Resumo das notícias dos jornais de hoje 07/10/2009

Manchetes dos jornais: Sarney e Temer defendem pagamento acima do teto
quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Folha de S.Paulo

Sarney e Temer defendem vencimentos acima do teto

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defenderam ontem uma regulamentação para o pagamento dos salários de deputados e senadores que ultrapassam o teto constitucional de R$ 25,7 mil, pago a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Temer, no entanto, afirmou que achou "corretíssima" a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) que, na semana passada, em resposta à Câmara, acabou dando respaldo aos altos vencimentos.

PSDB estuda meio para tirar mandato de Ciro

O PSDB estuda instrumento legal para suspender o mandato do deputado federal Ciro Gomes (PSB). Sexta-feira, Ciro transferiu o domicílio eleitoral do Ceará, onde se elegeu deputado, para São Paulo, deixando aberta a hipótese de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes.

Endossada pelo advogado Ricardo Penteado -responsável pela assessoria jurídica de campanhas do PSDB- a tese no tucanato é que, num momento em que a troca de partido já impõe risco de cassação, Ciro está sujeito à suspensão do mandato porque, com a transferência, o Ceará perdeu um representante na Câmara. Passou de 22 deputados para 21.

Pela tese, Ciro poderia disputar o governo de São Paulo. Mas sem o mandato de deputado.

Mensalão: Ministra testemunhará em defesa de Jefferson e Janene

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi indicada como testemunha de defesa dos réus do mensalão José Janene e Roberto Jefferson. Ela foi intimada em meados de setembro, mas ainda não respondeu. Como é ministra de Estado, ela tem a prerrogativa de escolher o dia, a hora e o local do depoimento. Até o fechamento desta edição, a assessoria da Casa Civil não informou se a Dilma já definiu a data.

Rumo a 2010: Lula propõe aliança nacional entre PT e PMDB

O presidente Lula pediu ao presidente da Câmara, Michel Temer, que dissesse aos líderes da ala governista do PMDB que ele quer bancar uma aliança nacional com o PT em 2010 e dar ao partido a vice na chapa de Dilma. O recado foi levado à reunião realizada à noite na casa do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves. Tudo seria fechado após a volta de Lula.

CPI da Petrobras: Oposição questiona negócio com doadora do PT

Senadores cobraram explicações de representantes da Petrobras sobre contratos firmados com a Iesa Óleo e Gás, uma das principais doadoras do PT na eleição de 2006, depois que a empresa foi alvo da Operação Águas Profundas, da Polícia Federal. Representantes da estatal disseram que uma comissão foi criada para analisar os contratos. A Iesa afirma que não é ré em nenhum processo criminal.

Mendes defende regras para suprir vácuo do fim da Lei de Imprensa

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, defendeu que o Congresso crie novas regras para suprir o vácuo jurídico deixado pelo fim da Lei de Imprensa. Para ele, a falta de "normas de organização e procedimento" gera situações de "perplexidade".

No final de abril, o STF decidiu revogar toda a Lei de Imprensa (5.250/67), conjunto de regras criado no regime militar (1964-1985) que previa atos como a censura, a apreensão de publicações e a blindagem de autoridades da República contra o trabalho jornalístico.

Destruição de laranjal pelo MST é grotesca, diz ministro

Interlocutores do MST no governo federal, o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e o presidente do Incra, Rolf Hackbart, condenaram a destruição de pés de laranja numa área invadida pelo movimento no interior paulista. Cassel chamou a ação de "grotesca" e "injustificável".

"Uma imagem grotesca, injustificável sob qualquer ponto de vista", disse Cassel. "O movimento tem errado muito e espero que uma situação grotesca como essa o faça refletir sobre as suas ações. Ele tem se isolado, tem perdido o apoio social", completou o ministro petista. "A minha reação foi de indignação. Não tem razão para isso", disse Hackbart. A ação, flagrada por cinegrafistas numa área da Cutrale rotulada de grilada pelo MST, terá um efeito colateral aos próprios sem-terra: para esfriar os ânimos e conter a indignação dos ruralistas, o Palácio do Planalto deve atrasar ainda mais o cumprimento da promessa de atualizar os índices de produtividade da reforma agrária.

Justiça ordena reintegração de posse da fazenda

A Justiça de São Paulo determinou ontem a reintegração de posse da fazenda da multinacional Cutrale, em Iaras (271 km de São Paulo), que teve parte do laranjal destruído com um trator por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para o plantio de feijão. Desde 28 de setembro, cerca de 250 famílias do MST estão no local.

A Polícia Militar estimou que foram destruídos cerca de 7.000 pés de laranja. Já o movimento afirmou que a derrubada não chegou a 3.000 pés. "Não pode ser monocultura, tem que plantar comida para o povo, embora a gente entenda que laranja também é alimento", disse Claudete Souza, líder do movimento no local.

Conflito: Ministério Público denuncia soldado por morte de sem-terra no RS

O soldado Alexandre Curto dos Santos da Brigada Militar é acusado de ter matado um integrante do MST durante uma ação de reintegração de posse em agosto em uma fazenda de São Gabriel, na região central do Rio Grande do Sul. Ele foi denunciado anteontem por homicídio doloso -no qual tem a intenção ou assume o risco de matar. Procurado pela reportagem, o comando-geral da Brigada não se manifestou sobre o assunto. A defesa do soldado não foi localizada.

Lula descarta meta de desmatamento zero

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou ontem o pedido do grupo ambientalista Greenpeace para que o governo brasileiro adote a meta de desmatamento zero até 2015.

"Mesmo que o Brasil fosse careca [não tivesse nenhuma cobertura vegetal], sempre vai haver alguém que vai cortar alguma coisa", disse o presidente, ao término da cúpula Brasil/União Europeia, realizada no Rosenbad, sede do governo sueco, que preside neste semestre a União Europeia.

O Globo

Juiz manda MST desocupar fazenda invadida

O juiz da 2aVara de Lençóis Paulista, Márcio Ramos dos Santos, determinou que 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocupassem ontem a fazenda Santo Henrique, em Borebi, no interior de São Paulo. Nos últimos dias, sem-terra destruíram parte do plantio de laranja naquela área, administrada pela Cutrale. O MST arrancou, com tratores, pelo menos sete mil pés de laranja.

Em 2006, a Cutrale foi a maior doadora da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para a qual doou R$ 4 milhões, segundo o site Contas Abertas.

Vandalismo reforça pedido de CPI

A imagem de um trator do MST destruindo pés de laranjas carregados da fazenda da Cutrale, em São Paulo — apenas quatro dias após o governo enterrar no Congresso a CPI que iria investigar repasses de recursos para a entidade — causou a reação indignada de parlamentares.

Ontem, foi iniciada a coleta de assinaturas para a criação, agora, da CPI mista do Campo, que vai abranger também o programa de reforma agrária.

Os senadores se disseram assustados e pediram imediata providência das autoridades para acabar com o que chamaram de ato grotesco de terrorismo.

Lula: desmatamento zero é impossível

Após receber de manifestantes do Greenpeace o pedido para que compareça à conferência mundial sobre o clima — marcada para dezembro, em Copenhague — e que assuma o compromisso de reduzir a zero o desmatamento na Floresta Amazônica até 2020, o presidente Lula garantiu ontem que participará do evento. Afirmou, porém, que a meta sugerida pela ONG é impossível de ser cumprida.

— Nem se o Brasil fosse careca poderia assumir (o compromisso) do desmatamento zero, porque sempre haverá alguém que vai cortar alguma coisa. O que o Brasil está fazendo é algo muito revolucionário e muito forte — disse Lula, destacando que, este ano, o Brasil registrará o menor nível de desmatamento em 20 anos.

Campanha sobre desaparecidos é encenação, diz ONG

O grupo Tortura Nunca Mais definiu como “mera encenação” a campanha publicitária lançada pelo governo federal no último fim de semana. Os anúncios solicitam aos brasileiros que tenham documentos ou informações sobre o período de 1964 a 1985 — a ditadura militar — que os doem ao Arquivo Nacional.

Para o Tortura Nunca Mais, a iniciativa é parte de uma estratégia para evitar que em breve o Brasil seja condenado pelo tribunal da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, em processos sobre desaparecidos políticos.

Propaganda custará R$ 13,5 milhões

A campanha publicitária lançada pelo governo há dez dias, numa tentativa de obter novas informações sobre desaparecidos políticos na ditadura militar, custará R$ 13,5 milhões aos cofres públicos.

Esta é a verba que a Secretaria de Comunicação da Presidência reservou para bancar a campanha por dois meses, na TV, em rádios, jornais, sites e revistas. Com três filmetes, fotos e cartazes, o governo espera estimular a sociedade a fazer doações de arquivos ou revelar informações que ajudem na localização dos mortos ou permitam o esclarecimento de passagens da ditadura.

Guerrilheiro é enterrado no Ceará

Após uma espera de 37 anos, a família do cearense Bergson Gurjão Farias enterrou ontem a ossada do guerrilheiro, torturado e morto no Araguaia em 1972, aos 25 anos. Após homenagem na concha acústica da Universidade Federal do Ceará, onde Bergson cursava engenharia química, o cortejo seguiu em carro dos bombeiros até o cemitério.

A mãe de Bergson, Luiza Gurjão Farias, de 94 anos, e os três irmãos do guerrilheiro do PCdoB acompanharam a cerimônia. A irmã Ielnia falou dos “sentimentos tumultuados”: — Estamos com alegria porque Bergson chegou.

Ciro reage ao PT paulista: 'Mudei a contragosto'

O deputado Ciro Gomes (PSB), que trocou seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo por pressão do presidente Lula, reagiu ontem às críticas dos petistas paulistas à possibilidade de ele disputar o governo do estado. Lula tenta tirar Ciro da disputa presidencial, para deixar o caminho aberto para a ministra Dilma Rousseff, mas os petistas de São Paulo disseram não abrir mão de ter candidato próprio no estado.

— Mudei a contragosto (o título eleitoral). Falei que não queria. Isso faz parte de uma estratégia conversada com o presidente Lula. Só estou executando isso. Reafirmo minha disposição de ser candidato à Presidência da República — disse Ciro.

Dilma encontra PDT e defende candidatura única

A pré-candidata do PT a presidente, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu ontem que o governo tenha um candidato único para dar continuidade ao projeto do presidente Lula. Acompanhada do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, e do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), ela deixou claro que os pedetistas são peça fundamental no atual governo e na candidatura governista. Lupi, por sua vez, defendeu o apoio do PDT a Dilma, ex-filiada ao partido.

— Achamos que o governo tem de ter uma continuidade. Não são dois candidatos, vai ser um candidato que vai representar o governo — afirmou a ministra, antes do jantar oferecido ao PDT, na residência da Casa Civil. — Seja quem seja o candidato, temos certeza que este foi um projeto importante para o Brasil, que o Brasil de 2010 é muito diferente do Brasil de 2003 — disse ela.

Relatora defende arquivar ação contra Yeda

A relatora da Comissão Especial que analisa o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB), deputada tucana Zilá Breintenbach, deu parecer pela inadmissibilidade e pelo arquivamento.

O relatório, publicado ontem no Diário da Assembleia Legislativa, deve ser votado amanhã na Comissão Especial, composta de 29 deputados, 17 deles governistas.

Na próxima terça-feira, poderá haver a votação no plenário, onde Yeda também tem apoio da maioria dos 55 deputados.

Música gospel deve virar 'manifestação cultural'

Estrela de um grupo de música gospel e bispo da Igreja Sara Nossa Serra, o deputado Bispo Rodovalho (PP-DF) conseguiu aprovar rapidamente na Câmara, e ontem na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), projeto de sua autoria que classifica esse gênero musical como manifestação cultural do Brasil. Movimentos ligados a igrejas evangélicas e grupos de música gospel poderão receber benefícios previstos pela legislação federal de incentivo à Cultura, a Lei Rouanet.

