Caso Isabella - Como mataram Isabella

Como Alexandre e Anna mataram Isabella

Revista Veja conta os detalhes do crime e a vida pregressa do pai de Isabella

Fonte: Revista Veja

FATO: Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acompanhados dos dois filhos e de Isabella, participaram de uma festa no prédio onde moram os pais de Anna Carolina, em Guarulhos. A comemoração se deu por volta das 21 horas no salão de festas. Em dado momento, Nardoni se enfureceu com o que seria uma má-criação de Isabella. Gritou com ela e lhe deu um safanão. A menina caiu no chão. Ainda nervoso, ele disse à filha chorosa: "Você vai ver quando chegar em casa"
Da Redação

Da Redação
Alexandre Nardoni
EVIDÊNCIA: câmeras do prédio dos pais de Anna Carolina registraram imagens de Isabella brincando na festa. A agressão de Nardoni foi presenciada por convidados que prestaram depoimento à polícia

FATO: já no carro, de volta para casa, Nardoni e Anna Carolina começaram a espancar Isabella. A madrasta asfixiou-a a ponto de a menina desmaiar. Quando chegaram ao prédio, Isabella sangrava. O casal embrulhou a menina em uma fralda de pano para evitar que o sangue pingasse no trajeto até o apartamento

EVIDÊNCIA: a convicção de que Isabella já subiu ferida se deve ao fato de a perícia ter detectado marcas de sangue no carro de Nardoni. O DNA do sangue é o mesmo de Isabella. Também foram encontrados no carro fios de cabelo da menina com bulbos. Isso significa que ela teve os cabelos puxados com força. O tamanho das marcas no pescoço de Isabella é compatível com o das mãos de Anna Carolina. A polícia encontrou a fralda que foi usada para envolver a menina lavada e pendurada no varal do apartamento – mas ainda foi possível encontrar vestígios de sangue.

FATO: o casal entrou em casa com Isabella no colo de Nardoni. O sangue começou a pingar já no hall do apartamento

EVIDÊNCIA: a perícia detectou marcas de sangue de Isabella em vários lugares: no hall, na entrada do apartamento, no corredor, no quarto da menina e no quarto dos irmãos. Também havia sinais de sangue na sola do sapato de Anna Carolina

FATO: Anna Carolina e Nardoni iniciaram uma feroz discussão. Decidiram, então, simular um crime cometido por um suposto invasor. A polícia não encontrou indício nenhum da presença de um terceiro adulto no apartamento

EVIDÊNCIA: vizinhos relataram à polícia ter escutado gritos e palavrões proferidos por Anna Carolina

FATO: com uma faca e uma tesoura, Nardoni cortou a tela de proteção do quarto dos meninos. Antes disso, limpou com uma toalha, que depois foi lavada, o sangue que escorria de um corte na testa de Isabella

EVIDÊNCIA: a perícia encontrou resíduos de tela na roupa que Nardoni usava naquela noite e vestígios do sangue de Isabella na toalha lavada e pendurada no varal

FATO: Nardoni jogou a filha pela janela

EVIDÊNCIA: a perícia concluiu que é do seu chinelo a pegada encontrada no lençol da cama próxima à janela. Ele apoiou um dos pés na cama para lançar a filha. O buraco está a 1,60 metro de altura do chão, altura aproximada de Anna Carolina. A perícia concluiu que só alguém mais alto do que ela, como Nardoni, teria força suficiente para erguer Isabella, que pesava 25 quilos e media 1,13 metro de altura, até o buraco na tela

FATO: assim que Isabella caiu, Anna Carolina telefonou para o pai. Em seguida, Nardoni ligou para o seu e só então desceu para ver a filha caída

EVIDÊNCIA: os registros das ligações feitas pelo casal mostraram que não houve tentativa de pedir socorro médico. O resgate foi solicitado por vizinhos

FATO: Anna Carolina desceu em seguida, com seus dois filhos, e começou a gritar que o prédio não tinha segurança. Dirigiu palavrões a todos à sua volta e chamou o marido de "incompetente"

EVIDÊNCIA: vizinhos relataram a cena em depoimento à polícia

FATO: os bombeiros chegaram e tentaram reanimar Isabella. A menina foi declarada morta a caminho do hospital.

“Um vagabundo que sempre viveu às custas do pai”

De Juliana Linhares:

(...) Alexandre Nardoni, de 29 anos, sempre teve uma vida confortável. Quando era estudante de faculdade, tinha um Vectra último modelo, comprado pelo pai, e uma moto esportiva Honda CBR 900 RR (hoje avaliada em 60 000 reais). Era dono de uma concessionária de motos e fazia estágio no escritório do pai, o advogado tributarista Antonio Nardoni.

Apesar de ter se formado em direito em 2006 pelas Faculdades Integradas de Guarulhos, Nardoni ainda está impedido de exercer a advocacia, já que fracassou nas três tentativas de passar no exame da OAB: em abril e em agosto de 2007 e em janeiro deste ano. Em todas as ocasiões, foi reprovado ainda na primeira fase das provas.

Nardoni se apresentava como "consultor jurídico" e dizia trabalhar no escritório de Antonio Nardoni, localizado no bairro de Santana, Zona Norte de São Paulo. Mas tanto funcionários do prédio onde fica o escritório quanto um vizinho de porta do advogado afirmaram nunca ter visto Alexandre Nardoni por lá. Amigos dizem que o sustento do rapaz e de sua família ainda provinha do pai.

O apartamento na Zona Norte de São Paulo em que Nardoni morava com a mulher e os dois filhos – com três quartos, piscina, sauna, quadra poliesportiva e sala de ginástica, avaliado em 250.000 reais – também foi presente de Antonio Nardoni.

Na época em que Alexandre Nardoni começou a namorar Ana Carolina Oliveira, a mãe de Isabella, tinha 21 anos de idade e fama de "filhinho de papai", como dizia, em tom jocoso, a mãe de Ana Carolina, Rosa Maria Cunha de Oliveira, que no princípio não aprovou o namorado da filha.



Após indiciar casal, polícia ouve hoje avô e tia de Isabella

O avô paterno e a tia de Isabella Nardoni serão ouvidos na tarde deste sábado como parte das investigações sobre a morte da menina. Ontem (18), no mesmo dia em que a criança completaria seis anos, o pai e a madrasta foram ouvidos e indiciados pelo crime.

A expectativa é de que os depoimentos de Antônio Nardoni e da filha dele, Cristiane, comecem por volta das 16h. Ao menos 58 pessoas já prestaram depoimento desde que a menina foi assassinada, em 29 de março último.

Isabella, que passava o fim de semana com o pai e com a madrasta, foi jogada do sexto andar do prédio onde o casal morava, na zona norte de São Paulo. Reportagem de André Caramante, da Folha, publicada na Folha Online na última terça (15), revelou que que, para a Polícia Civil e para o Ministério Público, Alexandre jogou a filha de seu apartamento após Anna Carolina ter tentado asfixiá-la.

Alexandre e Anna Carolina ficaram aproximadamente 17 horas no 9º DP (Carandiru), entre a manhã de ontem e a madrugada de hoje. Eles foram ouvidos e indiciados por homicídio.

Após deixar a delegacia, recusaram escolta policial e seguiram para Guarulhos (Grande São Paulo), onde moram os pais de Anna Carolina e onde estão os dois filhos do casal --de um e de três anos.

Desde o início das investigações, o casal nega as acusações e diz que uma terceira pessoa invadiu o apartamento e matou Isabella.

Tumulto

Alexandre e Anna Carolina foram levados à delegacia para prestar depoimento na manhã desta sexta, sob forte esquema de segurança e sob a presença maciça da imprensa e de curiosos que chamavam os dois de "assassinos".

Eles tiveram dificuldade para deixar a casa dos pais de Alexandre, também na zona norte. O casal, que sairia em carro particular, deixou a casa protegido por escudos da polícia e seguiu em direção ao DP em um veículo da Polícia Civil, sob gritos de "assassinos". Pedras foram jogadas. Em frente à delegacia, apesar do forte esquema de segurança montado, um grupo de manifestantes aguardava a chegada do casal, também recebido com gritos de "assassinos".

Também ontem, um dos advogados disse que a família "está sendo julgada com crueldade". "Não julguem para não serem julgados", afirmou Ricardo Martins.


Rua fica interditada para depoimentos de avô e de tia de Isabella

da Folha Online

A rua dos Camarés, onde fica o 9º DP (Carandiru, zona norte de São Paulo), permanece interditada nesta sábado para os depoimentos de Antonio Nardoni e Cristiane, avô e tia da menina Isabella, assassinada no dia 29 de março.

Ambos serão ouvidos na tarde deste sábado. O isolamento da delegacia foi preparado já para os depoimentos de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina, ouvidos ontem (18) e indiciados pelo crime.

