O ex-sócio de Renan Calheiros, o usineiro João Lyra, ao contrário do senador, que negou uma nova denúncia de que teria adquirido por meio de "laranjas" empresas de comunicação, confirmou tudo.
Lyra tem histórico de misturar os negócios à política. No passado, foi aliado de Renan, mas hoje são adversários. Em entrevista ao repórter Alexandre Oltromari, da revista "Veja", Lyra confirma os negócios com Renan na compra de rádios e jornal e elogia a postura de "bom pagador" do presidente do Senado.
Quanto à sociedade oculta de Renan em meios de comunicação, Lyra afirmou que o senador não explicou as razões por não querer aparecer publicamente à frente do negócio. "Por isso, pediu para colocarmos tudo em nome de laranjas", disse Lyra.
A sociedade entre Renan e Lyra durou cinco anos. Longe dos olhos do fisco, compraram um jornal e uma rádio, que, depois, deram origem à JR Radiodifusão. O negócio, que somou R$ 2,6 milhões, contou com R$ 1,3 milhão do senador.
Em 2005, a parceria foi desfeita e Lyra ficou com o jornal. Renan tomou conta da JR Radiodifusão, hoje em nome do primo Tito Uchôa e do filho Renan Calheiros Filho. À primeira rádio juntaram-se outras três.
As transações que o senador assegura não ter realizado serão objeto de investigação também do Ministério Público, no âmbito do inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido do procurador-geral Antonio Fernando de Souza.
INVESTIGAÇÃO
A Justiça de Alagoas determinou a quebra do sigilo fiscal, tributário e bancário de seis abatedouros de gado do Estado, entre eles o Mafrial, que foi citado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como intermediário da venda de gado de suas fazendas.
O procurador-geral do Estado, Mário Jorge Uchôa, disse que a quebra dos sigilos foi pedida depois que a fiscalização da Secretaria da Fazenda encontrou indícios de irregularidades em empresas de comercialização de carne no Estado.
"Pelas notícias divulgadas nacionalmente, o governo do Estado mandou levantar como estava o comércio de bois. Foi constatada uma forte suspeita de que algumas empresas estavam sendo utilizadas para determinadas operações", disse Uchôa. Segundo o procurador-geral, a Secretaria da Fazenda ainda não tem detalhes dessas operações irregulares.
Reportagens mostraram que açougues inicialmente apontados por Renan como compradores do gado de suas fazendas não existiam ou atuavam de forma precária. Em uma nova versão, o senador disse que o Mafrial intermediava a compra do gado de suas propriedades.
Assessor de Renan tem R$ 478 mil só em veículos
Carlos Santa Rita tem registrado em seu nome oito veículos em Maceió, entre eles três caminhões
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Carlos Ricardo Nascimento Santa Rita, assessor e um dos supostos laranjas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é dono de uma frota de veículos avaliada em pelo menos R$ 478,5 mil, segundo levantamento feito nos registros do Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas.
Mesmo se ganhasse o equivalente ao seu chefe, cerca de R$ 16,5 mil por mês, Santa Rita teria que fazer milagre para adquirir tamanho patrimônio. E uma parte considerável de seus ganhos seria consumida com o pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Funcionário e braço direito do senador de longa data, Santa Rita tem registrado em seu nome oito veículos em Maceió, onde mora e trabalha. Ele costuma emprestar a sua frota para o senador e sua família. "Renan utiliza esses carros como se fossem dele próprio", diz o ex-bicheiro Plínio Baptista.
A lista inclui quatro veículos de passeio, um utilitário e três caminhões basculantes. Entre os carros, uma Toyota Hilux, 4X4, avaliada em R$ 105 mil, uma Suzuki Grand Vitara (R$ 50 mil), um Toyota Corolla (R$ 59 mil) e um Fiat Siena (R$ 19,5 mil).
Os mais caros são os caminhões. São três Mercedes Benz modelo LK 1620 avaliados em R$ 93 mil, R$ 80 mil e R$ 72 mil. Há ainda uma Kombi 1997, cujo valor não está registrado.
