Manchetes dos jornais de hoje – 28out2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Folha de S. Paulo
Lula diz que não acomodará vencedores nem derrotados
Em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os resultados das eleições municipais não vão alterar os espaços dos partidos em seu ministério a fim de acomodar vencedores como o PMDB ou derrotados como Marta Suplicy. Na avaliação de auxiliares presidenciais e de dirigentes do PT, houve exposição excessiva de Lula nas campanhas municipais. Diante de um resultado no qual o PT cresceu eleitoralmente, mas colheu derrotas em três grandes capitais (São Paulo, Salvador e Porto Alegre), o governo e Lula ficam com um ônus político indireto.
Para Quércia, "o PMDB não tem, assim, um Serra"
À espera de definição do espaço do PMDB na Prefeitura de São Paulo e no governo do Estado, o ex-governador Orestes Quércia afirma ter fechado o apoio à candidatura de José Serra para a Presidência da República ao negociar aliança com o prefeito reeleito Gilberto Kassab.
O PMDB, diz, "não tem, assim, um Serra".
Presidente do PSDB abre fogo contra Dilma
O PSDB decidiu antecipar a disputa presidencial de 2010 e partir para o ataque contra a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), principal nome à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do partido, senador Sérgio Guerra, disse que a campanha "já começou", que o governo não irá eleger um "poste" e avisou que irá brigar pelo apoio do PMDB. Apesar de o tucano Geraldo Alckmin nem ter ido para o segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Guerra diz que o PT saiu derrotado desta eleição, principalmente por Marta Suplicy (PT) ter perdido para Gilberto Kassab (DEM) -o que deixa Dilma, diz ele, atrás dos tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
Dilma vê 56% de "seus" candidatos sofrerem derrota
Ministra campeã de milhagens nas eleições municipais, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apareceu 26 vezes em eventos durante a campanha, mas 56% dos "seus" candidatos perderam, segundo levantamento feito pela Folha. Embora a petista tenha obtido reveses por onde passou, em todas as aparições tratou de temas nacionais e teve encontros extra-agenda com líderes de segmentos da economia, grande parte composta por empresários.
Lula avalia que partidos de oposição perderam as eleições
Os partidos que fazem oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva foram os derrotados nas eleições municipais deste ano. Essa foi a avaliação feita pelo próprio presidente. "Três partidos perderam: DEM, PSDB e PPS. (...) Foram os que perderam mais prefeituras. E os partidos da base do governo todos eles cresceram: PT, PMDB, PSB, PC do B, PP, PTB, todos", disse o petista em entrevista ao jornalista Ricardo Kotscho, que assessorou Lula e foi secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência. A entrevista foi publicada na coluna de Kotscho no site IG.
PT e PSDB terminam a eleição com balanços semelhantes
Adversários mais prováveis na sucessão presidencial em 2010, PT e PSDB terminam as eleições municipais com tamanhos semelhantes e vitórias a comemorar. A Folha confrontou o desempenho das duas legendas nas últimas quatro eleições. Nelas, o PT faz uma curva ascendente, vencendo o rival em rankings importantes, como o número de votos recebidos e o eleitorado governado. Em 1996, a sigla só tinha mais votos para prefeito que o PSDB em 5 Estados. Em 2000, em 6. Em 2004, o mapa foi dividido ao meio, com cada legenda conquistando a dianteira em 13 Estados. Este ano, o PT foi o mais votado em 16 Estados. Na soma geral, o PT teve 2 milhões de votos a mais- 16,4 milhões contra 14,4 milhões do PSDB. Foi mais uma vez vitorioso nas regiões Sul e no Nordeste, mas levou a pior no Sudeste.
Noiva de 2010, PMDB pode ter "dois maridos"
O mapa eleitoral que emerge das urnas impacta a corrida presidencial de 2010 em pelo menos três aspectos: o governador de São Paulo, José Serra, se projeta em definitivo como o presidenciável tucano, o PT enfraquecido dá autonomia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conduzir o processo de sucessão e o PMDB, fortalecido nacionalmente neste pleito, se afirma como a "noiva" cobiçada por tucanos e petistas. A análise é de cientistas políticos ouvidos pela Folha.
Juiz arquiva pedido de investigação contra Kassab
O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Marco Antonio Martin Vargas, mandou arquivar a investigação judicial eleitoral aberta para averiguar a distribuição de brindes por empresas de pesquisa de opinião pública contratadas pela campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM) durante a campanha eleitoral em São Paulo. No final do primeiro turno, a Folha revelou que a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) havia gravado, com uma câmera oculta, eleitores sendo abordados no centro de São Paulo. Ao final da entrevista, o eleitor recebia como brindes um porta-retratos e refrigerantes. A lei eleitoral veda a distribuição de brindes.
Prefeitos eleitos já prevêem redução dos investimentos
Eleitos com a promessa de realizar grandes obras nas suas cidades, futuros prefeitos de capitais de todo o país já se preparam para a possibilidade de cortar investimentos no próximo ano para enfrentar a crise econômica internacional. Os planos em estudo prevêem o contingenciamento de parte dos Orçamentos municipais de 2009, o adiamento de obras e a redução nas despesas de custeio. As áreas sociais, afirmam os futuros administradores, terão prioridade e não deverão ser afetadas.