O relator da matéria na CAE do Senado foi o senador Gim Argelo (PTB-DF), também ligado a movimentos religiosos na capital federal.

Um dos principais pontos é possibilitar que pessoas físicas e jurídicas apliquem parte do Imposto de Renda devido em ações culturais. O projeto segue agora para votação, em decisão terminativa, da Comissão de Educação, Cultura e Esporte.

Gilmar: emenda dos cartórios é 'gambiarra'

Enquanto a Câmara sofre pressões contra e a favor da chamada PEC dos Cartórios, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse ontem que a proposta é uma “gambiarra, um arremedo”. O projeto prevê a efetivação, sem concurso público, dos atuais responsáveis (ou seus substitutos) por cartórios nomeados, também sem concurso, até 20 de novembro de 1994 — desde que estejam na função nos cinco anos anteriores à promulgação da emenda.

— Isso é um arranjo, um arremedo, é uma gambiarra. O Brasil precisa encerrar essa mania de ficar improvisando. Vamos fazer as coisas da forma adequada. Alguém tem dúvida de que é necessário fazer o concurso público? Não, nenhuma dúvida a propósito disso, de que é republicano, condizente com o princípio da igualdade — disse Gilmar, lembrando que o Conselho Nacional de Justiça tem feito grande esforço de modernização do Judiciário e de seus serviços de forma geral, como determina a Constituição.

O Estado de S.Paulo

Mendes denuncia ''gambiarra'' em PEC dos cartórios

Às vésperas da votação na Câmara de emenda à Constituição que garante a efetivação dos dirigentes de cartório admitidos entre 1988 e 1994 sem concurso público, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, classificou ontem a iniciativa de "uma gambiarra".

Pronta para ser votada pelo plenário da Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 471 divide as opiniões dos deputados e foi alvo ontem de um acirrado debate, na Comissão de Direitos Humanos, entre representantes de entidades favoráveis e contrárias ao projeto.

CNJ teme ações por indenização

O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilson Dipp, alertou ontem que os Estados poderão ser obrigados a pagar indenizações a ex-titulares de cartórios, caso a emenda à Constituição que efetiva os dirigentes admitidos entre 1988 e 1994 sem concurso público seja aprovada pelo Congresso. Segundo ele, as pessoas que deixaram os cartórios para que fosse feito concurso poderão se sentir prejudicadas e recorrer à Justiça. A estimativa do CNJ é de que foram feitos concursos em 4,5 mil cartórios antes de 1995.

"Se essa PEC for aprovada, essas pessoas terão direito a uma indenização por terem saído do cargo", afirmou Dipp.

Chalita se arma para manter mandato, que PSDB quer tomar

O vereador Gabriel Chalita (PSB-SP) vai investir no argumento de que o PSDB abandonou princípios programáticos, na tentativa de manter o mandato que exerce há apenas dez meses. O plano começou a ser traçado após consulta ao departamento jurídico do PSB, em resposta à notícia de que seu ex-partido pedirá na Justiça sua cadeira na Câmara Municipal.

A posição da direção tucana de cobrar a aplicação da regra da fidelidade partidária foi tomada anteontem, em reunião para avaliar a ida de Chalita para o PSB. "A decisão de sair do partido já era suficiente para pedirmos seu mandato e a situação foi agravada pelas declarações dele à imprensa", disse o presidente do PSDB no município, José Henrique Reis Lobo.

Dirigentes do PSB entram com recurso contra ingresso de Skaf

Representantes do movimento sindical filiados ao PSB entraram com recursos contra a entrada do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, no partido. O empresário, que assinou no dia 30 a filiação à sigla, é cotado para disputar a sucessão ao governo paulista na eleição de 2010.

Nos recursos levados aos diretórios municipal e estadual do PSB, em São Paulo, integrantes do PSB de Campinas alegaram que Skaf é um dos principais líderes patronais do País, que tem se pronunciado contra iniciativas de trabalhadores e que a Fiesp é a patrocinadora do projeto que levou os "neoliberais" ao poder.

Dilma defende candidatura única na base governista

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu na noite de ontem por uma candidatura única da base aliada do governo para a disputa eleitoral de 2010. Em entrevista na porta de sua residência, onde recebeu a cúpula do PDT, ela disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa fazer o sucessor. "O governo tem de ter uma continuidade", afirmou. "Não são dois candidatos. Vai ser um candidato que vai representar o governo." O ex-ministro Ciro Gomes (PSB), cujo partido integra a base aliada do Planalto, também ensaia sua candidatura à Presidência e tem negociado com setores do PDT a formação de uma chapa.

Ao lado da ministra, o presidente licenciado do PDT e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e o deputado Paulo Pereira da Silva (SP) disseram que a candidata única deve ser Dilma. Em busca de apoio, ela fez afagos no partido a que era filiada antes de entrar no governo. Chegou a defender o debate sobre a jornada de 40 horas semanais, uma bandeira dos pedetistas.

Investida contra Meirelles falha

A festejada filiação ao PMDB de Goiás do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi contestada por dois integrantes da Executiva e um do Diretório Estadual do partido. Em recurso ao Diretório Municipal de Anápolis, colégio eleitoral de Meirelles, eles pediram que a filiação fosse impugnada, sob o argumento de que há "incompatibilidade ideológica" entre o presidente do BC e o PMDB. A reação dos três peemedebistas, no entanto, não prosperou.

Por enquanto, Meirelles é candidato a senador, cargo majoritário. Pretende se eleger para o Senado e aguardar convite para ser ministro da Casa Civil ou da Fazenda, caso a coligação do PMDB seja a vencedora. Essa provável aliança, pelo menos por enquanto, deverá ser feita com o PT da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

Prefeitos querem mudar Lei Fiscal

Prefeitos de todo o País querem que o Congresso flexibilize a Lei de Responsabilidade Fiscal para análise das contas públicas deste ano, por causa da crise econômica mundial. Projeto de lei complementar 450/09 do senador César Borges (PR-BA), protocolado ontem na Mesa Diretora, propõe que os limites impostos pela lei sejam alterados caso a caso, conforme o porcentual de queda de arrecadação das prefeituras.

Na prática, os limites fiscais estariam sujeitos a um porcentual de perda calculado com base na diferença entre a arrecadação prevista no Orçamento do município e a efetivamente realizada. A proposta não alteraria o texto da Lei Fiscal.

O projeto, elaborado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), enfrentará resistência no Congresso, por representar um risco de enfraquecimento permanente da lei.

Oposição volta a se mobilizar por CPI

Quatro dias após ser arquivada por uma manobra da base governista, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST pode ressurgir como CPI do Campo. Patrocinado pela bancada do DEM, o requerimento de criação da nova comissão já circula pelo Congresso e precisará do apoio de, no mínimo, 27 senadores e de 171 membros da Câmara.

Os deputados Onyx Lorenzoni (RS) e Ronaldo Caiado (GO) e a senadora Kátia Abreu (TO), signatários do requerimento, amparam-se na invasão promovida pelo MST à fazenda da Cutrale para conquistar apoio entre os parlamentares.

Sarney defende acúmulo de salários

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu a regulamentação do chamado "salário dúplex" a senadores e deputados, que recebem pagamento como parlamentar, além da aposentadoria de emprego anterior. Ele destacou, porém, que a soma dos rendimentos não deve superar o teto constitucional de R$ 25,7 mil, pago a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para Sarney, é preciso definir como as fontes pagadoras repartirão o excedente. "Estamos só esperando a regulamentação, porque a decisão já está tomada. E o teto tem de ser obedecido", disse Sarney ontem, referindo-se à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de que os "salário dúplex" pode continuar sendo pago.

Acaba impasse com brasileiros na Bolívia

Das cerca de 500 famílias de brasileiros que moram e trabalham ilegalmente na faixa fronteiriça de 50 quilômetros da Bolívia com o Acre, 300 concordaram em ser reassentadas em terras bolivianas. Outras 200 preferem voltar ao Brasil, onde se inscreverão em programas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Por meio da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Brasil vai comprar terras da Bolívia para onde as famílias serão levadas a partir de dezembro. O País tem US$ 10 milhões para o reassentamento.

Mendes cobra ação do Congresso

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse ontem que o Congresso precisa aprovar regras para disciplinar as ações relacionadas à liberdade de imprensa e citou o caso do Estado. "Esse episódio, agora, a propósito desse conflito com O Estado de S. Paulo, está a mostrar que há alguma perplexidade", afirmou. "Qual é a regra que disciplina a competência?"

Para Mendes, é preciso regulamentar o tema, sem parâmetros desde a derrubada da Lei de Imprensa.

Correio Braziliense

O jornal não atualizou sua edição digital.

Resumo das notícias dos jornais de hoje 06/10/2009

Manchetes dos jornais: TCU libera pagamento acima do teto
terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Globo

TCU passa a aceitar que servidores recebam vencimentos acima do teto

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu liberar o pagamento integral dos salários de deputados e senadores que acumulam seus vencimentos com aposentadorias pagas por outras esferas de poder, legalizando o chamado “salário duplex” — mesmo que isso extrapole o teto salarial do funcionalismo, de R$ 25.725. A medida foi tomada, sem alarde, quartafeira e noticiada ontem pelo Blog do Noblat, no site do GLOBO.

A decisão foi uma resposta à consulta feita pelo diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, preocupado com a aplicação de um acórdão do próprio TCU, aprovado em junho, que determinava a aplicação do teto salarial aos magistrados aposentados eleitos para o Congresso.


Disputa por controle de comissão impede mudanças no Código Florestal

A comissão especial criada na Câmara para discutir mudanças no Código Florestal tem hoje sua terceira reunião, em mais uma tentativa de eleger o presidente, os vices e o relator, tarefa fracassada nos encontros da última semana. Os ruralistas indicaram o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) para presidir a comissão. A indicação da relatoria cabe ao presidente, mas os ruralistas também sugerem que Aldo Rebelo (PCdoBSP) seja o relator.

Os ambientalistas não concordam com os nomes e temem que o setor do agronegócio domine a comissão, instalada para analisar um projeto de lei de 1999, de autoria do então deputado Sérgio Carvalho, que regulamenta o que é Área de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal e exploração florestal.

Marta critica Ciro: PT tem de ter e terá candidato próprio

Depois de participar ontem de reunião do Diretório Estadual do PT, a ex-ministra e ex-prefeita Marta Suplicy deixou claro o descontentamento dos petistas paulistas com a possibilidade de o deputado aliado Ciro Gomes (PSB) disputar o governo do estado. Na semana passada, por pressão do presidente Lula — que quer Ciro fora da disputa presidencial para deixar o caminho livre para sua candidata, a ministra Dilma Rousseff —, o deputado transferiu seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo.

— Estamos chegando a uma percepção de que a candidatura de Ciro não tem a ver com São Paulo. Minha posição sempre foi essa — afirmou Marta.

Em culto, Dilma pede fé no crescimento do país

A ministra Dilma Rousseff, précandidata do PT à Presidência em 2010, misturou política e religião ontem à noite, em São Paulo, ao participar de culto da Assembleia de Deus. Discursando no púlpito do templo, para cerca de quatro mil pessoas, ela comparou a fé dos fiéis da igreja com a fé que as pessoas devem ter no desenvolvimento do país.

— Lembro aqui as palavras do profeta João: “Vim para que todos tenham vida em abundância.” Esse é o sonho que nos une a todos aqui — disse Dilma, afirmando que falava em nome do presidente Lula.

Ministra recebe o PDT para jantar em sua casa

Após receber alta médica, há dez dias, e diante das pesquisas que indicam estagnação e queda de suas intenções de voto, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, mergulhou novamente na sua pré-campanha para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de uma agenda com mais compromissos fora do gabinete e de Brasília, a ministra começa a comandar pessoalmente reuniões com partidos aliados. Hoje à noite, abre as portas de sua casa, na capital, para um jantar com o PDT, seu antigo partido. No cardápio, eleições de 2010.

