Resumo das notícias dos jornais de hoje 26/10/2009

Nos jornais: Sudeste lidera ranking do trabalho escravo
segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Estado de S.Paulo

Pela primeira vez, região Sudeste lidera o ranking do trabalho escravo

O número de pessoas flagradas no campo trabalhando em condições análogas à escravidão cresceu nas regiões Sudeste e Sul, as mais ricas e desenvolvidas do País, contrariando uma tendência nacional de queda. De janeiro a setembro deste ano, foram resgatadas 743 vítimas em propriedades localizadas no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A quantia é quase 40% maior se comparada ao total de libertados na região nos anos de 2008 (536) e 2007 (557). Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego.

O crescimento coloca o Sudeste em uma condição inédita de liderança em relação as demais regiões do País. Estados do Norte e Nordeste, onde historicamente os registros são superiores, tiveram queda. No País 2.568 pessoas foram libertadas entre janeiro e setembro, em 101 operações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, da Secretaria de Inspeção do Trabalho. Em igual período do ano passado foram 3.669 libertados, em 107 ações.

Dilma ironiza críticas a viagens com presidente

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, recorreu ao tom irônico para rebater as acusações de que estaria antecipando a campanha eleitoral de 2010. A petista, que há algumas semanas iniciou uma maratona de viagens ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comparou-se a uma dona de casa para devolver as críticas. "É preconceito contra a mulher. Eu posso ir para a cozinha, cozinhar os projetos. Agora, na hora de servir, não posso nem ver?", indagou.

Em um sinal de que trabalha para se aproximar do eleitorado tradicional de Lula, Dilma esteve ontem em São Paulo para um colóquio do PT com movimentos sociais. Questionada por jornalistas, a ministra destacou que coordena vários projetos do governo e que não vê sentido na tese de que não deveria rodar o País para as inaugurações.

Jornal mostra ação da família Sarney

O jornal Folha de S. Paulo revelou, na edição de ontem, que investigação da Polícia Federal apontou suposto tráfico de influência do empresário Fernando Sarney em repartições públicas do setor elétrico com o conhecimento e participação de seu pai, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A investigação, ainda de acordo com a publicação, reúne interceptações telefônicas feitas mediante autorização judicial.

Em uma gravação mostrada pelo jornal, Sarney orienta o filho a arranjar emprego para aliados na cúpula da Eletrobrás, vinculada ao Ministério das Minas e Energia, pasta dirigida pelo ministro Edison Lobão, amigo do senador.

Outra interceptação, também reproduzida pela Folha, mostra Fernando comunicando que após concretizadas as nomeações indicadas pelo pai ele iria "atacar" os apadrinhados para liberar recursos de patrocínio a entidades privadas ligadas à família Sarney.

Advogado avalia censura como um ''absurdo jurídico''

O advogado constitucionalista e professor de direito constitucional na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Pedro Estevam Serrano, considera que há uma grande confusão em termos de sigilo judicial na decisão segundo a qual o Estado está proibido, desde 31 de julho, de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). "O sigilo judicial é uma obrigação do poder público, que ele não pode transferir para a sociedade. Ao mesmo tempo que guardar o sigilo é obrigação dos funcionários do Estado, a dos jornalistas é investigar e publicar o que for obtido. Isso para mim parece primário", explicou.

Exigir que um jornalista guarde sigilo sobre investigações de interesse público, segundo ele, equivale a pedir que o advogado denuncie seu cliente ou ao padre que entregue à Justiça o fiel que se confessou na sacristia. "Ora, as funções do jornalista e advogado existem exatamente para impor limites, e se for o caso, contestar o poder do Estado. Caso isso não ocorra, o governo passa a gozar de um poder imperial, absoluto, que conspira contra o sistema democrático. Seria como se vivêssemos numa ditadura."

O Globo

O novo trunfo eleitoral do poder público

O aumento do número de funcionários públicos brasileiros e da folha salarial nos últimos anos em todo o país poderá ser trunfo eleitoral para os atuais governantes. Levantamento feito pelo economista José Roberto Afonso mostra que, na maioria dos estados, é significativo o peso de servidores federais, estaduais e municipais, somados. Das 27 unidades da federação, em 15 o funcionalismo responde por mais de 10% da economia. Há casos extremos como Acre (23,9%), Amapá (24,2%), Roraima (27,1%) e Piauí (16,7%), onde a máquina pública é estratégica para a atividade econômica.

Na visão de analistas políticos, em vários estados do Norte e Nordeste esse fenômeno corresponde a uma versão moderna dos antigos currais eleitorais, predominantes no início do século XX, em que coronéis do interior dominavam a política local em troca de favores. Essa estratégia agora surge, dizem, pelo aumento da máquina, de cargos de confiança e a concessão de reajustes.

Gasto com pessoal sobe 15%

A arrecadação mensal do governo não para de cair, mas os gastos da União com pessoal, e mais encargos sociais, registraram em setembro uma elevação de 15% em relação ao mesmo período de 2008. Houve desembolso de R$12,6 bilhões, contra R$10,9 bilhões em setembro de 2008, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).

Segundo estudo de técnicos em Orçamento do PSDB, mantido esse ritmo, o governo terá que aprovar um crédito extra de R$3 bilhões para fazer frente a essas despesas. A folha de pessoal e encargos sociais está fixada no Orçamento da União de 2009 em R$168,9 bilhões em valores globais (já incluída a Contribuição Patronal para a Seguridade do Servidor - CPSS), para os três poderes. Dados do Siafi indicam que já foi aprovada uma suplementação de R$300 milhões.

Dilma defende suas viagens ao lado de Lula

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu ontem sua presença em inaugurações de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e reivindicou a maternidade dos principais projetos do governo, como o próprio PAC, o programa Minha Casa, Minha Vida e o pré-sal. A maratona de eventos da ministra ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido fortemente criticada pela oposição, que a acusa de antecipar a campanha eleitoral, mas Lula já avisou que as viagens continuarão.

- Eu não caí do céu e apareci lá na Casa Civil, não. Estou lá desde 2005. Do Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, eu participei diretamente. Eu não entendo por que é que eu não posso (viajar). É um preconceito contra a mulher, isso, hein? Eu posso ir para a cozinha, cozinhar o projeto, e, na hora de servir na sala, nem ver?

Especialistas analisam Bolsa Família

Especialistas acreditam que a predominância de empregos degradantes em localidades pobres explica a preferência das pessoas em sobreviver apenas com os recursos do Bolsa Família. Conforme mostrou ontem reportagem do GLOBO, em 85 dos municípios de maior cobertura do programa, a maior parte deles na Região Nordeste, 71% das famílias - 184,3 mil - recebem o benefício federal, ao passo que as economias locais registram apenas 14,1 mil vagas com carteira assinada no setor privado.

Para os economistas especializados na área social, esta opção da população não deve ser confundida com acomodação. André Urani, sócio-fundador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), lembra que tem efeitos sociais importantes o fato de uma mãe ter a oportunidade de deixar de trabalhar como faxineira para cuidar dos filhos.

PF compensa emissões de CO reflorestando

Depois de se dedicar ao combate à corrupção nos últimos anos, a Polícia Federal decidiu investir na imagem de instituição ecologicamente correta. A polícia está fazendo plantio de árvores em todo o país para compensar as emissões de carbono pela frota de carros, helicópteros e aviões da corporação.

Nos cálculos das emissões estão incluídas até o uso de passagens na aviação comercial por policiais federais em viagem a serviço. Segundo o delegado Álvaro Palharini, chefe da Divisão de Crimes contra o Meio Ambiente, a PF é provavelmente a única instituição pública do país a fazer um trabalho sistemático contra o aquecimento global.

Folha de S.Paulo

Justiça apreende 40 milhões de bens de acusados de crimes

Em menos de dez meses, a Justiça brasileira registrou a apreensão de 40 milhões de bens adquiridos por meio de práticas ilícitas ou utilizados em atividades criminosas. São helicópteros, carros, lanchas, joias e imóveis, entre outros itens, estimados em aproximadamente R$ 929 milhões.

O dado é do SNBA (Sistema Nacional de Bens Apreendidos), criado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para unificar, pela primeira vez, todos os bens e valores bloqueados em processos criminais que tramitam na Justiça Federal e na Estadual por todo o país.

Delação premiada gera doações para entidades sociais

Um dos instrumentos da Justiça que tem sido usado para gerar doações a entidades sociais é a delação premiada -instituto que prevê a redução da pena de um acusado desde que este ajude na investigação criminal.

Nos últimos três anos, réus acusados na 6ª Vara Criminal de São Paulo, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro, pagaram cerca de R$ 5,7 milhões de indenização para 20 instituições de caridade.

Acusada de uso da máquina, Dilma diz sofrer preconceito

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem, em São Paulo, que a oposição tem preconceito pelo fato de ela ser mulher e, por isso, a acusa de uso da máquina pública na pré-campanha eleitoral.

Questionada sobre sua extensa agenda de vistoria a obras e inaugurações ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pré-candidata do PT ao Planalto afirmou: "É um preconceito contra a mulher. Eu posso ir para a cozinha cozinhar o projeto. Mas, na hora de servir na sala, nem ver".

CPI do MST não será palco para oposição, diz PT

Ao final do encontro com movimentos sociais ontem, o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que o partido não deixará a CPI do MST virar "palco eleitoral" da oposição. "A CPI é um movimento político da oposição para tentar criar constrangimento político para o governo", disse.

Segundo ele, o PT trabalhará na comissão para investigar a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, ligada ao DEM. "Os democratas têm uma base no setor ultraconservador do meio rural e interesse em criar esse tipo de confusão no ano eleitoral", afirmou.

Marina vai aos EUA falar de agenda ambiental brasileira

A senadora Marina Silva (PV-AC), ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, inicia hoje uma visita de dois dias a Washington em que falará da agenda ambiental brasileira no centro de estudos Woodrow Wilson e em evento na Câmara dos Representantes (deputados federais) dos EUA.

Pela manhã, Marina encontra formadores de opinião norte-americanos para discutir a tramitação no Senado dos EUA da ousada lei ambiental proposta pelo presidente Barack Obama. Depois, participa da mesa-redonda "O Caminho para Copenhague -Perspectivas do Brasil, da China e da Índia".

PMDB gaúcho resiste a aliança nacional com PT

Um dos focos de resistência à aliança nacional PT-PMDB para a disputa da Presidência no ano que vem, o PMDB do Rio Grande do Sul trabalha para ser o principal destino do voto antipetista na sucessão gaúcha. No plano nacional, os peemedebistas do Estado estão mais próximos de José Serra (PSDB) do que de Dilma Rousseff (PT).

Com a governadora Yeda Crusius (PSDB) -que pode disputar a reeleição- fragilizada por uma crise política, as pesquisas de opinião divulgadas até agora mostram como favorito para a sucessão gaúcha o petista Tarso Genro, seguido por dois pré-candidatos do PMDB: o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, e o ex-governador Germano Rigotto.

Nas mãos de aliados de Sarney, Luz para Todos fracassa no MA

O Luz para Todos, criado em 2003 pelo governo Lula para levar energia elétrica às casas da zona rural, acumula problemas no Maranhão, Estado natal do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A meta original de ligações ainda não foi atingida e o programa está sob suspeita de fraude. O TCU (Tribunal de Contas da União) apura indícios de que os responsáveis pelas instalações maquiaram o número de ligações realmente feitas. O projeto no Maranhão é administrado por apadrinhados pelo presidente do Senado.

Em relatório a que a Folha teve acesso, o tribunal diz que inspeções da Eletrobrás constataram 13 mil ligações a menos do que o total (103 mil) que havia sido reportado pelo Estado ao Luz para Todos. Outro ponto questionado pelo TCU é uma suposta incongruência técnica nos dados fornecidos pela companhia de energia do Maranhão, a Cemar.

