Resumo das notícias dos jornais de hoje 15/10/2009

Nos jornais: TRF exclui Yeda de ação de improbidade
quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O Globo

Yeda é excluída de ação

A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF 4) decidiu ontem excluir a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), da ação de improbidade administrativa que tramita na 3ª Vara da Justiça Federal em Santa Maria. Os três magistrados que participaram do julgamento — o relator Sérgio Renato Tejada Garcia, Marga Inge Barth Tessler e Márcio Antônio Rocha — acolheram, por unanimidade, recurso do advogado da governadora, Fábio Medina Osório. Ele sustentou que Yeda, como “agente política”, não pode responder por improbidade administrativa na Justiça Federal, mas sim perante a Assembleia Legislativa, em caso de crime de responsabilidade.

Responsável pelo ajuizamento da ação contra Yeda e mais oito acusados que, ao contrário da governadora, continuam na condição de réus, o Ministério Público Federal estuda se recorrerá da decisão. A defesa de Yeda já havia tentado excluí-la da ação, mas a juíza da 3ª Vara, Simone Barbisan Fortes, reconheceu, na ocasião, a competência da Justiça de 1º grau para processar a governadora na ação que investiga o desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS.

Lula: Dilma e Ciro têm vocação para carreira solo

Na visita de duas horas às obras de revitalização do Rio São Francisco em Barra, segunda etapa de sua caravana, o presidente Lula indicou que já trabalha com a possibilidade de ter dois candidatos aliados nas eleições presidenciais de 2010.

Acompanhado de dois pré-candidatos governistas — a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o deputado Ciro Gomes (PSB) —, Lula disse adorar os dois e admitiu que ambos têm vocação para carreira solo.

— Eu adoro os dois, mas me parece que eles têm vocação para serem cantores solos. Vamos ver como vai ser — disse Lula, enquanto Ciro e Dilma se abraçavam sorridentes atrás dele.

Duas cidades e sentimentos opostos sobre a obra

A visita do presidente Lula às obras de revitalização do Rio São Francisco foi anunciada em carro de som como um momento histórico, e a prefeitura de Barra pôs quatro ônibus para levar as pessoas aos locais por onde passaria a comitiva presidencial. Mas foi uma festa passageira para a população, que não se entusiasma com a obra. O próprio prefeito Artur Silva Filho, aliado de Lula, disse que o projeto ainda não causou impacto à pequena cidade de 50 mil habitantes. Como outro morador de Barra, dom Luiz Flávio Cappio, que em 2007 fez greve de fome de 23 dias contra a obra, o prefeito critica a transposição.

— Por enquanto, nada (de benefícios para a cidade). Até perdemos empregos — disse o prefeito, explicando que cerca de 200 pessoas foram dispensadas no fim do ano passado, quando o Exército assumiu o projeto na fazenda Palmeiras, onde é desenvolvida a técnica de contenção de barrancas.

O presidente da Codevasf, Orlando Castro, explica que os trabalhadores foram dispensados porque o convênio com a fundação que executava o projeto de revitalização foi encerrado por orientação do Tribunal de Contas da União (TCU), devido a irregularidades.

Dilma para o PR: 'Meu adversário é o Serra'

Sem avançar numa proposta para resolver os problemas de alianças do PT com o PR nos estados, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, assumiu a condição de articuladora de sua candidatura em jantar oferecido pelo partido anteontem à noite numa casa de festas em Brasília. Foi acompanhada do presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), do deputado Antonio Palocci (PTSP) e do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Ela foi a única do PT a discursar.

Citou o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), como seu adversário e admitiu que terá de conquistar o voto das mulheres.

Ao mencionar que o fato de ser mulher não lhe garantirá o voto feminino, Dilma contou: — O Lula vive me dizendo que metalúrgico não vota em metalúrgico, corintiano não vota em corintiano, mulher não vota em mulher e preto não vota em preto — disse Dilma, segundo o relato de mais de um parlamentar presente ao jantar.

PT cobra vaga em comissão

Ao trocar o PT pelo PSDB, o senador Flávio Arns (PR) acabou perdendo a presidência da Comissão de Educação. O líder petista, senador Aloizio Mercadante (SP), decidiu reivindicar o comando da comissão, já que, pela regra da proporcionalidade, o cargo caberia ao PT. Para o lugar de Arns, Mercadante pretende eleger a senadora Fátima Cleide (PT-RO). Pelo regimento do Senado, os presidentes das comissões da Casa devem ser eleitos com a maioria dos votos de seus integrantes.

Mercadante alega que negociou a troca com o ex-colega de bancada. Mas Arns — que foi mantido na comissão pelo PSDB — argumenta que a mudança não tem respaldo regimental. A Comissão de Educação era a única que o PT presidia, já que havia cedido sua segunda opção a que teria direito para o PSB.

