SwissLeaks: Políticos ligados a PT, PSDB, PMDB, PDT, PP e PTC aparecem na relação de brasileiros com contas no HSBC
Entre as 6,6 mil contas ligadas a 8.667 clientes brasileiros constam figuras relacionadas ao PT, PSDB, PMDB, PDT, PP e PTC.
Entre cerca de 700 políticos da atualidade, o UOL e O Globo afirmam que apenas cinco possuem ou já possuíram contas no HSBC da Suíça. os dois veículos – que detêm exclusividade na apuração do caso SwissLeaks relacionado a brasileiros
Ou seja, o vazamento das informações coletadas pelo ICIJ e a seleção dos nomes e valores que brasileiros guardam ou guardaram na Suíça está sendo feito por duas das maiores empresas de comunicação diretamente interessadas nos desdobramentos políticos do caso, e que divulgam os nomes sob o critério do “interesse público”: o que é decidido subjetivamente por eles.
A lista vai além de figuras como Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central do governo FHC), Lily Marinho (viúva de Roberto Marinho), Luis Frias (do grupo Folha de São Paulo), além de artistas globais.
Ou seja, a Folha, o Jornal Nacional e a Rede Globo não tem interesse nenhum em te manter informados de fato sobre a lista de fato.
De acordo com a relação há pelo menos 11 pessoas ligadas a esses seis partidos. Estão listados o empresário bilionário e suplente de senador Lirio Parisotto (PMDB-AM), o integrante da Executiva Nacional do PSDB Márcio Fortes, o vereador Marcelo Arar (PT-RJ), o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira (PDT) e um assessor, o presidente nacional do PTC, Daniel Tourinho, e duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).
Dos mencionados, o que possuía mais dinheiro no banco na Suíça era Parisotto, com um saldo de quase US$ 46 milhões entre 2006 e 2007 em cinco contas. Nenhuma delas consta na declaração de bens prestada à Justiça Eleitoral, de acordo com Rodrigues.
Por outro lado, Tourinho, hoje líder do PTC, foi o fundador do Partido da Juventude, que viria a se tornar o PRN, sigla pela qual Fernando Collor de Mello seria eleito presidente da República. Justamente no ano do impeachment, em 1992, Tourinho teve contas no HSBC por um período curto de alguns meses.
Tucano que chefiou BNDES não declara conta em HSBC da Suíça
Entre os nomes de políticos citados nas contas secretas do HSBC na Suíça consta o do empresário Márcio Fortes, primeiro vice-presidente do PSDB-RJ; ex-tesoureiro de FHC e José Serra, ele nunca declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a existência de suas três contas internacionais; em 2000, ele foi a pessoa física que mais doou ao partido; durante a campanha de Serra à Presidência, em 2002, Fortes usou notas frias e o PSDB chegou a ser multado em R$ 7 milhões; o político tucano também foi capa da revista Exame, como o presidente do BNDES que incentivava as privatizações.
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Em nota, o presidente do PT-SP, Emídio de Souza, pediu o afastamento dos executivos Paulo Celso Mano Moreira da Silva e Ademir Venâncio de Araújo, ambos envolvidos no escândalo do cartel dos trens em São Paulo; Mano foi também citado no chamado "Swissleaks", como titular de uma conta no HSBC; "O Diretório Estadual do PT-SP entende que a gravidade dos fatos divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ), que através de documentos aponta a existência das contas secretas na Suíça, exige apuração profunda sobre o caso", diz a nota
Descobertas na Suíça contas secretas de celebridades brasileiras
Celebridades como Claudia Raia, Jô Soares, Marília Pera e Maitê Proença estão entre titulares de contas secretas no banco HSBC
Fica evidente a tentativa dos jornais de vincular de alguma forma o recebimento via Lei Rounet, nos anos de governo petista, com as contas na Suíça.
A atriz Claudia Raia, segundo os registros do HSBC, teve uma conta na agência de Genebra, número 34738 ZES, de 3 de maio de 2004 a 5 de novembro de 2006. Era um depósito em conjunto com seu então marido, o também ator Edson Celulari.
E ainda há mais duas atrizes nos arquivos do HSBC: Marília Pêra e Maitê Proença. A empresa da atriz Marília Pêra captou R$ 100 mil via Lei Rouanet para montar e divulgar uma peça com a própria Marília em cartaz, que estreou em 2002. A atriz Maitê Proença está nos arquivos do SwissLeaks vinculada à conta 15869 HP, aberta em 17 de abril de 1990 e ativa em 2006/2007, quando os dados foram extraídos do HSBC. O saldo era de $585 mil.
