Cidades
J.F.PIMENTA
RIBEIRÃO
Espécies exóticas são vistas perto da Francisco Junqueira
Carpas e tilápias têm sido vistas no ribeirão Preto, junto à avenida Francisco Junqueira. Mas a presença das duas espécies no córrego não pode ser interpretada como sinal de revitalização de suas águas.
De acordo com o especialista Ricardo Macedo Corrêa e Castro, as duas espécies não são nativas: a tilápia é da África e a carpa é européia. Segundo ele, essas espécies foram introduzidas nos séculos 19 e 20 para a psicultura e, por terem se desenvolvido em outro lugar, são muito mais resistentes às adversidades ambientais.
Castro disse que a limpeza do rio deveria trazer de volta espécies da condição primitiva, como o lambari. De acordo com o professor, a tilapia e a carpa, espécies consideradas exóticas no mercado, podem ser avaliadas como um “câncer” do ponto de vista da natureza nos rios porque, além de se reproduzirem largamente, têm alto índice de sobrevivência.
As duas espécies ainda costumam ser nocivas a outros tipos de peixe. Na sua avaliação, mesmo que os rios de Ribeirão Preto fiquem absolutamente limpos e os peixes típicos retornem às suas águas, a tilapia e a carpa podem continuar no mesmo habitat por décadas.
Ele afirma que esse tipo de peixe pode ter seu comportamento afetado pela influência do homem em águas urbanas. O fato de pessoas que passam pela Francisco Junqueira os alimentarem, por exemplo, pode ser determinante para que eles continuem no rio.
Por outro lado, o professor descarta completamente a hipótese de pescar essas espécies e usá-las para a alimentação. “As águas dos rios estão contaminadas com vários tipos de metais e, mesmo com o tratamento das águas, nada impede que haja um esgoto clandestino, por exemplo. Ao ingerir esse peixe, você pode se contaminar com metais ou até desenvolver uma infecção”.