Povoado de Jabuti espera chegada de luz há 20 anos

Formado por 12 casas na zona rural de Esperantinópolis (MA), o povoado de Jabuti pacientemente espera por energia elétrica há mais de 20 anos.

Encravado entre morros cobertos de palmeiras de babaçu no interior do Maranhão, a 350 km de São Luís, o município é um dos que, segundo processo que corre no TCU, registraram fraudes no Luz para Todos.

Empresas negam fraude e defendem programa federal

A Cemar (Companhia Energética do Maranhão) e a Eletrobrás negaram a existência de qualquer tipo de fraude no programa Luz para Todos, do governo federal.

Sobre as 13 mil ligações (de um total de 103 mil) que teriam sido feitas a menos, a concessionária maranhense afirma que existe uma "diferença natural entre executar a obra e prestar contas à Eletrobrás", estatal responsável pelo programa.

Correio Braziliense

A força dos palanques empresariais

Eles estão à frente de grandes entidades empresariais. Têm acesso fácil a financiadores de campanha e detêm um cartel de reuniões e solenidades pela Esplanada dos Ministérios. São dirigentes de confederações e federações representativas de setores da iniciativa privada, que se empenham em usar a visibilidade dos postos a serviço de uma candidatura na eleição de 2010. No Distrito Federal, é o presidente do Serviço Social do Comércio (Sesc) quem dá o tom de campanha. O senador Adelmir Santana é filiado ao DEM e por onde anda já pede votos e se apresenta como “candidatíssimo ao Senado”.

Sobre a influência da estrutura do órgão que preside há oito anos, Santana afirma que não há como desvincular seu nome das atividades do Sesc. “As propagandas feitas são institucionais. Mas não posso negar que há uma marca. No entanto, é bem diferente de dirigir um órgão do governo, onde você pode inaugurar obras e realizar eventos. É diferente, mas também dá visibilidade.” Em Pernambuco, o nome do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro Neto, tem sido trabalhado pelo PTB para integrar a chapa apoiada pelo governador Eduardo Campos (PSB) ao Senado. “Nosso partido tem crescido e todos têm percebido isso. O Armando tem trânsito nacional, faz aparições na mídia de todo país e é nosso nome para senador”, conta o secretário-geral da legenda, José Humberto Cavalcanti.

Pressão sobre os tucanos

O grupo oposicionista do PMDB juntou-se ao DEM para pressionar o PSDB a antecipar a escolha do candidato que disputará a Presidência da República no ano que vem. O grupo, que tem como expoente o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, entende que os tucanos estão perdendo terreno para a ministra Dilma Rousseff, a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E deixar a definição para o ano que vem só dará mais fôlego aos governistas.

Com dois pré-candidatos ao Palácio do Planalto, os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), falta um nome para centralizar as negociações e firmar-se como contraponto a Lula e Dilma. Essa lógica dos peemedebistas de oposição é a mesma que o DEM usou para esquentar a chapa dos tucanos.

Dilma: “Eu sou governo”

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem em São Paulo que não se identifica “especificamente” com nenhum movimento social, incluindo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No sábado, o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, tinha dito que os sem-terra não se sentem representados por nenhum pré-candidato à Presidência da República, inclusive com a petista. “Governo é governo, movimento social é movimento social. Eu sou do governo e respeito todos os movimentos sociais. Mas não me identifico com nenhum porque não integro nenhum deles”, ressaltou logo após participar de um encontro do PT com movimentos sociais que debateram propostas para o projeto 2010.

Quando foi questionada se havia alguma identificação específica com o MST, Dilma perdeu o bom humor com o qual começara a entrevista coletiva. “Eu sou o governo. Só me identifico especificamente com o governo. Não sou trabalhadora da terra nem tenho pretensão para ser, como também não sou membro de nenhum sindicato, nem bancário, nem de metalúrgico. Assim como não sou população indígena. (...) Você tem que respeitar e reconhecer que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”, ressaltou. Nesse momento, uma claque de correligionários começou a bater palma para a ministra.

Veto a uso do FGTS em ações da Petrobras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende vetar a compra de ações da Petrobras com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) caso a medida seja aprovada pelo Congresso. O governo alega que não pode haver mudança de foco ou esvaziamento do fundo, cujas prioridades seriam garantir uma reserva financeira a trabalhadores demitidos sem justa causa e financiar contratos imobiliários. “O FGTS não pode ser usado para fazer dinheiro. Não é esse o objetivo”, diz um ministro com gabinete próximo ao de Lula.

Se não houver mudança na agenda, serão apresentados amanhã os relatórios dos quatro projetos que tratam do marco regulatório do pré-sal. Responsável pelo texto relacionado à capitalização da Petrobras, o deputado João Maia (PR-RN) autorizará o uso de verbas do fundo para a aquisição de papéis da empresa, que terá pelo menos 30% de participação na exploração de cada bloco a ser licitado do chamado “bilhete premiado” do petróleo. A ideia de Maia é conceder tal direito aos trabalhadores que, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, arremataram ações da estatal com o FGTS.

Aposta governista no TCU

Homem de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mais novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) assumiu o cargo com a missão de cuidar de casos que estavam incomodando o governo federal. José Múcio Monteiro, ex-ministro de Relações Institucionais, herdou do ex-ministro Marcos Vilaça a responsabilidade de analisar processos relacionados aos ministérios de Minas e Energia, comandado no primeiro mandato de Lula por Dilma Rousseff, e da Previdência Social. Nos últimos meses, decisões da Corte sobre o setor energético provocaram dores de cabeça à União. Na semana passada, Lula chegou a dizer que o TCU “trava” o país.

Técnicos do tribunal apontaram, por exemplo, irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife (PE). De acordo com auditorias, foram constatados sobrepreço e superfaturamento desde a fase de projeto básico. A refinaria integrou, recentemente, uma lista de 15 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) consideradas inconsistentes pelo TCU. Ao todo, a Corte recomendou a paralisação de 41 obras do governo federal.

Resumo das notícias dos jornais de hoje 22/10/2009

Nos jornais: Sarney engaveta reforma administrativa
sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Estado de S.Paulo

Sarney engaveta reforma que ele mesmo prometera para o Senado

Quase nove meses depois do senador José Sarney (PMDB-AP) assumir a presidência da Casa com a promessa de resgatar a imagem do Senado, ele não tirou nenhuma das medidas anunciadas do papel. Passada a turbulência dos últimos meses, a folha de pagamento, de R$ 2,1 bilhões, se mantém intacta. Os senadores não aceitam reduzir o número de funcionários de confiança, hoje estimados em 2,8 mil. Os 3,5 mil servidores terceirizados também pressionam Sarney para não serem demitidos. A tática tem dado certo.

A lentidão de qualquer mudança administrativa recebe a contribuição dos quadros de carreira, que resistem às alterações sugeridas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Casa vai tentar mapear funcionários fantasmas

Uma das poucas medidas postas em prática depois da crise política envolvendo a administração do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), iniciada em fevereiro passado, foi o recadastramento de funcionários da Casa. A ideia do censo, para saber quem é quem na folha de pagamento de R$ 2,1 bilhões, partiu do primeiro-secretário, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI).

No dia 27 de agosto, os 6.267 funcionários do Senado - divididos entre 3.418 efetivos e 2.849 em cargos comissionados - foram intimados a preencher um formulário, que deveria ser enviado via internet, ou por correspondência, no prazo máximo de 30 dias.

Líderes são chamados a compor CPI do MST ''imediatamente''

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou ontem que pedirá "imediatamente" aos líderes dos partidos que indiquem seus representantes na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que vai investigar o repasse de recursos federais para entidades ligadas ao Movimento dos Sem-Terra (MST). Se os líderes não apresentarem os nomes em cinco sessões, caberá ao presidente do Senado fazer as indicações.

A CPI foi oficializada na madrugada de ontem, depois de a oposição driblar a ofensiva governista pela retirada de apoio de parlamentares da base e garantir o número de assinaturas necessário à abertura da investigação. Dez minutos antes da meia-noite de quarta-feira, os deputados Maurício Rands (PE), Dr. Rosinha (PR) e Domingos Dutra (MA), todos do PT, encaminharam à Secretaria do Congresso o pedido de retirada de 23 das 182 assinaturas apresentadas pela oposição no requerimento de criação da CPI. Mas, um minuto antes da zero hora de ontem, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), e os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Abelardo Lupion (DEM-PR) entregaram à secretaria mais 51 assinaturas. Formalizaram o apoio de 210 parlamentares e asseguraram a criação da comissão.

Após censura, confiança na Justiça cai 5%

A censura ao Estado é apontada como um dos motivos que fizeram cair em 5% o índice de confiança na Justiça no terceiro trimestre de 2009, em comparação ao segundo trimestre - revela pesquisa da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Direito GV). Numa escala da 0 a 10, a nota da Justiça ficou em 5,6 pontos. "Escândalos de censura, como os que atingem o Estado há mais de 2 meses, e o aumento da divulgação das intervenções do Conselho Nacional de Justiça em tribunais têm impacto na população", declarou a professora Luciana Gross Cunha, coordenadora da pesquisa.

Ela atribui o aumento da descrença da população na toga à maior exposição do Judiciário na mídia. Ela aponta o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso Antonio Palocci - a corte não abriu ação penal contra o ex-ministro da Fazenda, acusado de envolvimento na quebra do sigilo bancário de um caseiro -, as frequentes inspeções do CNJ que desvendam mazelas do Poder e os mutirões carcerários, que revelam abusos. "Tudo isso dá mais exposição ao Judiciário, uma exposição negativa, e possivelmente o impacto é maior entre quem ganha menos ou é menos instruído."

ANJ e Fenaj reagem contra críticas a papel da imprensa

Outra declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - de que o jornalismo não deve fiscalizar, mas só informar -, causou indignação de entidades brasileiras ligadas à imprensa, que a classificaram como "infelicidade" e "equívoco". A afirmação foi feita na mesma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ), que congrega os veículos de comunicação impressos, reagiu à fala. "O presidente Lula está equivocado. Além de informar, que é uma de suas funções, a imprensa tem o clássico papel de investigar e presta excelentes serviços em todos os países em que exerce também esta função", afirmou o diretor executivo da entidade, Ricardo Pedreira. "Pobre da nação em que não há investigações de jornais e jornalistas."

''Jesus não fez aliança com fariseus e saduceus'', diz CNBB

Ao ser indagado ontem sobre as declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que se Jesus Cristo vivesse nos dias de hoje teria de fazer coalizão até com Judas para poder governar, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Dimas Lara Barbosa, fez a seguinte observação: "Judas era um discípulo de Jesus. Mas Jesus não fez aliança com fariseus e saduceus."

Logo em seguida ele explicou que fariseus são "pessoas que parecem uma coisa por fora, mas por dentro são outra". Nos textos do Evangelho eles aparecem como adversários de Jesus, que os critica sobretudo por sua hipocrisia e avareza

O Globo

O trator governista na CPI do MST

Derrotado na tentativa de impedir a instalação da CPI do MST, o governo agora prepara uma contraofensiva para assegurar o controle sobre a comissão e reduzir o seu potencial de produzir desgaste político às vésperas da eleição presidencial de 2010. Ontem, líderes aliados deixaram claro que não pretendem abrir mão dos cargos de presidente e relator, que devem ficar a cargo de parlamentares fiéis ao Palácio do Planalto. O objetivo é repetir a estratégia adotada na CPI da Petrobras, onde a divisão dos postoschave entre PT e PMDB tem permitido ao governo barrar requerimentos incômodos e ditar o ritmo dos trabalhos.

A oposição promete pressionar para ter ao menos um dos cargos.

Os aliados terão ampla maioria na nova CPI, segundo a divisão de vagas anunciada ontem pelas Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Das 36 cadeiras, 23 devem ser destinadas a parlamentares fiéis ao governo, e outras 13 ficarão com deputados e senadores de oposição ou que apoiaram a instalação da CPI. A divisão é proporcional ao tamanho das bancadas. Apesar da folga, o governo promete jogar duro e já ameaça ampliar o leque de investigações para repasses de verbas a entidades patronais como a Confederação Nacional da Agricultura, presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO).