Instalada comissão que vai reformular o Código Civil

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), instalou ontem a comissão de juristas que será responsável pela elaboração do novo Código de Processo Civil.

O grupo, formado por juristas, juízes e desembargadores, terá um prazo de 180 dias para apresentar o anteprojeto de lei com o novo texto do código.

Na cerimônia, os integrantes da comissão defenderam a necessidade de se agilizar o trabalho do Judiciário, reduzir número de recursos que retardam a conclusão dos processos e incluir os avanços da informática na tramitação dos casos.

Novo diretor da Abin diz que MST não é violento

O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Trezza, afirmou ontem que o Movimento dos Sem Terra (MST) não pode ser classificado como violento e que a maior parte de seus militantes apoia a luta pacífica pela reforma agrária. Ele defendeu os sem-terra em sabatina na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, que aprovou sua efetivação no cargo por 14 votos a 1, com uma abstenção.

A indicação deve ser confirmada com folga em plenário na próxima semana.

Segundo Trezza, os sem-terra são alvo de críticas por culpa de ações isoladas: — O MST tem correntes bastante moderadas, que acreditam na negociação política. Talvez exista uma pequena parcela que acredita em ações mais violentas, mas não é a prática predominante no movimento.

MST pode ter cometido um crime, admite Tarso

O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu ontem que integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) podem ter cometido crime ao invadir e depredar parte de um laranjal da empresa Cutrale, no interior de São Paulo. Segundo o ministro, os supostos crimes estão sendo investigados pela Polícia Civil paulista.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tinha classificado o ato de vandalismo. A ação do MST também foi recriminada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Os sem-terra permaneceram na fazenda de 28 de setembro até o último dia 5. Eles são acusados de derrubar com um trator mais de 7 mil pés de laranja.

Conselho de Segurança tem novos integrantes

O ministro da Justiça, Tarso Genro, comandou ontem a solenidade de posse dos 48 novos integrantes do Conselho Nacional de Segurança Pública. Quase a metade dos integrantes do conselho (40% do total) representa a sociedade civil, 30% são representantes do poder público e os outros 30% foram indicados por associações sindicais dos trabalhadores que atuam em segurança pública. Entre eles estão representantes das polícias civis, militares, federal, do Ministério Público e de entidades como o Viva Rio. Eles foram escolhidos durante a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública.

O conselho foi criado em 1997, durante uma das crises de segurança pública no país, mas estava desativado desde 2002. Para Tarso Genro, pela representatividade que tem, o conselho será uma garantia da continuidade da implementação das políticas de segurança pública no país

Estatuto Racial vai para o Senado

Uma mobilização de 60 deputados conseguiu ontem garantir que o projeto que cria o Estatuto da Igualdade Racial, já aprovado em comissão especial da Câmara, seja agora enviado diretamente ao Senado, sem precisar passar pelo plenário da Câmara. Semana passada, o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP) havia apresentado recurso, com 91 assinaturas, pedindo que o assunto fosse votado pelo plenário da Câmara.

Do total de 91 deputados, 59 retiraram a assinatura, ao assinarem um novo requerimento, encabeçado pelo deputado Fernando Ferro (PTPE).

O ofício pedia que o recurso apresentado por Madeira fosse desconsiderado.

Com isso, Madeira perdeu apoio e ficou com apenas 32 assinaturas, insuficientes para levar o assunto ao plenário.

O requerimento do deputado Fernando Ferro já foi aceito pela Mesa da Câmara.

Segundo informações da Secretaria Geral da Câmara, será dada agora a redação final ao projeto, que voltará ao Senado.

Obesos poderão ter assentos especiais

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou ontem um projeto de lei que torna obrigatória a existência de assentos especiais para pessoas obesas ou portadoras de deficiências em cinemas, teatros, salas de aula e até salas de espera. De acordo com o texto, casas de espetáculos, espaços para eventos desportivos ou outros entretenimentos públicos de caráter permanente ou transitório deverão obrigatoriamente instalar poltronas e cadeiras para os obesos, com dimensões e resistência seguindo padrões a serem regulamentados por decreto do governo.

A quantidade dos assentos deve representar, no mínimo, 2% da capacidade total do local. O estabelecimento que descumprir a regra poderá ser multado em 2% do faturamento médio mensal. O projeto ainda será submetido a nova votação na comissão do Senado. Como recebeu um substitutivo, a matéria ainda precisa passar por uma segunda votação na Comissão de Direitos Humanos antes de seguir para o plenário do Senado

Folha de S.Paulo

Execução de transposição do São Francisco está em 15,3%

A execução média das obras de transposição de parte das águas do rio São Francisco está em 15,3%, segundo balanço apresentado ontem pelo Ministério da Integração Nacional ao presidente Lula. Isso indica que, para cumprir as metas estipuladas pelo governo para dezembro deste ano, a execução nesses 75 dias terá de superar o total realizado desde o início das obras, em agosto de 2007.

