por Gerald Thomas.

Szot participou regularmente do Festival Amazonas de Ópera, uma das principais iniciativas operística brasileira. No Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sua voz tornou-se conhecida em 2000 na montagem de "Carmen".

Descoberto na ópera, o cantor causou sensação ao derrotar 200 concorrentes que disputavam a vaga de protagonista na pele de Emile de Bequea no espetáculo “South Pacific”.

O brasileiro tem recebido elogios e adjetivos como "magnético" e "romântico" no papel do fazendeiro francês. Em entrevista recente, ele disse que nunca imaginou que a Broadway contrataria um brasileiro para fazer o papel de um francês.