TCU: entidade terá que devolver R$ 1 milhão

O Tribunal de Contas da União (TCU) negou ontem recurso da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca) e confirmou condenação determinando que a entidade e um de seus ex-dirigentes devolvam mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos. Ligada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Anca foi condenada por não comprovar a aplicação desse dinheiro em programas na área de educação. A Anca e seu ex-secretário-geral Luis Antônio Pasquetti ainda foram multados, cada um, em R$ 50 mil.

A verba foi repassada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em 2003. Parte do convênio envolvia capacitação de 1.120 professores em 329 municípios e seriam aplicados R$ 469,1 mil nessa ação. Outra parte, R$ 554,4 mil, deveria ser destinada para compra de material escolar para cerca de 28 mil alunos jovens e adultos.

Para presidente, imprensa não deve fiscalizar

A oposição e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) criticaram ontem as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o papel da imprensa. Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Lula afirmou que o papel da imprensa não é o de fiscalizar, e sim de informar.

— Não acho que o papel da imprensa é fiscalizar. É informar.

Para ser fiscal, tem o Tribunal de Contas da União, a Corregedoria Geral da República, tem um monte de coisas. A imprensa tem de ser o grande órgão informador da opinião pública. Essa informação pode ser de elogios, de denúncias sobre o governo, de outros assuntos.

CNBB defende Cristo após declaração de Lula

A explicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para justificar a ampla aliança de partidos com seu governo provocou críticas da oposição, constrangimento entre aliados e foi contestada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Lula disse que “se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse votação num partido qualquer, Jesus teria que chamar Judas para fazer coalizão”.

O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, reagiu dizendo que Cristo não fez aliança com fariseus.

Primeiro, quando perguntado sobre a afirmação de Lula, de que, para governar o Brasil, Jesus teria que fazer aliança com Judas, Dom Dimas reagiu: — Para governar o Brasil? Estamos tão mal assim? Depois, acrescentou: — Judas foi um discípulo de Cristo. Cristo conhece o coração das pessoas e respeita a liberdade de cada um. Agora, Cristo não fez aliança com os Fariseus, com os Saduceus.

Serra ironiza entrevista de Lula

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), foi irônico ao comentar a entrevista do presidente Lula.

Disse que a entrevista mostra bem “como Lula é na forma e no conteúdo”.

— A entrevista com o Lula mostra bem o que ele é. De ponta a ponta, na forma e no conteúdo.

Aécio mantém viagens, mas desiste de licença

O governador de Minas Gerais e pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, não vai mais se licenciar do cargo para viajar em busca de apoios pelos estados.

Em entrevista ontem no Palácio da Liberdade — durante lançamento de campanha para valorização da pessoa idosa, que teve a participação do cantor Zezé di Camargo e do jogador do Corinthians Ronaldo —, disse que não cogita mais a ideia, mas deve cumprir agenda conjunta de viagens ao lado do governador de São Paulo, José Serra, que disputa com ele a vaga de candidato em 2010.

Governo apoia fim de prisão de pequenos traficantes

O Ministério da Justiça decidiu apoiar o fim da pena de prisão para pequenos traficantes de drogas que não tenham cometido atos de violência e não apresentem vínculo com organizações criminosas.

A ideia é mudar a lei para oferecer penas alternativas a essas pessoas, o que evitaria que elas sejam recrutadas pelas facções que dominam muitos presídios brasileiros. Embora o governo defenda a tese, a proposta não será apresentada como iniciativa do Executivo ao Congresso. Caberá ao deputado Paulo Teixeira (PT-SP), assinar o projeto.

Human Rights dá prêmio a brasileira

A diretora da ONG Justiça Global, Sandra Carvalho, recebeu ontem em Nova York o Prêmio Anual de Direitos Humanos da Human Rights First, homenagem já oferecida a ativistas como as paquistanesas Asma Jahangir e Hina Jilani e à ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, alta comissária de Direitos Humanos da ONU. O prêmio foi dado a Sandra pelo trabalho de denúncia de abusos policiais e de atuação de grupos de extermínio, além do fortalecimento de ações judiciais para investigação de chacinas em presídios. Para ela, o prêmio dará repercussão internacional às denúncias de abusos no Brasil: — A ONU decidiu mandar ao Rio um enviado especial sobre direitos humanos no começo de novembro. Nossos relatórios ganharam repercussão mundial, de modo a tornar mais visíveis os problemas brasileiros na questão de direitos humanos e obter apoio para nossas lutas internas pela reforma da polícia e da política de segurança pública — avalia Sandra.

A advogada e socióloga, formada pela USP, é paulista e tem 40 anos. Como pesquisadora do Núcleo de Estudos de Violência da USP, teve atuação destacada na investigação de casos como o do Cemitério Dom Bosco, onde foram encontrados ossos de presos políticos desaparecidos, integrou a comissão que investigou a chacina de Carandiru e mais recentemente a do presídio de Urso Branco, em Rondônia. Foi Coordenadora Executiva da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia paulista e lidera uma entidade que atua em 13 estados brasileiros.

Folha de S.Paulo

Agricultura faz texto de MP para anistiar desmatadores

Diante da indefinição do Planalto sobre o que fazer com a aproximação da data-limite para regularizar terras no país, o Ministério da Agricultura preparou uma proposta de medida provisória para afrouxar a legislação ambiental e anistiar uma parte dos desmatadores.

Antes de chegar às mãos do presidente Lula, a proposta será apresentada à Casa Civil na semana que vem. O ministro Reinhold Stephanes tem pressa, pois, no dia 11 de dezembro, se nada for feito pelo governo, entrará em vigor o decreto presidencial que autoriza a punição aos proprietários que não estiverem cumprindo os limites de preservação e, na prática, põe muitos deles na ilegalidade.

Governo traça plano para neutralizar CPI

Depois de fracassarem na tentativa de arquivar a CPI que investigará as contas do MST, líderes petistas na Câmara e no Senado irão agora discutir uma estratégia para que o andamento da comissão não respingue no governo em 2010.

Os petistas analisam duas opções: instalar logo a CPI para que ela termine antes do início da campanha ou postergar a escolha dos integrantes para que, em meio ao período eleitoral, a comissão fique esvaziada.

PT quer MST para ajudar no programa de Dilma

O PT convidou o MST e outros movimentos sociais para discutir o governo Lula e colaborar com a campanha e o programa de governo de Dilma Rousseff (Casa Civil) em 2010.

O movimento, objeto de uma CPI no Congresso, é um dos principais convidados de um "colóquio" com o PT neste fim de semana em São Paulo.

João Paulo Rodrigues, um de seus principais líderes, dividirá amanhã uma mesa de debates com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e o presidente da CUT, Artur Henrique. Dilma também estará no evento, em uma mesa separada.

Frase de Lula é criticada pela CNBB e por oposicionistas

As declarações do presidente Lula de que no Brasil até "Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão" causaram reações no Congresso e na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). A frase, segundo a oposição, revela que vale tudo para conseguir a governabilidade, até a união com traidores.

Em entrevista à Folha, Lula também disse que o futuro presidente, seja ele "xiita" ou o "maior direitista", será obrigado a se aliar politicamente com o PMDB e com partidos do centro conservador.

Jornalismo: Entidades rebatem fala de Lula sobre imprensa

Entidades de imprensa rechaçaram ontem a declaração do presidente Lula, que afirmou que o papel do jornalismo é informar, não fiscalizar. "Pobre o país que não tem investigação de imprensa", disse o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira. Para o diretor de cultura e lazer da ABI, Jesus Chediak, Lula foi "muito infeliz" em seu posicionamento. O presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, também considerou um "equívoco" a declaração do presidente Lula.

PT racha e já negocia vice de Ciro na disputa pelo governo de SP

A ala do PT paulista liderada pelo ex-ministro José Dirceu ofereceu ao PSB de Ciro Gomes dois nomes para ocupar o posto de vice caso o deputado federal pelo Ceará aceite encabeçar uma chapa antitucanos na corrida pelo governo de São Paulo.

Emidio de Souza, prefeito de Osasco, e Edinho Silva, presidente do PT-SP, foram apresentados como alternativa. O gesto formaliza a divisão no PT no principal Estado do país. O movimento tem ainda como objetivo enfraquecer o grupo que no dia 5 do mês passado aprovou a "construção" de uma candidatura própria à sucessão de José Serra (PSDB).

Adams assume AGU hoje no lugar de Toffoli, que toma posse no STF

O novo advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, 44, toma posse hoje em substituição a José Antonio Dias Toffoli, que assume, também hoje, vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal.

Ligado ao PT e com longa carreira no governo federal, Adams se tornou um dos auxiliares mais próximos do ministro Guido Mantega (Fazenda), com quem trabalhou desde o segundo ano do governo Lula.

Correio Braziliense

Contra-ataque na CPI do MST

O governo perdeu a batalha contra a oposição na criação da CPI do MST, mas já deu início à articulação para ocupar os principais postos da comissão. A base aliada do governo, maioria na Casa, pretende fazer valer a posição de liderança para garantir a relatoria e a presidência. “Prevalece a regra da proporção que o regimento do Congresso prega”, diz o vice-líder do governo na Câmara, Maurício Rands (PT-PE).

A depender do regimento, nem haverá muito esforço dos governistas. Eles terão 22 dos 36 integrantes na composição da comissão. Na Câmara, serão 11 vagas destinadas a legendas da base aliada de um total de 18. Já no Senado, o número representa 10 indicações e uma incerteza, com a indefinição de qual nome será encaminhado pelo PDT.

Missão: aparar as arestas

A cúpula nacional do PMDB montou uma comissão para definir as alianças que o partido fará nos estados para as eleições de 2010. A decisão de criar o grupo foi tomada depois de um jantar, na terça-feira, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a pré-candidata do governo nas eleições do ano que vem, a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, fecharam pré-compromisso para que PT e PMDB estejam unidos no ano que vem. Na briga pelo Palácio do Planalto, a bolsa de apostas aponta o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), como o provável vice na chapa.

Participam do grupo o próprio Michel Temer, o líder do bloco parlamentar PMDB/PTC na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), os ministros das Comunicações, Hélio Costa (MG), da Integração Regional, Geddel Vieira Lima (BA), e da Defesa, Nelson Jobim (RS), além do ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco. A primeira reunião está marcada para terça-feira. A escolha dos três ministros e do ex-governador não foi à toa. Em Minas, na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro existe o risco de não se repetir o possível acordo a ser fechado nacionalmente entre PT e PMDB, o que enfraqueceria os planos de sustentação estadual da campanha de Dilma.

Ponto eletrônico ainda é uma obra de ficção

A instalação do sistema de ponto eletrônico, uma das promessas para conter os gastos do Senado com pagamento de horas extras aos 6.280 servidores efetivos e funcionários comissionados, não tem prazo para começar. Em 18 de julho, o primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI), anunciou ao Correio que lançaria nos próximos dias a licitação para contratar o controle digital, que seria implementado em agosto, na volta do recesso parlamentar. Passados três meses, não há sequer prazo para a abertura da licitação. Enquanto isso, o pagamento de horas extras consumiu só este ano R$ 66,7 milhões, segundo dados da execução orçamentária do Senado.