No balanço de fevereiro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o governo estimava para abril a execução de ao menos 18% das obras do eixo norte (rumo ao Ceará) e de 20% do eixo leste (em direção ao centro de Pernambuco).

Novo relator da CPI das ONGs diz que não investigará MST

O senador Inácio Arruda (PC do B-CE) reassumiu ontem a relatoria da CPI das ONGs anunciando que pretende encerrar os trabalhos da comissão em um mês e sinalizou que não pretende investigar os patrocínios governamentais para entidades ligadas ao MST.

"Uma coisa é a luta pela reforma agrária e outra é o programa do governo federal e a parceria com entidades que têm relações com o MST. Agora, há as grandes propriedades que são de grileiros. E quanto a isso, não fazem contestações", disse Arruda.

Para a oposição, com o encerramento da comissão em novembro será impossível fazer qualquer nova investigação sobre dinheiro enviado a essas entidades ligadas aos sem-terra. Os governistas defendem um fim rápido para a CPI, que se arrasta desde outubro de 2007.

União nega que desmate esteja ligado à regularização das terras

O Ministério do Desenvolvimento Agrário disse ontem, em nota, que é um "claro equívoco" considerar o programa federal Terra Legal como uma das causas para o aumento do desmatamento na Amazônia.

A hipótese foi levantada pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), em reportagem publicada ontem na Folha. Dados do Imazon indicaram um crescimento de 167% na derrubada da floresta em agosto deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado. Pela primeira vez, mais da metade da destruição da mata se concentrou em áreas da União.

TRF exclui Yeda de ação de improbidade

A 4ª turma do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região excluiu a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), da ação de improbidade administrativa movida em agosto pela Procuradoria contra nove pessoas acusadas de comandar desvio de R$ 44 milhões no Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito).

Por unanimidade, o TRF-4 acolheu recurso da defesa da tucana que argumentava que Yeda não podia ser alvo de ação de improbidade na primeira instância da Justiça Federal, mas sim responder à acusação de crime de responsabilidade na Assembleia Legislativa.

Por meio de assessoria, o Ministério Público Federal informou que recorrerá ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tentar reverter a exclusão da governadora da ação.

A decisão de ontem é mais uma vitória judicial e política da governadora. A juíza federal Simone Barbisan Fortes já havia recusado pedido do Ministério Público Federal para afastá-la do cargo.

Blairo revê seus planos e cogita Senado em 2010

O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), que havia decidido não concorrer em 2010, se viu forçado nos últimos dias a reconsiderar seus planos e já cogita tentar o Senado.

A mudança resultou da surpreendente ida para o PSB de um de seus principais afilhados políticos, o empresário Mauro Mendes. Foi com a ajuda de Blairo que ele saiu de um quase anonimato para chegar ao segundo turno das eleições para prefeito de Cuiabá em 2008.

Justiça cobra laudos sobre desapropriações

A Justiça determinou busca e apreensão contra o governo do Pará se sua Procuradoria-Geral não entregar ao Ministério Público Estadual os laudos que fundamentaram os valores das desapropriações da área em Marabá (PA) onde será construída uma siderúrgica da mineradora Vale, orçada em cerca de R$ 6 bilhões.

A decisão dá dez dias para que ocorra a entrega. Se os laudos não chegarem, um oficial de Justiça e policiais podem buscá-los no prédio da Procuradoria.

Conforme a Folha revelou em agosto, o governo de Ana Júlia Carepa (PT) estipulou diferenças de até 1.700% nos valores das indenizações de terrenos parecidos, beneficiando dois empresários. O Estado nega irregularidades. A mineradora disse que não tem relação com as indenizações.

Procuradoria do PR inocenta Richa de acusação de desvio

Parecer da Procuradoria Regional Eleitoral entregue ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná inocentou o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), de participação pessoal em suposto caixa dois no comitê de apoio à sua reeleição. A Procuradoria indicou falta de provas contra o prefeito.

No mesmo parecer, a Procuradoria também pediu continuidade da investigação para indicar eventuais responsáveis pela manipulação de dinheiro supostamente sem origem comprovada no comitê.

Contrato de tribunal para "análise sensorial" de café é suspenso

O Conselho Nacional de Justiça apreciou ontem o relatório de inspeção da equipe do órgão sobre o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que apresentou, entre outras determinações, a de suspender, em dez dias, o contrato do órgão firmado com a empresa Carvalhaes Corretores de Café Ltda., para o serviço de "análise sensorial do café" consumido no TJ-ES.