Redutos de Gabeira tiveram maior taxa de abstenção no Rio
Na eleição mais apertada da história do Rio, as áreas em que Fernando Gabeira (PV) teve maior votação para a prefeitura foram também as regiões com maior taxa de abstenção -eleitores que não foram votar. A votação de domingo registrou a maior proporção de abstenções em eleições municipais do Rio desde o segundo turno de 1996, quando Luiz Paulo Conde venceu o atual governador Sérgio Cabral Filho. Foram 20,25% no domingo, contra 21,42% há 12 anos. As taxas foram, em 2000, de 16,43% e 18,65% (primeiro e segundo turno, respectivamente) e, em 2004, de 15,88%. As áreas onde Gabeira teve votação maior do que o prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB) registraram o maior percentual de faltosos: na zona norte, foram 22,09% do eleitorado; na zona sul, 25,78%; e no centro, 27,07%.
Vannuchi diz que sai do governo se União mantiver defesa a Ustra
O ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, ameaçou ontem se demitir caso a AGU (Advocacia Geral da União) mantenha a defesa do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, em processo no qual é acusado de ter sido torturador durante o período da ditadura militar (1964-1985).
Vannuchi discursou ontem, na cerimônia de entrega do prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, em São Paulo. O ministro disse que foi chamado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2005 e aceitou o cargo, apesar de problemas pessoais, para avançar a defesa dos direitos humanos.
O Estado de S. Paulo
Kassab prepara governo voltado à periferia para tirar redutos do PT
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) vai atacar a força do PT em seus derradeiros redutos no município de São Paulo. Ele interpretou que a baixa votação que recebeu nos extremos das zonas sul, leste e noroeste deve ser encarada como uma reprovação daquelas populações a sua primeira gestão, aprovada no resto do município. E essa reprovação terá uma resposta no segundo mandato: a nova administração Kassab vai investir pesado nessas três regiões, as mais pobres do município. "Nunca mais perderemos lá", profetizou Kassab a três dezenas de aliados, parentes e amigos no domingo, na sala de seu apartamento, nos Jardins, logo após o anúncio da pesquisa de boca-de-urna que lhe dava ampla vitória sobre a rival Marta Suplicy (PT). Enquanto os amigos festejavam, o prefeito revelou sua preocupação com a sombra que a ampla vitória, por mais de 21 pontos porcentuais de diferença, projeta na extrema periferia da cidade.
PT quer manter aliança no Congresso
Na primeira avaliação após as eleições municipais, a Executiva do PT deixou claro que as articulações para 2010 já começaram e que o objetivo é manter o PMDB como principal parceiro na aliança para sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por trás do assédio ao PMDB, o PT também quer garantir o apoio do partido à aprovação de medidas no Congresso para conter os efeitos da crise financeira internacional no País. Além disso, a preocupação do PT é eleger o senador Tião Viana (PT-AC) para a presidência do Senado, com os votos e o aval do PMDB. "Quando termina um processo eleitoral, começa outro. E a base sinalizou que saiu na frente e com grande força para a vitória em 2010", resumiu o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP).
Serra diz que existe diálogo entre PSDB e peemedebistas
Embora diga que "2010 está mais longe do que parece" e garanta que não está "focado" na corrida presidencial e não negocia apoio, o governador José Serra admitiu, em entrevista ontem à TV Estadão: "Existe um diálogo do PSDB com o PMDB, isso é indiscutível." O partido foi o grande vitorioso da corrida municipal e é cortejado tanto pelos partidos governistas como de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Indagado sobre o saldo dos peemedebistas, Serra admitiu que o partido sai com "posição forte, do ponto de vista nacional". "O PMDB é um partido que tem capacidade, elasticidade. Fogaça, em Porto Alegre, tinha sido do PMDB, foi eleito pelo PPS, voltou para o PMDB e aí foi reeleito. Paes era PSDB, foi eleito pelo PMDB. O PMDB consegue absorver integrantes de outros partidos em situações-chave e conseguiu esse resultado bastante apreciável."
Quércia ''lança'' governador para presidente
Depois do sucesso da chapa que elegeu Gilberto Kassab (DEM) e a vice Alda Marco Antônio em São Paulo, o presidente do PMDB em São Paulo e ex-governador Orestes Quércia já tem nova meta política: ajudar a eleger José Serra (PSDB) presidente em 2010. Em entrevista ao estadao.com.br, Quércia, que é padrinho político da vice de Kassab, disse que "não quer nada para ele" em relação a cargos e defende uma mudança na orientação de seu partido, ou seja, que o apoio ao PT migre para o PSDB. "Se possível, (o PMDB deve ter) uma candidatura própria. Mas como acho muito difícil, eu prefiro uma composição com Serra para presidente para mudar essa administração do PT no País." O ex-governador ressaltou que o PMDB saiu fortalecido da eleição municipal. "É um grande aliado em 2010 para todos os partidos mesmo, tanto para o PT como para o próprio Serra", afirmou.