A pesquisa CNI/Ibope divulgada no dia 22 de setembro mostrou queda de três a quatro pontos percentuais na preferência dos eleitores por Dilma. A nova atitude da ministra agrada aos aliados, mas a garantia do apoio formal à sua candidatura depende de muita conversa.

PMDB decide exigir vice na chapa de Dilma

Determinada a garantir a vaga de vice na chapa presidencial petista encabeçada pela ministra Dilma Rousseff, a cúpula do PMDB se reúne hoje à noite para fechar acordo em torno do nome do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDBSP).

A decisão do PMDB de levar a posição ao presidente Lula é reforçada pelo fato de setores do PT cogitarem o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) como vice.

Ibope: 62% apoiam impeachment de Yeda

Pesquisa do Ibope mostrou que 62% dos gaúchos são favoráveis ao impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB), enquanto 22% são contrários ao afastamento.

Yeda vem sendo alvo de investigações que apuram seu suposto envolvimento com o desvio de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais. O caso chegou ao Ministério Público e motivou uma CPI na Assembleia.

Pela pesquisa, encomendada pelo grupo de comunicação RBS, mais mulheres (68%) que homens (57%) desejam que o processo que tramita na Assembleia resulte no impeachment da governadora tucana.

Estados e municípios poupam mais que a União

O resultado das contas públicas em agosto acentuou o contraste entre o desempenho da União e dos estados e municípios na crise financeira.

Pela primeira vez, os governos estaduais e administrações municipais superaram o superávit primário da União (economia para o pagamento dos juros) no acumulado de 12 meses. Mesmo com receitas muito menores, pouparam o equivalente a 0,79% do PIB, enquanto o superávit da União foi de apenas 0,75%.

Um estudo dos economistas José Roberto Afonso e Kleber Castro mostra que, mesmo afetados pela crise, estados e municípios mantêm o esforço fiscal e ainda destinam uma parcela maior de suas receitas para investimentos, em comparação ao governo federal. Há diferença de comportamento também em relação aos gastos com pessoal, que cresceram mais na União.

Folha de S.Paulo

PT contraria Lula e decide "construir" candidato em SP

O PT paulista definiu ontem, depois de reunião, que vai iniciar a "construção" de um candidato próprio ao governo do Estado para a eleição de 2010.

A decisão tomada pela Executiva do partido contraria os interesses do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já manifestou o desejo de ver o deputado federal Ciro Gomes (PSB-SP) à frente de uma chapa, com o apoio do PT, na disputa pela sucessão do governador José Serra (PSDB).

Nome de Skaf é rejeitado por petistas

Recém-filiado ao PSB, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, terá grandes dificuldades em receber o apoio do PT caso seja escolhido candidato de seu partido ao governo.

"O nome do Skaf, neste momento, não tem nosso apoio", disse Edinho Silva, presidente do PT-SP.

Nova lei eleitoral abre brecha para doação de sindicato

A nova lei eleitoral, em vigor desde a semana passada, criou uma brecha que permite a sindicatos doarem para campanhas por meio de cooperativas que, na prática, controlam.

Um parágrafo acrescentado ao artigo 24 da lei eleitoral (9.504/97) autorizou que cooperativas repassem dinheiro a candidatos, desde que não sejam concessionárias de serviços públicos nem recebam recursos de governos.

Para escapar de punições do TSE, PV devolve R$ 94 mil à União

Acusado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de ter gasto de forma irregular dinheiro do Fundo Partidário recebido em 2005, o PV, para escapar de punições, devolveu à União R$ 94.079,10.

Apesar do ressarcimento aos cofres públicos, o partido ainda pode ser punido, com a suspensão de repasses do fundo e até a cassação do registro.

O corpo técnico do tribunal sugeriu aos ministros a aprovação das contas do PV de 2005, mas com a condição de que o partido comprove a origem do dinheiro devolvido à União.

Abert diz que nova regra para TV e rádio é "amarra"

A nova regra da legislação eleitoral que determina às TVs e às rádios o dever de dar a qualquer tempo "tratamento isonômico" aos pré-candidatos representa uma amarra e uma interferência no trabalho jornalístico, diz a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).

"O problema é que se estende para o período pré-eleitoral a restrição. Quando é esse período? Não tem definição, é hoje. Quem são os pré-candidatos? Qualquer um pode se intitular pré-candidato", afirma o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero.

Bancoop é suspeita de fazer doações ilegais para o PT

Uma das principais cooperativas ligadas a sindicatos do país, a Bancoop é investigada pelo Ministério Público, sob suspeita de fazer doações ilegais para campanhas do PT.

"Há indícios fortes de que a Bancoop desviou recursos para empresas ligadas a alguns de seus dirigentes, que depois foram abastecer campanhas do PT", disse o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, que abriu inquérito criminal em 2007.

Dilma e Serra tentam capitalizar Rio-2016

Potenciais adversários na corrida presidencial, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador José Serra (PSDB-SP) tentaram ontem tirar dividendos eleitorais da escolha do Rio como cidade-sede da Olimpíada de 2016. A 532 km de distância -ela, em Londrina, e ele, em Poá (SP)- os dois exaltaram a importância da Olimpíada para o país.

Dilma comparou o programa de habitação Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, à indicação do Rio. Segundo ela, a escolha da cidade "é uma vitória de cada um de nós, brasileiros". "Estamos defendendo a mesma causa, que é a emancipação do povo brasileiro."

Salário acima do teto ganha respaldo do TCU

Em resposta enviada à Câmara na última semana, o TCU (Tribunal de Contas da União) deu respaldo para que deputados continuem ganhando salários acima do teto constitucional de R$ 25,7 mil, pago a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

A resposta foi dada após a Câmara contestar decisão anterior do tribunal, que tentou barrar os altos vencimentos. Na contestação, a Câmara disse que não tinha como cumprir o teto já que não há nenhuma regulamentação nesse sentido.

STJ suspende ação de busca e apreensão da PF na Odebrecht

O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Napoleão Nunes Maia Filho suspendeu operação de busca e apreensão de documentos e equipamentos na Construtora Norberto Odebrecht. A ação havia sido determinada pela Justiça Federal em Brasília e seria feita pela Polícia Federal.

A Folha publicou no último dia 12 que a PF prepara busca e apreensão nas sedes de algumas das maiores empreiteiras do país e também nas casas de seus executivos.

Ministra faz propaganda em culto religioso

ministra Dilma Rousseff fez propaganda do governo ontem à noite em visita à sede da Assembleia de Deus em São Paulo, a maior denominação evangélica pentecostal do país -o Censo de 2000 apontou 8,7 milhões de fiéis, mas a igreja calcula que sejam cerca de 20 milhões.

Era noite de festa na igreja, para comemorar os 75 anos de seu presidente, o pastor José Wellington da Costa. O convidado oficial era o presidente Lula, mas Dilma foi representá-lo, disse o pastor José Wellington da Costa Júnior.

O Estado de S.Paulo

Marta lidera ataque contra Ciro e defende candidatura própria do PT

Três dias após o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo, setores do PT ligados ao deputado petista Antonio Palocci se uniram ao time da ex-ministra do Turismo Marta Suplicy (PT-SP) para ressuscitar a tese da candidatura própria ao Palácio dos Bandeirantes. Aproveitando o desconforto com a avaliação de que o PT paulista virou refém de Ciro, Marta assumiu a linha de frente para vitaminar o nome do ex-ministro da Fazenda na disputa.

A estratégia ficou clara na reunião convocada ontem pelo comando regional do partido. Na saída, Marta foi contundente e partiu para o ataque ao deputado cearense e ao PSB. "Estamos chegando a uma percepção de que a candidatura Ciro não tem a ver com São Paulo", disse. Ela defendeu de forma enfática o lançamento de Palocci. "Não temos que fechar portas, mas o PSB nunca fez um caminho de flores para nós no Estado."

Temer quer consolidar já aliança e vaga de vice

Prestigiado pelo presidente Lula, o PMDB traça hoje a estratégia para o pré-acordo eleitoral em torno da candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), ministros e lideranças peemedebistas se reúnem em um jantar organizado pelo líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), para preparar o anúncio e consolidar o cenário de aliança entre PMDB e PT, assegurando a vaga de vice na chapa de Dilma.

A ideia é produzir uma imagem de Lula com a cúpula dos dois partidos, seguida por uma entrevista, informando o preenchimento do posto por um peemedebista. O partido vai evitar oficializar um nome para a disputa agora, apesar de Temer ser o cotado para a vaga. A data do evento está dependendo de Lula, mas os peemedebistas não descartam a hipótese de que seja nesta semana. O presidente estará em Brasília amanhã, de volta da viagem a Estocolmo.

Do púlpito, Dilma ''vende'' era Lula

Em mais uma tentativa de se aproximar do eleitorado evangélico, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, participou ontem à noite de um culto em ação de graças na Assembleia de Deus-Ministério do Belém, em São Paulo, e fez propaganda do governo para uma plateia de aproximadamente 2 mil fiéis. Diante de um púlpito dourado, no qual se lia a inscrição "Jesus" em letras pretas, a candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "vendeu" o programa Minha Casa, Minha Vida, carro-chefe de sua campanha, e disse que o governo Lula faz do Brasil um "país vencedor".

Dilma citou a escolha do Brasil para sediar as Olimpíadas de 2016 como exemplo de sucesso do governo petista. Em tom eleitoral, destacou, ainda, que a gestão Lula defende "a conquista dos valores familiares" e tirou 30 milhões de brasileiros da linha da pobreza. "Fomos escolhidos para sediar as Olimpíadas, mas a grande olimpíada estamos vencendo no dia a dia, derrotando as crises e enfrentando com fé todos os desafios", afirmou.

Marina também busca o voto dos evangélicos

Em encontro com 800 líderes da igreja Assembleia de Deus, ontem em Itatinga (MG), a senadora Marina Silva (AC), pré-candidata do PV à Presidência, disse que a religião não deve ser encarada como espaço conservador. "Pessoas tomam a fé cristã como se fosse um espaço para destruição de uma visão de desenvolvimento do mundo"", afirmou.
"Quem quiser ser conservador tem de ser por sua própria conta." Tendo iniciado militância política nas Comunidades Eclesiais de Base (CEB) da Igreja Católica, Marina tornou-se em 1997 missionária da Assembleia de Deus. Acompanhada de representantes do PV de Minas, ela foi apresentada como "irmã" Marina pelo pastor Antônio Rosa, que não deixou, porém, de lembrar que a ex-ministra do Meio Ambiente é pré-candidata ao Palácio do Planalto em 2010.

31 parlamentares ignoram TSE e trocam de partido

De pouco adiantou a regra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pune com perda do mandato a infidelidade partidária. Na Câmara, 27 dos 513 deputados trocaram de partido, a um ano das eleições. No Senado, 4 dos 81 senadores seguiram o mesmo caminho. O PMDB da Câmara foi o que mais perdeu, com a saída de 8 deputados . Já o PSC ganhou 6, saltando de 14 para 20 cadeiras, além de conquistar um senador. E o PSDB passou de 13 para 15 senadores.

O DEM e PDT manifestaram a decisão de recorrer à Justiça. "Vamos pedir de volta o mandato dos nossos deputados. O mandato pertence ao partido", disse o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). "Ficamos surpresos com a saída de três deputados. Estamos estudando ir à Justiça", afirmou o líder do PDT na Câmara, Dagoberto Nogueira (MS). Os "infieis" alegam problemas locais.

PTB quer o mandato de infiel

O presidente regional do PTB, deputado estadual Campos Machado, vai acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reaver a vaga do deputado federal Jefferson Campos (SP), que foi para o PSB. A cadeira de Jefferson (que assumiu após morte de Ricardo Izar este ano) pertence à sigla, disse Campos: "A omissão seria negar o que vem sendo feito para tornar o partido mais forte do Estado." Procurado, Jefferson não se pronunciou.