O casal permaneceu aproximadamente 17 horas na delegacia e enfrentou manifestações. Eles deixaram o DP por volta das 4h30 e seguiram até Guarulhos (Grande São Paulo), onde moram os pais da moça e onde estão os filhos do casal --de um e de três anos.

Sangue em carro determinou indiciamento de pai e madrasta
Marcas de sangue deixadas por um corte na testa da menina Isabella Nardoni, 5, dentro do Ford Ka de seu pai, Alexandre Alves Nardoni, 29, e também nos sapatos de Anna Carolina Jatobá, 24, madrasta da menina, somadas aos depoimentos de várias testemunhas que ouviram uma intensa briga entre o casal, foram primordiais para que a polícia os indiciasse pela morte da menina.

Nos últimos dias, vários trechos de laudos do IC (Instituto de Criminalística) e do IML (Instituto Médico Legal) vazaram com informações incorretas e, ontem, com a entrega à polícia dos documentos oficiais, muitas foram corrigidas.

Havia sangue de Isabella no encosto traseiro do banco do motorista, na face da lateral esquerda da cadeirinha do irmão mais novo da menina e no assoalho. Isso comprova, segundo os peritos, que as agressões contra Isabella começaram ainda dentro do veículo e desmonta a versão de Nardoni e da mulher de que não sabiam como o corte constatado na testa da menina foi causado.

A polícia acredita na possibilidade de a madrasta ter dado um tapa na menina e que a agressão a fez bater a cabeça no braço esquerda da cadeirinha.

A menina sangrou muito e uma fralda do irmão mais novo foi usada para estancar o sangue. Já no apartamento, onde foi apreendido um bilhete com "frases de descontentamento desconexas" e com a letra de Anna, Nardoni e a mulher teriam usado uma toalha para limpar o rosto da menina.

Na versão construída pela polícia, o casal teria brigado por ciúmes e Anna Jatobá tentou asfixiar a menina, que desfaleceu. As marcas no pescoço de Isabella correspondem com as das mãos da madrasta.

Para encobrir a violência e por achar que Isabella estava morta, o pai a lançou, com a cabeça para baixo, já que foram achadas marcas das mãos dela entre o 6º e o 5º andares do prédio que indicam essa posição,

Outro indício que leva a polícia a acreditar que Nardoni estava com a filha em seu apartamento no momento em que ela foi lançada pela janela foram as marcas de sangue achadas no hall do apartamento, na sala, no corredor, perto do banheiro, no dormitório dos meninos e no lençol do quarto de Isabella. As manchas de sangue caíram no chão de uma altura de 1,25m e são compatíveis com a altura de Nardoni, segundo os peritos do IC, a carregando no colo.

As marcas de sangue correspondem às mesmas de um adulto caminhando. À distância, as marcas equivalem aos passos de um adulto com o porte físico de Nardoni.

A fratura encontrada no pulso direito de Isabella, segundo os peritos, foi causada por uma atitude de defesa, muito provavelmente quando a menina era agredida pela madrasta.

Foram encontradas duas marcas correspondentes às dos chinelos que Nardoni usava na noite do crime. Para a perícia, elas foram deixadas quando ele acessou a janela por onde arremessou a filha. No quarto havia duas camas de solteiro, uma encostada à outra.

Quando Nardoni subiu nas camas, muito provavelmente com a filha no colo, ele se desequilibrou e as camas se separaram, fazendo com que o lençol que as envolvia caísse. A tela da janela havia sido cortada com uma faca e com um tesoura.

Uma das pegadas estava em um lençol na cama posicionada perto da janela. Essa marca é do chinelo do pé direito de Nardoni. A segunda marca é de um escorregão e corresponde ao pé esquerdo dele. O espaço entre as duas pegadas é compatível com o de um adulto e com as características de Nardoni. As pegadas o colocam, tecnicamente, na cena do crime.

Os peritos também acharam marcas de sangue de Isabella em um par de calçados que Anna usava na noite do crime. Como testemunhas afirmam que ela não chegou perto de Isabella quando a menina foi encontrada caída, essa evidência também a coloca na cena do crime, dentro do apartamento em que vivia com a família.


Marcas no pescoço de Isabella são compatíveis com mãos da madrasta
Os peritos da Polícia Técnico-Científica de São Paulo concluíram que as marcas encontradas no pescoço da menina Isabella Nardoni, 5, morta no último dia 29 de março, são compatíveis com as mãos da madrasta dela, Anna Carolina Jatobá, de acordo com informações do “Jornal Nacional”, da Rede Globo.

Essa informação, somada a outros resultados, foi o que levou a Polícia Civil a indiciar Jatobá e o pai de Isabella, Alexandre Nardoni, por homicídio doloso (com intenção de matar), nesta sexta-feira, data em que a menina completaria seis anos. Com o indiciamento, o casal se tornou oficialmente suspeito de matar a menina.

Isabella, que passava o fim de semana com o pai e a madrasta, foi jogada do sexto andar do prédio em que o pai mora, na zona norte de São Paulo.

Para a Polícia Civil, a madrasta agrediu Isabella e, na seqüência, Alexandre cortou a grade de proteção de uma janela de seu apartamento e jogou a menina. Desde o início das investigações, o casal nega as acusações e diz que uma terceira pessoa, provavelmente um criminoso, foi o autor do assassinato.

“O caso está praticamente solucionado”, afirmou o delegado Aldo Galiano Júnior, diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).

Justiça concede liberdade para Roberto Cabrini

Justiça concede liberdade para Roberto Cabrini

O judiciário paulista concedeu a liberdade para o jornalista Francisco Roberto Cabrini, de 47 anos, da TV Record, detido com cocaína na noite da última terça-feira, na zona sul da capital paulista. Cabrini deve deixar a carceragem do 13ª DP, no bairro da Casa Verde, assim que a ordem de soltura chegar ao distrito policial.

Os advogados de defesa de Cabrini sustentaram a tese de que o jornalista foi vítima de uma armação, conforme carta de Cabrini divulgada à imprensa, na qual ele alega estar sendo "vítima de uma armação, em virtude de estar investigando assuntos que incomodam a muitas pessoas".


Advogado: Cabrini defendia profissão ao usar droga
Redação Terra

O advogado de Roberto Cabrini, Renato Martins, afirmou hoje que o jornalista foi obrigado a ser filmado consumindo cocaína não apenas para manter sua integridade física e conservar boas relações com fontes no mundo do crime, mas também para defender sua carreira profissional. "Meu cliente precisava de uma prova da veracidade de sua entrevista com o líder do PCC, era também sua reputação jornalística o que estava em jogo", disse.



Cabrini, repórter da Rede Record, foi detido com cocaína por volta das 18h da última terça-feira na saída de uma favela na zona sul de São Paulo após uma abordagem policial. O flagrante foi relaxado pela justiça e Cabrini foi libertado na noite de ontem.

A prisão por tráfico de drogas, segundo a polícia, foi baseada na quantidade da droga, mais de 10 gramas, e no fato de estar dividida em papelotes. Presa com ele, Nadir Dias, conhecida como Nádia, tinha na bolsa um pendrive que mostra o jornalista fazendo uso de cocaína.

Cabrini alega que Nádia foi sua intermediária na relação com o líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, em uma entrevista que veiculou em 2006. A mulher confirma que o começo de sua relação com Cabrini foi como fonte, mas depois disso teriam se tornado amantes. De acordo com o jornalista, encontrou Nádia na tarde em que foi preso porque ela teria prometido entregar uma fita que comprovasse a veracidade da entrevista com o líder do PCC.

O advogado afirma que todas as circunstâncias da prisão, e "tudo o que Nádia (mulher presa com Cabrini) fez", principalmente o vídeo, comprovam a má fé da antiga fonte do jornalista. "A simples existência do vídeo com meu cliente mostra que a intenção desta mulher era extorqui-lo", disse Martins.

Pouco antes de serem presos, ela teria dito que iria buscar um DVD com o depoimento de Marcola e, logo em seguida, chegaram as viaturas policiais para o flagrante.

Nádia diz que sua intenção ao produzir o vídeo, há seis meses, era trocá-lo por uma carta que o jornalista teria e que a vinculava ao PCC.

A Polícia Civil pretende seguir investigando a ligação entre Roberto Cabrini e a mulher presa com ele, Nadir Dias, a Nádia. Segundo o delegado titular do 100 Distrito Policial (Jardim Herculano), Ulisses Pascolati, há fortes indícios de que os dois mantivessem uma relação que "ultrapassa a de jornalista e fonte".

Pascolati pretende pedir a quebra do sigilo telefônico dos dois nos próximos dias.


Que droga...
Roberto Cabrini foi solto e a história de sua prisão não deve ter próximos capítulos, mas já tem gente com medo que a história vire moda como tudo que aparece na TV. Imagina se suspeitos sob investigação da imprensa resolvem agora aprender a “plantar” droga em carro de repórter. Seria um duro golpe na quase extinta reportagem policial, a verdadeira, bem diferente dessa de transcrever B.O. de delegacia como notícia.