Se fosse distribuído proporcionalmente, o pagamento de horas extras para cada trabalhador representaria, em média, R$ 1.062 a mais por mês nos contracheques ao longo de 2009. Só em setembro, foram consumidos R$ 7,7 milhões com o bônus. Desde 2003, são quase meio bilhão de reais pagos (veja quadro). Os 3.414 efetivos e 2.867 comissionados têm direito a receber nas terças, quartas e quintas um adicional por duas horas a mais de trabalho — a carga horária de lá é de 40 horas semanais. Mas o controle é praticamente inexistente. Quando chegam, os funcionários não precisam registrar a entrada. Ganham o adicional mesmo sem terem trabalhado em sessões extras. Precisam apenas esperar até as 20h30 para registrar na rede interna do Senado a saída. É comum haver casos de servidores que voltam nesse horário só para bater o ponto. O teto pago pelo Senado com as horas extras é de R$ 2,3 mil mensais por trabalhador.

Expectativa e frustração

De nada adiantou dobrar o turno de trabalho, limpar o capacete branco e vestir os uniformes novos entregues às pressas pelo patrão. O cancelamento da viagem do presidente Lula a três municípios mineiros, ontem, frustrou centenas de moradores, futuros beneficiários dos programas habitacionais do governo e, principalmente, políticos locais que já se articularam para tentar vencer a corrida por uma foto com o presidente. Em apenas um dia, Lula pretendia percorrer Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, acompanhado da ministra da Casa Civil e pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.

Mas o mau tempo no estado levou a comitiva presidencial a cancelar os compromissos e voltar para Brasília ainda pela manhã. Em novo périplo por Minas Gerais em menos de 15 dias (na semana passada, ele esteve na região do Rio São Francisco), o presidente anunciaria, no segundo maior colégio eleitoral do país, obras e convênios relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No Triângulo Mineiro, a previsão de chuva forte no horário da visita não vingou.

Mensalão causa efeito dominó

A demora em ouvir os depoimentos de políticos e autoridades em Brasília preocupa o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo que investiga o maior escândalo do governo Lula: o mensalão. A maior dúvida é se todas as testemunhas de defesa que foram arroladas pelos 39 réus serão ouvidas no prazo estabelecido por ele, que termina em dezembro. Se isso não acontecer, o julgamento da ação penal que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) pode atrasar ainda mais.

A interlocutores, o relator do processo costuma criticar o que classifica de “chicanas” da defesa para retardar a análise da ação pelo Supremo, acirrando o risco de prescrição. Ontem, ele tomou uma decisão que vai provocar reflexos diretos no julgamento do caso. Em meio à demora para concluir a fase de coleta de depoimentos em Brasília, propôs que o próprio juiz federal incumbido de ouvir testemunhas com prerrogativa para marcar dia, hora e local para prestar depoimento decida quando isso vai acontecer — caso a autoridade demore mais de um mês para agendar sua fala à Justiça.

Resumo das notícias dos jornais de hoje 22/10/2009

Nos jornais: Oposição impede pagamento de R$ 30 milhões à UNE
quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Globo

Oposição reage à proposta de dar R$ 30 milhões à UNE

Parlamentares da oposição impediram ontem que a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovasse o pagamento de R$ 30 milhões à União Nacional de Estudantes (UNE) como compensação pela destruição da sede da entidade no Rio, incendiada em abril de 1964.

O projeto é do governo.

A resistência do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) ao projeto levou estudantes da UNE a uma manifestação inusitada no Congresso.

Cerca de 50 manifestantes saíram pelos corredores gritando palavras de ordem contra o parlamentar, que foi chamado de “filhote da ditadura”.

Lula cede, contra PT, para ter PMDB com Dilma

O pré-acordo firmado entre PT e PMDB em favor da candidatura presidencial da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, vai exigir o sacrifício de candidaturas petistas nos estados, a começar pela do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias.

A cúpula peemedebista considera questão de honra a retirada do nome de Lindberg da disputa, em favor da reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDBRJ).

Ala oposicionista reage ao acordo

A ala oposicionista do PMDB reagiu ontem ao pré-acordo celebrado com o PT. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) chegou a dizer que o pacto não tem validade, já que a definição do partido só acontecerá na convenção de junho de 2010. Para ele, essa precipitação foi motivada pela pressa do presidente Lula.

— Não acredito que esse acerto prospere. O tempo está contra eles. Está evidente o pragmatismo do PMDB, que levou o partido a participar desse jantar. Agora, atribuo essa pressa ao presidente Lula, que quer ganhar a eleição a todo custo.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou o fato de as bases partidárias não terem sido consultadas, afirmando que a militância da legenda deseja candidatura própria.

Lindberg diz ver como fato positivo

O noivado entre PT e PMDB, com sacrifícios regionais, é, na avaliação de uma de suas possíveis vítimas, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), sinal de que os partidos vão deixar que os estados decidam de forma independente. Ele sustenta que, se antes a argumentação era de que só haveria alianças após aparadas as arestas locais, agora a vaga de vice na chapa da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, está garantida independentemente das situações nos estados.

— O pré-acordo é uma espécie de noivado, e o PMDB deu esse passo antes de resolver os problemas estaduais porque optou por ser o aliado preferencial da candidatura da Dilma. Com o pré-acordo, Temer praticamente assegura a vaga de vice na chapa.

Aécio: PMDB tem mais a ver com PSDB

De um lado, o governador Aécio Neves (MG), pré-candidato a presidente pelo PSDB, tratou de minimizar ontem a aliança feita na noite anterior entre o PT e o PMDB para que um peemedebista seja vice na chapa encabeçada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Do outro, Dilma aproveitou a mesma ocasião — a abertura do 37º Congresso Brasileiro de Agências de Viagem (Abav), no Rio — para, em ritmo de campanha, comparar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ao de Fernando Henrique Cardoso, e insinuar que o melhor para o país seria a continuidade da atual administração.

Serra: resposta pode sair antes em blog

O governador José Serra (PSDB) declarou ontem no microblog Twitter que está cansado de ser obrigado a falar sobre sua candidatura à Presidência. Pressionado, Serra disse que é cedo para uma definição, e que talvez responda à questão, em primeira mão, no próprio Twitter.

O DEM e alguns líderes do PSDB querem que Serra defina a candidatura até dezembro, mas ele tem dito que deseja levar o assunto até março.

— Estou cansado de não responder à pergunta sobre a Presidência... É cedo. Talvez responda primeiro no Twitter.

Quem sabe... — escreveu ele, de madrugada.

Yeda indica que será candidata à reeleição no RS

Um dia depois do arquivamento do pedido de seu impeachment pela Assembleia gaúcha, a governadora Yeda Crusius (PSDB) indicou ontem que será candidata à reeleição em 2010. Em entrevista ao lado do secretariado, no Palácio Piratini, disse já contar com o apoio do provável candidato tucano à Presidência da República, o governador de São Paulo, José Serra.

No início do mês, pesquisa do Ibope indicou que 62% dos gaúchos eram favoráveis ao impeachment e 64% consideravam o governo ruim ou péssimo. O desempenho de Yeda foi reprovado por 74% dos entrevistados. O PT já definiu Tarso Genro como candidato ao governo, e o PMDB está entre José Fogaça e Germano Rigotto.

Lula desafia STF e oposição: viagens vão continuar

Acusado pela oposição e pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de fazer campanha antecipada para sua candidata à Presidência, a ministra Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as críticas ontem, com doses de ironia.

Em visita à capital mineira, disse que até o fim de seu mandato fará muitas viagens com sua equipe de governo — como a da semana passada, pelo Vale do Rio São Francisco — para vistoriar e inaugurar obras.

Posse de Joaquim no TSE é incerta

Há mais de dois anos padecendo de dores na coluna, o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa cogita abrir mão da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2010, ano das eleições presidenciais, caso sua saúde não melhore. Pelo sistema de rodízio, sua posse está marcada para abril. O ministro faz tratamento médico em Fortaleza e São Paulo, além de sessões de acupuntura em Brasília. Ele deve aguardar o fim do ano para avaliar a reação aos tratamentos antes de decidir se assumirá o comando do TSE, como informou a “Folha de S.Paulo” ontem.

Joaquim, de licença no TSE, não quer comentar o assunto. A pessoas próximas, relata que a dor não o permite acompanhar as sessões no Supremo à tarde e depois encarar o expediente noturno na corte eleitoral. Por isso, tem intercalado licenças médicas nos dois tribunais.

Palocci nega mensalão e defende José Dirceu

Em depoimento na Justiça Federal como testemunha no processo do mensalão, o deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP) negou que tenha havido um esquema de compra de votos no governo Lula. A exemplo da ministra Dilma Rousseff, na véspera, Palocci disse que só ouviu falar do mensalão pela imprensa e defendeu o ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT-SP), acusado pela Procuradoria Geral da República de chefiar uma organização criminosa para subornar deputados em troca de apoio político.

— Meu conceito dele (Dirceu) é de um homem bastante responsável em suas atribuições e dedicado às causas políticas — disse Palocci, que depôs como testemunha na 12ª Vara Criminal da Justiça Federal em Brasília.

Múcio estreia no TCU em favor do PAC

Em sua estréia na corte, o ministro José Múcio Monteiro ajudou o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) a amenizar uma punição severa, com potencial de paralisação, a uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A linha sul do Metrô de Fortaleza está orçada em mais de R$ 800 milhões e há indícios de irregularidades como superfaturamento de R$ 113 milhões. Depois de uma dura discussão, os ministros do TCU, por 5 votos a 3, preferiram manter a obra em andamento e não exigir que o total do valor superfaturado fosse descontado dos próximos pagamentos.

Folha de S.Paulo

"No Brasil, Jesus teria que se aliar a Judas", diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que até "Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão" se fosse eleito para governar o Brasil. Na primeira entrevista à Folha após dois anos, declara que "a transferência de voto não é como passe de mágica". Diz, porém, que se empenhará em transferir o seu prestígio e o do governo para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, sua candidata. Nega que a eleição dela fosse equivaler a um terceiro mandato. "A Dilma no governo tem de criar a cara dela. Rei morto, rei posto."

Lula afirma ser "debate pequeno" a declaração do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, de que faz comícios pró-Dilma em viagens pelo país. Novamente de dieta para emagrecer, diz que apoiou a manutenção no cargo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), por "segurança institucional". Segundo Lula, a oposição ia "fazer um inferno neste país".

Lula pressiona Estados por aliança local

Na presença das principais lideranças petistas e peemedebistas durante jantar anteontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou a formação de alianças nos Estados e chegou a ameaçar não visitar locais problemáticos na campanha de 2010.

"Eu gostaria de subir num palanque só. É difícil subir em dois. Se isso acontecer, há o risco de eu não subir em nenhum", afirmou o presidente, segundo relatos de presentes ao encontro no Palácio da Alvorada que sacramentou um "pré-compromisso" de PT e PMDB em torno da candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

Governadores resistem a parceria entre PT e PMDB

Um dia depois de anunciado acordo entre PT e PMDB para a disputa à Presidência, ao menos 3 governadores dos 14 Estados sob o comando de alguma das duas siglas disseram achar difícil a repetição da parceria em âmbito regional.

No Paraná, o peemedebista Roberto Requião afirmou que não reconhece o compromisso.

O petista Jaques Wagner, da Bahia, disse que uma aliança não deve ocorrer em seu Estado. Em Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB) rechaçou qualquer hipótese de acordo, enquanto seu colega de sigla André Puccinelli, de Mato Grosso do Sul, reafirmou sua posição de "monogâmico".

Verba indenizatória é usada para publicidade

A "divulgação de mandato" é o item da verba indenizatória com o qual os congressistas mais gastam recursos. Dos mais de R$ 8 milhões de verba indenizatória usados em setembro por deputados federais e senadores, R$ 1,8 milhão foi destinado a esse tipo de pagamento -o equivalente a 23%.

Na Câmara, o segundo item com mais gastos no mês foi combustível (R$ 1,1 milhão), seguido de telefonia (R$ 1,08 milhão). A despesa com passagens aéreas, que gerou uma crise na Casa no início do ano, ficou em R$ 566 mil entre deputados.