Juíza tenta no TRF tomar caso Dantas de De Santis

A juíza Silvia Rocha, da 2.ª Vara Criminal Federal em São Paulo, reivindicou para si o processo Satiagraha - investigação contra Daniel Dantas, do Opportunity. Em ofício de 29 páginas ao Tribunal Regional Federal (TRF)da 3ª Região a juíza pede "conflito positivo de competência" e sustenta que cabe a ela julgar o caso, não ao juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara. A juíza havia requisitado os autos a De Sanctis. Ele não cedeu. As duas varas, a 2ª e a 6ª, têm competência para ações por crimes financeiros.

A juíza sustenta que o processo Satiagraha é de sua alçada pelo princípio da prevenção. Ela observa que desde 2006 conduz inquérito do caso do mensalão. Na denúncia à 6ª Vara, o Ministério Público Federal elencou 7 situações de crimes financeiros. Um capítulo da acusação versa sobre repasses de R$ 29,7 milhões da Brasil Telecom, então sob domínio de Dantas, para Marcos Valério, operador do mensalão. É esse o detalhe crucial do embate pela Satiagraha.

Suécia prepara lobby pelo Gripen na visita de Lula

Embora não faça parte oficialmente das discussões, o governo sueco deve aproveitar a presença do presidente Lula hoje em Estocolmo para reforçar o lobby em favor da Saab para a venda dos caças Gripen NG . A ministra de Comércio Exterior da Suécia, Ewa Björling, disse ontem que o tema deve estar presente na conversa entre os dois países, após a cúpula Brasil-União Europeia. "A Suécia está dando todo o suporte à Saab", afirmou Ewa.

Ontem, em Brasília, a Embaixada dos EUA divulgou nota reiterando a oferta ao País para que opte pelo Boeing F-18 Super Hornet. "Nossa proposta continua a oferecer os melhores aviões e um pacote superior de benefícios para a indústria brasileira a um baixo custo operacional e total", diz a nota.

Correio Braziliense

Um drible no teto salarial

Uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) permite o acúmulo de aposentadorias do serviço público com salários de parlamentares além do limite do teto constitucional definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF): R$ 25,7 mil. A decisão mantém o teto como regra geral, mas diz que a sua implementação, no caso de servidores de esferas de governo ou poderes distintos, depende da regulamentação da Constituição e da criação de um sistema nacional de dados sobre remunerações de ativos e inativos, com informações da União, dos estados e dos municípios, algo que não tem prazo previsto para entrar em funcionamento. Estima-se que poderão ser beneficiados pela decisão do tribunal dezenas de parlamentares do Congresso. Entre eles, os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Temer é aposentado como procurador do estado de São Paulo, enquanto Sarney tem dupla aposentadoria: como ex-governador e funcionário do Tribunal de Justiça do Maranhão. O presidente do TCU, Ubiratan Aguiar, e o relator do processo que define a aplicação do teto constitucional, Augusto Nardes, são aposentados como ex-parlamentares, mas já sofrem o corte dos vencimentos excedentes a partir do limite de R$ 25,7 mil, porque as duas fontes pagadoras (Câmara e TCU) integram o mesmo Poder e estão na mesma esfera de governo.

Supremo convoca Dilma

Pré-candidata à Presidência da República, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, terá que falar à Justiça sobre o maior escândalo do governo Lula: o mensalão(1). Arrolada como testemunha de defesa na ação penal que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), ela vai prestar depoimento à Justiça Federal de Brasília. O curioso é que a solicitação partiu justamente do ex-deputado Roberto Jefferson, que preside o PTB. Um dos 39 réus do processo, foi ele que denunciou o suposto esquema que derrubou o antecessor de Dilma no cargo, José Dirceu. O ex-líder do PP José Janene também indicou a ministra como testemunha.

Além de Dilma, os ministros da Previdência Social, José Pimentel, da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, 29 deputados federais e quatro senadores fazem parte da lista de políticos que serão ouvidos. Por lei, todos têm direito a marcar dia, local e horário para os depoimentos.

Ação nos bastidores contra o “efeito Ciro”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma nova meta: inviabilizar as chances de o deputado Ciro Gomes(1) (PSB-CE) concorrer ao Palácio do Planalto em 2010. Ao cercar a ministra Dilma Rousseff, sua pré-candidata, dos apoios antecipados de partidos da base aliada, Lula quer isolar o parlamentar pelo Ceará e empurrá-lo para a disputa do governo de São Paulo.

O esperado anúncio do acordo pré-eleitoral com o PMDB é o primeiro gesto da tentativa de dar musculatura a Dilma. Em paralelo, começa uma ofensiva em cima do PDT para sepultar qualquer rumor de que haveria possibilidade de acordo com o PSB. Nessa estratégia, Lula colocou aliados não petistas para bombardear aspirações de quem deseja se lançar ao Planalto. Nesse jogo, Lula e os petistas consideram todas as armas válidas para não dividir a base aliada.

PT e PSB longe do “sim”

Enquanto o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) flerta com a possibilidade de se lançar à Presidência da República, o PT de São Paulo promete dificultar a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e insistir na tese de que é preciso lançar um candidato próprio ao governo estadual. A ex-prefeita paulistana Marta Suplicy, um dos principais nomes da legenda no estado, jogou água na hipótese de um acordo com o PSB. E foi sucinta ao desconsiderar Ciro como candidato a governador. “Ele não tem nada a ver com São Paulo”, resumiu a ex-ministra do Turismo.

Em reunião, ontem, os dirigentes estaduais do partido decidiram não selar as portas para um acordo com o PSB, mas ficou acertado que a partir de 1º de novembro terá início a escolha dos pré-candidatos petistas. As diversas alas da legenda apresentarão os nomes dos concorrentes à direção estadual: o preferido será aclamado. Esse processo facilita a escolha do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, já que ele conta com apoio de grupos majoritários, como o da ex-prefeita, que na capital é o mais forte.

Trampolim político

Concorrer a uma vaga de prefeito ou de vice-prefeito pode ser um bom trampolim para deputados federais interessados na reeleição. Com base em dados das três últimas legislaturas, uma pesquisa aponta que o índice de sucesso dos parlamentares que disputaram uma determinada prefeitura durante o mandato de deputado pode ser até 20% superior em relação aos que tentaram apenas a vaga no Congresso.

Essa relação entre Câmara dos Deputados e prefeituras não é recente, afirma Vera Lúcia de Campos, autora do mestrado realizado no Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Câmara, em conjunto com o Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). O aumento da concorrência nas urnas é apontado como uma das razões para a maior frequência do fenômeno. Na última eleição, cada cadeira de deputado era disputada por 8,8 candidatos. Vinte anos antes, a proporção era de 3,9. Dos 513 deputados em exercício, 18,2% já se candidataram a prefeito e 29,2% já foram vereadores. “É importante antecipar os esforços para se candidatar à Câmara, porque ela é cada vez mais competitiva e onerosa”, afirma Vera.

Um nome e muita oposição

Polêmica não só no governo, a discussão em torno do novo Código Florestal Brasileiro promete esquentar a briga entre ruralistas e ambientalistas na definição dos nomes que integrarão a chapa da comissão especial para cuidar do assunto na Câmara. Representantes dos produtores querem reduzir as áreas de proteção ambiental e descentralizar as políticas de preservação, hoje competência exclusiva da União. Mas os ambientalistas são contra essas mudanças. Nessa queda de braço, definir quem será o relator da comissão é ponto crucial. O PT tenta aprovar o nome do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para a relatoria durante votação nesta tarde. Mas Rebelo está longe de ser consenso entre as partes. Uma das críticas dos opositores é de que ele perdeu a sua representatividade após deixar clara a posição favorável aos ruralistas em diversos episódios, entre eles a defesa da manutenção dos fazendeiros na reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, e o fato de ter sido o relator da Lei de Biossegurança, que regulamentou a pesquisa e a comercialização de alimentos transgênicos no país.

“Não dá para entender por que o PT, como um partido grande, abriu mão de alguém da sigla e indicou o Aldo. Ele é meu amigo, mas, na questão ambiental, está comprometido com posições que hoje não representam o setor”, argumentou o líder do PSol na Casa, deputado Ivan Valente (SP). Ele afirma que vai se articular antes da votação com os demais partidos para barrar a indicação.

Resumo das notícias dos jornais de hoje 05/10/2009

Manchetes dos jornais: Senado pode aumentar funções gratificadas
segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Globo

Mesmo com estudo da FGV, Senado pode aumentar funções gratificadas

Com resultados pouco significativos no corte de gastos e sem avanços na reforma administrativa prometidas no auge dos escândalos do Senado, o presidente José Sarney (PMDB-AP) e o 1º secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), enfrentam resistências para implantar a reestruturação proposta pela Fundação Getúlio Vargas. O estudo, que custou cerca de R$500 mil aos cofres do Senado, propõe cortes de diretorias e funções comissionadas, além da redução do número de servidores comissionados. Mas o caminho pode ser outro: há possibilidade, inclusive, de criação de novas funções gratificadas.

Está em discussão um projeto de resolução para enterrar a ideia inicial do plano de cargos e salários e não aplicar a redução dos funcionários comissionados (de confiança dos senadores, não concursados). Em vez disso, cortar parte das 3.900 funções comissionadas (FCs) concedidas nos últimos anos a 3.400 servidores efetivos, que estão em pé de guerra.

À procura do terceiro suspeito

A Polícia Federal de São Paulo deverá pedir hoje a prisão preventiva de Felipe Pradella, o terceiro suspeito pelo vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Pradella seria segurança da empresa Fort Knox, contratada pela empresa Cetro, de São Paulo, uma das integrantes do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), responsável pela aplicação do exame. Dois outros acusados do vazamento - o publicitário Luciano Rodrigues, dono de uma pizzaria em São Paulo, e o DJ Gregory Camillo Craid, que trabalha em importantes boates de São Paulo - foram indiciados pelo crime na tarde de sábado pela Polícia Federal depois de prestar depoimento ao delegado do caso.

Pradella, o único que não se apresentou espontaneamente à PF depois de ser acusado do crime, é considerado o responsável pelo furto das provas do Enem, possivelmente durante a etapa de impressão das provas, na gráfica Plural, em São Paulo. Ele possivelmente trabalhava na gráfica à noite. A Plural vai fornecer à PF 1.200 horas de gravações das câmeras internas de segurança no período de impressão das provas.

Nova data do Enem sai na quarta-feira

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciará a nova data do Enem na quarta-feira, após reuniões com reitores das universidades federais e o ministro da Justiça, Tarso Genro. Além do conflito de datas no calendário de vestibulares, o governo precisa decidir o nível de intervenção na organização e na logística da prova.

Caso os reitores não possam ou não aceitem adiar vestibulares, o governo estuda decretar um feriado estudantil para aplicar o Enem em dois dias úteis. Se conseguir obter dos dirigentes das universidades mais flexibilidade no prazo de entrega dos resultados, o ministério pode optar pelo primeiro fim de semana de dezembro.

Caças: Conselho de Defesa será ouvido por Lula

Antes de decidir sobre qual modelo o Brasil vai comprar para renovar a frota de caças da Força Aérea Brasileira (FAB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá convocar o Conselho de Defesa Nacional. O relatório final da FAB sobre os três modelos em disputa ficará pronto até o fim deste mês. O documento conterá avaliações técnicas de cada concorrente: o Rafale, da francesa Dassault, o Gripen, da sueca Saab e o americano F-18, da Boeing.

A Aeronáutica não indicará o aparelho escolhido - uma prerrogativa do presidente - mas dará nota para cada item considerado importante na compra, como a questão da transferência de tecnologia, além de avaliar o desempenho da aeronave.

Farc sequestram brasileiro na Venezuela

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil cobra, há duas semanas, empenho da brigada anti-sequestro da Venezuela nas investigações sobre o sumiço do empresário brasileiro Vicente Aguiar Vieira, ocorrido há dois meses, em Ciudad Bolívar, na Venezuela. Segundo a revista "Veja" desta semana, os principais suspeitos do sequestro são integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Vieira teria sido capturado na Venezuela e levado para a selva colombiana, perto da fronteira entre os dois países. A Polícia Federal tem buscado informações do caso a partir da Colômbia.

