Chávez ordena expropriação da Cargill na Venezuela

Chávez ordena expropriação da Cargill na Venezuela

Motivo seria o arroz parbolizado, não sujeito a regulamentação de preços do governo

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ordenou na quarta-feira a expropriação da unidade local da gigante norte-americana do setor de alimentos Cargill, ameaçou a companhia nacional Empresas Polar e exigiu a inspenção de indústrias desde papel higiênico até montadoras de automóveis.

O atrito de Chávez com as companhias de alimentos, exigindo que produzam arroz mais barato, surge menos de três semanas após ele ter vencido um referendo que o permite concorrer à reeleição e marcou sua primeira nacionalização em sete meses.

"Eu aviso vocês que essa revolução significa negócios", disse ele, cujo governo enfrenta dificuldades com a baixa rentabilidade do petróleo e ligeira escassez de alimentos neste ano.

O presidente venezuelano ordenou no fim de semana intervenção em todas as processadoras de arroz para garantir que não desviem seus produtos para uma variedade mais cara do alimento.

"Inicia-se o processo de expropriação da Cargill (...) e além disso com investigação judicial", afirmou Chávez.

Tanto a Empresas Polar, maior companhia agroindustrial do país, quanto a Cargill , principal processadora privada de alimentos dos Estados Unidos, produzem diversos itens alimentícios no país.

A Cargill respondeu mais tarde que respeitará a decisão e tentará negociar para resolver a situação. "A Cargill está comprometida com uma produção de alimentos na Venezuela que atenda a todas as leis e regulamentos", afirmou o porta-voz da empresa, Mark Klien, nos Estados Unidos.

"A unidade de arroz foi projetada exclusivamente para produzir arroz parbolizado, o que a companhia tem feito no local pelos últimos sete anos e em outras partes do país há 13 anos", completou Klien.

Chavez afirmou que ordenou a expropriação porque a Cargill evita produzir arroz básico, sujeito à regulamentação de preços do governo.

O presidente ordenou também a inspecão de outras instalações, um dia depois de obrigar a agroindústria a fabricar principalmente produtos de preços controlados.

O governo acusa alguns empresários de burlar o controle de preços, que tem como objetivo abater a inflação mais alta do continente.

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