CASO ISABELLA - PAI FAZ O DEPOIMENTO

De A Tribuna On-line


O depoimento do pai de Isabella, Alexandre Nardoni, já durava mais de cinco horas às 16h30 desta sexta-feira. Ele começou a ser ouvido por policiais às 11h30, no 9º Distrito Policial, no Carandiru, Zona Norte de São Paulo, onde é investigada a morte da menina, que completaria 6 anos hoje.

Confusão

De manhã, ao sair para prestar depoimento, Alexandre Nardoni e a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, tiveram dificuldade para deixar o sobrado da família Nardoni porque uma multidão se aglomerou em frente à residência.

Uma escolta da polícia foi chamada e, só depois de 20 minutos, Alexandre e Anna Carolina conseguiram deixar o local. O casal seguiu em um carro da polícia para a delegacia do Carandiru. Eles foram recebidos por uma multidão, que gritava.

Os advogados Marco Polo Levorin, Ricardo Martins e Rogério Neres também estão no 9º DP. Dois deles acompanham o depoimento de Alexandre. Enquanto o marido presta depoimento, Anna Carolina aguarda em uma sala anexa, acompanhada de um terceiro advogado.


Ela será a próxima a ser ouvida pelos delegados Calixto Calil Filho, titular do distrito, e Renata Pontes, delegada-assistente. Alexandre e Anna não são obrigados a responder a todas as perguntas. Se a polícia achar necessário, será feita uma acareação entre o pai e a madrasta de Isabella. Existe a possibilidade de o casal ser indiciado pelo homicídio após os depoimentos.


Trabalho dos legistas


Depois de 17 dias debruçados sobre o caso, os legistas que analisaram o corpo de Isabella Nardoni concluíram como foi a morte da menina de 5 anos.

Os pontos do relato feito à polícia foram os seguintes:

- Isabella foi vítima de esganadura dentro do apartamento;

- O assassino apertou o pescoço dela por três minutos;


- Isabella teve parada respiratória. A pulsação e os batimentos cardíacos diminuíram;


- Desmaiada, a menina foi jogada pela janela;


- A queda foi determinante para a morte;


- A causa da morte foi politraumatismo. Isabella sofreu várias fraturas;


- E teve o estado agravado pela asfixia de que foi vitima dentro do apartamento.



Segundo os legistas, Isabella teria chance de sobreviver à asfixia, se fosse socorrida imediatamente, embora parecesse morta. As informações são do G1, da Globo.


Após tumultos, polícia isola frente da casa da família Nardoni

da Folha Online

A polícia isolou na tarde desta sexta-feira a área localizada em frente à casa da família Nardoni, na região do Tucuruvi (zona norte de São Paulo), alvo de recentes manifestações devido à morte da menina Isabella.

O isolamento atinge a calçada e parte da rua. Os curiosos foram afastados, e jornalistas confinados em uma área próxima ao imóvel.

Na manhã de hoje, o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá --pai e madrasta da criança- tiveram dificuldades para deixar a casa para depor no 9º DP (Carandiru, também na zona norte).

Além de jornalistas, muitos curiosos cercavam a casa. O casal tentou sair sair por volta das 10h25, mas devido à confusão, o veículo recuou novamente à garagem, atrasando a saída. Policiais militares foram obrigados a montar um cordão de isolamento em frente ao imóvel.

Alexandre e Anna Carolina, que sairiam em carro particular, deixaram a casa protegidos por escudos da polícia e seguiram em direção à delegacia em um veículo do GOE, sob gritos de "assassinos". Seguranças particulares, contratados pela família Nardoni, também permanecem na residência.

Durante a confusão, o supervisor do GOE (Grupo de Operações Especiais, da Polícia Civil), Luis Antonio Pinheiro, foi atingido de leve por uma pedra. Ele estava no banco de carona do veículo da polícia que levou o casal para depoimento no 9º DP.

Na manhã de hoje, o advogado do pai e da madrasta de Isabella afirmou que a família Nardoni "está sendo julgada com crueldade" "Não julguem para não serem julgados", disse.

Delegacia

Um esquema de segurança foi montado no 9º DP para o depoimento do casal. A rua foi isolada, e a imprensa confinada em uma área.

Apesar disso, ao menos 300 pessoas se concentraram em frente à delegacia e também receberam o casal com gritos de "assassinos".

Polícia não descarta acareação entre pai e madrasta de Isabella

A expectativa é de que o depoimento do casal dure mais de seis horas

Camila Tuchlinski - Agência Estado

SÃO PAULO - A polícia não descarta a possibilidade de fazer uma acareação entre Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella Nardoni, que prestam depoimentos no 9º Distrito Policial, na zona norte de São Paulo, nesta sexta-feira, 18. O pai de Isabella começou a depor pouco antes das 12 horas e a previsão é a de que o depoimento dure até seis horas.

Em seguida, a madrasta da menina será ouvida e a expectativa é a de que o seu depoimento leve outras seis horas. Uma eventual acareação entre Alexandre e Anna Carolina poderia ser pedida a qualquer momento, independentemente do término ou não dos depoimentos.

Alexandre depõe em uma sala na qual estão dois dos três advogados de defesa, o delegado Calixto Calil Filho, a delegada-assistente Renata Pontes e o promotor Francisco Cembranelli. Em outra sala, Anna Carolina Jatobá está acompanhada de outro advogado de defesa do casal. A polícia já tem em mãos todos os laudos do Instituto Médico Legal (IML). Os laudos do Instituto de Criminalística (IC), que vão apontar o que aconteceu dentro do apartamento no dia do crime, podem chegar à tarde.

Laudos do caso Isabella ainda não foram divulgados oficialmente

Os laudos do caso Isabella ainda não tinham sido divulgados oficialmente até as 16h20 desta sexta-feira (18). No meio da semana, havia sido informado que as análises feitas pelo Instituto de Criminalística (IC) e pelo Instituto Médico-Legal (IML) estariam prontas nesta sexta.

Extra-oficialmente foi confirmado, e divulgado pela imprensa, que o sangue encontrado no apartamento do 6º andar do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo, era de Isabella e que a menina poderia não ter morrido se não tivesse sido jogada.

Depois de 17 dias debruçados sobre o caso, os legistas que analisaram o corpo de Isabella Nardoni concluíram como foi a morte da menina de 5 anos.

Os pontos do relato feito à polícia foram os seguintes:

- Isabella foi vítima de esganadura dentro do apartamento;
- O assassino apertou o pescoço dela por três minutos;
- Isabella teve parada respiratória. A pulsação e os batimentos cardíacos diminuíram;
- Desmaiada, a menina foi jogada pela janela;
- A queda foi determinante para a morte;
- A causa da morte foi politraumatismo. Isabella sofreu várias fraturas;
- E teve o estado agravado pela asfixia de que foi vitima dentro do apartamento.

Segundo os legistas, Isabella teria chance de sobreviver à asfixia, se fosse socorrida imediatamente, embora parecesse morta.

Depoimentos

O pai de Isabella, Alexandre Nardoni, no final da tarde, continuava prestando depoimento no 9º Distrito Policial, no Carandiru, Zona Norte de São Paulo, onde é investigada a morte da filha dele, a menina Isabella, que completaria 6 anos nesta sexta-feira. O depoimento começou às 11h30.

De manhã, ao sair para prestar depoimento, Alexandre Nardoni e a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, tiveram dificuldade para deixar o sobrado da família Nardoni porque uma multidão se aglomerou em frente à residência.

Uma escolta da polícia foi chamada e, só depois de 20 minutos, Alexandre e Anna Carolina conseguiram deixar o local. O casal seguiu em um carro da polícia para a delegacia do Carandiru. Eles foram recebidos por uma multidão, que gritava.

Os advogados Marco Polo Levorin, Ricardo Martins e Rogério Neresestão no 9º DP. Dois deles acompanham o depoimento de Alexandre. Enquanto o marido presta depoimento, Anna Carolina aguarda em uma sala anexa, acompanhada de um terceiro advogado.

Ela será a próxima a ser ouvida pelos delegados Calixto Calil Filho, titular do distrito, e Renata Pontes, delegada-assistente. Alexandre e Anna não são obrigados a responder a todas as perguntas. Se a polícia achar necessário, será feita uma acareação entre o pai e a madrasta de Isabella. Existe a possibilidade de o casal ser indiciado pelo homicídio após os depoimentos.

Linux - Governo federal admite migração 'emperrada' para software livre

Governo federal admite migração 'emperrada' para software livre


Por Taís Fuoco

PORTO ALEGRE (Reuters) - O governo federal admite que a prática não acompanhou o discurso no que se refere à adoção do software livre nas instâncias federais. Além de casos isolados, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além das empresas de tecnologia do governo, como Dataprev e Serpro, os sistemas de código aberto não avançaram muito em secretarias e ministérios.