Em carta escrita à mão em 9 de agosto, Vieira informou à mulher, Marinêz da Silva Pinho, que estava em poder das Farc em algum lugar das montanhas da Colômbia e que os sequestradores queriam um resgate de cerca de R$800 mil. A mulher deveria vender os bens da família e atender às exigências dos sequestradores. O empresário aconselhava ainda que, por segurança, Marinêz não deveria denunciar o crime às autoridades.

Constituição brasileira completa 21 anos

Promulgada há exatos 21 anos, em 5 de outubro de 1988, a Constituição brasileira já foi emendada 58 vezes e é criticada tanto por conservadores como liberais. Volta e meia, a proposta de uma revisão ressurge. E não deixam de aparecer sugestões polêmicas de reforma do texto. Atualmente, existem 1.565 emendas à Constituição tramitando no Congresso (1.158 na Câmara e 407 no Senado). Uma delas provoca arrepios nos constituintes de 1988: pretende um enxugamento radical, reduzindo de 250 para 61 artigos o texto atual.

A polêmica proposta está na CCJ da Câmara. Seu autor é o deputado Regis Oliveira (PSC-SP). O relator, o deputado baiano Sérgio Carneiro (PT), retirou do texto original o que considerava inconstitucional e decidiu não mexer, por exemplo, na separação dos poderes ou na estrutura do Estado. Para enxugar o texto, Carneiro propõe que se trate em lei, e não na Carta, de temas como garantias dos trabalhadores, índios, idosos, assistência social e divórcio.

MP investiga se Infraero loteou lojas em aeroportos

A Procuradoria Geral da República montou uma força-tarefa para investigar mais um foco de suspeitas de irregularidades na Infraero: o loteamento dos aeroportos para a instalação de lojas e restaurantes. Ações abertas em diferentes estados acusam a estatal de favorecer empresas que ocupariam pontos privilegiados nos terminais sem disputar licitações ou graças a editais direcionados para eliminar concorrentes. O problema teria se alastrado tanto que a cúpula do Ministério Público Federal em Brasília decidiu recrutar procuradores de diversas regiões para promover uma devassa nesses contratos em todo o país.

O grupo entra em funcionamento nas próximas semanas, ao mesmo tempo em que a Polícia Federal investiga a Infraero por suspeitas de fraude em obras de construção e ampliação de aeroportos. O procurador escolhido para coordenar a força-tarefa é Alexandre Ribeiro Chaves, do Rio de Janeiro. Segundo ele, a meta é acelerar a abertura de ações por improbidade administrativa contra dirigentes da estatal e comerciantes, além de exigir a desocupação dos espaços. Nos casos mais graves, as denúncias devem gerar investigações criminais por fraude e dispensa irregular de licitação.

Na Bahia, ação contra ex-diretor e concessionária

Em julho, a Procuradoria da República na Bahia ajuizou ação contra o ex-diretor financeiro da Infraero Adenahuer Figueira Nunes e os sócios da empresa Imperial Motores, concessionária da Honda no estado. A estatal é suspeita de ter direcionado um edital em 2005 para eliminar outros concorrentes na disputa por uma área ocupada pela empresa no Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães, em Salvador. Em 2007, Adenahuer foi demitido da Infraero a mando da Controladoria Geral da União (CGU), sob suspeita de favorecer fornecedores em outro escândalo envolvendo a estatal.

Em São Paulo, a Procuradoria confirmou que foram abertas investigações para apurar supostas irregularidades nos aeroportos de Congonhas e Cumbica (Guarulhos). Em Santa Catarina, onde há procedimento aberto há dois anos, o principal alvo de suspeita é o grupo que controlava o serviço de free shop do Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis. O objetivo da força-tarefa é fazer com que a cessão de áreas comerciais esteja regularizada em dois anos. (BMF)

Irregularidades são apontadas pelo TCU desde 94

Há pelo menos 15 anos, o Tribunal de Contas da União (TCU) cobra providências da Infraero para sanear irregularidades na ocupação de áreas comerciais em aeroportos. A primeira decisão sobre o assunto foi editada em 1994, após denúncia de favorecimento a uma empresa privada na exploração do estacionamento do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Na época, o TCU já alertava a estatal para a necessidade de promover nova licitação ao fim dos contratos.

Em 2006, ao fim de um processo envolvendo a exploração do free shop no Aeroporto de Congonhas, o TCU determinou à Infraero que regulamentasse a concessão das áreas comerciais dos terminais para estabelecer prazos razoáveis aos contratos. O tribunal já havia feito a mesma exigência em relação ao free shop do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.

Folha de S.Paulo

Lula dá redução de imposto para 4.000 rádios no interior

Depois de aumentar de 499 para 5.297 o número de veículos de comunicação que recebem verbas de publicidade estatal federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agora resolveu conceder uma redução de imposto para cerca de 4.000 emissoras de rádio no interior.

A decisão faz parte da lei eleitoral sancionada por Lula na última terça-feira. O benefício fiscal será dado na forma de ressarcimento a essas pequenas rádios como compensação pelo tempo que cada uma cede para propagandas partidárias e eleitorais. Hoje, esse tipo de dispositivo só é facultado a empresas de radiodifusão -rádio e TV- de grande porte.

Nova regra eleitoral amplia restrições de cobertura

As novas regras eleitorais que entraram em vigor na semana passada incluíram na legislação uma importante restrição à cobertura jornalística de TVs e rádios: já obrigadas a dar espaço idêntico a todos os candidatos -incluindo os nanicos- no noticiário veiculado nos três meses anteriores às eleições, agora a lei define que essa obrigação se estende a qualquer período.

Antes das mudanças, TVs e rádios estavam proibidas de dar "tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação" nos programas, noticiosos ou de entrevistas, a partir de 1º de julho do ano eleitoral. Isso explica o fato de esses programas incluírem nanicos, a despeito de critérios jornalísticos.

Fim do prazo: Sem se filiar a partido, Delúbio desiste de concorrer em 2010

Sem partido, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares não poderá ser candidato em 2010, com o fim do prazo para filiação anteontem. Nos últimos meses, Delúbio, réu no processo do mensalão, tentou retornar à política e ao PT para concorrer a deputado federal ou estadual por Goiás. Expulso do PT em 2005, ele disse ter recebido convites de outras siglas. Em seu site, diz que vai continuar "lutando pelo projeto político vitorioso em 2002 [ano da eleição de Lula à Presidência]".

Projetos com problemas batem recorde na Câmara

A mais de um ano do fim da atual legislatura, o número de propostas devolvidas pela Câmara aos deputados por problemas primários já bateu recorde. De fevereiro de 2007 a setembro de 2009, foram 254 projetos ou emendas constitucionais devolvidos por contrariar regras básicas que orientam o trabalho do congressista.

Há casos de projetos idênticos apresentados pelo mesmo deputado, propostas que cabem apenas ao presidente da República -como reestruturação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e criação de universidades-, além de textos com problemas estruturais: apresentados como projeto de lei em vez de projetos de resolução. Há ainda aqueles que ferem claramente a Constituição.

"Valeu pela ideia", afirma autor de proposta rejeitada

A maioria dos projetos devolvidos trata de assuntos que não são da competência dos deputados, segundo a Secretaria-Geral da Casa.

O deputado Arnon Bezerra (PTB-CE), por exemplo, queria dar ao ministro da Defesa, mesmo que seja civil, o direito de usar uniforme das Forças Armadas com seus distintivos e emblemas militares. A Constituição diz que só o presidente da República pode tratar de assuntos relacionados às Forças Armadas.

Zeca do PT se lança em MS e complica Dilma

A decisão do ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, de articular sua candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul em 2010 pode comprometer as alianças para a campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no Estado.

O projeto, chamado de "irreversível" pelo próprio Zeca, prevê a reedição da histórica disputa local com o PMDB do atual governador e candidato à reeleição, André Puccinelli, que apoia o governo Lula, mas se recusa a "compartilhar" a candidata Dilma com o rival.

"TCU não é algoz, é parceiro", diz Aguiar

Além de já viver às turras com o governo federal, inclusive com estatais, como a Petrobras, o Tribunal de Contas da União tem agenda cheia: pré-sal, eleições de 2010, Copa do Mundo em 2014 e Olimpíada em 2016, sem falar no pacote de submarinos e de caças na área da Defesa. Todos envolvem recursos públicos bilionários. Para o seu presidente, Ubiratan Aguiar, 68, todo cuidado é pouco. "A corrupção está nos diversos setores da atividade brasileira", diz ele, pregando "um banho de cidadania". Segue entrevista concedida às 9h de ontem, no seu apartamento em Brasília.

Análise de caças termina neste mês, diz FAB

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, disse ontem que a FAB (Força Aérea Brasileira) deve concluir até o fim de outubro a análise técnica das propostas finais de venda de 36 caças ao Brasil. O relatório será submetido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, provavelmente, ao Conselho de Defesa Nacional.

Saito confirmou a disposição do presidente em convocar o conselho para decidir, depois que o relatório passar pelo Planalto e pelo Ministério da Defesa. Lula já afirmou publicamente que a palavra final sobre a escolha dos caças será dele.

Buscas não acham ossada de Osvaldão no Araguaia

As buscas da ossada de Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, um dos principais líderes da guerrilha do Araguaia, não resultaram em nada ontem.

Devido à falta de homens para cavar e à dureza do solo, o grupo de geólogos, antropólogos e legistas que faz as buscas dos restos mortais de guerrilheiros decidiu estender a procura dessa ossada até hoje.

A atual operação de procura de ossadas, que desde julho consumiu R$ 2,4 milhões, ainda não encontrou nada.

Embaixador na Argentina vai para os EUA

Batido o martelo: o novo embaixador brasileiro em Washington será Mauro Vieira, diplomata de carreira, atual embaixador em Buenos Aires, próximo do ministro Celso Amorim desde que este presidiu a Embrafilme (estatal responsável pelo estímulo à indústria cinematográfica) na década de 1980. Washington é o principal posto da diplomacia mundial.

Para a Embaixada do Brasil em Buenos Aires irá o embaixador Ruy Nogueira, que é atualmente subsecretário de Cooperação e de Promoção Comercial, o terceiro cargo na hierarquia do Itamaraty. Ele foi um dos principais articuladores da aproximação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, com o governo de Fernando Henrique Cardoso e depois com o de Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula volta a falar em cadeira no conselho da ONU

A projeção externa ganha com a escolha do Rio de Janeiro para sediar a Olimpíada de 2016 serviu para que o governo brasileiro trouxesse de volta à cena internacional demandas que andavam esquecidas, como a vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Em visita oficial a Bruxelas, ao lado do premiê Hermann Van Rompuy, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou para reivindicar a expansão do órgão decisório da ONU, que hoje tem cinco membros permanentes com direito a veto -EUA, Rússia, França, Reino Unido e China- e dez rotativos, eleitos a cada dois anos.

O Estado de S.Paulo

Índios recrutam líderes para tentar vitória inédita nas urnas em 2010

Divididos em 220 etnias, falando 180 línguas, os índios brasileiros estão se organizando para aumentar a representação política nas eleições de 2010. Eles somam mais de 700 mil, dos quais 150 mil eleitores, e querem mais protagonismo nas decisões do País para defender as suas bandeiras sem depender unicamente da tutela da Fundação Nacional do Índio (Funai) ou das bênçãos de igrejas. A ideia é eleger ao menos cinco deputados federais no País e uma bancada forte nas Assembleias Legislativas de 19 Estados onde estão mais organizados.

