Corpo do cantor Waldick Soriano chega à Câmara do Rio
da Folha Online
O corpo do cantor Waldick Soriano, que morreu nesta quinta-feira, aos 75 anos, acaba de chegar à Câmara de Vereadores do Rio, onde será velado.
Ana Ottoni/Folha Imagem |
Waldick Soriano lutava contra o câncer, e estava internado desde 31 de agosto |
Segundo o cerimonial da casa, o velório ficará aberto à visitação pública até as 22h de hoje. Os fãs começam a chegar ao local para ver o cantor pela última vez. A Câmara fica na Pça Floriano, s/nº, na Cinelândia, região central do Rio.
Soriano estava internado no Instituto Nacional do Câncer (Inca), em Vila Isabel, zona norte do Rio, desde o dia 31 de agosto. O músico lutava contra o câncer de próstata, descoberto há cerca de dois anos.
O enterro acontece nesta sexta-feira, mas o horário ainda não está definido, de acordo com a administração do Cemitério São Francisco Xavier, conhecido como Cemitério do Caju.
Velório de Waldick Soriano reúne fãs, amigos e familiares no Rio De A Tribuna On-line
Com 20 minutos de atraso, o corpo do cantor Waldick Soriano chegou no início da noite desta quinta-feira à Câmara Municipal dos Vereadores do Rio de Janeiro, na Cinelândia. O músico morreu aos 75 anos de câncer. Ele estava internado desde o fim de semana no Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Os fãs poderão prestar uma última homenagem ao cantor na sexta-feira, a partir das 7 horas. O enterro, segundo a filha dele, Walquíria, deverá ser realizado na sexta-feira, às 14 horas, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária.
Cerca de cem pessoas, entre fãs, amigos e familiares se despediram do músico, conhecido por suas canções românticas. Mas o legado de Waldick Soriano não fica só na cultura. É o que garante Oneida Di Loretto, de 54 anos, filha adotiva do músico, que diz ter aprendido muito com o pai e que sua vida profissional é dedicada a ele.
“Meu pai foi um grande homem, muito mais do que aparentava ser diante das câmeras. Foi graças a ele que eu construí a minha vida e que consegui traçar o meu futuro. Se não fosse por ele, eu poderia estar nas ruas, embaixo de marquises. Com ele aprendi a trabalhar, a respeitar e, principalmente, a valorizar a vida”, disse a filha.
Desde cedo, muitos fãs já faziam fila do lado de fora da Câmara para darem o último adeus ao artista. Um deles era o aposentado Maury Alves Barrios, de 70 anos. Segundo ele, a admiração por Waldick Soriano começou ainda na juventude.
“As músicas do Waldick foram a trilha sonora da minha vida. O seu romantismo e sua humildade sempre foram os pontos fortes de seu trabalho. O Brasil perde hoje um grande nome da Música Popular Brasileira. Tenho certeza que, de onde ele está, vai estar nos brindando com suas canções todos os dias”, declarou o fã.
Fãs cantam música do ídolo
Bastante emocionada, a dona-de-casa Maria Luiza Souza da Silva, de 72 anos, disse ainda não acreditar na perda. Ela, que foi uma das primeiras a chegar à Câmara Municipal, não cansava de cantar as músicas de seu ídolo e puxava coro com outros fãs que também estavam na fila. Alguns arriscaram o refrão de “Eu não sou cachorro não”, quando estavam diante do caixão.
Visivelmente abalado com a morte do pai, Walmick Soriano, filho do cantor, precisou ser medicado antes do início do velório. Ele foi atendido por funcionários da Câmara Municipal dos Vereadores. Já recomposto, Walmick pôde receber os abraços dos amigos.
Um dos momentos mais emocionantes foi a chegada da viúva do cantor, Walda, que ficou cerca de 20 minutos em frente ao caixão e colocou o chapéu e os óculos escuros, característicos do músico, sobre o corpo. Muito abalada, ela recebeu o abraço da atriz e amiga Beth Mendes.
Último desejo
Walda lamentou não ter conseguido satisfazer o último desejo de Waldick, que era oficializar a união de 38 anos. Ela contou que eles chegaram a comprar alianças e chamar um padre para benzê-las, mas o cantor ficou doente antes que a cerimônia pudesse ser realizada.
"Ele era um homem que não se deixava abater. Mesmo estando há quatro meses de cama, estava sempre brincando, contando piadas e tentando levantar o astral da gente", disse Walda, lembrando que os primeiros sinais do câncer de próstata apareceram em 2000. Mas piorou muito há dois anos.
Segundo Walda, Waldick era rebelde e se recusava a seguir o tratamento. Ele dizia que não ia morrer de câncer e que ele tinha reumatismo. Dizia que ia morrer de problemas do coração como seu pai.
Saúde fez cantor se mudar para o Rio
A família conta ainda que por causa do seu estado de saúde, o cantor, que vivia em Fortaleza, veio para o Rio em abril.
Nascido em Caetité, no sertão da Bahia, Waldick tem mais de 40 anos de carreira e entre os seus sucessos estão "Eu não sou cachorro, não" e "Tortura de amor". Antes de se tornar cantor, ele chegou a ser peão, motorista de caminhão e garimpeiro.
No ano passado, o cantor voltou aos holofotes e lançou CD e DVD embalado no documentário dirigido pela atriz Patrícia Pillar, “Waldick, Sempre no Meu Coração”, sobre sua vida. As informações são do G1, da Globo.