Para Corinto Meffe, gerente de inovação tecnológica do Ministério do Planejamento, "existe um nível de migração nos bancos federais e empresas de tecnologia, mas nas secretarias especiais e alguns ministérios a adoção ainda emperra".

Durante o 9o Fórum Internacional de Software Livre, ele afirmou que não é possível mensurar o nível de adoção do software livre na esfera pública porque em muitas consultorias e serviços contratados há softwares embutidos que não são contabilizados. De qualquer forma, Meffe afirmou que "em todos os ministérios há alguma coisa de software livre".

Para ele, o orçamento e a capacidade tecnológica de cada pasta é que determinam a agilidade ou a lentidão nesse tipo de migração.

A Dataprev, por exemplo, responsável por processar todos os benefícios e aposentadorias do INSS no país, tem planos de levar os sistemas livres aos 40 mil computadores que integram sua rede, mas isso não tem prazo para acontecer.

"Depois de substituirmos os mainframes, a idéia é que o software livre chegue na ponta, a todos os microcomputadores, mas isso não é algo que se faça da noite para o dia. Só o desenvolvimento pode levar uns dois anos", afirmou Lino Kieling, presidente da Dataprev, presente ao mesmo evento.

Todas as máquinas novas --sejam notebooks, desktops ou servidores--, adquiridas desde o ano passado já são configuradas com sistemas abertos. A empresa admite que tem "um legado muito forte" em sistemas proprietários e que, por isso, a migração não é tão rápida.

De acordo com Kieling, até março de 2010 a Dataprev devolverá à atual fornecedora --a norte-americana Unisys -- os três mainframes que sustentam a operação da empresa pública. Eles serão substituídos por máquinas com softwares desenvolvidos internamente, baseados em código aberto.

"A idéia é garantir a independência de fornecedor", afirmou o executivo. Segundo sua estimativa, a economia só em manutenção do sistema será de 1 milhão de reais mensais.

Segundo Kieling, nas novas máquinas que estão sendo implantadas com software livre, "a resistência por parte dos funcionários ainda existe", mas trata-se de um processo de "conquista" que, no caso da Dataprev, envolve palestras e treinamento para que se habituem com a nova interface.

LINUX NO AUTO-ATENDIMENTO

No Banco do Brasil, que passou a adotar software livre desde 2003 na infra-estrutura tecnológica, o próximo passo será levar os sistemas de código aberto para os terminais de auto-atendimento do público, que são 40 mil em todo o Brasil, de cerca de 40 modelos diferentes e diversos fornecedores.

Segundo Vilson Carlos Pastro, gerente de software livre do BB, dos cerca de 60 mil terminais internos das agências, mais de 52 mil migraram para sistemas abertos desde 2003.

"Deixamos sempre uma margem, um legado com o outro sistema operacional para manter a interatividade com os clientes", afirmou.

O processo de substituir o sistema operacional dos terminais usados pelo público será gradual, de acordo com o executivo. Até a metade deste ano, o BB migrará "alguns poucos terminais", ainda como um teste, para avaliar a receptividade e o desempenho dos novos softwares.

"O caixa eletrônico é um dos pontos mais críticos. Por isso, o tempo (da migração) vai depender da evolução e da facilidade de adoção", explicou Pastro.

No que se refere aos servidores que sustentam a operação do banco, a migração, entretanto, já alcançou 100 por cento dos 5,5 mil equipamentos.

Vigia que teria testemunhado morte de arquiteto é baleado no Brooklin

Vigia que teria testemunhado morte de arquiteto é baleado no Brooklin

O Globo Online

SÃO PAULO - Um vigia que teria testemunhado a morte do arquiteto Nelson Walter Fernandez Lojo , na noite da última terça-feira, foi baleado nesta madrugada no Brooklin, zona sul da capital paulista. A vítima, que não teve a identidade revelada, foi socorrida ao pronto-socorro do Hospital da Vila Mariana e não corre risco de morrer, segundo a Polícia Militar.

A tentativa de homicídio aconteceu na altura do número 601 da Rua Califórnia, por volta das 4h. Na mesma rua, Nelson Walter Fernandez Lojo, de 59 anos, morreu após uma tentativa de assalto, em frente ao escritório dele, no número 1.355. Um vigia que trabalha na rua e presenciou o crime foi ouvido pela polícia e disse que dois criminosos que assassinaram Lojo fugiram em um carro vinho.

O boletim de ocorrência da tentativa de homicídio está sendo registrado no 96º Distrito Policial (Brooklin). O caso deve ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que também apura as circunstâncias da morte do arquiteto.

Discurso contra biocombustíveis é equivocado, diz Amorim

Rebatendo a críticas, feitas nos últimos dias, de que os biocombustíveis são responsáveis pela alta do preço dos alimentos, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (18) que o Brasil é a maior prova de que isso não é verdade. “No Brasil, a produção de etanol aumentou junto com a produção de alimentos”, afirmou.

A declaração foi feita depois que o ministro assinou termos de cooperação com o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o senegalês Jacques Diouf. A cooperação visa à transferência de tecnologias e recursos para o combate a fome em países da América Latina e Caribe, com prioridade para o Haiti, que vive a situação mais crítica.

Feito com manejo responsável, cuidando para que a renda seja distribuída e o alimento chegue ao pobre, acrescentou o chanceler, os biocombustíveis podem ser uma fonte de riqueza e “redenção” para países africanos e latino-americanos, totalmente compatível com a produção de alimentos.

“Como foi reconhecido pelo próprio diretor-geral da FAO, o que impediu o crescimento da produção de alimentos em países africanos e sul-americanos foram os subsídios. Não foi o biocombustível. Quer dizer, ninguém na África deixou de produzir alimentos para produzir biocombustíveis. Não produziam alimento e continuam sem produzir alimento porque os subsídios agrícolas da Europa e dos Estados Unidos impedem que isso ocorra”, argumentou Amorim.

Segundo o ministro, os subsídios agrícolas concedidos a produtores europeus e norte-americanos são os principais causadores da alta no preço dos alimentos, e os organismos internacionais deveriam ser mais incisivos em suas recomendações.

“Que me conste, o alimento não estava chegando ao pobre antes. Nunca estava chegando, e ninguém estava reclamando. Se o FMI [Fundo Monetário Internacional] puder ajudar para que países africanos e países latino-americanos mais pobres possam produzir biocombustíveis, que entrem sem barreiras nos países ricos, eles estarão ajudando a renda desses países, e é com renda que se obtém alimentos”, sugeriu Amorim ao referir-se a declarações do diretor geral do FMI, Dominique Strauss-Khan, para quem o pior da crise dos alimentos ainda está por vir, e que produzir combustíveis a partir de culturas alimentícias é um problema moral.

“O que prejudica a produção de alimentos nos países pobres, vamos ser claros, é a existência de subsídios e das barreiras nos países ricos. Se o diretor-geral do FMI e o presidente do Banco Mundial querem dar uma recomendação que realmente melhore a produção de alimentos nesses países, deveriam dizer o seguinte: em vez de reduzir [os subsídios agrícolas] para US$ 14 bilhões nos Estados Unidos ou para US$ 20 bilhões na Europa, reduz a zero”, disse o ministro.

Amorim disse que a preocupação inicial a respeito da produção de biocombustíveis pode até ser legítima, mas as conclusões são simplistas e têm como base um tipo de preocupação protecionista.

Agência Brasil

Bolsa de NY opera em forte alta e Google dispara 20%

Nova York - As bolsas americanas operam em forte alta nesta última hora de sessão. Apesar do prejuízo trimestral maior divulgado pelo Citigroup, maior que o esperado, os investidores aparentemente ignoraram as notícias ruins sob a justificativa de que as baixas contábeis do Citi, que superaram US$ 13 bilhões no primeiro trimestre, poderiam ter sido maiores. Por volta das 16h30, o índice Dow Jones operava com alta de 1,63%, o Nasdaq subia 2,49% e o S&P 500 tinha ganho de 1,59%.

Os papéis do Citi avançavam 5,66%. O banco teve prejuízo trimestral de US$ 1,96 bilhão, ou US$ 1,02 por ação, mais que os US$ 0,95 por ação previstos por analistas consultados pela Thomson Financial. Após a divulgação do prejuízo, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota do Citi de "AA" para "AA-", enquanto a Moody's alterou a perspectiva da nota para negativa.

Outros balanços divulgados entre ontem e hoje foram positivos e criaram a percepção de que a economia como um todo não foi tão contaminada pela crise nos mercados imobiliário e de crédito. Os papéis da Caterpillar subiam 8,17%. A companhia, que fabrica equipamentos de construção e mineração, divulgou lucro trimestral de US$ 922 milhões, ou US$ 1,45 por ação - a previsão era de lucro de US$ 1,33 por ação.

