Lula promete construção de 500 mil casas populares e alfineta Cesar Maia
CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira que o governo vai lançar "nos próximos dias" um programa nacional de habitação que prevê a construção de 500 mil casas populares. Lula ressaltou que o programa vai estimular a economia, gerando mais empregos em meio à crise financeira mundial.
"Precisamos gerar empregos. Nessa crise, vamos dizer para os países ricos, que até ontem diziam o que deveríamos fazer, para eles fazerem o que nós estamos fazendo", disse Lula durante evento de inauguração de uma escola que faz parte das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), em Manguinhos (zona norte do Rio).
Um dos setores mais atingidos no Brasil pela crise internacional, a construção civil deve ser foco de novas medidas do governo nesta semana. O pacote habitacional para tentar evitar uma queda brusca no crescimento poderá elevar o teto do valor dos imóveis a serem financiados pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) dos atuais R$ 350 mil para cerca de R$ 500 mil.
A equipe econômica está dividida entre a necessidade de estimular a construção civil com medidas voltadas às classes média e alta ou focar os segmentos de renda mais baixa, mas o aumento deverá ocorrer. O setor ainda pede que o governo permita que o FGTS possa ser usado para o pagamento das parcelas mensais do financiamento imobiliário.
Críticas
No primeiro evento no Rio junto com o recém-empossado prefeito Eduardo Paes (PMDB), Lula destacou que a parceria entre os governos fará com que as obras se desenvolvam no tempo previsto.
O presidente fez várias críticas aos antigos governantes do Rio, principalmente ao ex-prefeito Cesar Maia (DEM), sobre quem Lula disse "não ter conhecido durante o tempo em que governou o Rio."
"A única coisa que ele fazia é ficar no blog dele, falando mal de mim e do Sérgio Cabral. Nunca vi a cara desse cidadão nas vezes que vim ao Rio de Janeiro", disse Lula.
Lula complementou dizendo que os políticos podem ser adversários, mas em determinada hora têm que "ter vergonha na cara" e governar para o povo.