Jô Soares está no acervo de dados vazado do HSBC identificado como ator, jornalista, escritor e animador de televisão em canais de TV no Brasil. Ele aparece relacionado a 4 contas no HSBC de Genebra, todas já encerradas em 2006/2007. Os cineastas Andrucha Waddington e Hector Babenco, o empresário mentor do Rock in Rio, Roberto Medina, o ator Francisco Cuoco e a família do músico Tom Jobim são outros nomes citados na reportagem.
Várias personalidades ligadas ao futebol brasileiro aparecem na lista de contas do banco britânico HSBC na Suíça, informa a mídia brasileira.
De acordo com a ESPN, trata-se dos agentes Reinaldo Pitta, Eduardo Uram e Richard Alda, e também dos empresários Renato Tiraboschi e Octavio Koeler. Estes últimos foram sócios do ex-presidente da Confederação Brasileira do Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Eles também têm representado a CBF como intermediadores.
Já Uram representa o lateral direito Léo Moura, ex-Flamengo e agora, membro de um time nos EUA. Pitta é famoso por ser o primeiro a revelar Ronaldo Nazário, e atualmente atua para o goleiro do Flamengo, Paulo Victor, e para o atacante corinthiano Emerson Sheik. Alda está agenciando o volante Arouca, do Palmeiras.
Servidores públicos e de concessionárias aparecem em lista do caso Swissleaks
O delegado que aparece na lista analisada por O Globo, hoje empresário do ramo de segurança, é Miguel Gonçalves Pacheco e Oliveira. O saldo de suas contas está calculado em US$ 194,9 milhões.
Os outros servidores são um inspetor de polícia, um engenheiro da Secretaria Municipal de Obras do Rio de Janeiro, um conselheiro da concessionária do Aeroporto de Cabo Frio e um ex-diretor da antiga concessionária de metrô do Rio, a Opportrans.
O outro policial encontrado nas planilhas do HSBC é o inspetor de polícia Fernando Henrique Boueri Cavalcante, que está aposentado há dois anos. Em 2006/2007, segundo apontou O Globo, ele tinha um saldo de US$ 697 mil.
Mauro Chagas Bonelli, servidor da Secretaria de Obras do Rio de Janeiro, aparece relacionado a uma conta numerada aberta em 1999 e que fechou os anos pesquisados de 2006/2007 com saldo de US$ 105 mil.
O conselheiro da Costa do Sol, concessionária que administra o Aeroporto de Cabo Frio, Murilo Siqueira, teve duas contas numeradas no HSBC suíço, conforme apontou o jornal. Uma esteve ativa em 2003 e foi encerrada no mesmo ano. A outra, em 2006/2007, tinha saldo de US$ 895 mil. Siqueira foi presidente da Flumitrens.
Quem também apareceu na lista, de acordo com a apuração de O Globo, foi Hamilton de Souza Freitas Filho, que foi diretor administrativo e financeiro do Consórcio Opportrans. Em dezembro de 1997, o Opportrans adquiriu, na Bolsa de Valores do Rio, o direito de explorar o serviço metroviário da capital fluminense.
O nome dele está relacionado a uma conta numerada aberta em setembro de 1989 e que, em 2006/2007, tinha um saldo de US$ 10,2 milhões.
Coaf confirma acesso à lista de brasileiros no HSBC
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) confirmou ter recebido, em outubro, lista do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (CIJI) com o nome de 342 brasileiros que tiveram ou mantinham contas no Banco HSBC na Suíça.
Em depoimento à CPI do HSBC, no Senado, o jornalista do portal Uol Fernando Rodrigues, acusou o Coaf e a Receita Federal de omissão em relação a nomes compartilhados pelo CIJI. Segundo a denúncia, cerca de 8,7 brasileiros movimentaram cerca de US$ 7 bilhões no HSBC na Suíça.
O próprio Fernando Rodrigues, porém, também foi acusado de reter informações que apontavam que barões da mídia, como Octavio Frias de Oliveira, ex-proprietário da Folha de S. Paulo, e Lili Marinho, e viúva do jornalista Roberto Marinho – ambos já falecidos – mantinham contas no HSBC.
Cinco auditores estão na lista de contas secretas do HSBC na Suíça
Na relação dos brasileiros que em 2006 e 2007 tinham seus nomes relacionados a contas numeradas no HSBC da Suíça aparecem pelo menos cinco auditores fiscais, quatro da Receita Federal e uma da Receita Estadual do Rio de Janeiro.
Ter uma conta bancária na Suíça ou em qualquer outro país não é ilegal, desde que seja declarada à Receita Federal. São os auditores do órgão que têm a responsabilidade de fiscalizar o cumprimento desta obrigação.