As ações da fornecedora de equipamentos Honeywell avançavam 6,10%. A empresa lucrou US$ 643 milhões no primeiro trimestre, 22% mais que em igual período de 2007. Além disso, a Honeywell elevou a previsão de vendas em 2008.

Google, cujo balanço saiu ontem após o fechamento dos mercados, disparava 20%. O lucro do site de buscas subiu 30% no primeiro trimestre, para US$ 1,31 bilhão. Analistas acreditam que os números trimestrais melhores que o esperado do Google podem dar força ao rival Yahoo! nas negociações com a Microsoft. As informações são da Dow Jones. (Patrícia Fortunato)

Templo budista no Japão rejeita receber tocha olímpica

Tocha Olímpica
Passagem da tocha causou protestos em alguns países
Um dos mais importantes templos budistas do Japão, o Zenkoji, em Nagano, decidiu rejeitar a passagem da tocha olímpica. Segundo um porta-voz do templo, os monges estão preocupados com a segurança e a recente intranqüilidade no Tibete.

A decisão foi anunciada após conversas com autoridades da cidade. “Precisamos pensar na segurança, sendo um templo com riquezas nacionais e muitos visitantes", disse o porta-voz à agência de notícias Reuters.

"Temos também que levar em consideração as várias mensagens de preocupação que nós, do templo budista, temos recebido de residentes de todo o pais e dos fiéis após o crescimento do foco internacional no assunto do Tibete” .

Zenkoji deveria ser o ponto de partida do revezamento da tocha no país no dia 26 de abril. No entanto, após a decisão dos monges, há especulações de que o percurso de 18,5 quilômetros seja alterado ou até mesmo reduzido.

Segundo Kunihiko Shinohara, do comitê organizador do evento em Nagano, o ponto de partida será modificado. “Nós respeitamos a decisão do templo”. Os organizadores não devem divulgar o percurso da tocha até o começo do evento.

Os organizadores da etapa japonesa têm assistido com preocupação aos protestos em outros países, com cenas caóticas em Londres, Paris e San Francisco.

Cerca de 3.000 agentes de seguranças vão proteger a passagem da tocha olímpica. Segundo o repórter da BBC em Tóquio, Chris Hogg, há um impasse entre China e Japão. A China pediu permissão ao Japão para que agentes de seguranças chineses atuem na passagem da tocha, mas o Japão afirma que seus próprios seguranças já são suficientes.

A tocha chegou nesta sexta-feira a Bangcoc, na Tailândia, para o percurso na capital. A passagem da tocha na quinta-feira, em Nova Déli, ocorreu sob forte esquema de segurança. Pelo menos 100 ativistas pró-Tibete foram detidos na cidade.


Tocha chega à Tailândia em meio a controvérsias

A chama olímpica chegou nesta sexta-feira à Tailândia em tumultuado périplo mundial e em meio a uma crescente controvérsia, depois que um importante templo budista japonês se negou a ser o ponto de partida da tocha no Japão devido à repressão no Tibete.

As autoridades tailandesas ameaçaram deportar os estrangeiros que perturbarem o evento, mas, ao contrário de outras etapas, não encurtaram o percurso da chama por Bangcoc.

"Não há motivos para modificar a cerimônia. Este é um tema puramente esportivo. No sábado realizaremos por completo os 19 km do percurso", afirmou o primeiro-ministro tailandês Samak Sundaravej.

"Dei instruções às autoridades para que tomem medidas firmes contra os agitadores", acrescentou.

Na noite desta sexta, a princesa Maha Chakri Sirindhorn oferecerá um jantar para as 80 pessoas que correrão com a chama olímpica.

Depois de momentos tumultuados em Londres e Paris, a passagem da chama olímpica se tornou uma grande dor de cabeça para as autoridades chinesas.

Anfitriã dos Jogos, a China sofreu um novo golpe nesta sexta quando um importante templo budista japonês de Nagano, no centro do Japão, que deveria ser o ponto de partida do revezamento da tocha olímpica no país, no dia 26 de abril, foi retirado do percurso porque seus monges rejeitam a situação dos direitos humanos no Tibete, informou nesta sexta-feira a agência de notícias Jiji.

O templo de Zenkoji, na cidade de Nagano, sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1998, se negou a servir de ponto de partida para o revezamento da chama, disse o chefe do comitê organizador local, Kunihiko Shinohara.

"Respeitamos a decisão do Zenkoji e modificaremos o ponto de partida" do revezamento, de 18,5 quilômetros, declarou Shinohara à imprensa.

A cidade de Nagano, que sediou os Jogos Olímpicos de inverno de 1998 e receberá a chama olímpica, tinha pedido no outono (hemisfério norte) passado para que o templo fosse o ponto de partida do revezamento, de 18,5 km.

"Aceitamos este pedido com todo o coração", disse um responsável do templo à AFP, mas "a situação mudou (...) e os monges estão muito preocupados" com a repressão no Tibete.

"Sentimos profundamente que somos os mesmos budistas que os tibetanos", declarou um monge à agência Jiji.

O templo Zenkoji data do século VII e recebe a cada ano cerca de seis milhões de peregrinos.

Nagano já cancelou uma celebração pública ligada à passagem da tocha por motivos de segurança.

Da AFP Paris

Sem-terra invadem usina, banco e liberam pedágio

MST desobedece à justiça e pára ferrovia da Vale

A invasão da Estrada de Ferro Carajás (EFC), da mineradora Vale, em Parauapebas (PA), foi o ponto alto dos protestos do Movimento dos Sem-Terra (MST) para lembrar os 12 anos do massacre de Eldorado dos Carajás e pedir a aceleração da reforma agrária - em todo o País, ocorreram ações em 17 Estados e no Distrito Federal. O movimento garante que as invasões vão prosseguir.

"Continuamos mobilizados. Ocupações de terra vão continuar, assim como outras ações. A data do dia 17 é simbólica, mas a luta continua, já que as reivindicações não foram atendidas", disse José Batista de Oliveira, membro da coordenação nacional do MST.

A questão da Vale é polêmica porque a Justiça proibiu, em liminar concedida em março pela Justiça Federal do Rio, interdições da ferrovia. O juiz titular da 41ª Vara, Wilson do Nascimento Reis, já avisou que pode multar em R$ 10 mil o principal líder do MST, João Pedro Stedile, por desobedecer à determinação da liminar.

"A decisão judicial não foi respeitada", reclamou a Vale, em nota. O MST, por sua vez, respondeu que há uma tentativa da empresa para criminalizar o movimento. "A interdição não foi feita por nós, e sim pelo Movimento dos Trabalhadores em Mineradoras (MTM). A Vale quer criminalizar o MST e desviar a atenção da sociedade para seus próprios problemas, inclusive trabalhistas", disse Batista.

Na liminar, a juíza Patrícia Whately, da 41ª Vara Cível do Rio, reconheceu o direito de o movimento promover ações, desde que não sejam "atos violentos" ou interrompam a atividade da empresa. O MST e Stedile poderiam ser multados em R$ 5 mil por infração. Na ocasião, Stedile classificou a ação de "uma idiotice". A Justiça já avisou que só espera uma comunicação oficial da Vale - que, de acordo com a própria empresa, já foi enviada.

Interdição

A ferrovia de Carajás, em Parauapebas, ficou fechada durante oito horas por 1.300 manifestantes, o que chegou a impedir o teste do maior trem do mundo em São Luís. A interdição foi suspensa às 15 horas. Três horas depois do fechamento da ferrovia, a Polícia Militar paraense deslocou 450 homens do Comando de Missões Especiais com cães e bombas de efeito moral. O comandante da operação, tenente-coronel Mário Solano, recomendou cautela à tropa. Não houve enfrentamentos, mas duas pessoas foram presas depois que a ferrovia foi desocupada.

Ainda durante a interdição, cerca de dez integrantes do MST, segundo o movimento, ficaram feridos depois que um trem da Vale carregado com minério de ferro não conseguiu parar e bateu em pedaços de madeira colocados nos trilhos, que acabaram atingindo militantes. A Vale negou que isso tenha ocorrido.

Prejuízo

A empresa paralisou o transporte do minério de ferro e dispensou do trabalho em Carajás seus 5 mil funcionários. O prejuízo com a paralisação dos trens, de acordo com um diretor da empresa, chega a R$ 22 milhões diariamente. O bloqueio foi o terceiro nos últimos cinco meses. As informações são do O Estado de S. Paulo

*C/ Alexandre Rodrigues, Irany Tereza, Carlos Mendes e Wilson Lima
Em nota, empresa diz que polícia do Pará se omitiu

A Vale do Rio Doce chamou ontem as ações do MST de "criminosas e terroristas" e se queixou da polícia do Pará, que, apesar de ter sido convocada com antecedência, não conseguiu, segundo a empresa, impedir que manifestantes derrubassem um portão e invadissem, por 15 minutos, o prédio da companhia, em Belém."Embora a polícia tivesse sido avisada pela empresa sobre a ameaça, isso não intimidou os invasores que fizeram a ocupação diante da polícia", diz uma das notas da Vale.
A companhia criticou o que considera falta de ação das autoridades para conter o Movimento dos Sem-Terra. "Há muito tempo, a Vale vem alertando as autoridades que este clima de desrespeito ao Estado de direito cria um ambiente negativo para o crescimento dos investimentos em nosso País, em especial para o Pará, região que apresenta um dos maiores potenciais de crescimento e geração de renda e emprego", diz um trecho da nota intitulada MST promove mais um dia de crimes e terror no Pará.