Governadores elegem aliados em 42% dos casos
Onze dos 26 governadores de Estado, o equivalente a 42%, conseguiram eleger seus aliados em capitais na eleição municipal. Levantamento feito pelo Estado revela que o Sudeste foi a região em que os administradores estaduais tiveram maior índice de aproveitamento. Lá, os quatro governadores emplacaram seus apoiados. Em São Paulo, José Serra (PSDB) conseguiu confirmar seu aliado, Gilberto Kassab (DEM), à frente da maior cidade brasileira. No segundo maior colégio eleitoral, Minas Gerais, o também tucano Aécio Neves, em uma aliança pouco usual com o PT, conseguiu fazer prefeito de Belo Horizonte o empresário Márcio Lacerda (PSB).
Geddel: disputa na Bahia não atinge Planalto
A vitória em Salvador, com a reeleição do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), abrandou o tom áspero contra o PT que marcou o discurso do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), na reta final da campanha. No calor da disputa do candidato peemedebista apoiado por Geddel contra o candidato petista Walter Pinheiro, o ministro fez ataques ao PT. Chamado ontem à noite ao Palácio de Ondina, sede do governo baiano, para uma primeira conversa com o governador petista Jaques Wagner, o ministro fez pouco caso da versões que o vêem mais próximo da órbita do PSDB e do DEM do que do PT derrotado nas urnas. Em entrevista ao Estado, Geddel admitiu, contudo, que será difícil negociar uma parceria com o PT em 2010, sem ter o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como grande fiador.
Correio Braziliense
Aliança mais cara
Fortalecidos pelos resultados das eleições municipais, dois líderes do PMDB deixaram claro ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará dificuldades para convencer o partido a apoiar um candidato do PT na próxima disputa presidencial. Em conversa com o Correio, o presidente do diretório peemedebista no estado de São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia, declarou que o ideal para a sigla seria lançar um nome próprio na sucessão. Mas, diante da falta de um quadro reconhecido nacionalmente entre seus filiados, a opção preferencial tem de ser a adesão à possível chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
PMDB vai para cima do PT
Um dos grandes vencedores da eleição municipal no país, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, líder do PMDB baiano, avisa que poderá disputar o governo estadual em 2010 se não houver diálogo com o PT. “Chegar ao posto de governador é o coroamento de uma vocação de vida pública”, afirma.
Berzoini insiste em acordo para 2010
O PT se prepara para contornar os problemas deixados pela eleição municipal e trabalhar para não deixar a aliança com o PMDB enfraquecida em 2010. O partido passará por uma reavaliação de prioridades em São Paulo, Salvador e Porto Alegre, cidades consideradas chaves na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Há setores nos dois partidos que não estão contentes com essa aliança. Mas vamos trabalhar para torná-la uma realidade”, afirmou Ricardo Berzoini, presidente da legenda, ontem, durante encontro da Executiva Nacional do PT, em Brasília. “Mas é natural que o PMDB também busque lançar um candidato, nós vamos tentar buscar até o fim o acordo”, acrescentou.
Paes escolhe tucano para chefiar Casa Civil
O apetite político e as amizades suprapartidárias de Eduardo Paes (PMDB) podem levar o prefeito eleito do Rio a montar um fantástico arco de alianças ou começar a lhe trazer, antes de empossado, os primeiros problemas políticos. Em torno da já apelidada República da Barra da Tijuca — base eleitoral comum do grupo —, Paes começou a montar seu secretariado pelos amigos mais próximos, ainda que sejam de partidos que, nas eleições recém-encerradas, estavam do outro lado do balcão. Poucas horas depois de confirmada a vitória contra Fernando Gabeira, da frente PV-PSDB-PPS-DEM, o prefeito eleito anunciou que entregará o cargo de maior confiança, o de chefe da Casa Civil, ao deputado estadual Pedro Paulo. O problema é que Pedro Paulo é do PSDB.
Tudo igual no Congresso
O resultado das eleições, que consagrou 18 deputados federais para a administração municipal, não vai alterar a correlação de forças entre governo e oposição no Congresso Nacional. No tabuleiro das vagas abertas com a eleição de deputados para as prefeituras e a efetivação de suplentes para a Câmara, o jogo ficou praticamente empatado: os dois principais partidos de oposição, PSDB e o DEM, vão ganhar mais uma cadeira de suplente na Casa a partir de janeiro de 2009, quando os novos prefeitos e vices assumem. No Senado, o cenário fica inalterado, uma vez que os três candidatos governistas não venceram.