As tribos e seus caciques estão recrutando em suas regiões os principais puxadores de votos, reconhecidos pela articulação e eloquência, que serão lançados para a Câmara. Já estão definidos os nomes de Almir Suruí, em Rondônia, Sandro Tuxa, na Bahia, e Júlio Macuxi, em Roraima. Este último teve atuação destacada na pressão pela demarcação da reserva Raposa Serra do Sol em área contínua, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) este ano.

''Não podemos ficar na vitrine para gringo ver''

O nome de batismo é Álvaro Sampaio Tukano. Mas na aldeia do Alto Rio Negro, no Amazonas, onde despontou como um dos mais influentes líderes indígenas de sua geração, ele é conhecido apenas como Doèthiro. O nome, dado pelo avô, quer dizer "o primeiro homem" - em dialeto tukano, o correspondente a Adão, na teoria cristã do criacionismo.

Primeiro índio brasileiro a tirar passaporte, ele participou em Roterdã, na Holanda, em 1980, do Tribunal Bertrand Russel em defesa dos povos indígenas. "Os missionários querem acabar com as nossas lindas culturas, querem nos dominar, falar por nós", denunciou, na ocasião.

''Gratidão não se paga com a toga''

Mesmo reconhecendo que tem muitos amigos na política e pode vir a ser o julgador de alguns deles, o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli, de 41 anos, diz que, "a partir da posse, não se depende de mais ninguém". Ele usou a frase para falar da independência proporcionada, por exemplo, pela vitaliciedade do cargo. "Gratidão se paga com gratidão. Não se paga com a toga", declara.

Toffoli pode ficar no Supremo por longos 29 anos, até 15 de novembro de 2038, quando completa 70 anos e atinge a aposentadoria obrigatória. Ele assume no STF no dia 23, na vaga aberta com a morte do ministro Menezes Direito

Como na sabatina diante dos senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta entrevista Toffoli também não quis se comprometer com a ideia de que, por ter dirigido a Advocacia-Geral da União (AGU), não deve participar do julgamento da concessão de refúgio ao ativista italiano Cesare Battisti.

Documento secreto indica que curso em Cuba tinha ''infiltrado''

Um relatório do Exército guardado no Arquivo Público do Rio mostra que a ditadura brasileira (1964-1985) conhecia os nomes da maioria dos ativistas do grupo Ação Libertadora Nacional (ALN) que fizeram curso de guerrilha em Cuba no final dos anos 60 e início dos 70, o que pode indicar a ação de um traidor entre os militantes.

O documento confidencial Terroristas da ALN com cursos em Cuba (situação em 21jun72), do Centro de Informações do Exército (CIE), aponta como aluno o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu, codinome Daniel, e reconhece a morte de dois desaparecidos políticos. Um deles é Virgílio Gomes, o Jonas, comandante do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Elbrick, em 1969, realizado pela ALN em conjunto com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8).

Repórteres Sem Fronteiras vê ''bagunça jurídica''

De Paris, Benoît Hervieu exerce, no escritório da Repórteres Sem Fronteiras para as Américas, um dos principais cargos na mais respeitada organização não-governamental de proteção ao jornalismo mundial. Filósofo, sociólogo e jornalista, Hervieu acompanha de perto o périplo judicial que envolve a censura ao Estado. "A fronteira perfeita entre a Justiça e o poder político não existe em todos os países. Mas o problema é que esse caso é realmente uma grave caricatura da situação brasileira", resumiu.

Os 66 dias de mordaça e o vaivém do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), que na última quarta-feira se declarou sem competência no caso e decidiu enviar o processo à Justiça maranhense, levaram o chefe da Repórteres Sem Fronteiras a classificar o caso como "bagunça jurídica". "Uma censura prévia é injusta, mas uma incompetência jurídica que decide mantê-la é incrível. É juridicamente nonsense", observou.

Correio Braziliense

Velhas assombrações

O governo federal reagiu como se estivesse surpreso e chocado com a relação de 41 obras que tiveram a sua paralisação recomendada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada. Mas várias delas frequentam há muito tempo essas listas. Pelo menos seis vêm sendo incluídas na relação de obras com irregularidades graves há nove anos. Outras sete sofrem corte de recursos orçamentários há cinco, seis, sete anos, porque as suas falhas e ilegalidades não são sanadas pelas empreiteiras responsáveis, nem pelo governo, apesar das determinações detalhadas feitas pelo tribunal a cada ano. Juntas, essas 13 obras têm orçamento de R$ 830 milhões.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o TCU apresenta apenas “indícios”. E fez uma pergunta: “Indícios? O que são indícios? Apontar superfaturamento é uma coisa. Levantar suspeitas, dizer que tem indícios e ficar seis meses sem resolver o problema é completamente diferente”. Apesar do questionamento do ministro, não é atribuição do tribunal resolver o problema. Além disso, das 13 obras que estão há mais tempo paralisadas, 11 apresentam superfaturamento ou sobrepreço. No caso do superfaturamento, o pagamento já foi feito, o que torna o prejuízo real, concreto, mensurável.

Herança de escombros e esqueletos

Algumas obras ficam tantos anos paralisadas, por falta de recursos, por falhas no projeto ou por irregularidades apontadas pelo Tribunal da Contas da União (TCU), que acabam sendo abandonadas. Recomeçá-las seria mais caro do que iniciar uma obra nova. O dinheiro ali investido acaba sendo rasgado. Os benefícios previstos para a população não acontecem. E, muitas vezes, os responsáveis pelos prejuízos não são condenados. Alguns desses empreendimentos deixam alguma herança, como o Hospital Terciário de Natal, no Rio Grande do Norte. Após 20 anos, com investimentos de R$ 25 milhões, o que restou foram escombros da construção, com acúmulo de lixo e água estagnada, o que favorece a proliferação de doenças, inclusive dengue. Tudo isso ao lado de um bairro pobre da capital potiguar.

O esqueleto do hospital Terciário de Natal é um símbolo do desperdício de dinheiro público. Lembra um prédio atingido por um bombardeio. A obra foi iniciada em 1990. Quando a execução estava na metade, o prédio foi invadido por uma centena de “sem-teto”, que derrubaram paredes e telhados e roubaram tijolos, vigas, ferragens, portas e janelas. A edificação de quatro andares tem as ferragens à mostra, deterioradas pela ação da chuva. Paralisadas desde 1991, as obras foram definitivamente abandonadas pelo governo estadual. Restou ao TCU recomendar o fechamento das brechas no muro da construção, a retirada do lixo e a drenagem da água estagnada, para preservar a segurança e a saúde da população vizinha. Se o hospital tivesse sido construído, essa mesma população disporia de 150 leitos.

Quando o negócio é vender o próprio peixe

A eleição de 2010 começou um ano antes. O término, ontem, do prazo de filiação partidária para quem quer se candidatar esquentou o mercado dos prestadores de serviço. Empresas que fazem pesquisa de opinião, marketing político, construção de sites, blogs e redes de relacionamento na internet e até as que vendem listas com números de telefone e endereços eletrônicos de pessoas físicas já estão assediando os possíveis candidatos. Consultores políticos avaliam que o planejamento antecipado vai fazer a diferença na hora de conquistar o eleitor porque a campanha promete ser mais interativa e menos dependente da propaganda massiva do horário eleitoral gratuito.

Para o consultor Cadu Senna — que tem no currículo, entre outras, a campanha do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) —, as eleições começam a ser vencidas fora do período eleitoral. Por isso, o político não pode descuidar da imagem. “Agora é a hora de cuidar da construção da imagem pública do candidato, afinar o seu discurso, escolher os melhores parceiros, até para conseguir viabilizar o seu nome dentro do partido”, argumenta. Os últimos dias, segundo ele, foram de muito trabalho, principalmente em Brasília, onde prestou consultoria para alguns candidatos que queriam escolher qual a melhor legenda para se filiar. A empresa oferece desde a contratação de pesquisas, escolha da plataforma e do tema da campanha até redação de discursos do candidato.

A vez do anti-Serra

Um dia depois de Ciro Gomes (PSB-CE) explicar as razões que o levaram a transferir seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo — entre as quais, aproximar-se do eleitorado paulista —, o PSB reforçou que a manobra de seu deputado também tem outros motivos: manter o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), preocupado com o próprio estado. O partido aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta evitar que o pré-candidato tucano à Presidência da República se lance na agenda nacional e deixe de lado o estado nos próximos meses. O plano tem como pilar Ciro Gomes. A estratégia atenderia aos interesses de Lula, que teria alguém para acorrentar Serra a São Paulo, evitando que o tucano passasse a ser pró-ativo na discussão da política federal.

Nos próximos cinco meses em que ficará no ar caso Ciro se lance ao governo do estado ou à Presidência da República, o PSB quer que ele se transforme num anti-Serra. Claro que isso não significa que o deputado aceitou ser candidato a governador, como quer Lula. Significa apenas que ele encarnará o papel de desconstruir o discurso de um partido que completará 16 anos à frente da política paulista no ano que vem.

Rio é escolhido como cidade-sede da Olimpíada de 2016

Rio é escolhido como cidade-sede da Olimpíada de 2016

Candidatura brasileira vence Madri na votação do COI, na Dinamarca; Chicago e Tóquio caíram antes

Milton Pazzi Jr. - estadao.com.br
Jacque Rogge, presidente do COI, anuncia o Rio como vencedor da eleição, em Copenhague
Jacque Rogge, presidente do COI, anuncia o Rio como vencedor da eleição, em Copenhague

Pawel Kopczynski/Reuters

Jacque Rogge, presidente do COI, anuncia o Rio como vencedor da eleição, em Copenhague
SÃO PAULO - O Rio receberá a Olimpíada de 2016. A capital fluminense venceu a concorrência com Madri, Tóquio e Chicago entre os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) na eleição em Copenhague, na Dinamarca. Será a primeira vez que a América do Sul receberá o evento. Assim, o Brasil receberá os dois maiores eventos do esporte mundial num período de dois anos, porque também será palco da Copa de 2014.

O NÚMERO

66 votos
teve o Rio contra Madri, que recebeu apenas 32, na rodada final da eleição
A escolha foi acirrada. A candidatura brasileira venceu Madri na última rodada da reunião por 66 votos a 32, nesta sexta-feira, sendo que Tóquio e a então favorita Chicago caíram nas rodadas anteriores. E foi muito festejada tanto pelos responsáveis quanto pelos torcedores, principalmente na praia de Copacabana, onde foi concentrada a espera pelo resultado.

Para sediar os Jogos Olímpicos, o Rio defendeu a tese de que deveria ser escolhida pelo ineditismo do local e pelo positivo momento econômico. "Os Jogos Olímpicos no Rio serão inesquecíveis, pois estarão cheios da magia e da paixão do povo brasileiro", discursou o presidente Lula, na apresentação.

A realização dos Jogos Pan-Americanos em 2007 foi citada como prova de que os brasileiros podem realizar grandes eventos. Tecnicamente, o projeto prevê a utilização de instalações construídas para a competição, como o Estádio Engenhão. E investimentos em torno de US$ 14 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões).

OS PLACARES DA VOTAÇÃO
PRIMEIRA FASE
Madri, 28 votos
Rio, 26
Tóquio, 22
Chicago, 18 - eliminado

SEGUNDA FASE
Rio, 46 votos
Madri, 29
Tóquio, 20 - eliminado

FASE FINAL
Rio, 66 votos
Madri, 32

A delegação brasileira em Copenhague contou com as presenças de Lula, Pelé, do ex-presidente da Fifa João Havelange, do presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles, do governador do Rio, Sérgio Cabral, do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman.

Esta vitória marca mais de uma década de trabalho e tentativas do País - em especial de Carlos Arthur Nuzman - para trazer o evento ao País. Soma-se a isso gastos de mais de R$ 150 milhões nas campanhas.

Essa foi a quarta ocasião em que o Brasil entrou na disputa para receber uma Olimpíada, depois de duas tentativas frustradas com o próprio Rio e outra com Brasília. Dessa vez, porém, veio a sonhada vitória.