Prejuízos

Segundo a empresa, a invasão da Ferrovia de Carajás impediu as atividades de 10 mil empregados e prejudicou o transporte de passageiros e de insumos.

A Vale negou que sem-terra tenham se ferido no local, como afirma o MST. "Ao avistar os invasores, o maquinista acionou os freios de emergência e parou a composição", diz a nota. Segundo a Vale, a ferrovia foi desocupada à tarde e o tráfego normalizado depois da chegada das Polícias Federal e Militar e do pedido de reintegração de posse, atendido pela Justiça Federal de Marabá.

Sem-terra invadem usina, banco e liberam pedágio

Além da quantidade de protestos pelo País, o Movimento dos Sem-Terra (MST) optou também por diversificar as ações, ontem, na Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária e em homenagem aos mortos no massacre de Eldorado dos Carajás (PA). As manifestações incluíram invasão de praças de pedágio, ocupações da Hidrelétrica de Xingó e de um banco, caminhadas e bloqueio de estradas.
As invasões de pedágio no Paraná ocorreram durante a manhã e atingiram 11 das 27 praças do Estado. Três foram desocupadas logo depois. Os funcionários foram orientados a deixar as praças para evitar confronto. Os sem-terra levantaram as cancelas e os carros passaram sem pagar tarifa. Em nota, o movimento acentuou que "os pedágios são um dos principais entraves da agricultura camponesa e familiar".

Dezenas de integrantes do MST ocuparam parte das instalações da Companhia Hidrelétrica de Xingó, em Canindé do São Francisco (SE), a 213 quilômetros de Aracaju, até o começo da noite. Os sem-terra reivindicam o reinício das obras no Assentamento Jacaré-Curituba. O diretor de Operações, Mozart Bandeira, disse que a empresa tomou as providências necessárias - inclusive judiciais.

Cerca de 150 sem-terra invadiram a agência do Banco do Brasil em Sorocaba (SP). A agência tinha iniciado o atendimento quando ocorreu a invasão, às 10 horas. Durante 20 minutos, o acesso à agência foi bloqueado. A Polícia Militar interveio e houve um princípio de confronto entre sem-terra e policiais. Por volta das 13h30, desocuparam o banco. Em Alagoas, sem-terra ocuparam o prédio em reforma da Assembléia.

No Rio, mantiveram a Rodovia Presidente Dutra fechada no sentido São Paulo por cerca de uma hora pela manhã, próximo ao município de Piraí. Sem-terra também ocuparam agências da Caixa Econômica Federal em Campos dos Goytacazes e Volta Redonda. Na Bahia, 50 sem-terra interditaram um trecho da BA-263, em Itambé, a 566 quilômetros de Salvador. Trabalhadores rurais bloquearam duas rodovias federais e invadiram quatro fazendas no Ceará. Cerca de 300 integrantes do MST bloquearam a BR-070, que liga Mato Grosso à Bolívia. Em Pernambuco, três mil pessoas realizaram protesto nas principais ruas do Recife.

Cerca de 150 manifestantes ocuparam a Fazenda Saltinho, em Americana (SP), usada pela Usina Ester para plantar cana-de-açúcar. Em Jequitaí (MG), 500 sem-terra invadiram a Fazenda Correntes.

Os 800 sem-terra que haviam invadido o pátio em torno do prédio da Receita Federal, em Porto Alegre (RS), saíram no final da manhã de ontem. Em Ribeirão Preto (SP), a ocupação da Secretaria Municipal da Educação durou três horas. Depois de quase oito horas de ocupação da sede do Incra, em Boa Vista (RR), manifestantes deixaram o órgão. As informações são do O Estado de S. Paulo

*C/ Ricardo Rodrigues, Tiago Décimo, Elder Ogliari, Brás Henrique, Ana Luísa Westphalen, Raquel Massote, José Maria Tomazela e Clarissa Thomé e Carmen Pompeu, Monica Bernardes, Antônio Carlos Garcia, Nelson Francisco e Anderson Vasconcelos



Senadora critica ações realizadas pelo MST

Ao discursar hoje no plenário do Senado Federal, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) criticou as ações realizadas no dia anterior pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O movimento realizou ocupações e protestos em diversas partes do país com o objetivo, conforme anunciou, de lembrar os 12 anos do massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás.

"Essas invasões são abusivas", declarou Kátia Abreu.

Para a senadora, "o MST não respeita o direito de propriedade e pretende implantar no Brasil um socialismo autoritário". Ela afirmou que "tais ações são antecipadamente comunicadas ao governo e à imprensa, mas ninguém se previne nem tenta fazer algo; e esse ninguém é o governo federal".

- Não vimos em nenhum momento uma ação firme do governo para coibir esses atos - disse a senadora, para quem "o MST perdeu o foco ao ocupar locais onde há empresas que nada têm a ver com a política governamental de reforma agrária".

Kátia Abreu destacou ainda a nota divulgada pela Companhia Vale do Rio Doce, na qual a empresa protesta contra o bloqueio realizado pelo MST na Estrada de Ferro Carajás, de propriedade da mineradora, na quinta-feira. Nesse texto, a empresa declara que "ontem, dia 16, a Vale já tinha avisado à Polícia Militar do Pará sobre a possibilidade de invasão e, mesmo assim, as autoridades da área de segurança não tomaram as medidas necessárias para evitar mais esse crime". Ao comentar a nota, a senadora criticou a atuação da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa.

Kátia Abreu também avaliou que os assentamentos provenientes da reforma agrária tornaram-se "um transtorno" para os municípios. Ela argumentou que "isso não ocorre por causa dos assentados", mas porque essas pessoas não estariam tendo acesso à infra-estrutura necessária para viabilizar suas atividades. De acordo com a senadora, o governo federal faz apenas os assentamentos e "joga para as prefeituras todo o ônus, que envolve energia, água e estradas, entre outros itens".

Chineses queimam bandeira da França em frente ao Carrefour


Chineses queimam bandeira da França em frente ao Carrefour
Chineses queimam bandeira da França em frente ao Carrefour
Foto divulgação

Dezenas de jovens chineses, irritados com a interrupção do revezamento da tocha Olímpica em Paris, protestaram do lado de fora do supermercado Carrefour no leste da China nesta sexta-feira, incendiando uma bandeira francesa, segundo a mídia local.

Houve pequenos protestos nas lojas do gigante varejista em várias cidades chinesas, incluindo Pequim, na semana passada, mas a última manifestação ocorreu na cidade costeira de Qingdao, depois que a mídia estatal tentou esfriar o fervor nacionalista.

Internautas chineses pedem que os consumidores boicotem o Carrefour, acusado por eles de apoiar os grupos em defesa da independência do Tibet e a favor do boicote das Olimpíadas de Pequim.

A jornada da tocha Olímpica pelo mundo tem sido marcada por protestos contra o comando chinês no Tibet, onde uma série de levantes antigoverno aconteceu em março.

Em Paris, ativistas protestaram e tentaram pegar a tocha, mas foram impedidos pelas autoridades de segurança chinesas, o que obrigou apagar a chama várias vezes e depois colocá-la em um ônibus.

As fotos publicadas pela mídia local chinesa mostram os manifestantes em frente ao Carrefour com cartazes que diziam "Boicote a França, apóie as Olimpíadas" e "Oponha-se à independência do Tibet, ame a pátria".

Eles também levavam bandeiras chinesas vermelhas e gritavam palavras de ordem, o que atraiu uma grande multidão de curiosos. Uma das fotos mostrava um homem queimando uma bandeira francesa.

Os fóruns chineses na Internet também continham fotos de Hefei, capital da província de Anhui, onde vários "estudantes do ensino básico" protestavam com um cartaz que dizia: "Oponha-se ao Carrefour, comprar é uma vergonha".

A França tentou minimizar os pedidos de boicote aos produtos franceses, dizendo que foram feitos por "uma minoria". Já o Carrefour, que tem mais de 100 hipermercados na China, reafirmou seu apoio a Pequim como sede das Olimpíadas.

Alguns jornais chineses também publicaram comentários contra o boicote, dizendo que, na era da globalização, a atitude somente prejudicaria os empregados e fornecedores chineses.

Ainda assim, uma pesquisa de opinião feita em 10 cidades chinesas mostrou que 66 por cento dos entrevistados apóiam o boicote ao Carrefour, de acordo com a Xinhua, agência de notícias oficial. Somente 7 por cento disseram o contrário.


