Perita diz que morte de Isabella foi caso de 'homicídio'
Agência Estado
São Paulo - A perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo, afirmou hoje, em depoimento à Justiça, em São Paulo, que a morte da menina Isabella Nardoni foi um caso de "homicídio". "Pelas circunstâncias, histórico e perfil de Isabella, constatamos que não foi acidente nem suicídio. Foi homicídio", afirmou. A declaração de Rosângela foi em resposta à defesa do consultor jurídico Alexandre Nardoni e da mulher dele, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, pai e madrasta da menina, acusados de homicídio triplamente qualificado, que quis saber sobre a possibilidade de ela ter caído da janela por acidente.
A perita respondeu ser procedimento padrão da polícia, nestes casos, investigar se foi homicídio, suicídio ou acidente, e reafirmou a tese de assassinato. No depoimento, Rosângela afirmou que havia sangue de Isabella no carro da família Nardoni. De acordo com a perita, era uma "mistura de doadores" (de material biológico) na cadeira para bebê, mas, mesmo assim, ela se disse "convicta" de que o sangue era da menina, que morreu em 29 de março, após ser jogada pela janela do apartamento de Alexandre Nardoni.
"Eu sei que é sangue humano e é sangue de Isabella", afirmou Rosângela, em depoimento ao juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri, do Fórum de Santana, na zona norte da capital paulista. Depois de Rosângela, começou a depor o perito Paulo Sérgio Tieppo Alves, do Instituto Médico Legal (IML). Ainda devem ser ouvidas hoje outras seis testemunhas de acusação no caso Isabella. Alexandre e Anna Carolina acompanham os depoimentos. (Carolina Freitas)
Algemado e lado a lado, casal Nardoni acompanha audiência
MS Notícias
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de matar a menina Isabella, acompanham as oitivas das testemunhas de acusação, na tarde desta terça-feira (17), lado a lado e algemados.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), eles estão posicionados na cabeceira de uma mesa localizada diante do juiz Maurício Fossen, do 2o Tribunal do Júri da capital.
Caso alguma testemunha fique incomodada com a presença deles, pode pedir ao juiz que os dois sejam retirados da sala.
De um lado da mesa, estão posicionados os três advogados do casal: Marco Polo Levorin, Rogério Neres e Ricardo Martins. Do outro lado, estão a assistente de acusação, Cristina Christo, o promotor Francisco Cembranelli e um estenotipista. Os depoimentos ocorrem no Fórum de Santana, na Zona Norte da capital paulista.
O casal que chegou ao Fórum de Santana entre 10h e 10h30 e permaneceu na carceragem à espera da audiência. Eles ficaram em celas localizadas uma de frente à outra, separadas por um corredor. De acordo com assessores do Tribunal de Justiça, o pai e a madrasta conseguiram se ver, apesar de a visão ser dificultada por telas, mas não conversaram.
Depoimentos
O juiz Maurício Fossen começou a ouvir, às 14h, a primeira testemunha de acusação do processo que apura a morte da menina Isabella Nardoni. A primeira a ser ouvida é a perita do Instituto de Criminalística (IC) Rosângela Monteiro, convocada pela Promotoria.
Também falarão ao juiz nesta terça a delegada responsável pela investigação do crime, Renata Pontes, do 9º Distrito Policial (Carandiru), dois peritos do Instituto de Criminalística (IC) e um funcionário do Instituto Médico-Legal (IML).
Os nomes das testemunhas foram confirmados pela assessoria de imprensa do tribunal às 13h30. Os técnicos da perícia que serão ouvidos são Rosângela Monteiro e José Antonio de Morais. Já Paulo Sérgio Tieppo Alves representará o IML.
O pai e a madrasta da menina, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, estão presos desde o dia 7 de maio acusados do assassinato de Isabella, que morreu no dia 29 de março ao ser jogada do apartamento do seu pai, no sexto andar de um prédio, na Zona Norte de São Paulo.