Com um projeto consistente, que teve amplo apoio governamental e popular, a candidatura brasileira apostou no ineditismo do evento na América do Sul e conseguiu ganhar o voto de confiança dos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI). O slogan é "Viva essa emoção".

Resumo das notícias dos jornais de hoje 02/10/2009

Manchetes dos jornais: empresa de Alencar é denunciada por doação irregular
sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Globo

Doadores de campanha denunciados

O Ministério Público Federal denunciou à Justiça de Minas, por financiamento irregular de campanhas, a Coteminas, indústria têxtil do vice-presidente José Alencar (PRB). Conforme a Procuradoria da República, a companhia é uma das 154 pessoas físicas e jurídicas cujas doações extrapolaram o limite previsto pela legislação em 2006. Os réus podem ter o sigilo fiscal quebrado. Se condenados, podem ser multados e proibidos de participar de licitações. A Coteminas diz que houve equívoco.

A Lei 9.504/97 limita as doações de empresas a 2% do faturamento bruto no ano anterior às eleições. O máximo é de 10% dos rendimentos brutos para as pessoas físicas. O objetivo é evitar abuso do poder econômico.

A Coteminas repassou R$ 705,5 mil para políticos. Procurado ontem, por meio de sua assessoria, Alencar não se pronunciou.

Relatório isenta senadores por atos secretos e culpa só Agaciel e Zoghbi

Mais um escândalo no Senado foi encerrado sem certeza de punição. Segundo o relatório da comissão administrativa criada para analisar os atos secretos usados para aumentar salários, nomear afilhados políticos e pagar gratificações retroativas, nenhum senador pode ser responsabilizado pela não publicação das medidas.

Nem o presidente José Sarney (PMDB-AP) nem seus antecessores ou integrantes da Mesa durante os últimos 15 anos. O relatório conclui que os responsáveis seriam o ex-diretor-geral Agaciel Maia e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi, afastados dos cargos.

“No Senado Federal, quando o presidente da Casa, seu primeiro secretário ou qualquer outro membro da Mesa assina um ato administrativo, não pratica irregularidade se o ato não vier posteriormente a ser publicado, já que não é da sua competência adotar tal providência”, diz o texto da comissão, que afirma que a publicação dos atos é prerrogativa do diretor geral e do diretor da Secretaria de Recursos Humanos.

Governo evita criação de CPI do MST

Por mobilização do governo, deputados da base aliada retiraram assinaturas e inviabilizaram a criação da CPI Mista do MST, destinada a apurar irregularidades no repasse de recursos públicos a entidades ligadas ao Movimento dos Sem-Terra (MST). Depois de uma guerra entre pedidos de inclusão e retiradas de assinaturas, houve 15 desistências e faltaram três assinaturas de deputados para a instalação da CPI.

O requerimento ficou, no final, com as assinaturas de 36 senadores, sendo que no Senado são necessárias pelo menos 27.

Na Câmara é preciso pelo menos 171, e só houve 168 assinaturas de deputados. O governo pressionou parlamentares do PMDB e do PTB, por exemplo.

Organizadora da proposta de CPI, a senadora da Kátia Abreu (DEM-TO) ficou indignada com a retirada de assinaturas dos deputados, inclusive de integrantes da bancada ruralista. Ela disse que analisará com os colegas a estratégia a ser adotada, se um novo pedido de CPI Mista ou uma CPI apenas no Senado.

Ameaçado pelo DEM, senador desiste do PSB

Na reta final do troca-troca partidário, a pseudo filiação do senador Adelmir Santana (DEM-DF) ao PSB era apontada ontem no Congresso como o mico da semana. Após dias de negociação com o PSB, Santana anunciou que se filiaria ao partido, às 11h de ontem, com a promessa de disputar o Senado em 2010. O auditório do PSB do Distrito Federal estava lotado de militantes, parentes e amigos do senador, mas ninguém sabia o paradeiro dele. Uma hora e meia após o horário marcado, Santana mandou dizer que continuaria no DEM.

A notícia, transmitida pelo presidente regional do PSB, Marcos Dantas, provocou mal-estar inclusive nos filhos e irmãos do senador, que já estavam a postos para prestigiar a filiação. Já era chamado ontem de o “Tim Maia do DF” — o que falta ao próprio show.

— Pense numa vergonha — dizia o deputado federal Rodrigo Rollemberg (DF), um dos patrocinadores da filiação de Santana.

STF derruba liminar que impedia TSE de julgar ações de cassação de mandato

Por seis votos a quatro, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou ontem a liminar do ministro Eros Grau que, há 17 dias, suspendera o julgamento de todas as ações que pediam ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação do mandato de governadores e parlamentares. As 56 ações suspensas foram liberadas para julgamento. Entre os políticos que voltaram a ter mandatos ameaçados estão quatro governadores: Marcelo Déda (PT), de Sergipe; Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão; Ivo Cassol (sem partido), de Rondônia; e José de Anchieta Júnior (PSDB), de Roraima.

A decisão do STF foi tomada no julgamento de uma ação proposta pelo PDT, que obteve apoio de outros quatro partidos.

Ciro muda domicílio eleitoral para São Paulo

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) transfere hoje seu domicílio eleitoral para São Paulo e vai disputar a sucessão presidencial. A decisão foi selada ontem em almoço de Ciro com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no Palácio do Campo das Princesas, e anunciada pelo governador, presidente nacional do partido. Campos negou que a iniciativa tenha por objetivo preparar o nome de Ciro para disputar o governo daquele estado.

Ciro afirmou: — Queremos discutir a Presidência da República, desde que essa pretensão legítima do partido não ponha em remoto risco o que está em jogo de fato: o país para o futuro e não a ameaça de voltar ao passado.

Corrupção: mal crônico que piora em eleição

Pouco depois de ser condenado por embolsar a verba da construção de um aqueduto, no século XVI, o desembargador português Pero Borges foi nomeado ouvidor-geral no Brasil, o equivalente ao posto de ministro da Justiça na época. A história está no livro “A Coroa, a cruz e a espada: lei, ordem e corrupção no Brasil Colônia”, do escritor Eduardo Bueno, lançado em 2006. Quase cinco séculos depois, o desvio de verbas públicas para atender a interesses particulares e o hábito de tirar vantagem de tudo ainda são problemas aparentemente sem solução por aqui.

Neste ano que antecede eleições, não faltaram denúncias de irregularidades no Senado, que atingiram em grande parte o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Em meio à crise, a taxa de aprovação do Congresso Nacional despencou. De acordo com pesquisa do Datafolha, divulgada em agosto, o índice de insatisfação com deputados e senadores chegou a 44%.

Folha de S.Paulo

Regra de fidelidade fracassa, e 45 políticos trocam de partido

A regra criada pela Justiça Eleitoral em 2007 para acabar com o troca-troca de políticos entre os partidos fracassou em seu primeiro grande teste: nas últimas semanas, pelo menos 45 deputados federais, senadores ou figuras de projeção nacional abandonaram ou estão para abandonar suas legendas com o objetivo de se filiar a novos partidos, não raro de campos ideológicos distintos.

O número deve crescer até amanhã, data limite para que os candidatos às eleições de 2010 estejam filiados às legendas pelas quais pretendam concorrer em outubro do ano que vem.

Veto às trocas não criou um sistema mais consistente

Os problemas para impor alguma forma de fidelidade partidária não chegam a ser uma surpresa. A dificuldade começa pelas próprias legendas, mais bem definidas como resultante amorfa de interesses circunstanciais de políticos do que como congregação de pessoas em torno de um ideário comum.

Se não existe uma concepção de Estado e sociedade compartilhada pelos membros do partido, não faz sentido esperar que eles permaneçam juntos depois que as conveniências de momento tenham expirado.

Acordo com partido não poupa infiéis, afirma TSE

Pelo entendimento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o parlamentar que trocar de partido não está imune à perda do mandato, mesmo que o partido de origem tenha autorizado sua desfiliação. Segundo decisão administrativa do tribunal, o Ministério Público Eleitoral e o suplente têm legitimidade para requerer a perda do mandato.

Na semana passada, em resposta à consulta do líder do PV, Sarney Filho (MA), o ministro Fernando Gonçalves ressaltou que, segundo resolução, os acordos partidários não afastam risco de perda de mandato por infidelidade. "Não é só o partido que tem legitimidade para requerer a perda do mandato", justificou o relator.

Deputado acusado de ordenar mortes para TV perde mandato

A Assembleia Legislativa do Amazonas cassou ontem, por 16 votos a 4, o mandato do deputado Wallace Souza (PP) por quebra de decoro parlamentar. Apresentador de TV, ele é suspeito de liderar uma organização criminosa e encomendar mortes de rivais para exibi-las em seu programa policial.

Os deputados consideraram que, mesmo sem provas materiais para os crimes atribuídos ao apresentador, Wallace expôs a Assembleia ao constrangimento. Dos 23 votos, houve 3 abstenções.

Na reta final, Ciro muda título eleitoral para SP

No penúltimo dia do prazo previsto no calendário eleitoral, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) transfere hoje seu título de eleitor para São Paulo.

Embora esse seja o passo para concorrer ao governo do Estado, ele reafirmou que seu objetivo é disputar a Presidência em 2010. Mas disse também que quer deixar a possibilidade de São Paulo aberta.

"Mamãe não gostou", diz Cid sobre mudança

Dona Maria José Ferreira Gomes desaprovou a transferência do domicílio eleitoral do filho Ciro para São Paulo. Anunciada a decisão, Ciro Gomes telefonou para o irmão e governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), pedindo que a mãe fosse avisada. Seu medo foi de que ela soubesse pelos jornais.

"Mamãe não gostou", contou Cid, segundo quem "Ciro estava macambúzio e reflexivo" ao telefone.

STF derruba liminar que parava ações de cassação

O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou ontem, por 6 votos a 4, liminar concedida pelo ministro Eros Grau que havia suspendido 56 processos de cassação de mandato em curso no Tribunal Superior Eleitoral contra governadores, deputados federais e senadores que foram propostos diretamente naquela corte.

Com a decisão, os processos que estavam paralisados voltam a tramitar normalmente no TSE. O Supremo ainda votará o mérito dessa questão, mas não existe data marcada.

Empresa de José Alencar sofre investigação

A Coteminas, indústria da família do vice-presidente da República, José Alencar, está sendo investigada pela Procuradoria Regional Eleitoral de Minas Gerais, por suspeita de doações ilegais nas eleições de 2006.

Nesta quarta-feira, a Procuradoria protocolou 154 representações no Tribunal Regional Eleitoral contra 89 empresas e 65 pessoas físicas que teriam extrapolado os limites legais para doações a candidatos.

Empresas dizem que seguiram limite legal

O presidente da Coteminas S.A., Josué Gomes da Silva, atribui a "algum equívoco" a inclusão da empresa entre as 154 representações da Procuradoria Regional Eleitoral ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais por supostas doações ilegais. Ele diz que ainda não recebeu a representação.

"Não tenho a menor dúvida de que fizemos doações abaixo do limite legal. São doações pequenas, feitas a candidatos que nos solicitaram, em Estados onde temos unidades. Não somos grandes contribuidores de campanha", diz.

Em vídeo, vice acusa Yeda de desviar dinheiro

Em depoimento gravado ao Ministério Público em agosto, o vice-governador gaúcho, Paulo Feijó (DEM), acusou a governadora Yeda Crusius (PSDB) de usar a campanha de 2006 para fazer "poupança". No vídeo, Feijó diz que um doador entregou dinheiro vivo a Carlos Crusius, marido de Yeda, e que esse dinheiro foi desviado durante a campanha.

Segundo Feijó -que está rompido com Yeda-, ela própria teria dito a ele que a "campanha é o momento da poupança". Quatro dos 91 minutos da gravação foram exibidos ontem, durante sessão da CPI da Assembleia Legislativa sobre a gestão Yeda.

"O PSDB nega veementemente essas acusações. Se houve caixa dois foi na campanha dele vice-governador e do DEM, não na campanha da governadora Yeda nem do PSDB", disse o deputado federal Cláudio Diaz (PSDB).