Justiça investiga abatedouro do caso Renan
Correio Forense/Arquivo
Justiça determinou quebra do sigilo bancário do Mafrial
A Justiça de Alagoas determinou a quebra dos sigilos fiscal, tributário e bancário do abatedouro de gado Mafrial, citado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como intermediário da venda de gado de suas fazendas, e de outros dois abatedouros no estado.
O Banco Central e a Receita Federal têm um prazo de dez dias para encaminhar à 16ª Vara da Fazenda Pública de Alagoas as declarações de renda e as movimentações bancárias dos abatedouros nos últimos cinco anos. A quebra dos sigilos foi solicitada à Justiça pela Secretaria da Fazenda de Alagoas, por meio da Procuradoria-geral do estado.
De acordo com o procurador-geral, Mário Jorge Uchôa, o pedido teve como base denúncias de indícios de que empresas teriam sido usadas como “laranjas” e emitido notas frias para comprovar a venda de gado supostamente feita por Renan Calheiros.
A venda de gado em Alagoas é a maneira como o presidente do Senado busca comprovar que não teve despesas pessoais pagas por um lobista. A origem do dinheiro é investigada pelo Conselho de Ética do Senado e o Supremo Tribunal Federal.
Segundo o procurador, boa parte dos documentos já não deve ser localizada, depois de um assalto ao Mafrial no dia 1º.
O Mafrial e os outros dois matadouros devem ser autuados pela Secretaria da Fazenda. O diretor de fiscalização, Marcelo Machado, confirmou que os relatórios mensais de abate solicitados não atendem aos padrões da legislação.
Segundo ele, o documento não apresenta o nome do dono do gado a ser abatido nem o destinatário da carne. O diretor de fiscalização não descarta a possibilidade de que outros documentos sejam solicitados. A investigação dos abatedouros deve ser concluída em 60 dias.
O G1 ligou para o frigorífico Mafrial, mas não conseguiu falar com a proprietária, Zoraide Beltrão. Um funcionário informou que a proprietária não estava e não havia ninguém para falar sobre a investigação.
Fonte: Do G1, com informações da TV Gazeta
Justiça investiga abatedouro do caso Renan
Correio Forense/Arquivo
Justiça determinou quebra do sigilo bancário do Mafrial
A Justiça de Alagoas determinou a quebra dos sigilos fiscal, tributário e bancário do abatedouro de gado Mafrial, citado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como intermediário da venda de gado de suas fazendas, e de outros dois abatedouros no estado.
O Banco Central e a Receita Federal têm um prazo de dez dias para encaminhar à 16ª Vara da Fazenda Pública de Alagoas as declarações de renda e as movimentações bancárias dos abatedouros nos últimos cinco anos. A quebra dos sigilos foi solicitada à Justiça pela Secretaria da Fazenda de Alagoas, por meio da Procuradoria-geral do estado.
De acordo com o procurador-geral, Mário Jorge Uchôa, o pedido teve como base denúncias de indícios de que empresas teriam sido usadas como “laranjas” e emitido notas frias para comprovar a venda de gado supostamente feita por Renan Calheiros.
A venda de gado em Alagoas é a maneira como o presidente do Senado busca comprovar que não teve despesas pessoais pagas por um lobista. A origem do dinheiro é investigada pelo Conselho de Ética do Senado e o Supremo Tribunal Federal.
Segundo o procurador, boa parte dos documentos já não deve ser localizada, depois de um assalto ao Mafrial no dia 1º.
O Mafrial e os outros dois matadouros devem ser autuados pela Secretaria da Fazenda. O diretor de fiscalização, Marcelo Machado, confirmou que os relatórios mensais de abate solicitados não atendem aos padrões da legislação.
Segundo ele, o documento não apresenta o nome do dono do gado a ser abatido nem o destinatário da carne. O diretor de fiscalização não descarta a possibilidade de que outros documentos sejam solicitados. A investigação dos abatedouros deve ser concluída em 60 dias.
