Zelotes: Gerdau e RBS, afiliada da Globo, são principais alvos, diz jornal
A siderúrgica e o grupo de comunicação são suspeitos de corromper funcionários públicos para não pagarem impostos devidos
Bradesco, Santander, Pactual, Petrobras, BRF também são investigados na Operação Zelotes
Desvios na Operação Zelotes podem superar os da Lava Jato
Investigação já apurou prejuízo de R$ 5,7 bi aos cofres públicos, contra R$ 2,1 bi da Lava Jato
A siderúrgica Gerdau, uma das 50 maiores companhias do Brasil, e a RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul, são as empresas contra as quais há mais indícios de irregularidades investigados no âmbito da Operação Zelotes da Polícia Federal. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. Deflagrada na quinta-feira 26, a Operação Zelotes apura a existência de um esquema responsável por causar o sumiço de débitos tributários, uma forma de desfalcar os cofres públicos. Até aqui, já foi confirmado um prejuízo de 6 bilhões de reais, que pode chegar a 19 bilhões, valor maior que o investigado inicialmente na Operação Lava Jato.
De acordo com a Folha, os investigadores responsáveis pela Zelotes teriam indícios consistentes contra 11 empresas: os bancos Santander e Safra; as montadoras Ford e Mitsubishi; as companhias Cimento Penha, Boston Negócios, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio e Mundial-Eberle; além da RBS e da Gerdau. Segundo o jornal, o Ministério Público considera ter "indícios fortes" contra as duas últimas empresas.
Bancos teriam pagado propina para anular multas com Receita
Grandes empresas também estariam envolvidas no pagamento de suborno
Bancos e empresas de grande porte suspeitos de negociar ou pagar propina para pagar débitos com a Receita Federal no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) estão sob investigação, de acordo com reportagem publicada neste sábado pelo jornal Estado de S. Paulo
Procurador vai pedir fim do sigilo na Operação Zelotes, conforme jornal
O procurador do Ministério Público Federal Frederico Paiva, um dos responsáveis pela Operação Zelotes, que apura fraudes em processos julgados pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), vai pedir ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal, que reconsidere a decisão que decretou o sigilo das investigações, conforme matéria publicada no site do jornal O Globo neste sábado. Bancos, empresas e conselheiros do Carf estão entre os investigados.
— Alguns investigados já tiveram amplo acesso à investigação, é um direito deles. Vou pedir ao juiz que reconsidere a decisão que decreta o sigilo. Ela abre espaço para o vazamento seletivo. A transparência é sempre o melhor (critério), a sociedade tem o direito de saber o que está sendo feito com o seu dinheiro — afirmou, conforme o jornal.
Como é de praxe, nenhuma empresa assumiu irregularidades com a Receita Federal.