Governo barra CPI para apurar contas do MST

Uma mobilização do governo federal conseguiu mandar para o arquivo a CPI proposta pelos ruralistas para investigar as contas do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

A proposta da comissão mista (formada por deputados e senadores) partiu da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

Exigência de diploma chega à pauta do Senado

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado pode votar já na próxima semana a emenda constitucional que torna obrigatório o diploma em jornalismo para exercer a profissão. O relator, Inácio Arruda (PC do B), disse ontem que entregará seu parecer até sexta.

Em junho, o STF (Supremo Tribunal Federal) acabou com a obrigatoriedade do diploma. O relator, ministro Gilmar Mendes, considerou que a formação específica contrariava o exercício pleno das liberdades de expressão e informação.

Governistas agem para derrubar voto contra Venezuela no Mercosul

O apoio do presidente venezuelano Hugo Chávez a seu colega deposto em Honduras, Manuel Zelaya, e um comportamento "fomentador de divisões" na América Latina levaram o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) a recomendar a rejeição da entrada da Venezuela no Mercosul. O governo reagiu e deve derrubar o parecer.

"Hugo Chávez tem procurado aumentar sua influência regional com o concurso da renda do petróleo. Porém, não como fator de união e integração, mas como elemento de discórdia", disse Tasso, em parecer que leu na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Senado mantém 12 atos secretos sem publicação

Apesar de ter divulgado ontem um relatório final sobre os atos secretos, o Senado ainda mantém sem publicação adequada 12 medidas da Mesa Diretora -colegiado integrado por sete senadores- referentes à criação de centenas de cargos em gabinetes e na estrutura administrativa da Casa.

A Folha identificou atos disponibilizados na intranet do Senado que não foram publicados em boletins administrativos de pessoal (BAP), veículo usado pela Casa para cumprir o princípio constitucional da publicidade na administração pública.

A assessoria da Diretoria-Geral não soube explicar o motivo de os atos não estarem na rede.

Sem precisar quantos atos secretos foram anulados, o Senado divulgou relatório final sobre o escândalo ocorrido em junho. Apesar de não serem citados, o ex-diretores Agaciel Maia e João Zoghbi foram responsabilizados.

O Estado de S.Paulo

Ciro muda título para São Paulo e amplia leque de opções do PSB

O pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, o deputado Ciro Gomes (CE) anunciou ontem que vai transferir o seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo, o que abre a possibilidade de concorrer ao governo paulista. Apesar da decisão, que acata desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o parlamentar reforçou a disposição, até o momento, de concorrer ao Palácio do Planalto.

A movimentação, que teve como avalista o presidente do PSB, Eduardo Campos (PE), ampliou o poder do partido nas negociações para 2010 e amarrou o PT paulista, que sem candidato natural em São Paulo tem de aguardar o PSB decidir seu futuro. Além de ter nas mãos a possibilidade de concorrer à Presidência e ao governo de São Paulo, a articulação do partido para transformar Ciro num "candidato paulista" reforça seu nome como uma alternativa a vice da candidata de Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, num cenário em que o PT não consiga fechar uma aliança nacional com o PMDB.

Senador acerta filiação, mas não aparece na festa

Foi o maior vexame da reta final do troca-troca partidário para os candidatos às eleições do ano que vem. Após decidir sair do DEM e acertar seu ingresso no PSB com a direção nacional, o senador Adelmir Santana, do Distrito Federal, convidou a família, amigos e os funcionários do gabinete parlamentar para a festa. Mas, simplesmente, não apareceu por lá.

Adelmir já patrocinou o "grande mico" da temporada. Estava tudo preparado para que a assinatura da ficha de filiação ao Partido Socialista Brasileiro ocorresse em cerimônia pomposa, marcada para as 11 horas de ontem na sede da legenda.

Chamado de ''presidente'', Serra ataca oposição

Chamado de "futuro presidente da República" por políticos governistas e até adversários, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disparou críticas ontem aos deputados que lhe fazem oposição na Assembleia. Em sua avaliação, eles não têm discurso contra seu governo e escolheram temas como construção de presídios e concessões de rodovias para atacá-lo.

"Devo dizer que nem sempre é fácil para a oposição fazer um discurso em São Paulo, por isso ficam concentrados em atrapalhar a construção de presídios, ou falando mal das concessões que não estão certas e coisas dessa natureza, menores dentro de um debate político mais amplo", disse Serra, durante inauguração de obra em Ribeirão.

TSE retomará julgamento de 56 processos de cassação

Decisão tomada ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF) permitirá a retomada de 56 processos de cassação de políticos que há duas semanas estavam parados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por 6 votos a 4, os ministros derrubaram liminar concedida, no dia 14 de setembro, por Eros Grau.

Ele havia paralisado os processos alegando que haviam começado a tramitar pelo TSE. A maioria dos integrantes do STF discordou do argumento de Eros Grau, que teria se sensibilizado com o pedido do advogado José Eduardo Alckmin, do PDT, que liderou a ação.

Relatório a pedido de Sarney isenta Mesa por atos secretos

Quase quatro meses depois da revelação da existência de atos secretos no Senado, um relatório feito por dois funcionários, a pedido do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), isenta os parlamentares de qualquer responsabilidade pela prática ilegal de esconder medidas administrativas. A conclusão afirma ainda que o conteúdo desses boletins sigilosos - usados para nomear parentes, amigos e criar privilégios aos próprios senadores e funcionários - é "corriqueiro". "Não continha sequer dúvida quanto à legalidade", registra o texto.

O documento é assinado pelo diretor-geral, Haroldo Tajra, e pelo advogado Luiz Augusto Geaquino dos Santos. Tajra foi designado em julho por Sarney para analisar a validade dos atos secretos.

Deputado acusado de crime é cassado

O deputado estadual Wallace Souza (PP), o mais votado no Estado em 2006, teve o mandato cassado pela Assembleia. Ele é acusado pelo Ministério Público de ter mandado matar uma juíza federal, de porte e posse ilegal de arma, associação para o tráfico, formação de quadrilha e corrupção de testemunhas. Na tribuna, vestido de branco e com uma Bíblia, Souza se disse vítima de "armação". Em abril, a Polícia Federal apreendeu em sua casa armas, munições, além de R$ 243,8 mil e US$ 15 mi.

Funcionários federais param por reajuste

Órgãos do governo federal em São Paulo, Brasília e Rio fizeram paralisações parciais ontem. Os servidores querem pressionar o governo a negociar aumento de salário e do vale-refeição e plano de carreira. Segundo o Sindicato dos Servidores Federais, pararam funcionários dos Ministérios do Trabalho e da Cultura, da Companhia Nacional do Abastecimento, da AGU, da Funasa e do Incra. O Ministério do Planejamento diz que há R$ 7,6 bilhões previstos para reajuste salarial em 2010.

Oposição ouve autores de pedido contra Yeda

Sete dos 29 integrantes da comissão que avalia a admissibilidade do pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB) participaram, ontem, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, de reunião promovida pela oposição para ouvir representantes dos sindicatos que fizeram a proposta. O presidente da comissão especial, Pedro Westphalen (PP), e a relatora Zilá Breitenbach (PSDB), acreditam que as provas são insuficientes para um processo contra Yeda.

Correio Braziliense

A mágica dos altos salários

Os 3,4 mil servidores efetivos do Senado terão uma difícil tarefa para convencer os parlamentares a aprovarem um reajuste salarial para o próximo ano. O primeiro componente é político. O presidente da Casa, José Sarney(1) (PMDB-AP), e o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), já sinalizaram aos funcionários que uma reforma no plano de cargos e salários só sairá se envolver corte de gastos. Dessa forma, o plano de reestruturação que prevê a incorporação de gratificações não deve sair do papel. Um ingrediente não menos importante é explicar aos senadores a complicada matemática do contracheque dos servidores. Afinal, ao salário-base, os efetivos têm outros seis ganhos indiretos. Eles proporcionam um crescimento salarial que ultrapassa, em alguns casos, o teto de R$ 24,5 mil do funcionalismo público. O Senado gasta R$ 2,3 bilhões com sua folha de pessoal.

A mágica do aumento salarial tem o nome de batismo entre os servidores de “conta de chegada”. Eles recebem um vencimento básico que varia, dependendo do nível de escolaridade e do cargo ocupado, de R$ 1.140 até R$ 6.410 por mês. Sobre ele, são pagos a todos os servidores a gratificação de auxílio legislativo (GAL). Ela corresponde a 50% do vencimento básico, ou até 3,2 mil a mais. A partir daí, começam algumas diferenças salariais nas carreiras. Somente os servidores de níveis médio e superior recebem a gratificação de representação, um acréscimo de até R$ 3,3 mil.

A ameaça dos ruralistas

A atuação do governo para que os parlamentares da base retirassem as assinaturas do requerimento que pedia a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os repasses financeiros feitos ao Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) abriu ainda mais as feridas entre o Planalto e a bancada ruralista. Ao todo, 42 políticos abandonaram o abaixo-assinado, o que inviabilizou a CPI, que precisa de um número mínimo de 171 assinaturas para instaurar a comissão.

Composta por quase 100(1) integrantes, sendo 58% de partidos aliados, o grupo de grandes produtores rurais reclama da falta de incentivos e da atuação do governo no desenvolvimento de uma política agrícola. Nos bastidores, parlamentares de diferentes partidos prometem reagir e ameaçam o governo de desobedecer às orientações das legendas em votações de interesse do Planalto, caso o Executivo insista em adotar medidas que beneficiam movimentos sociais em detrimento dos ruralistas.

Cassações de volta à pauta do TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai retomar a análise de 56 processos de cassação de mandato contra governadores, deputados federais e senadores. Entre eles, pedidos contra os chefes do Executivo do Maranhão, Sergipe, Rondônia e Roraima. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou liminar concedida pelo ministro Eros Grau que suspendia o julgamentos (1)desses processos que tiveram origem no TSE. Os ministros do Supremo ainda não analisaram o mérito da ação. A Corte identificou falhas na documentação do processo. Faltava documento autorizando a defesa a entrar com o questionamento no STF.

Os ministros Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Celso de Melo, Cármen Lúcia, Ellen Gracie e Carlos Ayres Britto, também presidente do TSE, afirmaram que o entendimento de que cabe à Corte Eleitoral analisar esses casos até que o Supremo julgue se a ação tem procedência deve ser mantido. Já o voto do relator, ministro Eros Grau, foi seguido por Cezar Peluso e Gilmar Mendes. Marco Aurélio votou pela liberação dos julgamentos, apesar de defender que os processos sejam repassados aos tribunais regionais. Para Grau, não há incoerência em seu voto: “Não há absolutamente nenhuma incoerência. Dei a liminar por serenidade e prudência. O fato de ser (entendimento) há 40 ou 50 anos não significa absolutamente nada. Eu cansei de conceder medida liminar em mandado de segurança e depois votar em contrário”, defende.

PSB aposta no empresariado

Sexto colocado no ranking dos partidos mais votados para a Câmara, o PSB apostou no ciclo de filiações para se tornar a quarta maior legenda depois das eleições de 2010. Com uma estratégia voltada para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os três maiores colégios eleitorais do país, o partido trouxe para seus quadros lideranças empresariais e políticas que seriam capazes de criar uma rede de apoio às suas pretensões eleitorais, com destaque para a interlocução com o empresariado e os potenciais doadores de campanha.

Em São Paulo, a sigla seduziu Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e Gabriel Chalita (ex-PSDB), vereador mais votado na capital. Já o ex-ministro e empresário Walfrido dos Mares Guia (ex-PTB) foi a cartada socialista para dar fôlego à legenda em Minas Gerais. O PSB também atuou no varejo(1). As jogadas polêmicas foram as filiações que incluíram os jogadores de futebol Marcelinho Carioca, em Santo André (SP), e Romário, no Rio de Janeiro.