O Globo
Paes descumpre promessa e já abre o governo a partidos
O prefeito eleito, Eduardo Paes (PMDB), acordou ontem quebrando, de uma só vez, duas promessas de campanha: seu partido já começou a dividir o governo com integrantes das 13 legendas que o apoiaram e, apesar de ter dito que seu primeiro ato seria escolher o secretário de Saúde, por causa da crise no setor, anunciou para chefe da Casa Civil, com status de secretário, o deputado Pedro Paulo Carvalho. Fiel escudeiro de Paes, Pedro Paulo, de 36 anos, é do PSDB, da coligação de Fernando Gabeira (PV). Na seqüência, Paes quebrou uma terceira promessa: tinha dito que suas primeiras UPAs seriam construídas no Méier e em Madureira (na Zona Norte), mas informou que dará prioridade à Zona Oeste, onde teve maior votação. Para a Fazenda, foi convidado o ex-secretário da Receita Jorge Rachid. Amanhã, Paes vai a Brasília, com o governador Sérgio Cabral, para se reunir com o presidente Lula.
Promessas descumpridas
1. Não faria nomeações políticas: ontem houve reunião de seu vice, Carlos Alberto Muniz, que é dirigente do PMBD, com representantes do PT e de outros partidos em que foi combinado a partilha dos cargos.
2. O primeiro ato seria anunciar o secretário de Saúde. Anunciou o futuro chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, do PSDB.
3. As primeiras UPAs seriam no Méier e em Madureira. As duas primeiras serão na Zona Oeste.
'Houve uso da máquina de forma muito grave'
Um dia após sua derrota nas urnas, Fernando Gabeira, do PV, foi recebido como vitorioso por eleitores nas ruas de Ipanema. Quem o viu passar ontem a caminho de casa, na Rua Alberto de Campos, depois de nadar na piscina do Flamengo e almoçar no restaurante Gula Gula, talvez se lembrasse de cena semelhante quatro meses atrás: Gabeira à vontade, de chinelos, bermuda e camisa da Charanga do Flamengo, carregando nas costas a prancha da natação, abraçado com as filhas, Tami e Maya. Mas, ontem, a passagem do deputado verde - que conquistou 70% dos votos da Zona Sul - foi acompanhada de gritos com seu nome, aplausos, pessoas cantando o jingle da campanha e declarações como "nós te amamos", gritada pela passageira de um táxi.
Especialistas avaliam o peso da abstenção
A alta abstenção no segundo turno, em que 927 mil eleitores deixaram de votar, pode ter sido decisiva para a vitória de Eduardo Paes sobre Fernando Gabeira, por 55 mil votos de diferença, na opinião de especialistas. Somente na Zona Sul, onde Gabeira teve seu melhor resultado (70,42%), foram 143 mil eleitores a menos. A maior abstenção ocorreu na 1ª Zona Eleitoral, no Centro (31,17%), onde Gabeira também venceu.
PSDB começa a assediar o PMDB e critica Dilma
Com dois presidenciáveis no partido, o PSDB deflagrou ontem a campanha de 2010, com ataques à candidata do presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), e assédio claro e direto ao PMDB, partido que saiu mais fortalecido das eleições municipais. O primeiro passo rumo a 2010 será tentar uma composição com o PMDB para a sucessão do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (RN), contra a candidatura do petista Tião Vianna (AC).
Brasil é acusado na OEA de proteger torturadores
Autor de ações contra militares que atuaram na ditadura militar, o procurador da República Marlon Weichert, de São Paulo, acusou ontem o governo brasileiro, em audiência na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, de proteger oficiais que perseguiram, torturaram e desapareceram com militantes de esquerda naquela época. Marlon afirmou que, com esse comportamento, o governo estimula a violência de hoje de policiais nas penitenciárias do país.
Mantega contradiz BNDES e nega ajuda a empresas em dificuldade
Contrariando o que prometera o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não vai ajudar empresas que tiveram prejuízos com operações "exóticas" no mercado financeiro. Segundo o ministro, não há subprime no país. As perdas de US$ 10 bilhões ou US$ 20 bilhões, estimadas pelo mercado, seriam "absorvíveis", afirmou Mantega.
Jornal do Brasil
Paes: ordem é evitar a crise
No primeiro dia após a vitória nas urnas, Eduardo Paes disse que a prioridade é evitar os efeitos da crise financeira internacional. Promete discutir com o presidente Lula e o governador Sérgio Cabral alternativas para manter - e mesmo ampliar - o volume de negócios atraídos para a cidade. O prefeito eleito anunciou o primeiro nome de seu secretariado: o deputado estadual Pedro Paulo (do PSDB, partido que apoiou o adversário Fernando Gabeira), que será o secretário-chefe da Casa Civil. A ele caberá o comando da equipe de transição. Paes se encontrará hoje com o prefeito Cesar Maia. Ambos vão começar os estudos sobre o orçamento do Rio para o próximo ano.
PMDB vai definir a sucessão
O reflexo da eleição na corrida ao Planalto é claro. Para partidos governistas e de oposição, sem o PMDB - que levou 1.203 prefeituras e teve 22 milhões de votos - dificilmente alguma legenda fará o presidente.