Deputados têm três meses para prestar contas

Os deputados federais têm até três meses, após efetuarem os gastos, para prestar contas do uso da verba indenizatória. No caso das despesas feitas em setembro, o prazo para divulgar os gastos no sistema de acompanhamento das verbas no site da Câmara vai até dezembro. No Senado, os congressistas têm até o fim de cada ano para divulgar os dados.

O valor das despesas em setembro deve ser superior a R$ 8 milhões, já que as informações ainda estão sendo cadastradas no sistema. Até o início deste mês, constavam só na Câmara 452 pagamentos no mês passado no item "divulgação de mandato".

Os gastos que foram lançados no sistema para setembro foram todos feitos no próprio mês, de acordo com a direção da Câmara e do Senado.

AIB doou para 92 candidatos desde 2002

Pivô da decisão de cassação de 13 vereadores paulistanos na segunda, a AIB (Associação Imobiliária Brasileira) fez doações diretas para 92 candidatos nas últimas quatro eleições (2002, 2004, 2006 e 2008), em um total de R$ 9,7 milhões.

Entre os beneficiários, há dois candidatos à Presidência, dois ao governo, dois ao Senado, 15 à Câmara, 12 a Assembleias Legislativas, oito a prefeito e 60 a vereador. A soma ultrapassa 92 porque alguns receberam mais de uma vez.

Entre os que receberam da AIB -todas registradas no site do Tribunal Superior Eleitoral-, estão o atual presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e os deputados Antonio Palocci (PT-SP), Paulo Teixeira (PT-SP) e Rodrigo Maia (RJ), presidente do DEM.

Yeda diz que errou ao adquirir casa logo após vencer eleição

Um dia depois de se livrar do processo de impeachment que corria na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius (PSDB) disse que cometeu um "erro político" ao comprar a casa onde vive logo depois de vencer a eleição, em 2006.

Símbolo da crise gerada por denúncias de corrupção contra o governo tucano, o imóvel foi comprado em dezembro daquele ano - pouco antes de a governadora tomar posse- por R$ 750 mil, segundo Yeda.

Palocci segue Dilma e rechaça o mensalão

O ex-ministro da Fazenda e atual deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) disse ontem, em depoimento à Justiça Federal de Brasília, que não tinha conhecimento do mensalão. Ele defendeu o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu: "Homem dedicado e responsável", disse.

No processo, Palocci é testemunha de um dos réus, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB).

STJ rejeita denúncia contra desembargadores do TRF-3

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça rejeitou, por unanimidade, a denúncia oferecida contra os desembargadores Alda Basto, Nery Júnior e Roberto Haddad, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Eles foram alvos da Operação Têmis, deflagrada em 2007, e acusados de participação numa suposta quadrilha que burlava o fisco e negociava decisões judiciais para favorecer empresas de bingo.

Os três magistrados foram denunciados sob acusação de quadrilha. Alda também foi acusada de corrupção passiva, prevaricação e falsidade ideológica; Nery Júnior, também por prevaricação. Haddad foi acusado de exploração de prestígio e advocacia administrativa [patrocinar interesse privado].

O Estado de S.Paulo

FAB usará helicópteros russos na Amazônia

Até o final do ano, os três primeiros helicópteros de ataque, comprados da Rússia, serão utilizados pela Força Aérea Brasileira para reforçar a presença militar na região da Amazônia. Eles vão ficar sediados na Base Aérea de Porto Velho, em Rondônia.

São aeronaves MI-35, que integram um lote de 12 unidades, do mesmo tipo que os modelos vendidos para a Venezuela. Os helicópteros chegam à região em um momento de tensão militar na América do Sul, sobretudo entre os países andinos: Colômbia, Equador e Venezuela.

DEM pressiona para Serra ''sair da toca'' imediatamente

Por trás da pressão do DEM para que o PSDB acelere a escolha do candidato do partido à Presidência, está uma disputa de poder, envolvendo líderes democratas, e a avaliação de que o lançamento da candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), catalisará as alianças regionais. "No DEM, ninguém tem dúvida de que o candidato é o Serra. Queremos é que ele saia da toca", diz o deputado Alceni Guerra (DEM-PR).

Integrantes do DEM não se conformam de Serra ter aberto a temporada de costuras eleitorais com um acerto bem-sucedido na Bahia, considerado "impossível", e depois ter "se entocado", ausentando-se das negociações em outros Estados.

Presidente cobra do PT e PMDB união nos Estados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu às direções do PT e do PMDB que enquadrem as seções estaduais dos dois partidos, com objetivo de garantir ampla rede de apoio em torno da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto, em 2010. O pedido de Lula foi feito durante jantar que selou a aliança entre os dois partidos, na terça-feira, no Palácio da Alvorada.

"Como vou fazer campanha em dois ou três palanques?", perguntou o presidente, anfitrião do jantar que reuniu Dilma, ministros, senadores, deputados e dirigentes petistas e peemedebistas. Lula lembrou a trajetória do PT para dizer que, muitas vezes, um partido só se consolida nacionalmente entrando em confronto com posições de diretórios estaduais, que desejam lançar candidatura própria apenas para "marcar posição".

Lula desafia oposição e retoma tour com Dilma

Num discurso de quase 40 minutos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu ontem, em Belo Horizonte, às críticas da oposição a sua viagem para visitar obras de transposição do Rio São Francisco, na semana passada. "Agora desgraçou tudo, porque agora os homens estão ficando nervosos porque nós estamos inaugurando obra", afirmou ele, durante inauguração do programa Cidade Digital. "É a primeira vez na minha vida que eu vejo homem ficar nervoso porque estão inaugurando obra. Eu, quando fazia oposição, ficava nervoso porque não tinha obra." Irônico, ainda provocou a oposição. "Calma, calma, que nós ainda nem começamos a inaugurar o que nós temos de inaugurar neste país."

Lula não se referiu à crítica feita na véspera pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, para quem a Justiça Eleitoral deve investigar suas excursões ao lado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, as quais qualificou de "vale-tudo" eleitoral. Mas defendeu as viagens em vários momentos do discurso. Segundo ele, agora há muito trabalho para ser feito fora de Brasília. Ontem, além de Dilma, outros cinco ministros o acompanhavam: Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social; Hélio Costa, das Telecomunicações; Fernando Haddad, da Saúde; Márcio Fortes, das Cidades, e Luiz Dulci, da Secretaria-Geral.

Caciques do PT paulista dão sinal verde para ''projeto Ciro''

Apesar das queixas sobre a possibilidade de o PT não ter candidato próprio no maior colégio eleitoral do País, um grupo de caciques do partido em São Paulo já decidiu que não vai criar nenhum tipo de obstáculo aos planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tirar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) da corrida presidencial. Reunidos no início desta semana na capital paulista, dirigentes da corrente petista Construindo um Novo Brasil, entre eles o ex-ministro José Dirceu e os deputados Antonio Palocci e João Paulo Cunha, acertaram que não vão se opor à candidatura de Ciro ao Palácio dos Bandeirantes em 2010.

Ao mesmo tempo em que ajuda a pavimentar a aliança nacional entre PT e PSB, o acerto foi pensado com o objetivo de enquadrar o grupo da ex-ministra Marta Suplicy, que assumiu nas últimas semanas a dianteira na defesa da candidatura própria do PT ao governo paulista. Ela chegou a afirmar publicamente que a candidatura de Ciro "não tem a ver com São Paulo" e que o PSB "nunca fez um caminho de flores" para o PT no Estado.

Berzoini ameaça rebeldes

Para sufocar qualquer resistência de setores do PT paulista à candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo de São Paulo, o presidente da legenda, Ricardo Berzoini (SP), mandou um recado para eventuais rebeldes: a direção nacional do partido poderá intervir para garantir a aliança.

"É claro que a instância nacional tem o poder estatutário de tomar decisões na eleição nacional sobre questões estaduais", disse Berzoini, em entrevista à Record News.

Procurador tem poder de investigar, diz STF

A 2ª Turma de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Ministério Público tem competência para fazer investigação criminal, por sua iniciativa e sob sua direção, para formar convicção sobre delito. Deve, porém, respeitar as garantias constitucionais asseguradas a qualquer investigado.

Os ministros rejeitaram, em votação unânime, habeas corpus em que um agente da Polícia Civil do Distrito Federal, condenado pelo crime de tortura, pedia a anulação do processo alegando que ele fora baseado exclusivamente em investigação criminal da promotoria.

STJ rejeita denúncia contra juízes no caso Têmis

Em julgamento de quase quatro horas, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou ontem denúncia criminal da Procuradoria da República contra desembargadores do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, por suposto envolvimento na Operação Têmis. A investigação da Polícia Federal mirou organização criminosa para venda de decisões judiciais e agilização de processos administrativos na Receita.

A decisão foi tomada por unanimidade pelos ministros do STJ, que vetaram abertura de ação penal contra os desembargadores Alda Maria Basto Caminha Ansaldi e Nery da Costa Júnior. Os ministros mandaram abrir processo apenas contra o desembargador Roberto Luiz Ribeiro Haddad por posse de arma de fogo de uso restrito. Ele permanece no cargo porque o crime não tem relação direta com a atividade de magistrado.

Do divórcio ao plantio de árvores pelos ex

Boas intenções, às vezes, caem na tentação do exagero. Um projeto de lei do deputado Carlos Mannato (PDT-ES) é exemplo disso. Torna obrigatório o plantio de árvores nos casos de divórcio, casamento, compra de veículos e construção de edifícios. Diz o deputado que todos os casos levam ao aumento no consumo de água, energia e alteração da ocupação do espaço urbano.

"Quando duas pessoas se casam há deslocamentos e construção de novas moradias, o que implica agressão ao meio ambiente; quando há divórcios, a separação leva à ocupação de dois lugares, o que também agride o ambiente. O mesmo se aplica à compra de carros e à construção". Mas, diante das críticas, e da rejeição do projeto pela Comissão de Indústria e Comércio na semana passada, o deputado admite mudar a proposta. "Vou ouvir especialistas e fazer uma coisa mais técnica", disse.

Yeda admite ter cometido ''erros políticos''

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), declarou ontem ter cometido "erros políticos" ao aceitar a indicação do empresário Paulo Afonso Feijó (DEM) como vice-governador em sua chapa, em 2006, e ao comprar uma casa no final da campanha eleitoral.

"Eu deveria ter previsto que qualquer mudança naquele período, para uma governadora ainda não empossada, provocaria desconfianças, mesmo que feito de modo legal, limpo e transparente", afirmou a tucana, a jornalistas convidados para uma entrevista coletiva.

''Estado'' vai ao STJ para derrubar censura

Os advogados de O Estado de S.Paulo vão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a censura imposta pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), que há 83 dias impede a publicação de reportagens sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Ontem, ao julgar mais um recurso do jornal, os desembargadores que integram a 5ª Turma do TJ-DF confirmaram a decisão tomada por eles no dia 30 de setembro, quando, além de manter a censura, determinaram a transferência do processo para a Justiça Federal do Maranhão - terra da família Sarney. O julgamento foi sigiloso. Apenas os advogados do Estado puderam assisti-lo.

Funai procura tribos isoladas no Amazonas

A Fundação Nacional do Índio (Funai) vai realizar uma expedição de dois meses, a partir de novembro, em busca de índios isolados na Amazônia. A área que será mapeada por 12 indigenistas, índios e mateiros é de cerca de 500 mil hectares, na extensão do Rio Boia, no nordeste do Vale do Javari, região de 8 milhões de hectares no ocidente do Amazonas.

No Vale do Javari, vivem cerca de 4 mil índios identificados das etnias korubo, mayoruna, marubo, matis, kanamari e kulina. Na região, em meio à floresta fechada, é estimada a existência de mais de 90% dos 68 possíveis grupos indígenas isolados.

