Conheça a banda de Goiânia Pedra Letícia

Pedra Letícia é brega, mas com respeito!

Conheça a banda de Goiânia que acaba de lançar CD inspirado em Reginaldo Rossi e Led Zeppelin

Barbara Duffles Do EGO, em São Paulo


Deco Rodrigues/Globo.com

O trio Pedra Letícia: brega com direito a pitadas de Magal, Rossi e Led Zeppelin

Os integrantes da Pedra Letícia não têm uma definição para o nome da banda, nem para o tipo de som que fazem. Vindos de Goiânia, consideram-se seguidores do brega, mas um tipo de brega “respeitoso”.

Não gostam de ensaiar, não querem ser comparados com os Mamonas Assassinas nem chamados de caipiras. No entanto, suas músicas divertidas inspiradas em Reginaldo Rossi, Sidney Magal e Led Zeppelin estão fazendo o maior sucesso na internet. Seus vídeos somam mais de 6 milhões de acessos no "You Tube" e é graças ao site que eles começaram a fazer shows pelo Brasil.

“Uma vez um médico superculto veio dizer que o nome da banda era a maior sacada. Disse que Pedra Letícia vinha de ‘tirar leite de pedra’, e que fazer rock em Goiás é mesmo tirar leite de pedra... A gente nunca tinha pensado nisso e o cara fez uma análise semiótica do negócio”, brinca o goiano Cambota, vocalista e violonista da banda, que conta ainda com o baixista Fabianinho e o percussionista Thiago.


Trajes simples

Mesmo sem gostar de ensaiar (“Temos medo que o ensaio tire a espontaneidade da banda”, diz Thiago), o Pedra Letícia tem três anos de estrada e está lançando seu primeiro CD, pela EMI. O produtor Marcelo Sussekind (que tem no currículo artistas como Capital Inicial, IRA!, Lulu Santos, entre outros) se interessou pelo rock divertido com toques de brega, que já fazia muito sucesso na internet, e resolveu investir nos rapazes.

Mas, apesar do traje engomadinho da capa do CD, Cambota, Fabianinho e Thiago continuam com o mesmo estilo “fuleiro” que sempre foi a marca registrada da banda.

“A gente se diverte no palco. Nos shows, colocamos a roupa do dia-a-dia, calça jeans, camiseta. É ridículo, no nosso caso, ter uma postura na vida e outra no palco. As letras das músicas falam de coisas do dia-a-dia, o nosso som é o que a gente ouve no dia-a-dia. Então não tem porque encarnar uma coisa que não parece com a gente”, continua Cambota, o mais falante dos três.

O início

Professor de inglês em Goiânia, Cambota já tinha participado de uma banda com o nome Pedra Letícia, e há cerca de quatro anos chamou Fabianinho, que também dava aula de línguas, para dar continuidade ao projeto. “Tínhamos a música como hobby. Tocávamos em barzinhos, até que conhecemos o bar do Thiago. Fizemos tanto show lá que o bar faliu (risos). O Thiago acabou ficando órfão, então chamamos ele pra tocar percussão na nossa banda. Aí sim, resolvemos montar repertório, procurar outros lugares para tocar, investir na nossa música”, revela o vocalista.


A revanche das mulheres feias

Apesar das letras bem-humoradas e sacanas, o Pedra Letícia diz que não faz músicas pensando nisso. “Nossas músicas vêm naturalmente, de piadas que a gente faz no ônibus indo para os shows”, diz Fabianinho.

As piadas acabaram fazendo sucesso virtual. A música “Como que ocê pôde abandonar eu?”, sobre um cara que foi trocado por outro mais bonito e mais rico, virou hit. “Aqueles óio verde eu garanto que é lente. O meu é vesgo, mas é natural”, diz um dos versos, que logo caíram no gosto da molecada.



“A gente achou que nosso público teria nossa idade, entre 20 e 30 anos. Mas nos nossos shows têm de tudo, molecada, pais levando filhos... É porque nosso humor não ofende”, avalia Cambota.

Não só não ofende, como ainda defende certas classes desfavorecidas. É o caso das mulheres feias, tema da canção “Teorema de Carlão”, que diz: Faça uma boa ação/Pega uma baranga/ Diga que a ama, chama pra assistir DVD/Detona a Juliana Paes, critica a Alinne Moraes/Declama: ‘Eu prefiro você’.

A música é inspirada em Carlão, o holding da banda que, segundo os rapazes, “só fica com mulher feia”. Nos shows, a mulherada fica em êxtase. “É a revanche das assumidamente feias. Tem umas que nem são feias e gritam: ‘Eu sou baranga! Carlão, me pega!’”, diz Thiago.

Reginaldo Rossi, o padrinho

A banda diz que é difícil definir o som, que está sempre em mutação. Mas tem duas certezas: é rock n' roll e brega. No entanto, os rapazes ressaltam que é um brega inspirado em Reginaldo Rossi, que faz participação especial no CD, e em Odair José.

“Eles são transgressivos, são contemporâneos. A gente usa o brega de forma respeitosa, não é irônica”, avalia Cambota, criticando o que ele chama de outro tipo de brega, o do sertanejo romântico. Outro artista bastante citado é Sidney Magal, cujas músicas eles costumam tocar nos shows, para o delírio do público.

Apesar do humor e do apelo com a molecada, o Pedra Letícia não quer ser comparado com os Mamonas Assassinas. “Nossa proximidade com eles é por acaso. Nunca pensamos em fazer uma banda de humor. Desde que eles se foram, o pessoal quer colocar alguém no lugar. Mas quem assiste ao nosso show, vê que é diferente”, diz o vocalista.

De malas prontas para São Paulo

Por conta do lançamento do CD, Cambota, Thiago e Fabianinho resolveram trocar Goiás por São Paulo. De malas prontas para a capital paulistana, eles deixam na cidade natal centenas de fãs e também as namoradas. “Não sabemos o que vai acontecer agora”, dizem.

Ao divulgarem o site da banda (www.pedraleticia.com.br), aproveitam para brincar com a própria condição de recém-solteiros. “Se a fã for bonita, a gente passa o MSN, se for feia, passa para o Carlão. Com a gente a fã não se frustra”, dizem, sempre bem-humorados.

Pedra Letícia - Teorema de Carlão.mp3



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Assista aos vídeos do Pedra Letícia no You Tube

Como que ocê pôde abandonar eu

Teorema de Carlão

Eu não toco Raul