Balanços para derrubar boatos
Depois de verem as ações perder valor na crise, os grandes bancos anteciparam os balanços para frear a desconfiança. O desempenho do terceiro trimestre revelou, no caso do Bradesco e do Itaú, o terceiro e quarto maiores lucros trimestrais na história. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o prejuízo de empresas, quase US$ 20 bilhões, é "perfeitamente absorvível" e negou que o governo vá ajudá-las.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Folha de S. Paulo
Lula diz que não acomodará vencedores nem derrotados
Em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os resultados das eleições municipais não vão alterar os espaços dos partidos em seu ministério a fim de acomodar vencedores como o PMDB ou derrotados como Marta Suplicy. Na avaliação de auxiliares presidenciais e de dirigentes do PT, houve exposição excessiva de Lula nas campanhas municipais. Diante de um resultado no qual o PT cresceu eleitoralmente, mas colheu derrotas em três grandes capitais (São Paulo, Salvador e Porto Alegre), o governo e Lula ficam com um ônus político indireto.
Para Quércia, "o PMDB não tem, assim, um Serra"
À espera de definição do espaço do PMDB na Prefeitura de São Paulo e no governo do Estado, o ex-governador Orestes Quércia afirma ter fechado o apoio à candidatura de José Serra para a Presidência da República ao negociar aliança com o prefeito reeleito Gilberto Kassab.
O PMDB, diz, "não tem, assim, um Serra".
Presidente do PSDB abre fogo contra Dilma
O PSDB decidiu antecipar a disputa presidencial de 2010 e partir para o ataque contra a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), principal nome à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do partido, senador Sérgio Guerra, disse que a campanha "já começou", que o governo não irá eleger um "poste" e avisou que irá brigar pelo apoio do PMDB. Apesar de o tucano Geraldo Alckmin nem ter ido para o segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Guerra diz que o PT saiu derrotado desta eleição, principalmente por Marta Suplicy (PT) ter perdido para Gilberto Kassab (DEM) -o que deixa Dilma, diz ele, atrás dos tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
Dilma vê 56% de "seus" candidatos sofrerem derrota
Ministra campeã de milhagens nas eleições municipais, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apareceu 26 vezes em eventos durante a campanha, mas 56% dos "seus" candidatos perderam, segundo levantamento feito pela Folha. Embora a petista tenha obtido reveses por onde passou, em todas as aparições tratou de temas nacionais e teve encontros extra-agenda com líderes de segmentos da economia, grande parte composta por empresários.
Lula avalia que partidos de oposição perderam as eleições
Os partidos que fazem oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva foram os derrotados nas eleições municipais deste ano. Essa foi a avaliação feita pelo próprio presidente. "Três partidos perderam: DEM, PSDB e PPS. (...) Foram os que perderam mais prefeituras. E os partidos da base do governo todos eles cresceram: PT, PMDB, PSB, PC do B, PP, PTB, todos", disse o petista em entrevista ao jornalista Ricardo Kotscho, que assessorou Lula e foi secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência. A entrevista foi publicada na coluna de Kotscho no site IG.
PT e PSDB terminam a eleição com balanços semelhantes
Adversários mais prováveis na sucessão presidencial em 2010, PT e PSDB terminam as eleições municipais com tamanhos semelhantes e vitórias a comemorar. A Folha confrontou o desempenho das duas legendas nas últimas quatro eleições. Nelas, o PT faz uma curva ascendente, vencendo o rival em rankings importantes, como o número de votos recebidos e o eleitorado governado. Em 1996, a sigla só tinha mais votos para prefeito que o PSDB em 5 Estados. Em 2000, em 6. Em 2004, o mapa foi dividido ao meio, com cada legenda conquistando a dianteira em 13 Estados. Este ano, o PT foi o mais votado em 16 Estados. Na soma geral, o PT teve 2 milhões de votos a mais- 16,4 milhões contra 14,4 milhões do PSDB. Foi mais uma vez vitorioso nas regiões Sul e no Nordeste, mas levou a pior no Sudeste.
Noiva de 2010, PMDB pode ter "dois maridos"
O mapa eleitoral que emerge das urnas impacta a corrida presidencial de 2010 em pelo menos três aspectos: o governador de São Paulo, José Serra, se projeta em definitivo como o presidenciável tucano, o PT enfraquecido dá autonomia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conduzir o processo de sucessão e o PMDB, fortalecido nacionalmente neste pleito, se afirma como a "noiva" cobiçada por tucanos e petistas. A análise é de cientistas políticos ouvidos pela Folha.
Juiz arquiva pedido de investigação contra Kassab
O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Marco Antonio Martin Vargas, mandou arquivar a investigação judicial eleitoral aberta para averiguar a distribuição de brindes por empresas de pesquisa de opinião pública contratadas pela campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM) durante a campanha eleitoral em São Paulo. No final do primeiro turno, a Folha revelou que a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) havia gravado, com uma câmera oculta, eleitores sendo abordados no centro de São Paulo. Ao final da entrevista, o eleitor recebia como brindes um porta-retratos e refrigerantes. A lei eleitoral veda a distribuição de brindes.
Prefeitos eleitos já prevêem redução dos investimentos
Eleitos com a promessa de realizar grandes obras nas suas cidades, futuros prefeitos de capitais de todo o país já se preparam para a possibilidade de cortar investimentos no próximo ano para enfrentar a crise econômica internacional. Os planos em estudo prevêem o contingenciamento de parte dos Orçamentos municipais de 2009, o adiamento de obras e a redução nas despesas de custeio. As áreas sociais, afirmam os futuros administradores, terão prioridade e não deverão ser afetadas.