Correio Braziliense

Motoristas armados no STF

Um novo contrato que trouxe mudanças na estrutura de segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) mexeu com a suscetibilidade de servidores da Corte e causou desconforto em alguns ministros. Desde a última segunda-feira, os motoristas dos ministros ganharam a permissão de andar armados, atuando também como seguranças privados. A alteração, instituída por decisão do presidente Gilmar Mendes, pretende dar aos integrantes da Corte a opção de circular nas ruas com mais de uma pessoa responsável e capacitada para agir em casos de perigo.

As novas atribuições eram uma antiga reivindicação dos motoristas da Corte, que viam na medida a possibilidade de aumentar os salários. E, de fato, foi o que ocorreu na prática. Cerca de 20 funcionários receberam em média 50% de reajuste por acumular a nova função.

Deputado na mira do Conselho

A Corregedoria da Câmara deverá pedir ao Conselho de Ética da Casa abertura de processo contra o deputado Paulo Roberto Pereira (PTB-RS) por envolvimento no escândalo da farra das passagens(1) e por indícios de apropriação indevida de parte dos salários de seus assessores.

A decisão sai mais de dois meses depois que o corregedor da Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), instaurou uma comissão de sindicância formada pelos deputados Marcelo Ortiz (PV-SP), Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) e Odair Cunha (PT-MG). O colegiado também analisou processo contra o deputado Eugênio Rabelo (PP-CE), mas entendeu que ele não participou de ilegalidades.

O processo envolvendo Pereira é considerado delicado porque ele teria se beneficiado de um esquema de venda ilegal de crédito de passagens aéreas da Câmara e embolsado vencimentos de seus funcionários de gabinete. A acusação foi feita durante o processo por um ex-funcionário. Nos autos, o deputado do Rio Grande do Sul negou as acusações, disse ter já exonerado o antigo servidor e atribuiu a denúncia a uma vingança. O Correio entrou em contato com o gabinete do parlamentar, mas ele não retornou as ligações até o fechamento desta edição.

Omissos ganham tempo

O Senado decidiu prorrogar pela segunda vez o prazo para recadastramento de seus funcionários. A intenção é fazer com que os 828 servidores (13,2% do quadro total da Casa) omissos até agora finalmente atendam ao chamado da Diretoria-Geral. Eles terão até a meia-noite da próxima segunda-feira (26 ) para concluir o censo. Com isso, chega a 61 dias o prazo dado para o preenchimento dos formulários. Há quem não tenha tanta paciência. Na tarde de ontem, o senador Marconi Perillo (PSDB-GO), vice-presidente do Senado, fez um requerimento pedindo a suspensão dos salários dos que não se recadastraram e a abertura de processo administrativo contra todos eles.

Com a prorrogação do prazo, a diretoria espera que o número de adeptos ao censo aumente. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, dos 828 servidores, 663 teriam iniciado o recadastramento, mas não finalizaram o processo, o que só ocorre com a impressão de um comprovante. Por conta disso, garante o órgão, estariam entre os quase mil que ignoraram o censo. Portanto, seriam 165 os funcionários que nem teriam sequer dado início ao recadastramento.

Efeito colateral da aliança

Depois de selar o noivado com o PMDB, o PT vai para o altar de sacrifícios com os escolhidos como oferenda à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Tudo para garantir que nada saia errado na aliança e estados importantes fiquem alinhados com o objetivo do presidente Lula de fazer a sucessora.

A mira petista está voltada para o prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias, que sonha se lançar ao governo do Rio de Janeiro. Ele será convidado gentilmente a retirar o “cavalo da chuva” e apoiar o governador peemedebista Sérgio Cabral. O estado é considerado fundamental na hora da Convenção Nacional do PMDB, marcada para o ano que vem.

Lula pede calma à oposição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu calma à oposição, que, segundo ele, anda “nervosa” por causa das inaugurações de obras federais que ele tem feito nos últimos dias. O PSDB, o DEM e o PPS acusam o presidente de estar usando os eventos como desculpa para fazer campanha eleitoral antecipada para a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil. Anteontem, os três partidos representaram contra Lula e Dilma alegando que ambos têm usado a estrutura administrativa para promover a campanha dela fora do período eleitoral.

“É a primeira vez na vida que vejo alguém ficar nervoso por isso. Eu, quando era oposição, ficava com raiva por não ter o que inaugurar”, disse o presidente. Segundo ele, a oposição precisa ter calma, pois o governo federal ainda nem começou a consagrar todos os feitos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Ainda tem muita coisa para acontecer”, alertou Lula. Ele, que participa de uma maratona de visitas em cinco cidades mineiras, ainda alfinetou os opositores dizendo que antes ninguém reclamava porque não tinha nada para expor. “Ficava todo mundo em Brasília vendo o tempo passar” porque não tinha nada para mostrar para a população.

Cabo que prendeu Lula se aposenta

O cabo Gilmar Lino de Araújo, da Polícia Militar de Minas Gerais, que na década de 1980 prendeu o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva em Belo Horizonte, foi homenageado ontem pelos seus 30 anos de trabalho no Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam). Em reunião no auditório do batalhão, foi apresentado um vídeo contando a trajetória do policial, único PM que prestou serviço por tanto tempo no Rotam.

Emocionado pelas homenagens, o cabo Araújo falou sobre a satisfação do trabalho no batalhão, que faz parte do sistema de policiamento especializado da PM. Ele, então, comentou a ação policial mais inusitada de sua vida, quando prendeu o sindicalista que, depois de duas décadas, viria a ser eleito presidente da República. A prisão foi durante um dos muitos movimentos grevistas de que Lula participou na capital, depois da paralisação dos trabalhadores da indústria da construção civil, em agosto de 1979.

Fogo amigo nos royalties

O noivado para as eleições de 2010 entre PT e PMDB, selado em concorrido jantar na terça-feira à noite no Palácio da Alvorada, teve o primeiro revés ontem na Câmara. Tido como um dos padrinhos do futuro casamento, o líder peemedebista na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), pregou uma peça no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como relator do projeto sobre o sistema de partilha na produção da camada do pré-sal, trabalhou na contramão dos interesses do governo: reduziu os recursos da União e aumentou em 50% a verba destinada aos estados produtores.

Ele apresentou o texto na terça-feira à tarde ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e à secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Surpreendidos, os dois pediram prazo para analisar as mudanças. Com isso, a reunião da comissão relatada por Henrique Eduardo Alves e as das outras três sobre projetos do pré-sal foram adiadas para a próxima semana.

Matemática não é o bastante

O Congresso presenciou ontem mais um capítulo no embate em torno da criação da chamada CPI do MST, cujo objetivo é investigar os repasses de recursos do governo e de organismos internacionais aos sem terra. Até o fim da noite de ontem, a bancada ruralista havia conseguido o número suficiente de assinaturas para criar a comissão —185 na Câmara, 14 a mais que o necessário, e 35 no Senado, oito além do mínimo. Mas se o placar era claramente desfavorável aos governistas, a vitória era incerta.

O temor da oposição é que se repita a manobra ocorrida durante a primeira tentativa de emplacar a investigação, no fim do mês passado. Na ocasião, 45 parlamentares retiraram seu nome do pedido na última hora. Um a um, eles teriam sido convencidos pela base aliada do governo a mudar de ideia. Para evitar uma nova debandada, os oposicionistas adotaram uma estratégia ousada: constrangir os eventuais “vira-casacas”, divulgando seus nomes na internet. “Nossa investida provou que os deputados estão preocupados com o ano pré-eleitoral e não querem desagradar a suas bases com uma atitude dessas”, adiantou Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Lucena Adams assumirá a AGU

O último dia de trabalho de José Antonio Dias Toffoli à frente da Advocacia-Geral da União (AGU) começa com a confirmação do nome de quem o sucederá. Toffoli toma posse amanhã como o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Vai substituir Carlos Alberto Menezes Direito, que morreu em setembro. O atual procurador-geral da Fazenda Nacional, Luís Inácio Lucena Adams, foi confirmado ontem à noite como o substituto de Toffoli. A nomeação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerada uma sucessão natural, já que Adams integra a carreira da advocacia pública.

Toffoli não marcou compromissos oficiais na agenda. Ontem, despachou pela última vez com o presidente Lula, ainda como advogado-geral da União — a exoneração será publicada hoje no Diário Oficial. No último dia à frente do cargo, vai usar o horário do expediente para se despedir de assessores e servidores. Dirá, em comunicado interno, que, durante os dois anos e meio na função, conseguiu aprofundar os conhecimentos sobre a advocacia pública. E que está convicto da importância do órgão para a segurança jurídica e o desenvolvimento do país. Já esvaziou o gabinete. Passou os últimos 10 dias resolvendo pendências. “Respiro aliviado”, disse a interlocutores.

PM acha corpo dentro de carrinho de supermercado no Morro dos Macacos

PM acha corpo dentro de carrinho de supermercado no Morro dos Macacos

Moradores dizem ter ouvido tiros na favela. Mais cedo, criminosos invadiram pátio de escola em Manguinhos.


A polícia encontrou nesta terça (20) o corpo de um homem dentro de um carrinho de supermercado, num dos acessos ao Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio. Segundo testemunhas, o corpo foi deixado no local por criminosos. Moradores relataram que ouviram disparos e uma bomba teria sido arremessada, ainda segundo moradores. A Polícia Militar não confirmou o tiroteio nem a informação da bomba. Não há informações da identificação do homem.

Escola invadida

A Secretaria municipal de Educação informou que por volta das 11h30 da manhã desta terça-feira dois homens armados utilizaram o pátio da Escola municipal Professora Maria de Cerqueira e Silva, em Manguinhos, no subúrbio, para fugir de policiais que faziam operação no bairro. Ainda segundo a secretaria, nenhuma das dependências da unidade foi invadida pelos dois homens. A Secretaria Municipal de Educação informou que lamenta o ocorrido e confia no trabalho das autoridades de segurança do estado.

Apesar das aulas no período da tarde terem sido mantidas, os pais não levaram seus filhos para a escola. A Escola municipal Maria Cerqueira possui 1.137 alunos, distribuídos em dois turnos. A polícia fez na parte da manhã uma operação na favela Nelson Mandela, em Manguinhos. Os policiais apreenderam cerca de mil papelotes de cocaína e uma carabina. O material estava dentro de uma casa e ninguém foi preso. Houve tiroteio durante a ação. Um adolescente foi detido com um rádio de comunicação.

24 mortos, diz PM

Já são 24 os mortos na guerra do tráfico da Zona Norte. De acordo com balanço das operações divulgadas pela Polícia Militar, dos confrontos de sábado (17) até a manhã desta terça-feira (20), 18 criminosos, três policiais militares e três jovens que foram atacados por traficantes quando chegavam em casa, no Morro dos Macacos em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, foram mortos.

Segundo a polícia, dois suspeitos morreram durante uma operação em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na noite de segunda-feira (19). Ainda de acordo com a polícia, um deles estaria com um revólver. Onze pessoas foram presas. Segundo a PM, nas operações foram apreendidos oito fuzis, dez pistolas, uma metralhadora, quatro carabinas, três granadas, dois revólveres, além de drogas e grande quantidade de munição. Também foram recuperados dez carros e sete motos roubados.

Na manhã desta terça-feira, a polícia está realizando operações nos morros do Borel, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, e Juramento, em Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio. O policiamento está reforçado no morro do Cajueiro, em Madureira, no subúrbio. Além disso, a polícia faz um grande cerco aos morros dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte, e São João, no Engenho Novo, no subúrbio, onde ocorreram os confrontos do fim de semana.

Correio Press

Resumo das notícias dos jornais de hoje 21/10/2009

Nos jornais: Yeda se livra de impeachment
quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Globo

Yeda se livra de impeachment

Numa sessão tensa, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul arquivou ontem o processo de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB) por 30 votos contra 17. Nas galerias, manifestantes pró e contra Yeda trocaram hostilidades.

Apenas deputados de oposição ocuparam a tribuna, para atacar o relatório da deputada tucana Zilá Breitenbach contrário à admissibilidade da denúncia contra a governadora por crime de responsabilidade.

