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Profissão Repórter | Jornalismo | Rede Globo | Qua 11-08-2021 | 00:50 | Falta de Remédios
Em mais um especial da série comemorativa dos 15 anos do programa, Caco Barcellos e equipe do programa revisitam personagens entrevistados em 2018. |
Profissão Repórter desta terça (10) vai mostrar histórias de quem não consegue seguir o tratamento médico por falta de remédios
Em mais um especial da série comemorativa dos 15 anos do programa, Caco Barcellos e equipe do programa revisitam personagens entrevistados em 2018.
Profissão Repórter vai mostrar histórias de quem sofre com a falta de remédios
O Profissão Repórter desta terça-feira (10) vai mostrar mais um episódio da série comemorativa dos 15 anos do programa. Caco Barcellos e os repórteres reencontram personagens e revisitam histórias que marcaram a trajetória do programa.
Depois de ser tema em 2018, a batalha diária de quem necessita de tratamentos caros e não tem acesso à medicação volta à pauta. No Brasil, cerca de 13 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de doença rara.Mãe precisa racionar alimentação da filha e faz rifa para comprar sonda: ‘Falta o básico’
Viviane, filha de Maria de Fátima, foi atropelada aos 8 anos de idade durante uma disputa de racha. Aos 27, ela sofre com a falta de distribuição de insumos para sobreviver.
Viviane tem 27 anos e ficou com sequelas após ser atropelada durante uma disputa de racha aos 8 anos de idade. Desde então, vive acamada e depende da mãe, Maria de Fátima Lima. Para a rotina de cuidados em casa, ela fica à espera dos insumos distribuídos pela saúde pública. As duas vivem em São Paulo e são uma das histórias de quem não consegue seguir o tratamento médico por falta de remédios que o Profissão Repórter desta terça-feira (10) mostrou.
“Nos falta o básico, que são os insumos. Falta sonda, uma luva para trocar. Mas não vamos desistir. É muito difícil e eu ainda me engasgo. Porque é muita espera. É ruim você saber que tinha uma filha perfeita e ver o estado que ela está hoje. Mas o sorriso dela me faz ter força para lutar ainda mais”, diz Maria de Fátima.
Viviane, filha de Maria de Fátima, tem 27 anos de idade e foi atropelada aos 8 durante uma disputa de racha — Foto: Profissão Repórter
Viviane, filha de Maria de Fátima, tem 27 anos de idade e foi atropelada aos 8 durante uma disputa de racha — Foto: Profissão Repórter
A mãe conta que a filha ficou quatro meses sem receber a dieta especial. Ela chegou a racionar a refeição de acordo com o estoque que tinha em casa. "Comecei a fracionar a alimentação porque estava acabando. Agora, tenho que readequar aos poucos a quantidade. Se não, posso provocar uma infecção".
Pela escassez de insumos e falta de distribuição, Viviane precisou usar uma sonda vencida por cinco meses. Com o material se danificando aos poucos, a mãe tentou achar uma solução por conta própria.
“Quando a sonda que a gente tinha começou a ficar preta e a vazar, eu fiz uma rifa. Com a ajuda de alguns amigos, consegui comprar uma outra. Com a pandemia, essa sonda está custando R$ 2.500", conta Maria de Fátima Fátima.
Mulher lamenta morte da irmã com doença rara por falta de medicamento: 'Família nunca mais foi a mesma'
A história de Margareth Mendes foi contada no Profissão Repórter em 2018, que abordou a luta pacientes que enfrentavam dificuldades para conseguir tratamento adequado. No programa desta terça (10),
Margareth Mendes foi uma das histórias contadas pelo Profissão Repórter em 2018, que abordou a luta de pacientes que enfrentavam dificuldades para conseguir tratamento adequado. Mas ela morreu em fevereiro de 2018 por complicações de uma doença rara: a hemoglobinúria paroxística noturna, chamada de HPN.
Quase três anos depois, a equipe do programa voltou a conversar com a família de Margareth, que ainda se recupera da perda. Ruth Mendes, irmã da paciente, está entre os familiares que perderam seus parentes por falta de medicamento para o tratamento contra doenças raras no Brasil.
O Profissão Repórter desta terça-feira (10) mostrou que o drama de quem não consegue seguir o tratamento médico por falta de remédios continua. No Brasil, cerca de 13 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de doença rara.
Margareth tinha uma decisão judicial que obrigava o Ministério da Saúde a fornecer o remédio que ela precisava. Ainda assim, a situação se agravou quando a entrega da medicação de alto custo que controla a doença foi interrompido.
Margareth Mendes morreu em fevereiro de 2018 por complicações de uma doença rara: a hemoglobinúria paroxística noturna, chamada de HPN — Foto: Profissão Repórter
Margareth Mendes morreu em fevereiro de 2018 por complicações de uma doença rara: a hemoglobinúria paroxística noturna, chamada de HPN — Foto: Profissão Repórter
“Ela sempre falava: ‘Minha família supre as minhas necessidades’. Só que essa necessidade do medicamento, por ser de tão alto custo, a gente não tinha condições. Mas o governo podia. Isso machucou muito a nossa família, que nunca mais foi a mesma. Dói muito", afirma Ruth, que lamenta ver que muitos pacientes ainda enfrentam dificuldade para receber remédios. "É uma sensação de indignação e revolta ver a história se repetindo", diz ela.