Redutos de Gabeira tiveram maior taxa de abstenção no Rio
Na eleição mais apertada da história do Rio, as áreas em que Fernando Gabeira (PV) teve maior votação para a prefeitura foram também as regiões com maior taxa de abstenção -eleitores que não foram votar. A votação de domingo registrou a maior proporção de abstenções em eleições municipais do Rio desde o segundo turno de 1996, quando Luiz Paulo Conde venceu o atual governador Sérgio Cabral Filho. Foram 20,25% no domingo, contra 21,42% há 12 anos. As taxas foram, em 2000, de 16,43% e 18,65% (primeiro e segundo turno, respectivamente) e, em 2004, de 15,88%. As áreas onde Gabeira teve votação maior do que o prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB) registraram o maior percentual de faltosos: na zona norte, foram 22,09% do eleitorado; na zona sul, 25,78%; e no centro, 27,07%.
Vannuchi diz que sai do governo se União mantiver defesa a Ustra
O ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, ameaçou ontem se demitir caso a AGU (Advocacia Geral da União) mantenha a defesa do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, em processo no qual é acusado de ter sido torturador durante o período da ditadura militar (1964-1985).
Vannuchi discursou ontem, na cerimônia de entrega do prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, em São Paulo. O ministro disse que foi chamado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2005 e aceitou o cargo, apesar de problemas pessoais, para avançar a defesa dos direitos humanos.
O Estado de S. Paulo
Kassab prepara governo voltado à periferia para tirar redutos do PT
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) vai atacar a força do PT em seus derradeiros redutos no município de São Paulo. Ele interpretou que a baixa votação que recebeu nos extremos das zonas sul, leste e noroeste deve ser encarada como uma reprovação daquelas populações a sua primeira gestão, aprovada no resto do município. E essa reprovação terá uma resposta no segundo mandato: a nova administração Kassab vai investir pesado nessas três regiões, as mais pobres do município. "Nunca mais perderemos lá", profetizou Kassab a três dezenas de aliados, parentes e amigos no domingo, na sala de seu apartamento, nos Jardins, logo após o anúncio da pesquisa de boca-de-urna que lhe dava ampla vitória sobre a rival Marta Suplicy (PT). Enquanto os amigos festejavam, o prefeito revelou sua preocupação com a sombra que a ampla vitória, por mais de 21 pontos porcentuais de diferença, projeta na extrema periferia da cidade.
PT quer manter aliança no Congresso
Na primeira avaliação após as eleições municipais, a Executiva do PT deixou claro que as articulações para 2010 já começaram e que o objetivo é manter o PMDB como principal parceiro na aliança para sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por trás do assédio ao PMDB, o PT também quer garantir o apoio do partido à aprovação de medidas no Congresso para conter os efeitos da crise financeira internacional no País. Além disso, a preocupação do PT é eleger o senador Tião Viana (PT-AC) para a presidência do Senado, com os votos e o aval do PMDB. "Quando termina um processo eleitoral, começa outro. E a base sinalizou que saiu na frente e com grande força para a vitória em 2010", resumiu o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP).
Serra diz que existe diálogo entre PSDB e peemedebistas
Embora diga que "2010 está mais longe do que parece" e garanta que não está "focado" na corrida presidencial e não negocia apoio, o governador José Serra admitiu, em entrevista ontem à TV Estadão: "Existe um diálogo do PSDB com o PMDB, isso é indiscutível." O partido foi o grande vitorioso da corrida municipal e é cortejado tanto pelos partidos governistas como de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Indagado sobre o saldo dos peemedebistas, Serra admitiu que o partido sai com "posição forte, do ponto de vista nacional". "O PMDB é um partido que tem capacidade, elasticidade. Fogaça, em Porto Alegre, tinha sido do PMDB, foi eleito pelo PPS, voltou para o PMDB e aí foi reeleito. Paes era PSDB, foi eleito pelo PMDB. O PMDB consegue absorver integrantes de outros partidos em situações-chave e conseguiu esse resultado bastante apreciável."
Quércia ''lança'' governador para presidente
Depois do sucesso da chapa que elegeu Gilberto Kassab (DEM) e a vice Alda Marco Antônio em São Paulo, o presidente do PMDB em São Paulo e ex-governador Orestes Quércia já tem nova meta política: ajudar a eleger José Serra (PSDB) presidente em 2010. Em entrevista ao estadao.com.br, Quércia, que é padrinho político da vice de Kassab, disse que "não quer nada para ele" em relação a cargos e defende uma mudança na orientação de seu partido, ou seja, que o apoio ao PT migre para o PSDB. "Se possível, (o PMDB deve ter) uma candidatura própria. Mas como acho muito difícil, eu prefiro uma composição com Serra para presidente para mudar essa administração do PT no País." O ex-governador ressaltou que o PMDB saiu fortalecido da eleição municipal. "É um grande aliado em 2010 para todos os partidos mesmo, tanto para o PT como para o próprio Serra", afirmou.