Relator apresenta reestimativa de receita para 2010

No mesmo dia em que o governo anunciou a 11aqueda seguida na arrecadação mensal de impostos em 2009, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou ontem à Comissão Mista de Orçamento uma reestimativa de receita para 2010, aumentando-a em R$ 14,7 bilhões.

E ainda previu que possam ser abatidos da meta do superávit primário R$ 7,3 bilhões, ao incluir o programa Minha Casa, Minha Vida no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Com essa “mágica contábil”, como ele mesmo definiu, Jucá, relator de receitas do Orçamento de 2010, criou uma brecha fiscal de R$ 22 bilhões para serem gastos. Valor exato para suprir o rombo de igual cifra no Orçamento de 2010, referente a despesas não cobertas pela proposta orçamentária enviada pelo governo.

Lula critica defensores do Estado mínimo

O presidente Lula voltou a atacar os críticos da intervenção do Estado na economia, acusando o mercado de se recusar a assumir tarefas necessárias para o país. Ao dar posse ao novo ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, ele chamou de atrasada a concepção de que o governo deve um papel menor, e elogiou os planos de desenvolvimento da ditadura militar. As declarações foram dadas uma semana após o auge da pressão do Planalto para influir na condução da Vale do Rio Doce: — É preciso pensar as coisas que precisamos fazer para tornar o Brasil moderno, avançado, sem aquela concepção atrasada de que o Estado não tem um papel a cumprir no país. Se tem uma coisa extraordinária que a crise econômica permitiu enxergar é que não é possível um país sobreviver se o estado for débil e fraco, e o mercado for forte.

Porque tem coisas que o mercado não sabe fazer, e tem coisas que o mercado não quer fazer.

Ao enaltecer o papel da Secretaria de Assuntos Estratégicos, criada há dois anos para alocar o PRB do vice-presidente José Alencar na Esplanada, Lula voltou a elogiar os planos de desenvolvimento do regime militar: — O Brasil historicamente padeceu do erro de ser pensado de quatro em quatro anos. As coisas começaram a mudar em 2006, quando lançamos o PAC.

O Gabeira Unger

Em três momentos de seu discurso, ao se referir ao ex-ocupante da secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, professor em Harvard, o presidente Lula o chamou de Gabeira. Mas as gafes não pararam por aí: o embaixador Samuel virou Salomão.

— O Gabeira não está aqui, está, certamente, em Chicago, porque ele voltou para a universidade, senão ele perderia a titularidade dele na escola — afirmou Lula.

PT e PMDB firmam pré-acordo para eleição

Em jantar ontem à noite no Palácio da Alvorada, em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, líderes do PT e do PMDB formalizaram um pré-acordo para a eleição de 2010. O PMDB indicará o candidato a candidato a vice e ainda terá direito de participar da coordenação de campanha e de elaborar o programa de governo.

Pelo acordo, os dois partidos terão de discutir juntos divergências regionais que possam atrapalhar a aliança.

Hoje, o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), e o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), vão divulgar uma nota oficializando o acordo, que ainda terá de ser submetido às convenções dos dois partidos. Com a ameaça de fortalecimento da ala oposicionista do partido, a cúpula do PMDB foi ao encontro de Lula no jantar para reforçar a estratégia de tentar debelar o movimento de apoio à candidatura tucana. Esse foi o argumento usado pelo PMDB para conseguir antecipadamente de Lula a garantia de vaga de vice na chapa encabeçada por Dilma.

Aécio cobra decisão do PSDB, e Serra reage

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), não esconde mais sua divergência com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), sobre o momento de definir a candidatura do PSDB à Presidência e aumentou a pressão sobre o partido em busca de uma definição.

Perguntado se o grupo paulista estaria atrasando a decisão sobre o nome que vai enfrentar a ministra Dilma Rousseff (PT), assumiu ter posição diferente: — O Serra gostaria (da definição) um pouco mais para a frente.

Mas vamos chegar num entendimento — disse Aécio, no Palácio da Liberdade.

Suspensa cassação de três vereadores de SP

Três vereadores e um suplente da Câmara Municipal de São Paulo conseguiram suspender a decisão da Justiça Eleitoral que cassou seus mandatos e de mais dez parlamentares do município, todos da base do prefeito Gilberto Kassab (DEM). A tendência é de todos os vereadores obterem a medida. Todos serão julgados no máximo até o início de 2010.

Correm o risco de perder mandatos e ficar inelegíveis por três anos. Outros 17 vereadores, inclusive da oposição, aguardam decisão judicial.

PRF diz ter achado provas do Enade sem lacre

Cinco caixas com provas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), o antigo Provão, foram encontradas sem lacre de segurança ontem, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Três Rios, Sul Fluminense. As caixas eram transportadas por funcionários da Consulplan — responsável pela organização do Enade — de São Paulo para Muriaé (MG) numa caminhonete modelo F-250, parada por policiais numa blitz.

Segundo o agente Ildefonso Ventura, havia ainda discrepância entre o conteúdo das caixas e a descrição da carga na nota fiscal. O Ministério da Educação negou quebra de sigilo e informou que o exame, marcado para o dia 8 de novembro, transcorrerá normalmente.

DEM apresenta pedido para criar CPI contra o MST

Com o apoio expressivo de deputados de partidos da base do governo, os líderes do DEM apresentaram ontem pedido de abertura de CPI mista para investigar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O partido conseguiu colher o apoio de 188 deputados, quando eram necessárias 171 assinaturas; e ainda de 35 senadores, quando o mínimo era de 27.

O requerimento será lido em sessão do Congresso hoje. Para evitar a instalação da CPI, o governo terá o prazo até a meia-noite para convencer deputados a recuarem e retirarem suas assinaturas.

Folha de S.Paulo

União PT-PMDB dobra tempo de TV de Dilma

O "pré-compromisso" eleitoral entre PT e PMDB vai garantir à pré-candidata governista às eleições de 2010, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o dobro do tempo de propaganda gratuita na TV. Em troca, o PMDB exige a vice na chapa e uma solução nos Estados onde estão concentradas as principais divergências com o PT.

Os peemedebistas também querem assento na coordenação da campanha da ministra e participação ativa na formulação do programa de governo.

Ciro ironiza acordo governista e diz que PSB vai esperar 2010

Pré-candidato a presidente da República pelo PSB, o deputado federal Ciro Gomes (CE) foi irônico ontem ao comentar o acordo entre PT e PMDB em prol da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). "Só espero que o PMDB entregue o que está prometendo. Espero também que os termos da aliança sejam confessáveis", afirmou.

Ciro, que é um crítico do PMDB, admitiu que os diversos encontros partidários realizados por Dilma nos últimos dias fortalecem a candidatura da ministra, mas afirmou que isso não o preocupa.

Apoio do DEM é um "estímulo" a sua candidatura, afirma Aécio

Um dia depois de apresentar ao comando do PSDB sua candidatura à Presidência, o governador de Minas, Aécio Neves, disse ontem ter recebido como um "enorme estímulo e incentivo" a manifestação de apoio de parlamentares do DEM. Segundo ele, essa "posição majoritária" mostra que a disputa no PSDB não está decidida em favor do governador José Serra.

"Isso é uma demonstração clara de que não há decisão tomada e há espaço para criarmos um projeto que chamaria de mais convergente. É um estímulo muito grande", disse.

TSE alerta contra a antecipação de campanhas

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto, disse ontem que existe no Brasil uma cultura que beneficia os candidatos que recebem o apoio dos atuais governantes, mas que há "antídotos jurídicos" para solucionar possíveis abusos, como representações à Justiça Eleitoral.

Para Britto, há uma "tentação muito forte" por parte dos políticos que estão no poder de antecipar o processo eleitoral.

Mendes classifica viagem ao rio São Francisco de "vale-tudo"

A realização de sorteios e comício da comitiva presidencial em visita às obras de transposição do rio São Francisco foi chamada ontem pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, de "vale-tudo".

Para ele, há uma "mais valia natural" de candidatos ligados ao governo, mas questionou atos semelhantes a campanha em atos de governo.

Presidente aprova retirada de poderes da Abin, afirma Tarso

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que o presidente Lula aprovou a nova política nacional de inteligência, que repassa para o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) o controle das ações na área, esvaziando o poder da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

A nova política deve apresentar as ameaças nas quais a área de informações do Estado deve atuar, como terrorismo, narcotráfico, crime organizado, corrupção e sabotagem. O texto ainda passará por revisões técnicas.

Oposição volta a pedir CPI para investigar repasses ao MST

A oposição apresentou ontem um novo pedido de CPI sobre possíveis irregularidades no repasse de verba do governo para o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Desta vez, deputados do DEM e do PSDB ameaçam constranger publicamente os congressistas que retirarem seus nomes da lista de assinaturas.

De autoria do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o requerimento foi apresentado no fim da tarde de ontem com 185 assinaturas de deputados e 35 de senadores. "Os deputados vão começar a fazer contas entre quanto vale uma emenda ou um cargo que o governo venha a oferecer, ou o desgaste que terão que enfrentar em suas bases", disse Lorenzoni.

Assembleia rejeita ação de impeachment contra Yeda Crusius

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou ontem, por 30 votos contra 17, o arquivamento do processo de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB).

Movido por sindicalistas que se opõem ao governo da tucana, o processo já havia sido rejeitado no início deste mês em comissão criada pela Assembleia.

Elaborado pela também tucana Zilá Breitenbach, o relatório isentou a governadora e pediu o arquivamento da ação alegando falta de provas que ligassem Yeda ao desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito).

Washington cancela mais vistos de hondurenhos

Com as negociações novamente estancadas em Honduras, os EUA voltaram a cancelar vistos de pessoas ligadas ao governo interino, de Roberto Micheletti, em apoio ao presidente deposto Manuel Zelaya.

A medida, adotada anteontem, foi anunciada pelo próprio Zelaya. "São membros muito próximos deste golpe de Estado, há vários grupos importantes de pessoas", disse, em entrevista anteontem à noite na embaixada brasileira em Tegucigalpa, quando divulgou um comunicado informando que o diálogo estava "bloqueado".

O Estado de S.Paulo

Presidente do Supremo vê ''comício'' antecipado de Lula no S. Francisco

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, sugeriu ontem que a Justiça Eleitoral investigue a viagem de três dias do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, às obras de transposição do Rio São Francisco, na semana passada. Para ele, houve um "comício". A reação governista não tardou - o assessor de Assuntos Internacionais de Lula, Marco Aurélio Garcia, declarou que Mendes só deveria se manifestar nos autos. Para o ministro Tarso Genro (Justiça), tudo ocorreu "dentro da lei".

"O órgão competente da Justiça tem de ser chamado para evitar esse tipo de vale-tudo", criticou Mendes, em cerimônia no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio, onde assinou convênio para empregar ex-presidiários nas obras da Copa do Mundo de 2014. Para ele, há "mais-valia natural" dos candidatos vinculados aos governos, por causa da ampla exposição.

''A temporada não é de caça ao voto'', adverte Ayres Britto

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, avisou ontem que a corte está aberta a receber reclamações de partidos e do Ministério Público contra eventuais abusos de pré-candidatos. Ele advertiu que é hora de governar, não de fazer campanha eleitoral. "A temporada ainda não é de caça ao voto", afirmou.

Ele disse que o fato de o TSE ter rejeitado recentemente três representações não significa que o tribunal chegará à mesma conclusão em outros processos. "Esse julgamento desfavorável não sinaliza de nenhum modo uma predisposição à leniência, à frouxidão, à falta de rigor no exame. Evidencia, sim, inconsistência no preparo das peças de representação. Que os representantes se compenetrem da necessidade de trabalhar com petições mais consistentes", afirmou.

Lei deixa brecha para pré-campanha

Os 107 artigos da Lei Eleitoral e toda a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixam brecha para as viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a tiracolo. A lei cuida apenas das eleições e candidatos, não se refere a pré-candidatos nem pré-campanhas.