Segundo o CNJ, "contratou-se, [desde 2005], serviço que não guarda pertinência lógica com as finalidades do órgão de serviço judiciário". A empresa ganhava R$ 110 por análise de cada lote de três toneladas de café comprados pelo tribunal.

Saúde: Alencar passa por sessão de quimioterapia em SP

O vice-presidente José Alencar realizou ontem mais uma sessão de quimioterapia no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele faz tratamento contra o câncer há 12 anos e já passou por 15 cirurgias. Alencar chegou ao hospital por volta das 11h e deixou o local durante a tarde. O vice retomou as sessões de quimioterapia no início do mês passado, pouco depois de exames terem demonstrado que os tumores abdominais voltaram a crescer. O tratamento experimental que ele realizava nos Estados Unidos foi suspenso.

O Estado de S.Paulo

Lula faz comício no São Francisco, mas segura dinheiro para obra

Ao levar ao Nordeste e sertão de Minas, principais redutos do "lulismo", a ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou admitindo, num ato falho, caráter eleitoral na visita às obras de transposição do Rio São Francisco. Num palanque montado na cidade de Buritizeiro (MG), repleto de políticos, Lula disse em discurso que sua ideia inicial não era participar de "comício" - uma atividade de campanha -, mas apenas cumprir um programa de inspeções. "No nosso projeto original de fazer essa viagem não estava previsto a gente fazer comício. Estava previsto fazer visitas às obras", disse Lula. Na prática, contudo, o empreendimento não tem recebido prioridade na destinação de recursos - apenas 3,68% do R$ 1,68 bilhão reservado em 2009 foram efetivamente pagos (veja reportagem nesta página).

Ao mesmo tempo, o périplo presidencial foi marcado pela disputa entre governo e oposição. A agenda oficial em Minas excluiu da programação a visita a Pirapora, cidade administrada pelo oposicionista DEM, e manteve apenas o palanque em Buritizeiro, governada pelo PT. As duas cidades ficam em margens opostas do São Francisco.

Serra vê falha no combate à seca

O governador de São Paulo, José Serra, provável candidato do PSDB à Presidência, apontou ontem falhas nas ações do governo federal de combate à seca. Serra disse que em Pernambuco investimentos em irrigação foram paralisados e canais de abastecimento de terras próximas do Rio São Francisco estão abandonados. "Você vai fazer a transposição do São Francisco, tudo bem. Agora atenda também as áreas que estão na beirada do rio e deveriam ser irrigadas. E, no entanto, isso foi paralisado", cobrou o tucano.

O governador paulista visitou no fim de semana a região de Petrolina (PE). "Eu estive num assentamento feito há alguns anos em terras do semiárido consideradas boas, onde irrigando a produtividade é muito alta, mas não tem água nem para beber, apesar de estar perto do rio", afirmou. "Não haveria motivo para não investir nisso. Não são coisas excludentes", completou, referindo-se à obra de transposição do Rio São Francisco.

Dilma monta ''núcleo político'' da candidatura

Sob a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, montou um núcleo político para coordenar sua campanha ao Palácio do Planalto. Integrado pelo deputado Antonio Palocci (PT-SP), que chefiou a equipe do programa de governo de Lula, em 2002, o grupo já se reuniu três vezes com o presidente e com Dilma, nos últimos dois meses, com o objetivo de traçar estratégias para a corrida de 2010.

Além de Palocci, fazem parte do time o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, o ministro Franklin Martins (Comunicação Social), o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o marqueteiro João Santana.

Ministra cobra 'teste dos 8 anos'

Em 2010, o confronto eleitoral será entre um "projeto desenvolvimentista e social" contra a "proposta neoliberal e privatista" do PSDB. A síntese do que será a desejada campanha plebiscitária à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi feita pela ministra da Casa Civil e pré-candidata petista Dilma Rousseff em jantar, anteontem, com a cúpula do PR. Na visão da ministra, ela será a defensora de um modelo de governo "testado por oito anos" contra o modelo dos oito anos dos tucanos.

Sem citar nomes de possíveis adversários, Dilma minimizou a importância de "projetos novos" que, a seu ver, não têm consistência nem nitidez. No jantar, todos entenderam que se tratava de uma referência ao pré-candidato do PSB, deputado Ciro Gomes (SP), e à pré-candidata do PV, senadora Marina Silva (AC). Só o ex-governador do Rio Anthony Garotinho citou explicitamente o nome do governador José Serra (PSDB), pré-candidato que o governo avalia como adversário que deve polarizar a disputar.