Governadores elegem aliados em 42% dos casos
Onze dos 26 governadores de Estado, o equivalente a 42%, conseguiram eleger seus aliados em capitais na eleição municipal. Levantamento feito pelo Estado revela que o Sudeste foi a região em que os administradores estaduais tiveram maior índice de aproveitamento. Lá, os quatro governadores emplacaram seus apoiados. Em São Paulo, José Serra (PSDB) conseguiu confirmar seu aliado, Gilberto Kassab (DEM), à frente da maior cidade brasileira. No segundo maior colégio eleitoral, Minas Gerais, o também tucano Aécio Neves, em uma aliança pouco usual com o PT, conseguiu fazer prefeito de Belo Horizonte o empresário Márcio Lacerda (PSB).
Geddel: disputa na Bahia não atinge Planalto
A vitória em Salvador, com a reeleição do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), abrandou o tom áspero contra o PT que marcou o discurso do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), na reta final da campanha. No calor da disputa do candidato peemedebista apoiado por Geddel contra o candidato petista Walter Pinheiro, o ministro fez ataques ao PT. Chamado ontem à noite ao Palácio de Ondina, sede do governo baiano, para uma primeira conversa com o governador petista Jaques Wagner, o ministro fez pouco caso da versões que o vêem mais próximo da órbita do PSDB e do DEM do que do PT derrotado nas urnas. Em entrevista ao Estado, Geddel admitiu, contudo, que será difícil negociar uma parceria com o PT em 2010, sem ter o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como grande fiador.
Correio Braziliense
Aliança mais cara
Fortalecidos pelos resultados das eleições municipais, dois líderes do PMDB deixaram claro ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará dificuldades para convencer o partido a apoiar um candidato do PT na próxima disputa presidencial. Em conversa com o Correio, o presidente do diretório peemedebista no estado de São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia, declarou que o ideal para a sigla seria lançar um nome próprio na sucessão. Mas, diante da falta de um quadro reconhecido nacionalmente entre seus filiados, a opção preferencial tem de ser a adesão à possível chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
PMDB vai para cima do PT
Um dos grandes vencedores da eleição municipal no país, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, líder do PMDB baiano, avisa que poderá disputar o governo estadual em 2010 se não houver diálogo com o PT. “Chegar ao posto de governador é o coroamento de uma vocação de vida pública”, afirma.
Berzoini insiste em acordo para 2010
O PT se prepara para contornar os problemas deixados pela eleição municipal e trabalhar para não deixar a aliança com o PMDB enfraquecida em 2010. O partido passará por uma reavaliação de prioridades em São Paulo, Salvador e Porto Alegre, cidades consideradas chaves na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Há setores nos dois partidos que não estão contentes com essa aliança. Mas vamos trabalhar para torná-la uma realidade”, afirmou Ricardo Berzoini, presidente da legenda, ontem, durante encontro da Executiva Nacional do PT, em Brasília. “Mas é natural que o PMDB também busque lançar um candidato, nós vamos tentar buscar até o fim o acordo”, acrescentou.
Paes escolhe tucano para chefiar Casa Civil
O apetite político e as amizades suprapartidárias de Eduardo Paes (PMDB) podem levar o prefeito eleito do Rio a montar um fantástico arco de alianças ou começar a lhe trazer, antes de empossado, os primeiros problemas políticos. Em torno da já apelidada República da Barra da Tijuca — base eleitoral comum do grupo —, Paes começou a montar seu secretariado pelos amigos mais próximos, ainda que sejam de partidos que, nas eleições recém-encerradas, estavam do outro lado do balcão. Poucas horas depois de confirmada a vitória contra Fernando Gabeira, da frente PV-PSDB-PPS-DEM, o prefeito eleito anunciou que entregará o cargo de maior confiança, o de chefe da Casa Civil, ao deputado estadual Pedro Paulo. O problema é que Pedro Paulo é do PSDB.
Tudo igual no Congresso
O resultado das eleições, que consagrou 18 deputados federais para a administração municipal, não vai alterar a correlação de forças entre governo e oposição no Congresso Nacional. No tabuleiro das vagas abertas com a eleição de deputados para as prefeituras e a efetivação de suplentes para a Câmara, o jogo ficou praticamente empatado: os dois principais partidos de oposição, PSDB e o DEM, vão ganhar mais uma cadeira de suplente na Casa a partir de janeiro de 2009, quando os novos prefeitos e vices assumem. No Senado, o cenário fica inalterado, uma vez que os três candidatos governistas não venceram.
