Embaixador italiano retorna a Brasília para acompanhar caso Battisti
da Folha Online
da Ansa
O embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise, retornou a Brasília após ter sido chamado pelo chanceler da Itália, Franco Frattini, para consultas sobre o caso do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti. Condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos, Battisti recebeu o status de refugiado político no Brasil.
As autoridades italianas criticaram a decisão do Brasil de conceder refúgio a Battisti, pois querem extraditá-lo para a Itália.
Em nota, o Ministério da Relações Exteriores da Itália informa que Valensise retornou ao Brasil para acompanhar de perto os desdobramentos jurídicos do caso e representar os interesses jurídicos de seu país.
Na semana passada, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cezar Peluso deu cinco dias para o governo italiano se manifestar sobre o pedido de liberdade feito pela defesa de Cesare Battisti.
Peluso diz que não há dúvida do interesse jurídico do Estado em manifestar-se. "O Estado requerente [Itália] é parte neste processo, que, instaurado a seu pedido, não pode deixar de atender, em certos limites, às exigências do contraditório".
A defesa de Battisti já entrou com três pedidos de liberdade em favor do italiano desde que ele recebeu o status de refugiado político. Na primeira vez, o presidente do STF, Gilmar Mendes, pediu que a PGR (Procuradoria Geral da República) se manifestase sobre o caso. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, recomendou o arquivamento do processo de extradição.