No total, serão ouvidas oito testemunhas nesta terça e não dez como o TJSP havia divulgado anteriormente. No entanto, de acordo com assessores do tribunal, uma testemunha que mora em Franca, a 400 km de São Paulo, pode ser ouvida ainda nesta terça, porque estaria na capital.
Identidade protegida
Também serão ouvidos nesta terça-feira, três vizinhos do casal Nardoni. O tribunal não esclareceu se são vizinhos do edifício London, onde ocorreu o crime, ou do antigo prédio onde o casal morava. Na lista de testemunhas convocadas pela promotoria, uma pessoa teve a identidade protegida pela Justiça. Essa pessoa pode ser um taxista que diz ter prestado serviço à madrasta de Isabella, Anna Jatobá. Entretanto, a assessoria de imprensa do TJSP não confirma a informação.
A imprensa não poderá entrar na sala onde serão ouvidas as testemunhas. As informações sobre os depoimentos serão passadas por assessores de imprensa do TJSP.
Na quarta-feira (18), serão ouvidas outras pessoas, entre elas, a mãe da menina, Ana Carolina Oliveira, e a avó materna, Rosa Maria Cunha de Oliveira, totalizando 18 testemunhas de acusação.
Os três advogados de defesa Marco Polo Levorin, Ricardo Martins e Rogério Neres já formularam uma lista de perguntas para fazer a algumas testemunhas, mas não quiseram adiantar nenhuma delas.
A pergunta é apresentada ao juiz que decide se a repassa ou não às testemunhas. O promotor Francisco Cembranelli e a assistente de acusação Cristina Christo também podem questionar os convocados. As testemunhas de acusação foram arroladas pelo promotor.
A assessoria de imprensa do TJ confirmou que, às 14h30, todas as oito testemunhas convocadas para esta terça-feira já chegaram ao fórum e aguardam ser chamadas.
Réus
Anna Carolina foi a primeira a chegar ao fórum, por volta das 10h15 desta manhã. Nardoni chegou ao local às 10h40. A segurança dentro do fórum e nos arredores foi reforçada para os depoimentos. Segundo a Polícia Militar, há 50 policiais trabalhando no local.
No dia 10 de junho, os três desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiram por unanimidade manter o casal preso. Eles analisaram o mérito do pedido de habeas corpus para que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá respondessem a processo em liberdade.
Fonte: G1
Perita diz que local da morte de Isabella foi bem preservado
JB Online
Portal Terra
SÃO PAULO - A perita Rosângela Monteiro afirmou que o local da morte de Isabella Nardoni, de 5 anos, foi 'um dos mais bem preservados' que ela viu em sua carreira. A declaração foi dada em depoimento ao juiz Maurício Fossen, no Fórum de Santana, zona norte de São Paulo.
A perita criminal respondeu à pergunta do advogado de defesa do casal Nardoni, Marco Pólo Levorin, que questionou a retirada da tela de proteção da janela pela qual a menina foi atirada.
Rosângela confirmou todas as constatações presentes no laudo entregue à polícia, entre elas a de que havia sangue humano no carro do casal e na fralda encontrada no apartamento.
De acordo com ela, foi possível apenas constatar tratar-se de sangue humano, pois as amostras não eram suficientes para um exame de DNA. Nem juiz nem promotor questionaram de quem seria o sangue, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, que acompanhou a primeira hora do depoimento.
Depois de Rosângela, prestam depoimento o legista Paulo Sérgio Tiepo Alves, o perito José Antônio de Moraes e a delegada Renata da Silva Pontes.
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Jatobá acompanham os depoimentos algemados, segundo o Tribunal de Justiça, e os dois não podem recomendar perguntas aos advogados. Na sala, estão os três advogados de defesa do casal, além do promotor Francisco Cembranelli. O casal fica em frente ao juiz Maurício Fossen.
Amanhã, outras 10 testemunhas indicadas pelo Ministério Público prestarão depoimento.