O G1 ligou para o frigorífico Mafrial, mas não conseguiu falar com a proprietária, Zoraide Beltrão. Um funcionário informou que a proprietária não estava e não havia ninguém para falar sobre a investigação.
Fonte: Do G1, com informações da TV Gazeta
Medo de Renan pode atrasar processo
Publicado em 11|08 pelo(a) wiki repórter Didymo Borges, Recife-PE
Uma das conseqüências de uma possível cassação do senador Renan Calheiros seria a possibilidade de ele deixar o Senado atirando com uma metralhadora giratória e dizendo o que sabe sobre muitos. Levanta-se até a hipótese de que é este temor de muitos que faz retardar o deslinde do processo que corre contra ele no Conselho de Ética do Senado.
Por enquanto, ele limitou-se apenas a fazer acusações à Editora Abril no plenário do Senado, afirmando que a venda da TVA – a televisão por assinatura do grupo Abril – para a espanhola Telefônica foi irregular. Dificilmente estas denúncias vão vingar, uma vez que a Anatel já admitiu que as empresas de telefonia fixa poderiam ingressar no negócio de DHT ( Direct Home Television), trazendo a contribuição de maior competitividade no ramo.
Não se sabe, entretanto, que o saber de Renan Calheiros se limite às vagas e controvertidas acusações contra a Editora Abril, de cuja revista Veja vieram à baila as mais graves acusações de quebra de decoro pelo senador. O artigo de Nelson Motta, abaixo transcrito, aborda o tema levantando a hipótese de que o senador, ao perder a batalha no Conselho de Ética, venha jogar estrume no ventilador. Creio que isto não ocorrerá, mesmo porque ainda duvido de que, mesmo perdendo o mandato, venha a perder os direitos políticos considerando-se que possa cair do céu um “jeitinho” de ele renunciar para evitar a cassação e a ineligibilidade por oito anos, como ocorreu com Collor de Mello, que mesmo renunciando à presidência da República perdeu os direitos políticos.
INIMIGOS ÍNTIMOS
Nelson Mota
RIO DE JANEIRO - Nem a Polícia Federal, nem o Ministério Público, nem a imprensa: foram atos individuais de Pedro Collor, Nicéa Pitta e Roberto Jefferson que trouxeram à luz as tenebrosas transações que levaram ao impeachment de Collor, à condenação de Celso Pitta, ao mensalão e à queda de José Dirceu.
Essas pessoas, movidas por sentimentos pessoais, acabaram prestando inestimáveis serviços ao país. Sem o ódio deles, tudo continuaria como estava. É o que vale: a história não é feita de boas intenções, mas de conseqüências. Traições, humilhações, invejas, rancores, o ser humano é muito sensível a esses sentimentos. Aqui, a vingança não é um prato comido frio, mas fumegante.
Renan Calheiros, por exemplo, foi um dos artífices da vitória de Collor sobre Lula, integrou a linha de frente collorida e só rompeu com elle quando foi preterido em favor de Geraldo Bulhões para o governo de Alagoas. Até então, estava poderoso na cúpula do governo, freqüentava o círculo íntimo presidencial e nunca percebeu nada de errado com o poder de PC Farias e a ética de Collor e da República de Alagoas.
Traído, rompeu com seu líder em nome da decência e da democracia. Derrotado, denunciou a farsa collorida e, sempre um homem de esquerda, foi para a trincheira democrática do PMDB, unindo-se a Sarney e a Jader.
Como nos romances regionalistas sobre guerras entre famílias nordestinas, uma outra vingança pessoal -pela traição de Renan ao usineiro e ex-companheiro de lutas João Lyra na eleição para o governo de Alagoas- revelou que ele pagara R$ 1,3 milhão, não contabilizados, para ser sócio, oculto e ilegal, do acusador em uma rádio e um jornal.
Não por acaso, é justamente o medo da vingança de Renan que atrasa a sua expulsão do Senado.
Folha de S. Paulo – 10/08/2007