O Globo
Paes descumpre promessa e já abre o governo a partidos
O prefeito eleito, Eduardo Paes (PMDB), acordou ontem quebrando, de uma só vez, duas promessas de campanha: seu partido já começou a dividir o governo com integrantes das 13 legendas que o apoiaram e, apesar de ter dito que seu primeiro ato seria escolher o secretário de Saúde, por causa da crise no setor, anunciou para chefe da Casa Civil, com status de secretário, o deputado Pedro Paulo Carvalho. Fiel escudeiro de Paes, Pedro Paulo, de 36 anos, é do PSDB, da coligação de Fernando Gabeira (PV). Na seqüência, Paes quebrou uma terceira promessa: tinha dito que suas primeiras UPAs seriam construídas no Méier e em Madureira (na Zona Norte), mas informou que dará prioridade à Zona Oeste, onde teve maior votação. Para a Fazenda, foi convidado o ex-secretário da Receita Jorge Rachid. Amanhã, Paes vai a Brasília, com o governador Sérgio Cabral, para se reunir com o presidente Lula.
Promessas descumpridas
1. Não faria nomeações políticas: ontem houve reunião de seu vice, Carlos Alberto Muniz, que é dirigente do PMBD, com representantes do PT e de outros partidos em que foi combinado a partilha dos cargos.
2. O primeiro ato seria anunciar o secretário de Saúde. Anunciou o futuro chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, do PSDB.
3. As primeiras UPAs seriam no Méier e em Madureira. As duas primeiras serão na Zona Oeste.
'Houve uso da máquina de forma muito grave'
Um dia após sua derrota nas urnas, Fernando Gabeira, do PV, foi recebido como vitorioso por eleitores nas ruas de Ipanema. Quem o viu passar ontem a caminho de casa, na Rua Alberto de Campos, depois de nadar na piscina do Flamengo e almoçar no restaurante Gula Gula, talvez se lembrasse de cena semelhante quatro meses atrás: Gabeira à vontade, de chinelos, bermuda e camisa da Charanga do Flamengo, carregando nas costas a prancha da natação, abraçado com as filhas, Tami e Maya. Mas, ontem, a passagem do deputado verde - que conquistou 70% dos votos da Zona Sul - foi acompanhada de gritos com seu nome, aplausos, pessoas cantando o jingle da campanha e declarações como "nós te amamos", gritada pela passageira de um táxi.
Especialistas avaliam o peso da abstenção
A alta abstenção no segundo turno, em que 927 mil eleitores deixaram de votar, pode ter sido decisiva para a vitória de Eduardo Paes sobre Fernando Gabeira, por 55 mil votos de diferença, na opinião de especialistas. Somente na Zona Sul, onde Gabeira teve seu melhor resultado (70,42%), foram 143 mil eleitores a menos. A maior abstenção ocorreu na 1ª Zona Eleitoral, no Centro (31,17%), onde Gabeira também venceu.
PSDB começa a assediar o PMDB e critica Dilma
Com dois presidenciáveis no partido, o PSDB deflagrou ontem a campanha de 2010, com ataques à candidata do presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), e assédio claro e direto ao PMDB, partido que saiu mais fortalecido das eleições municipais. O primeiro passo rumo a 2010 será tentar uma composição com o PMDB para a sucessão do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (RN), contra a candidatura do petista Tião Vianna (AC).
Brasil é acusado na OEA de proteger torturadores
Autor de ações contra militares que atuaram na ditadura militar, o procurador da República Marlon Weichert, de São Paulo, acusou ontem o governo brasileiro, em audiência na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, de proteger oficiais que perseguiram, torturaram e desapareceram com militantes de esquerda naquela época. Marlon afirmou que, com esse comportamento, o governo estimula a violência de hoje de policiais nas penitenciárias do país.
Mantega contradiz BNDES e nega ajuda a empresas em dificuldade
Contrariando o que prometera o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não vai ajudar empresas que tiveram prejuízos com operações "exóticas" no mercado financeiro. Segundo o ministro, não há subprime no país. As perdas de US$ 10 bilhões ou US$ 20 bilhões, estimadas pelo mercado, seriam "absorvíveis", afirmou Mantega.
Jornal do Brasil
Paes: ordem é evitar a crise
No primeiro dia após a vitória nas urnas, Eduardo Paes disse que a prioridade é evitar os efeitos da crise financeira internacional. Promete discutir com o presidente Lula e o governador Sérgio Cabral alternativas para manter - e mesmo ampliar - o volume de negócios atraídos para a cidade. O prefeito eleito anunciou o primeiro nome de seu secretariado: o deputado estadual Pedro Paulo (do PSDB, partido que apoiou o adversário Fernando Gabeira), que será o secretário-chefe da Casa Civil. A ele caberá o comando da equipe de transição. Paes se encontrará hoje com o prefeito Cesar Maia. Ambos vão começar os estudos sobre o orçamento do Rio para o próximo ano.
PMDB vai definir a sucessão
O reflexo da eleição na corrida ao Planalto é claro. Para partidos governistas e de oposição, sem o PMDB - que levou 1.203 prefeituras e teve 22 milhões de votos - dificilmente alguma legenda fará o presidente.
Balanços para derrubar boatos
Depois de verem as ações perder valor na crise, os grandes bancos anteciparam os balanços para frear a desconfiança. O desempenho do terceiro trimestre revelou, no caso do Bradesco e do Itaú, o terceiro e quarto maiores lucros trimestrais na história. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o prejuízo de empresas, quase US$ 20 bilhões, é "perfeitamente absorvível" e negou que o governo vá ajudá-las.