Sarney se nega a abrir sessão para criar CPI do MST

A proposta de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Campo enfrentou ontem um novo tropeço. Dessa vez foi uma ação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que decidiu não abrir uma sessão do Congresso apenas para a leitura do requerimento de criação da comissão. Segundo o peemedebista, só haverá sessão quando os líderes partidários se reunirem para discutir uma pauta conjunta.

A comissão foi proposta pelos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) e pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), com o propósito de investigar supostos repasses ilegais de verba do governo federal para o Movimento dos Sem-Terra (MST) e outras organizações ligadas à reforma agrária. Como se trata de uma comissão mista, com deputados e senadores, o pedido pode ser lido apenas em sessão conjunta das duas Casas.

De acordo com Sarney, não é comum reunir o Congresso apenas para a leitura de um requerimento de criação de CPI. Seria preciso ter uma pauta mais ampla para ser debatida.

Brasil volta ao Conselho de Segurança da ONU

O Brasil deve ser eleito hoje para uma vaga de membro temporário do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Será a décima participação do País em sua história e a segunda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que tem como um de seus principais pilares na política externa a busca por um assento permanente no órgão de decisão máxima da ONU. O novo mandato, com início em janeiro, também marcará a primeira vez que o Brasil estará representado por uma mulher, a embaixadora Maria Luiza Viotti.

Com o apoio dos países da América Latina e de língua portuguesa, é certa a eleição do Brasil, que concorre sem adversários entre os latino-americanos. As dez vagas do conselho são distribuídas entre as regiões, com alocação de duas para as Américas. O Brasil substituirá a Costa Rica, enquanto México fica até o fim de 2010.

No Senado, diretor classifica como 'pífio' orçamento destinado à ABIN

O agente Wilson Roberto Trezza foi aprovado, em votação secreta, por 14 dos 19 integrantes da Comissão de Relações Exteriores do Senado, para o cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde está há 13 meses como diretor interino. Na semana que vem, seu nome será apreciado pelo plenário.

Na sabatina, Trezza classificou de "pífio" o orçamento da Abin. Segundo ele, foram destinados R$ 350 milhões em 2009 à agência, dos quais apenas R$ 40 milhões foram utilizados para o financiamento das atividades de inteligência. Trezza afirmou que 85% do orçamento total da agência é destinado para o pagamento de pessoal.

Julgamento público tira cargo de Sarney

As 21 entidades do Fórum pela Ética na Política (FEP) realizaram em São Paulo um julgamento público do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A maioria dos 1.035 entrevistados (95%) é a favor de seu afastamento do cargo e da apuração dos desvios e dos casos de corrupção na Casa. A enquete foi realizada em setembro e os entrevistados receberam cinco questões com as opções de respostas: sim, não e não sabe.

Tribunal livra Yeda Crusius de ação de improbidade

O Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região (RS, SC, PR) excluiu ontem a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), de ação por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal. A decisão foi emitida em julgamento de recurso apresentado pelo advogado da tucana, Fábio Medina Osório.

O tribunal considerou que Yeda, por ser agente política, não poderia ser processada por improbidade, apenas por crime de responsabilidade. A ação contra ela e oito pessoas ingressou na Justiça Federal no dia 5 de agosto. O Ministério Público vai recorrer da decisão.

A ação foi baseada em investigações da Operação Rodin, da Polícia Federal, que resultou na denúncia, em maio do ano passado, de 44 pessoas por ligação com esquema de desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS. Para a oposição, a decisão do tribunal "não significa absolvição" de Yeda. "Ela apenas não figura mais como ré no processo", disse o PT, por meio de nota.

Correio Braziliense

Engenharia de palanque

Depois de todo o esforço que vinha fazendo para emplacar uma candidatura única da base aliada à Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se viu ontem numa complicada engenharia eleitoral para dividir o mesmo palanque com dois pré-candidatos ao Planalto. Em Buritizeiro, norte de Minas, primeiro ponto da visita que faz pelo Rio São Francisco, ele discursou tendo ao lado a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). Em Pirapora, cidade vizinha a Buritizeiro, de quebra, Lula, Dilma e Ciro também tiveram a companhia de outro pré-candidato à Presidência, só que da oposição, o governador Aécio Neves (PSDB). O que não impediu que os quatro posassem para fotos sorridentes e como se estivessem juntos na campanha.

