Arma não letal será usada no policiamento ostensivo no Estado de SP.
Especialistas, porém, alertam para o mau uso do equipamento.
Do G1, em São Paulo, com informações da TV Globo
A Polícia Militar de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, irá usar uma nova arma no combate ao crime: pistolas elétricas. O armamento está sendo implantado gradativamente em todo o Estado de São Paulo. A capital de SP já conta com o aparato. Mas apesar de não ser letal, a arma pode fazer mal a quem sofre de problemas cardíacos, segundo especialistas.
Parece uma arma de brinquedo, mas provoca um grande choque. Nas mãos de 350 policiais em São Paulo, a pistola exige pelo menos 10 horas de aulas práticas e teóricas.
A 5 metros de distância, ela é capaz de imobilizar um homem na hora. Do equipamento saem dois fios com arpões nas pontas semelhantes a anzóis. Eles penetram de 1 cm a 1,5 cm no corpo. Pelo fio, a descarga elétrica atinge o criminoso.
“Essa arma será usada em caso que não se deve usar arma letal”, disse o tenente da PM Thiago Pedroso.
O uso de armas não letais é polêmico. O coordenador do Observatório de Violência, da USP, tem uma preocupação. “Comitês internacionais não recomendam o uso, até mesmo porque pode contribuir com a violência policial, já que não deixa marcas visíveis, e para a tortura”, disse o psicólogo Sérgio Kodato.
O cardiologista Evandro José Cesarino alerta para o perigo do uso da arma. “Dependendo do tipo de cardiopatia, a descarga pode gerar arritmia mais grave, como a ausência de batimentos”, concluiu.