Kasato Maru no tootyaku wa kyou de 100 shunen

Chegada de imigrantes completa 100 anos
Kasato Maru no tootyaku wa kyou de 100 shunen
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G1

"Kasato Maru no tootyaku wa kyou de 100 shunen" - Chegada do Kasato Maru completa 100 anos hoje.

Com ou sem contradições, a data existe. 18 de junho de 1908 é considerado o marco da chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil. Eles viajaram 52 dias no navio Kasato Maru e aportaram na cidade de Santos, em São Paulo. Reza a lenda que logo que os 781 imigrantes desembarcaram, fogos de artifício pipocavam no céu.

Na verdade, o barulho todo seria de rojões, tão tradicionais na época de festas juninas pelo país. A 'comemoração' logo deu lugar às dificuldades na adaptação com o clima, trabalho e costumes do Brasil.

As 165 famílias foram distribuídas em seis fazendas paulistas, a maioria de café. A pele e os rostos das mulheres ficavam vermelhos por conta da colheita, as mãos machucadas pelo trabalho. Muitas se revoltaram contra os maridos que aceitaram a "aventura" de ir ganhar dinheiro do outro lado do mundo.

Os imigrantes realmente acreditavam que conseguiriam ficar ricos por aqui e voltar para o Japão tão logo fizessem suas economias. Ledo engano. As famílias mais acumulavam dívidas do que conseguiam ter lucro e o plano de ir embora ficou distante. O resultado da história é conhecido: a presença nipônica no Brasil não desapareceu, só cresceu e deixou suas marcas na cultura, culinária, economia e tantos outros pontos.

"Jeitinho" e contribuição japonesa
No Japão, o idioma e a escrita são originários da China e foram adaptados. A comida também tem grande influência chinesa. Palavras usadas atualmente, como "resutoran" (restaurante), vêm de outras línguas (no exemplo, do inglês "restaurant"). Ou seja, os japoneses também sabem dar um "jeitinho" em alguns pontos de sua cultura.

Foi isso que eles também fizeram por aqui. Adaptaram seus costumes e tradições e hoje tomam saquê com sal ou comem arroz do tipo japonês ("gohan") com feijão. Na Amazônia, para se adequar ao solo, introduziram a plantação de pimenta-do-reino e da juta.

A contribuição dos japoneses na agricultura, com técnicas próprias, é das mais importantes na história da imigração. Os produtores hortifrutigranjeiros do Cinturão Verde, que fica a leste de São Paulo, são em sua maioria de origem nipônica.



TV Globo
Sushi e sashimi se popularizaram na mesa dos brasileiros. Mas o ponto que tem sido o maior laço de integração entre Brasil-Japão nos últimos anos é a culinária. Os restaurantes japoneses chegam a ser comparados a churrascarias devido ao número de estabelecimentos.

A aversão ao peixe cru, que os imigrantes comiam no início do movimento migratório, hoje passa longe de muitos brasileiros. E, sim, também houve adaptação. No Japão, o tamanho do sashimi costuma ser maior e quando é feito na frente do cliente, é moldado de acordo com o tamanho de sua boca.

Nas artes e moda, nomes como Tomie Ohtake e Jum Nakao não soam mais tão estranhos aos ouvidos. Da mesma forma que os nomes de personagens de mangas e animes são pronunciados e citados como se fossem pessoas próximas dos fãs da cultura pop japonesa. O movimento inverso também acontece. Artistas, esportistas e muito da cultura brasileira chegam a ser tão cultuados no Japão quanto são por aqui. Samba e futebol nem é preciso comentar. Na leva, vêm a admiração e o fanatismo pelo cantor João Gilberto e tudo o que é música popular brasileira.


Dekasseguis
Japão no Brasil. Brasil no Japão. Os dois mundos existem nos dois países. São mais de 300 mil brasileiros vivendo em terras japonesas e trabalhando em fábricas. Em algumas cidades não parece que você está do outro lado do mundo: tem padaria, restaurante, lojas, escolas e bancos brasileiros.

O movimento dekassegui, que explodiu no começo dos anos 90 e é o inverso ao que os primeiros imigrantes fizeram em 1908, trouxe a oportunidade dos descendentes entenderem mais de onde vêm e como é a cultura que seus antepassados trouxeram para cá. Ao mesmo tempo, aumentou o dilema sobre a identidade.

No Brasil, que tem olho puxado é japonês, mas quando um descendente vai ao Japão, ele é estrangeiro, não é um “legítimo”. Agora, da mesma forma que os imigrantes japoneses trouxeram e fincaram parte de sua cultura por aqui, os dekasseguis fazem isso por lá. Só que dessa vez esses costumes e tradições são mesclados com o que seus antepassados aprenderam no Brasil. É tudo uma grande mistura.

