Prefeita de Ribeirão Preto deve trocar DEM pelo PSD


Prefeita de Ribeirão Preto deve trocar DEM pelo PSD

A sete dias do prazo final para a filiação partidária de candidatos às eleições municipais de 2012, a prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera, está decidida a trocar o DEM pelo PSD, do amigo e padrinho político Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo. "Ela disse que está realmente disposta a ir para o PSD, o que me surpreendeu", disse à Agência Estado Mandrison de Almeida, marido da prefeita.

Além da pressão constante de Kassab, a crise entre a prefeita e o PSDB e o governador Geraldo Alckmin ajudou Dárcy a mudar de ideia sobre sua permanência no DEM. Hoje, em seu perfil na rede de microblogs Twitter, Dárcy reproduziu um link para uma matéria na qual o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) critica o tratamento dado pelo diretório tucano em São Paulo a ele e ao ex-governador José Serra. "Aloysio Nunes diz que PSDB-SP ignora ele e o Serra. Imaginem o que fazem comigo em Ribeirão", criticou a prefeita. "O desabafo do senador mostra o desconforto dele na própria casa, que é o PSDB", completou.

O descontentamento de Dárcy com Alckmin teria origem em uma suposta promessa de apoio do governador à reeleição da prefeita em 2012, o que certamente não se concretizará. Alckmin defende a candidatura de um dos seus políticos mais próximos, o deputado federal e líder tucano na Câmara, Duarte Nogueira. O PSDB de Ribeirão Preto tem ainda como possível candidato o ex-prefeito e deputado estadual Welson Gasparini, derrotado por Dárcy em 2008.

Para o marido da prefeita, a ida de Dárcy para o PSD melhoraria ainda mais o bom relacionamento dela com o governo federal e com o PT, ainda com influência na cidade do ex-prefeito e ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci. "No PSD, uma coligação com o PT seria difícil, mas certamente evitaria ataques a ela em 2012", disse Almeida. "Se ela for reeleita, aí o governador vai tratá-la como deveria", concluiu.

Por unanimidade, vereadores cassam mandato de Oliveira


Por unanimidade, vereadores cassam mandato de Oliveira

Apenas Oliveira Junior esteve ausente da sessão extraordinária em que teve seu mandato cassado: decisão unânime

Por unanimidade, a Câmara de Ribeirão Preto aprovou sábado (1º) a cassação do mandato de Oliveira Junior (PSC). Os vereadores acataram o parecer da CP (Comissão Processante), que considerou ter havido quebra do decoro parlamentar nas acusações por ameaça e desacato contra policiais militares e por direção perigosa e embriaguez. Porém, sem provas suficientes, a comissão sugeriu a absolvição da acusação de manter funcionária fantasma em seu gabinete. Oliveira Junior é o terceiro vereador cassado na história da Câmara de Ribeirão Preto.

O advogado José Augusto Bertoluci, que defende Oliveira Junior na Justiça, considera que a ausência de notificação do vereador foi uma falha grave no processo, que pode levar à nulidade da cassação.

O relator da CP, Saulo Rodrigures (PRB), deu parecer final pela absolvição de Oliveira Junior nas três acusações. A decisão do vereador não foi aceita por Capela Novas (PPS) e Gilberto Abreu (PV), que apresentaram voto contrário ao parecer do relator e pediram a cassação do vereador pelas denúncias de desacato e ameaça, direção perigosa e embriaguez.

Gilberto Abreu fez a leitura do voto vencedor da CP, que considerou quebra do decoro nas duas denúncias. Porém, na sexta-feira, Saulo encaminhou ofício à presidência pedindo a revisão do seu voto. Ele mudou sua posição e concordou com a cassação de oliveira pelos dois motivos sugeridos pelos outros membros da comissão.

Com a decisão de sábado (1º), Oliveira Junior perde os direitos políticos até o final do mandato e por mais oito anos.

Apenas os fatos

O presidente da CP, Capela Novas (PPS), diz que a comissão relatou apenas os fatos que apontavam para a quebra do decoro parlamentar. O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Ribeirão Preto, Ricardo Giuntini, considerou que a Câmara "deu a resposta que a sociedade esperava".

Para André Rodini, um dos membros do "Movimento por uma Ribeirão Melhor" - que pediu abertura da CP por desacato e direção perigosa-, a posição dos vereadores é uma vitória da sociedade a decisão dos vereadores. O suplente Nilton Gaiola (PSC) será convocado após a publicação da cassação e terá 15 dias para tomar posse.

Advogado deve recorrer

O advogado José Augusto Bertoluci, que assina o pedido judicial de Oliveira Junior (PSC) para tentar anular a CP (Comissão Processante) na Justiça, considera um erro a ausência de notificação do parlamentar. O fato deve embasar pedido judicial para tentar suspender a cassação na Justiça.

"O processo está cheio de irregularidades e, se a Justiça não ficar com medo, anula [a decisão dos vereadores]", afirmou. Bertoluci acredita que o resultado da sessão extraordinária de ontem "já era previsto" e que os vereadores votaram "mais com medo da opinião pública do que com a realidade".

O advogado considera que a rejeição dos argumentos de irregularidades na condução dos trabalhos, constante no pedido de liminar para suspender a CP, também teve influência da opinião pública sobre a decisão  judicial.

Procurado, Oliveira se recusou a comentar o resultado. Ao invés disso, preferiu proferir palavras de baixo calão.