Lula iniciou a viagem ao São Francisco por Buritizeiro e depois seguiu para Barra (BA). Foi conhecer as obras de revitalização do rio. Hoje e amanhã, a comitiva, integrada ainda por três ministros — Márcio Fortes (Cidades), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Franklin Martins (Comunicação Social) —, vai conhecer as obras em Pernambuco. A transposição — um investimento de R$ 4,8 bilhões — e a revitalização, de R$ 1,5 bilhão, estão inseridas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pilotado por Dilma. Por isso, desde que a viagem ao São Francisco foi anunciada, a oposição partiu para o ataque alegando que ela serviria somente para impulsionar a campanha da ministra-chefe da Casa Civil. Mas a presença de Ciro no palanque faz diminuir a “capitalização” por parte de Dilma.

Esperança de trabalho mesmo depois da obra

Cerca de 1,5 mil homens trabalham no lote 11 do projeto de transposição de águas do Rio São Francisco, entre os municípios pernambucanos de Sertânia e Custódia. Gente como Leonildo Lourenço da Silva, 27 anos, natural de Limoeiro, Mata Norte do estado. Ele está na obra há três meses e, pedreiro, tem a missão de concretar o fundo desse trecho do Eixo Leste. A rotina no canteiro de obras começa às 7h e vai até as 16h30, de domingo a domingo. Mora em Custódia, mas toma café da manhã e almoça no trabalho e vê, aos poucos, uma parte do megaprojeto, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sair do papel.

“Isso aqui é uma bênção mandada por Deus. Água é fonte de vida”, orgulha-se Leonildo, que deixou a esposa em Limoeiro para ganhar a vida no Sertão. Mesmo apenas com o ensino fundamental, o operário acumula experiência em outros empreendimentos e acredita que não ficará desempregado quando a obra acabar. Ele trabalhou, recentemente, na construção de um teatro em Guarulhos (SP), erguido por uma das empresas integrantes do consórcio responsável pelo lote 11 do projeto de transposição, a OAS. Além dessa construtora, fazem parte do grupo Galvão Engenharia, Construtora Barbosa Mello e Coesa.

Uma licença para Lula

A cúpula do PMDB proporá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tire um mês de licença, em 2010, para viajar pelo país ao lado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. São pelo menos dois os objetivos da iniciativa. Um deles é tornar a “mãe do PAC”, pré-candidata do PT à Presidência da República, mais conhecida entre os eleitores. O outro é vincular a imagem dela à de Lula. Divulgá-la não apenas como uma gestora eficiente, mas uma seguidora fiel da cartilha petista em defesa da redução da desigualdade de renda e do combate à pobreza.

Pesquisa Ibope divulgada no mês passado, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrou que só 9% dos entrevistados disseram conhecer bem a ministra, enquanto 34% afirmaram conhecê-la só de ouvir falar. Segundo a sondagem, o percentual de rejeição a Dilma é de 40%. Ao analisar os números, auxiliares do presidente chegaram à conclusão de que, terminado o tratamento contra o câncer, é preciso retomar a superexposição. As viagens para vistoriar obras, como no Rio São Francisco, ajudam. Mas são insuficientes, alegam os peemedebistas.

Alianças vistas em segundos

Não é por menos que os pensadores da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, querem forjar a maior aliança de partidos para enfrentar a oposição na campanha presidencial do ano que vem. Se o PT conseguir firmar acordos com os cinco partidos que tem em vista, ela poderá faturar até 60% a mais do tempo de televisão(1) em relação à principal candidatura de oposição prevista, a do PSDB. Seriam pouco mais de 11 minutos disponíveis para vender ao eleitorado os feitos e propostas defendidas por Dilma, contra um período levemente inferior a sete minutos diários para os tucanos.

O cálculo leva em conta que o PT procura se acertar com PCdoB, PR, PDT, PMDB e PP. O PSDB, que tem como pré-candidatos os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), teria nessa soma o apoio de DEM e PPS. A senadora Marina Silva (PV-AC) firmaria coligação com o PSol e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) não teria alianças. O tempo de televisão foi distribuído, ainda, levando em consideração que outros dois partidos sem representação no Congresso terão candidatos. Por último, a lista foi elaborada de acordo com o cenário das últimas duas eleições e com base nas conversas mantidas pelos partidos sobre as potenciais alianças.

Incra terá que se explicar

A Comissão de Agricultura da Câmara aprovou ontem requerimento para que o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hachbart, explique, entre outros temas, os gastos do órgão com o pagamento de diárias para os servidores. Reportagem publicada pelo Correio na semana passada (ver memória) revelou que o Incra gastou R$ 27,5 milhões do início do ano até outubro em alimentação e hospedagem dos funcionários.

“O Parlamento quer saber do órgão por que se gasta muito com uma atividade-meio e não com suas funções fins”, afirmou o deputado Duarte Nogueira, do PSDB-SP, autor do requerimento de convite. Para o parlamentar, é “inaceitável” que o Incra gaste mais recursos com diárias do que outras pastas. O instituto responsável por cuidar dos assentamentos e promover a reforma agrária consome mais que todos os ministérios em diárias, quando se comparada a despesa com a quantidade de funcionários. Em números absolutos, só fica atrás dos ministérios da Educação, Saúde, Previdência Social e Justiça.