Frases em japonês
Em homenagem ao centenário da imigração, o G1 publica nesta quarta-feira (18) frases escritas no idioma nipônico. São traduções similares aos títulos de cada matéria. Por exemplo:

Português: Chegada do Kasato Maru completa 100 anos hoje

Japonês: Kasato Maru no tootyaku wa kyou de 100 shunen


Imigrantes japoneses tiveram papel fundamental na agricultura brasileira
Agrosoft

As comemorações do centenário da imigração japonesa estão a todo vapor. Entre tantas contribuições à cultura brasileira, vale lembrar o fortalecimento do cooperativismo na região sudeste graças ao espírito de união e de apoio mútuo dos japoneses.

"Assim como imigrantes de outras nacionalidades que se estabeleceram no Brasil a partir do final do século XIX, os japoneses formaram cooperativas de produção agropecuárias logo que chegaram. Apostando na força do trabalho em conjunto, os núcleos nipônicos introduziram novas tecnologias e impulsionaram o movimento cooperativista no estado", avalia Edivaldo Del Grande, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp).

A primeira que se tem notícia foi o "Syndicato Agrícola Nipo-Brasileiro", em Uberaba (MG), em 1919. Teve vida curta, mas serviu de inspiração para outras iniciativas. A mais importante surgiu em São Paulo, em 1927: a Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC). Formada por 83 agricultores teve tanto sucesso que se tornou a maior entidade do gênero na América Latina. Em 1988, contava com mais de 16 mil associados, mas foi liquidada na década de 90. "A CAC foi um marco na agricultura brasileira. Por meio dela, os japoneses modificaram hábitos de alimentação, com a introdução de legumes e sucos congelados", lembra Américo Utumi, assessor da presidência da Ocesp e diretor da Aliança Cooperativa Internacional (ACI).

De acordo com Utumi, muitas contribuições importantes à cultura brasileira foram trazidas pelos japoneses, mas poucos sabem. A alface americana é um exemplo. Hoje os brasileiros não teriam uma verdura tão crocante se não fosse pelo trabalho dos associados da CAC. "Quem trouxe a semente da alface americana foi a rede de lanchonetes McDonald’s no final da década de 70. Assumimos a produção de alface com exclusividade para a rede por quatro anos. Se não fosse a CAC, não seria possível a vinda da rede ao País, porque não era possível a produção dos sanduíches com a alface crespa ou lisa", explica Utumi.

Segundo ele, outra contribuição pouco conhecida é o assentamento das famílias de associados da CAC, em sua maioria agricultores japoneses e descendentes, no Cerrado Mineiro, também na década de 70, nas plantações de café. "Os mineiros achavam o solo improdutivo, mas a CAC elaborou e implantou o primeiro projeto de assentamento realizado no cerrado brasileiro. Deu tão certo que abriu caminho para grandes projetos, como o Pólo Centro (Programa de Desenvolvimento do Centro do Ministério da Agricultura), PRODECER (Programa Binacional Brasil-Japão para o Desenvolvimento do Cerrado), sendo que, hoje, o melhor café produzido no Brasil é o do Cerrado."

Assim como a CAC, surgiram outras cooperativas de produtores, que também viraram ícones na comunidade japonesa, principalmente em São Paulo: Cooperativa Agrícola Sul Brasil, em Marília, a Cooperativa Agrícola Bandeirantes, a Cooperativa Central de Bastos, a Cooperativa Agrícola da Fazenda Katsura de Iguape e a Cooperativa Agrícola de Registro. As mais recentes a receberem o registro na Ocesp foram a SP Flores e a Cooperovos, de Mogi das Cruzes, e a CAISP, de Ibiúna.

FONTE

Ex-Libris Comunicação Integrada
Telefone: (11) 3266-6088 - ramal 217
Flávia Arakaki – Jornalista


Eu, como um ex-funcionário da Cooperativa Agrícola de Cotia - Cooperativa Central.
de Ribeirão Preto, presto minha homenagem aos amigos que fiz pelo CEASA.
Sei que cometerei injustiça por não colocar todos aquí.
Mas assim que puder aumentarei esta lista. (a cabeça não anda boa...)
Afinal de contas por causa deles que recebí o apelido de "Tio Sam".

ROBERTO TOYOSHI FUKUTA E FAMILIA
MAMORO E NELSON IGARASHI (GUARIBA E PRADOPOLIS)
MASSARO ITIKAWA

KASUO (FEIRA)

KITAGAWA

KOBAYASHI

MARIO E TADAO SUDO

MAURINHO (FEIRANTE)

PAULO NISHIMURA

FRANCISCO E MARIO OSONE

OSCAR (PATRÃO)

PAULO HIROKITI SHIMOKOMAKI

PAULO TOSHIKAZO SASSAKI
PEDRO HIRONO

SATO

CHIKAO SOEDA (CHUCHUZEIRO)

TAKESHI KITAGAWA

RICARDO TETSUO (MERCADÃO)

NOBORU, NAIR E RAFAEL TORII

UEKANE

YOSHIMASA WATANABE

EDNA E RUBINHO YAMADA

IVONE (A PRIMA)

HAMAMURA (DONA MARIA E FAMILIA)

YOSHIDA

YOSHIMI

MARIO YUKIO (MANDA DOIS)