Fonte: Reuters


Chineses cancelam exposição na França após protestos

Pequim, 18 Abr (Lusa) - Dois artistas chineses desistiram de expor seu trabalho na França em protesto pelas manifestações anti-China durante a passagem da tocha olímpica por Paris, informou nesta sexta-feira a imprensa estatal chinesa.

Wang Guangyi e Lu Hao, dois nomes célebres da arte contemporânea chinesa, anunciaram que não participarão de uma exposição agendada para junho em uma galeria parisiense devido à atitude francesa diante dos Jogos Olímpicos.

"Aborrecidos" com o apoio que alguns franceses dão ao boicote contra a Olimpíada, os dois artistas decidiram, segundo Wang, "não comparecer" por entenderem que, "neste período, em particular, estar presente na exposição não seria uma atitude feliz".

Ambos destacaram que a decisão foi pessoal, e Wang acrescentou que tem grande respeito pela cultura francesa, não descartando a possibilidade de colaborar com a cena artística do país no futuro.

Depois dos distúrbios na passagem da tocha olímpica por Paris, os consumidores chineses lançaram esta semana uma campanha nacionalista de boicote às marcas francesas, que acusam de apoiar o Dalai Lama.

De blogs a torpedos SMS, de e-mails ao messenger, os chineses estão recebendo apelos para se recusarem a comprar marcas e produtos franceses, em uma campanha que visa, sobretudo, os hipermercados Carrefour, líder na China.

A França minimiza a importância deste boicote, afirmando que apenas "uma minoria muito reduzida" de pessoas aderiu à iniciativa, e o Carrefour, que tem mais de 100 lojas na China, já reiterou seu apoio aos Jogos Olímpicos de Pequim.

Uma busca no portal em chinês mais popular, o Baidu.com, resultava em 107 mil páginas de apelo a boicotes aos produtos franceses, depois das manifestações pró-Tibete que causaram o caos durante a passagem da tocha olímpica por Paris, em 7 de abril.

Os consumidores chineses também estão revoltados com o fato de o presidente francês, Nicolas Sarkozy, não ter rejeitado a idéia de um boicote à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, que ocorrem entre 8 e 24 de agosto.

A viagem da tocha olímpica pelo mundo tem sido marcada por protestos desde o início, em Olímpia, na Grécia.

Na manifestação de Paris, os críticos da repressão chinesa no Tibete tentaram "roubar" o símbolo olímpico das mãos dos atletas, obrigando a equipe de segurança chinesa a extinguir a tocha várias vezes e protegê-la em um ônibus.

Estudantes desocuparam hoje a reitoria da UnB

Estudantes da Universidade de Brasília desocuparam nesta sexta-feira (18) o prédio da reitoria depois de uma limpeza que começou ontem. Segundo o novo reitor, algumas portas foram danificadas, como a do gabinete que foi arrombada com um caixão, mas Roberto Aguiar disse que não se importa com os danos e acredita que seja normal.

O reitor inspecionou o prédio junto com uma comissão de estudantes. Ele afirmou que agora pretende resgatar a boa imagem da universidade e entrar em acordo com os alunos sobre as 28 reinvindicações escritas em um documento apresentado a ele na posse.

Os estudantes consideram-se vitoriosos mas ainda querem discutir as mudanças propostas, principalmente a questão das eleições paritárias, onde o voto servidores, estudantes e professores tem o mesmo peso.

Roberto Aguiar permanecerá 180 dias no cargo, até a convocação de eleições para a escolha de um novo reitor.

Da redação do clicabrasilia.com.br, com agências

Roberto Cabrini - Certo ou errado.

Jornalista Roberto Cabrini pode sair hoje da prisão

Um dos advogados que defende o jornalista Roberto Cabrini, Renato Martins que trabalha conjuntamente com o advogado Alberto Zacharias Toron-, disse que espera a soltura de seu cliente nesta quinta-feira (17). Cabrini está preso desde a última terça-feira. Ontem, ele foi transferido para o 13º Distrito Policial, no bairro da Casa Verde, região norte de São Paulo. Cabrini foi indiciado por tráfico de entorpecentes.

Ontem, a defesa do jornalista apresentou à Justiça, um pedido de relaxamento do flagrante, com base na teoria de que o flagrante "foi armado" contra Cabrini, informou Martins. "Estamos à espera da análise do Ministério Público e da decisão do juiz. Não há prazo para isso ocorrer, mas esperamos que Cabrini seja solto hoje", disse o advogado.

"O pedido de relaxamento do flagrante se baseia na argumentação de que esse flagrante foi forjado", afirmou Martins. Cabrini não pode ser solto mediante pagamento de fiança, já que o crime de tráfico de entorpecentes é inafiançável, disse o advogado.

Martins negou que seu cliente tenha qualquer envolvimento amoroso com a comerciante Nadir Dias da Silva, 50, como ela afirmou durante o depoimento que deu na terça-feira. Silva estava com Cabrini no carro do repórter, no momento em que a polícia encontrou dez papelotes de cocaína no porta-objeto do veículo, que estava estacionado em frente a uma padaria da região sul de São Paulo.

"Ele se envolveu com ela em razão de uma reportagem que fazia sobre o PCC. No meio dessa história, ela passou a ameaçá-lo e fez com que ele consumisse [a droga], sob ameaça de uma arma, com o intuito de filmá-lo. Ele me falou: "Renato, eu tinha que fazer essa concessão para preservar minha integridade física". É como se um jornalista fosse fazer uma reportagem na floresta e uma tribo o obrigasse a comer carne humana. Ele não comeria?", disse o advogado.

Segundo Martins, a comerciante filmou seu cliente consumindo cocaína para extorqui-lo depois. "Uma pessoa que faz uma coisa dessas demonstra o desejo de extorquir. Ela mostrou que é do tipo de pessoa que faz chantagem. Não faz o menor sentido ela acusar um jornalista do nível profissional e pessoal do Cabrini. Tudo foi forjado", disse o advogado.

Martins concluiu a conversa afirmando que acredita que a liberdade provisória de Cabrini está perto de ser concedida. "Ele tem família e laços em São Paulo. Meu cliente não pretende fugir", declarou.
Promotoria dá parecer sobre prisão de Cabrini nesta tarde

O Ministério Público Estadual deve dar, na tarde nesta quinta-feira (17), um parecer sobre a petição de relaxamento de flagrante e liberdade provisória do jornalista Roberto Cabrini. O repórter da Rede Record foi detido por policiais civis na noite de terça-feira (15) na região do 100º DP, no Jardim Herculano, na Zona Sul da capital paulista, com oito gramas de cocaína, divididos em dez papelotes. Da cela, ele escreveu uma carta dizendo que foi vítima de armação.

“Estamos aguardando o Ministério Público dar essa opinião. Depois, cabe ao juiz decidir”, explica o advogado Renato Martins, um dos responsáveis pela defesa de Cabrini.

De acordo com o advogado, o pedido de relaxamento do flagrante do jornalista foi feito na tarde de quarta-feira (16), com a alegação de que a droga encontrada no carro de Cabrini foi colocada por outra pessoa com o objetivo de incriminá-lo.

Ainda segundo Martins, o pedido de liberdade provisória é baseado “na absoluta falta de necessidade de uma prisão cautelar.” “Ele trabalha em São Paulo, tem família e filhos aqui. Não há riscos de ele querer fugir”, afirma o advogado.

Nesta quinta-feira (17), o advogado ainda não se encontrou com o cliente. Mas conta que esteve com o jornalista na quarta. “Ele está revoltado com essa armação que fizeram e confiante de que a Justiça vai conceder liberdade para que possa provar inocência.”

Defesa

Na noite de quarta-feira, outro advogado de defesa de Cabrini, Alberto Zacharias Toron, reafirmou que o jornalista foi vítima de uma cilada armada por uma fonte.
“Era uma fonte dele. Ele desenvolvia um trabalho de natureza investigativa. Ela marcou, depois foram para outro local. Mal chegaram nesse outro local, os policiais já vieram e encontraram os papelotes. Do lado dela, diga-se de passagem”, afirmou, referindo-se à mulher que foi detida junto com o jornalista e, depois de ouvida na delegacia, acabou liberada.

Segundo Toron, a fonte teria ligação com a quadrilha que age a partir dos presídios de São Paulo. No passado, essa mesma mulher teria chantageado e ameaçado o jornalista. Cabrini, ainda de acordo com Toron, teria mantido o relacionamento porque a mulher prometeu enviar um material “a respeito do trabalho que ele desenvolvia”.

O advogado diz que “existe algo estranho” no fato de a mulher ter sido libertada logo após ser ouvida na delegacia. “Curiosamente, esta mulher, que tem antecedentes, foi colocada em liberdade, sem maiores constrangimentos, e foi ouvida como testemunha. Eu acho que existe aí algo estranho que precisa ser apurado.”