Amplo domínio ruralista

À custa de muita polêmica e com a ajuda do PT, a bancada ruralista da Câmara conseguiu ontem instalar a comissão especial do Código Ambiental e garantir presença nos cargos mais importantes do grupo. Os ambientalistas tentaram evitar. Mas, como eram minoria, tiveram de jogar a toalha e se limitar ao papel de fiscalizadores dos trabalhos da comissão. Eles culpam o governo por ter se omitido e deixado que — às vésperas de o país apresentar em Copenhague suas metas para a melhoria do meio ambiente — os trabalhos sobre a reforma ambiental(1) fiquem nas mãos de parlamentares que são grandes produtores. “Acho uma contradição. O país quer aparecer como quem trabalha por questões ambientais e em uma hora importante como essa deixa a reformulação das leis sobre esse tema nas mãos dos ruralistas”, afirma o líder do PV, Edson Duarte (BA).

A reclamação do líder se deve ao fato de que PV e PSol esperavam contar com a ajuda dos petistas para pressionar por divisão igual dos principais cargos. O PT, no entanto, preferiu se omitir. Apenas apoiou o nome de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para a relatoria. Rebelo era o preferido da maioria, que acreditava no clima de acordo que a indicação poderia dar às decisões sobre os cargos. “O PT entendeu que deveria compor com a maioria. Foi uma grande negociação”, diz o novo presidente da comissão, Moacir Micheletto (PMDB-PR). “O problema é que Aldo não é em nada neutro. Em alguns casos, ele já foi mais ruralista do que a própria bancada rural”, contradiz Ivan Valente (SP), líder do PSol.

Reforma de verdade, só a do cafezinho

As reformas política e tributária não saíram do papel, mas a do cafezinho está em andamento. A Câmara acaba de comprar um lote de sofás, poltronas e cadeiras para a sala de estar localizada ao lado do plenário, onde deputados costumam lanchar ou fazer um intervalo. As poltronas Le Corbusier LC3, em couro natural, custaram R$ 2,8 mil a unidade. As cadeiras Thonet ficaram por R$ 600 a unidade. A Casa também queria comprar quatro lixeiras de aço inox, ao preço de R$ 1,3 mil, mas não foram apresentadas propostas pelos fornecedores no pregão eletrônico realizado dia 1º deste mês.

Os investimentos nos apartamentos funcionais também não cessam. Depois de trocar camas, sofás e eletrodomésticos, a Câmara está substituindo o carpete de madeira dos imóveis cedidos aos deputados, localizados nas superquadras SQN 302, SQS 111 e SQN 202. A troca do carpete, uma área total de 3,6 mil m², sairá por R$ 282 mil. O fornecimento e a aplicação de sinteco consumirão R$ 157 mil.

Para completar o “enxoval”, a Câmara está comprando material de tapeçaria. Nas especificações, fica claro que o couro e os tecidos comprados serão destinados à reforma de cadeiras, poltronas e sofás. O custo total dos consertos ficará em R$ 64 mil.

Resumo das notícias dos jornais de hoje 13/10/2009

Manchetes dos jornais: Sindicância aponta ação irregular por royalties
terça-feira, 13 de outubro de 2009

O Estado de S.Paulo

Sindicância aponta ação irregular por royalties

Uma sindicância da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), concluída no ano passado, apontou um aumento de 792% nos repasses de royalties para prefeituras, notadamente do Nordeste, no período de seis anos. O valor saltou de R$ 16,1 milhões, em 2002, para R$ 143,9 milhões, nos seis primeiros meses de 2008. A primeira causa foi o aumento do número de liminares judiciais. Mas o levantamento aponta também que procuradores da própria ANP aprovaram pagamentos superiores aos determinados pela Justiça.

Graças a esses artifícios, segundo a sindicância, o valor médio mensal dos repasses subiu de R$ 39.438,73 para R$ 1.529.389,44. O relatório indicou os procuradores Jorge Maurício Rodrigues da Silva e Mauro César Santiago Chaves Moraes, na época lotados no escritório de Brasília, como responsáveis pelos pareceres que garantiram pagamentos mais altos e também por defesas negligentes, com a perda de prazos em seis ações. As investigações apontaram "indícios de irregularidades na condução dos interesses da ANP".