O TSE, ao longo dos anos, consolidou o entendimento de que é proibido aos ministros, por exemplo, pedir votos ou se referir diretamente às eleições em viagens oficiais ou inaugurações de obras. Subir em palanques de eventos públicos, ou a participação da ministra em eventos oficiais, não passaria de promoção pessoal, o que é permitido.

Acordo deve deixar Ciro fora da corrida pelo Planalto

Dentro do Palácio do Planalto já existe uma certeza - o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) não disputará a corrida presidencial contra a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Oficialmente, Ciro manterá a candidatura à Presidência até os primeiros meses do próximo ano, mas seu destino eleitoral já está definido e será a disputa pelo governo de São Paulo, com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT.

A retirada da candidatura não será feita com antecedência por razões estratégicas. Primeiro, o próprio Lula quer esperar pela consolidação do nome de Dilma. A expectativa é de que as viagens da ministra, como a feita ao lado de Lula e de Ciro por cidades do Rio São Francisco, já comecem a produzir efeito, refletindo nas pesquisas eleitorais.

Jantar sela adesão do PMDB a Dilma

A aliança em torno da candidatura presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), ganhou contornos concretos com o pré-compromisso de parceria em 2010 firmado entre PT e PMDB. Ontem à noite, sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líderes, ministros e dirigentes das duas legendas se reuniram para um jantar festivo, no Alvorada. "O que mais vale é a fotografia", brincou o presidente da Câmara e presidente licenciado do PMDB, deputado Michel Temer (SP), com um interlocutor. Para Dilma o que mais vale é máquina política do PMDB, que se espalha pelo Brasil, e o tempo de TV do partido. Somados, os dois partidos da aliança conseguirão cerca de sete minutos de programa, sem contar a contribuição dos outros partidos. Estima-se que Dilma terá 50% a mais de tempo de televisão do que o candidato tucano.

Os dois partidos decidiram selar a parceria sem falar em nomes, mas ninguém tem dúvida de que Temer é o mais cotado para vice na chapa do PT. Mas a despeito da foto e da expectativa geral de uma nota conjunta para formalizar a aliança, a oposição não se dá por vencida. "Casamento por procuração pode não dar em nada. O governo está ensaiando comemoração antecipada, mas nós temos muitos amigos no PMDB que estarão conosco em 2010", adverte o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Parlamentares resistem a projetos pró-transparência

Um exame da pauta do Congresso mostra que os projetos para aumentar a transparência do Legislativo estão engavetados ou tramitam em ritmo lento. A lista de temas é longa e inclui acordos de cooperação internacional, o fim das doações ocultas nas eleições e do voto secreto, além da barreira à candidatura dos políticos fichas-sujas. Este último é um projeto de iniciativa popular que reuniu 1,3 milhão de assinaturas, mas já enfrenta forte resistência.

Após 15 meses de oposição, por exemplo, o governo tenta aprovar hoje um acordo que permite a troca de informações tributárias entre o Brasil e os Estados Unidos, como instrumento de combate à sonegação. O projeto, com base em acordo assinado em 2007, enfrenta a resistência de integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Abin perde força no governo

Na tentativa de, mais uma vez, fazer o sistema de inteligência do País funcionar de forma integrada, um órgão será criado dentro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) com representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), dos Ministérios da Defesa, da Justiça e da Fazenda. Isso significa que a Abin não coordenará mais o Sistema Brasileiro de Inteligência do País (Sisbin), o que existia na legislação, mas não funcionava na prática.

O novo núcleo colegiado fará a integração das informações sob a supervisão do GSI, que é comandado pelo general Jorge Armando Félix. Para que a Abin deixe de ser a cabeça do Sisbin, o texto terá de ser aprovado pelo Congresso.

Planalto aposta em Múcio para enquadrar o TCU

Escalado pelo Planalto para ser no Tribunal de Contas da União (TCU) um defensor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o novo ministro do órgão, José Múcio Monteiro, tomou posse ontem em meio a um clima pluripartidário e amistoso. A esperada batalha verbal entre dirigentes do governo e do TCU deu lugar a discursos de conciliação.

Estavam presentes, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável pela indicação, dez ministros de Estado e os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).

Lula troca os nomes na posse: ''Entra Salomão e sai Gabeira''

Com cinco trocas de nomes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou ontem "Salomão" - na realidade, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães - como ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, cargo antes ocupado por "Gabeira" - na verdade, Roberto Mangabeira Unger, que deixou o posto em junho. Os equívocos somaram-se ao anseio explicitado por Lula de deixar, como legado, um plano de infraestrutura para os governos que se seguirem até 2022.

"Essas decisões vão exigir do governo, ainda em 2010, preparar toda a infraestrutura para que a gente possa fazer as coisas acontecerem no nosso País", afirmou Lula, no Itamaraty, referindo-se à Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. "De 2016 para 2022, faltam apenas seis anos. Se você está trabalhando de 2010 para 2016, nada mais justo que ampliar a cabeça e fazer até 2022."

Assembleia arquiva impeachment contra Yeda

O plenário da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul arquivou ontem o pedido de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB), por acusação de corrupção, que havia sido apresentado pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais em 9 de julho. O parecer da relatora Zilá Breitenbach (PSDB), contrário ao processo, foi aprovado por 30 votos a 17.

Na semana passada, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região (RS, SC, PR) já havia excluído a governadora de ação por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal.

Correio Braziliense

Diárias demais, resultados de menos

É comum ouvir reclamações de que o Congresso brasileiro custa caro e faz pouco — motivo de desgaste para deputados e senadores. Mas o Brasil investe muito dinheiro público em outro parlamento que faz menos ainda. Com pouco mais de dois anos, o Parlamento do Mercosul (Parlasul) ,sup>(1)funciona em instalações provisórias, ao lado de um bingo em Montevidéu, capital do Uruguai. As sessões plenárias são mensais, mas o que é discutido lá pouco interfere nas relações entre os países do bloco econômico. Mesmo assim, a Câmara e o Senado já gastaram juntos, nesta legislatura, mais de meio milhão de reais para fazer o órgão funcionar.

A representação brasileira tem 18 titulares, sendo nove deputados e nove senadores, além de 18 suplentes. Os parlamentares recebem diárias em dólar pagas pelo Congresso todas as vezes que se deslocam do Brasil para os encontros do Parlasul, como o realizado nesta semana. Normalmente, as reuniões são no Uruguai, embora eventualmente haja sessões no Paraguai e na Argentina. Na Câmara, cada deputado tem direito a diária de US$ 320, enquanto no Senado a cifra é um pouco maior: US$ 353.

828 ignoram censo interno

Mesmo com quase dois meses de prazo, 828 servidores do Senado deixaram de fazer o recadastramento exigido pela Direção-Geral da Casa. O número corresponde a 13,2% do total do quadro de pessoal, incluindo efetivos e comissionados. O órgão, que antes havia garantido que quem não atendesse ao chamado teria o pagamento suspenso, agora promete fazer uma análise detalhada dos dados para, só então, estipular uma possível punição. A mudança na postura da direção pode ser constatada pelos próprios servidores. Os avisos emitidos na intranet sobre o censo antes ressaltavam o corte dos vencimentos. O último, no entanto, indica que os resultados ainda não são conclusivos.

No início, o recadastramento foi celebrado como uma medida que possibilitaria a descoberta de funcionários fantasmas e nepotistas (contratados por parentes). Parte do pacote da reforma administrativa poderia inclusive ajudar a enxugar a pesada folha de pagamento da Casa, prevista para fechar o ano em R$ 2,3 bilhões. O censo, contudo, encontrou resistência entre os servidores. E, diante dos quase mil que não enviaram resposta aos questionários da Diretoria de Recursos Humanos, o Senado decidiu procurar justificativas para o número. Prometeu levantar a quantidade de funcionários que estão de férias, em licença maternidade ou em licença médica.

Cúpula do poder na posse de Múcio no TCU

A concorrida posse do ministro José Múcio no Tribunal da Contas da União (TCU), ontem, foi marcada por um debate com linguagem cifrada, porém clara para quem acompanha o enfrentamento entre Executivo e tribunal nas últimas semanas. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser uma voz governista dentro do TCU, Múcio despertou a atenção de governadores, ministros e servidores presentes quando recomendou: “Sempre que possível, orientar e prevenir, em lugar de condenar e remediar”. Mais adiante, completou: “Minha vida pública sempre foi marcada pela convergência. Acredito no diálogo e na troca de ideias como ponto de partida e de chegada. Não creio no exercício fútil da divergência improdutiva e no debate inócuo, porque este é o lado do espetáculo que serve apenas para distrair os espectadores”.

No fim de setembro, ministros do governo Lula criticaram a inclusão de 15 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na lista de projetos com irregularidades graves elaborada pelo TCU. O relator da auditoria, Aroldo Cedraz, reagiu afirmando que “o tribunal não se curva a nenhum tipo de pressão”. Ontem, ao saudar a chegada do novo ministro, o presidente do tribunal, Ubiratan Aguiar, deu uma resposta velada ao presidente Lula. “Tenho a honra de dirigir-me ao excelentíssimo senhor Presidente da República para ressaltar o agradecimento desta Casa ao constituinte de 88, que prestigiou com seu voto e exemplo, escrevendo as competências e atribuições dos tribunais de contas, a ação de controle que se faz necessária para o aperfeiçoamento da pública administração.”

Aécio e Serra no meio do povo

O PSDB vai adotar a mesma estratégia que tanto critica nas viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com sua presidenciável, Dilma Rousseff: levará Brasil afora os pré-candidatos tucanos para interagir com a população e conhecer os problemas sociais do país. Assim como Lula, para não ter problemas com a Justiça Eleitoral, o partido fingirá que não está em campanha.

Como resposta às críticas do DEM — o principal aliado para 2010 — sobre a passividade neste momento de pré-campanha, os tucanos elaboram uma agenda de viagens para os governadores Aécio Neves (Minas Gerais) e José Serra (São Paulo) fazerem corpo a corpo com a população e não falarem apenas para a parte politizada e filiada ao PSDB. A ideia é mostrar que os petistas não estão mais falando sozinhos.

Vão mostrar a cara

A oposição adotou uma estratégia agressiva para obrigar os parlamentares a manter as 188 assinaturas no requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): divulgar os nomes dos desistentes na internet. A medida, segundo o deputado da bancada ruralista Onyx Lorenzoni (DEM-RS), é drástica, mas eficiente, já que os congressistas têm medo de desagradar à base eleitoral em tempos de pré-eleição. “Já acionamos várias entidades ligadas ao setor agrícola para ficarem atentas a qualquer movimentação diferente do que já ocorreu aqui”, justifica o parlamentar. “Vamos ver se agora os deputados não pensarão duas vezes sobre o que é mais importante para eles: a moeda de troca oferecida pelo governo ou a perda de votos”, sublinha.

Essa é a segunda vez que a oposição tenta emplacar uma comissão que investigue a legalidade dos repasses financeiros feitos pelo governo e por entidades internacionais a cooperativas ligadas ao MST. Há cerca de 20 dias, eles foram derrotados com a retirada de 45 nomes do documento na última hora. A justificativa para a manobra repentina, segundo Lorenzoni, foi a pesada investida do governo na negociação de benefícios, como cargos e aprovação de emendas. A tentativa de brecar o assédio da base aliada dura até a noite desta quarta-feira, prazo em que os parlamentares podem retirar suas assinaturas antes que seja criada de fato a comissão. “O pedido deve ser lido na sessão conjunta do Congresso pela manhã (de hoje), depois de conferidas as assinaturas dos parlamentares e, aí, vem o duelo maior, que é esperar esse prazo em cima de muita fiscalização”, adianta Ronaldo Caiado (DEM-GO), que ontem protocolou o documento requisitando a criação da CPI do MST no Senado.