Cabrini foi repórter na Rede Globo em diversos períodos, o último deles encerrado em 2001. Depois, passou pelo SBT e pela TV Bandeirantes.

Prisão

O boletim de ocorrência registra que policiais que investigavam uma denúncia de tráfico de drogas na periferia da Zona Sul suspeitaram do carro em que estava o jornalista.

Quando parou no estacionamento de uma padaria, Cabrini foi abordado. Exames feitos no Instituto Médico-Legal (IML) confirmaram que os papelotes tinham mesmo cocaína. A mulher que estava com o jornalista carregava um pen-drive, um dispositivo de memória de computador que continha imagens comprometedoras do repórter. Segundo a polícia, o jornalista não quis ver as imagens na delegacia, nem se pronunciar sobre elas.

Aos policiais, Cabrini negou ser usuário de cocaína e disse que estava trabalhando numa reportagem. Em nota, a Rede Record afirmou que a área de jornalismo da empresa tinha o registro interno de que Roberto Cabrini estava desenvolvendo uma reportagem de caráter investigativo.

Por negar ser usuário de cocaína, Cabrini foi autuado em flagrante por tráfico de drogas. Ele está no 13º DP, na Casa Verde, delegacia onde há celas para presos com curso superior. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo declarou, em nota, que acredita na inocência do repórter e que a detenção dele foi um equívoco.

Idosa leva livro de auto-ajuda a Cabrini na prisão

TINO MONETTI
Colaboração para a Folha Online

A dona-de-casa Jandira Gonçalves de Oliveira, 71, foi a única visita que o jornalista Roberto Cabrini recebeu até o começo da tarde nesta quinta-feira (17), no 13º Distrito Policial, no bairro Casa Verde, na região norte de São Paulo, onde ele está preso.

A aposentada, que é fã do jornalista, levou de presente para Cabrini o livro de auto-ajuda "Minutos de Sabedoria". "É para dar paciência a ele", declarou à Folha Online.

Moradora da Serra da Cantareira, também na região norte de São Paulo, Oliveira foi até o DP apenas para levar o presente. Ela não conseguiu ver o jornalista, já que sua entrada na cela não foi permitida pelo delegado. Ela deixou o livro na recepção e pediu para que ele fosse entregue a Cabrini.

"Eu tenho certeza que ele não fez isso. Acompanho a carreira dele há muito tempo e sei que ele é um homem direito. Tenho fé que ele será solto em breve", afirmou Oliveira, ao deixar o local.

Hoje, o advogado que defende Cabrini disse à Folha Online que espera que seu cliente seja solto nesta quinta-feira.

Abatido

A reportagem da Folha Online conseguiu ver Cabrini, no momento em que ele era conduzido por policiais em um dos corredores do 13º DP, no começo da tarde de hoje. O jornalista estava usando uma camiseta branca e uma calça de moletom cinza. Ele tinha a aparência bastante abatida. Ele está preso desde a última terça-feira e foi indiciado por tráfico de entorpecentes.

A comerciante Nadir Silva, 50, que estava com Cabrini no momento da prisão, afirmou em depoimento que é amante do repórter. O jornalista negou qualquer envolvimento amoroso com ela.


Delegado diz que cela de Cabrini tem más condições de higiene
TINO MONETTI
colaboração para a Folha Online

O delegado do 13º Distrito Policial de São Paulo, Reinaldo Perez, afirmou hoje (17) que a cela onde está preso o jornalista Roberto Cabrini não tem boas condições "no que se refere à higiene". "É por isso que pedimos que não existam mais celas em DPs", falou à Folha Online.

Perez ainda afirmou que acredita que foi Cabrini quem provocou sua própria prisão, por razões jornalísticas. "Pode apostar que, assim que ele sair, ele vai ter um grande furo de reportagem e dizer que provocou sua prisão", disse o delegado.

Perez disse que, até o momento, Cabrini não fez nenhum pedido especial às autoridades do distrito. Nesta quinta-feira, o jornalista não recebeu visitas de familiares.

Cabrini está preso desde a última terça-feira. Ele foi indiciado por tráfico de entorpecentes, já que a polícia diz que achou dez papelotes de cocaína em seu carro. Hoje, o advogado do jornalista disse à Folha Online que espera a liberdade para seu cliente ainda nesta quinta.


Suposta amante diz que Cabrini a chantageava

Advogados contratados pela TV Record entraram nesta quarta-feira com um pedido de relaxamento da prisão em flagrante ou a concessão da liberdade provisória para o jornalista Roberto Cabrini. Ele foi preso na noite de terça-feira, no Jardim Angela, com 10 papelotes de cocaína. O jornalista foi transferido ontem do 100 Distrito Policial, no Jardim Ângela, para o 13 Distrito Policial, na Casa Verde, destinado a presos com curso superior, onde permanece preso. Ele afirmou, em nota, que está sendo vítima de uma 'armação'.

"Ele não é usuário e não é traficante. Ele é jornalista. O que faria um jornalista bem pago ir até a favela, um dos lugares mais distantes de São Paulo, para comprar drogas?", afirmou o advogado Renato Marques Martins, que foi contratado para defender o jornalista e o visitou nesta quarta.

O salário do repórter da Record é de R$ 105 mil por mês, segundo ele mesmo relatou ao delegado em seu depoimento. A Record divulgou nota em que diz ter conhecimento do trabalho que vinha sendo realizado por Cabrini. “A área de jornalismo da Record tinha o registro interno que o repórter estava desenvolvendo uma reportagem de caráter investigativo. Roberto Cabrini é reconhecido pela cobertura de reportagens especiais e por sua trajetória profissional nas principais TVs brasileiras. A Record acredita na polícia e na Justiça do Estado de São Paulo e espera a correta elucidação dos fatos.”

Em seu depoimento, Cabrini disse que foi se encontrar com Nadir Domingos Dias da Silva, conhecida como Nádia, que era sua fonte e lhe entregaria gravações nas quais apareceria um depoimento de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe da facção criminosa que comandou ataques terroristas a São Paulo.

A fita, segundo ele, demonstraria autenticidade da entrevista que fez em maio de 2006. Naquele ano, durante os ataques, o jornalista colocou no ar um áudio que seria entrevista com Marcola, que estava preso na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes. A Secretaria de Administração Penitenciária afirmou que não se tratava de Marcola e a entrevista foi desmentida. Cabrini não havia se pronunciado sobre o assunto desde então.

“Jamais parei de investigar e, apesar das inúmeras pressões, sempre tive certeza da autenticidade da entrevista que efetuei em maio de 2006 com o líder da facção, Marcos Camacho.”

Ao chegar para pegar as fitas, ele teria sido abordado por policiais, que teriam achado a droga no carro. Cabrini diz que o policial achou a droga em menos de 3 segundos. O jornalista diz ainda que o delegado disse que tinha prova que ele era usuário de droga e queria que ele assumisse no depoimento que era amante de Nadir. Como ele não o fez, teria sido preso por tráfico de drogas.

O jornalista diz que existe uma fita na qual ele aparece usando droga e que ele foi obrigado a consumir cocaína sob ameaça de armas. A cena teria sido gravada por Nadir para garantir que Cabrini não a denunciasse.

A comerciante Nadir Domingos Dias, de 50 anos (conhecida como Nádia pelos amigos), disse à polícia que apenas ela estava no carro de Cabrini com o jornalista quando ele foi preso e que ele não estava fazendo qualquer reportagem. “Somos namorados há três anos”, afirmou. Cabrini negou a relação.

Nadir diz que queria terminar o namoro e o jornalista a chantageava com um documento que a associaria à facção criminosa que realizou ataques a São Paulo. Ela afirmou ainda que o jornalista usava droga.

O encontro, segundo ela, teria sido marcado para que ele lhe devolvesse o documento comprometedor. Em troca, ela daria ao jornalista um pen-drive (dispositivo de armazenamento de dados digitais) com as imagens dele usando drogas, para que a “chantagem mútua” — conforme ela definiu — acabasse. O pen-drive foi apreendido pela polícia.

A comerciante disse que conheceu Cabrini pouco antes da primeira onda de ataques da facção criminosa, há quase dois anos. Por ser mulher de um ex-policial que se tornou ladrão de bancos, o jornalista a teria procurado. O marido dela estava preso e Cabrini estaria à busca de informantes dentro do sistema carcerário.

Já o jornalista contou que conheceu Nádia apenas depois do ataque do crime organizado. “(...)Havia uma senhora que tinha entrado em contato com a redação oferecendo-se para possibilitar que o lado dos presos fosse ouvido”, disse Cabrini em depoimento à polícia.

A comerciante admitiu que já foi absolvida de um caso de homicídio, em que teria tomado a arma de uma ladrão e atirado em sua cabeça. Nádia contou que, no dia da prisão de Cabrini, estava com ele desde as 14h.

Da Agência O Globo