Acusados negam irregularidades na ANP

Um ano depois da conclusão do relatório da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou que abrirá um procedimento administrativo para apurar a responsabilidade dos procuradores Jorge Maurício Rodrigues da Silva e Mauro César Santiago Chaves Moraes em suposta irregularidade em processos movidos contra a agência. O documento aponta suspeita de negligência na atuação desses dois servidores, que negam qualquer infração.

Procurado pelo Estado, Silva rebateu as suspeitas, alegando que se trata de "uma questão política lá dentro". Ele destacou que apresentou um arrazoado, mostrando que os pagamentos "foram decorrentes de decisão judicial".

Prefeitos iniciam montagem de caravanas pró-Dilma

Disposta a entrar na corrida presidencial mais próxima do eleitorado e com know-how de campanha, mesmo sem jamais ter se candidatado a qualquer cargo eletivo, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, está recorrendo à experiência dos prefeitos petistas. Para ajudá-la a tirar o atraso em relação aos demais candidatos a presidente, todos testados nas urnas, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, João Coser (PT-ES), mobilizou um grupo de administradores municipais para articular a candidatura, aproximando a ministra das bases partidárias e dos movimentos sociais.

"Temos de começar a preparar as caravanas da Dilma pelo Brasil, a exemplo do que fizemos com Lula", diz o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP). O senador reconhece que a ministra tem muitas funções no Executivo e está sobrecarregada. Por isso mesmo, diz que é hora de montar uma agenda para a pré-candidata, que implique contato mais direto com a militância e os movimentos populares.

Estrelas do Senado correm risco de não se reeleger

Como se não bastasse a crise que desmoralizou o Senado neste ano, as eleições de 2010 ameaçam tirar o brilho de antigas estrelas da política nacional, que enfrentam dificuldade para se reeleger. Os obstáculos atingem em cheio senadores de todos os partidos que estão sendo obrigados a fazer arranjos políticos para garantir, ao mesmo tempo, sua sobrevivência e a eleição nos Estados.

Na oposição, há casos emblemáticos como os dos senadores tucanos Sérgio Guerra (PE), atual presidente do PSDB, e Tasso Jereissati (CE), ex-presidente da sigla, que correm o risco de não voltar ao Senado. Os percalços eleitorais também abrangem senadores governistas, como Renan Calheiros (PMDB-AL), que provavelmente terá de encarar como adversários na corrida pelo Senado o ex-governador Ronaldo Lessa (PSB) e a candidata à Presidência pelo PSOL em 2006, Heloisa Helena.

Procuradores criticam securitização de dívida

A Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo vai entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a tentativa do governo paulista de antecipar o recebimento de créditos tributários, anunciada no mês passado. A entidade alega que há insegurança nesse tipo de investimento, uma vez que o Estado negociaria créditos que ainda não entraram no caixa. O governo paulista pretende emitir títulos lastreados nos recursos que tem a receber.

Embaixador nos EUA será número 2 do Itamaraty

O Itamaraty acaba de fechar o quadro que comandará a diplomacia brasileira na etapa final do governo Luiz Inácio Lula da Silva e o início da administração de seu sucessor. No último final de semana, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, designou para a secretaria-geral o atual embaixador do Brasil em Washington, Antonio Patriota. Segundo posto da casa, o cargo fora ocupado nos últimos seis anos e dez meses pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, uma das figuras mais controversas da diplomacia do governo Lula.

As mudanças devem se concretizar até o próximo dia 30, quando Pinheiro Guimarães completará 70 anos e, conforme as normas da carreira diplomática, será forçado a se aposentar. Amorim espera que, até o final do mês, o presidente Lula bata o martelo sobre a ascensão do embaixador para o seu gabinete de ministros. Pinheiro Guimarães deverá assumir a vaga deixada pelo acadêmico Roberto Mangabeira Unger, em junho passado, na Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Casa abandonada tinha acervo inédito contra ''subversão''

Uma descoberta recente pode mudar os rumos das pesquisas sobre ditadura militar em São Paulo. Um total de 86 fichas de militantes de esquerda e um manual da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, de 1970, que ensinava policiais a identificá-los, foram encontrados em uma fazenda na região de Jaborandi. O detalhe é que o material se diferencia do que está sob a guarda do Arquivo Público de São Paulo, que pertencia ao Departamento de Ordem Política e Social (Deops).

Ele estava numa casa abandonada na propriedade rural do delegado Tácito Pinheiro Machado, já morto. Segundo o coordenador do arquivo, Carlos Bacellar, as fichas têm um padrão incomum. "As que temos aqui são da Delegacia de Ordem Social e as dele da de Ordem Política", explicou. Como o Deops tinha uma sede em São Paulo, mas não havia delegacias espalhadas pelo Estado, a suposição é que o documento sobre os militantes era guardado, também em delegacias de polícia comuns.

O Globo

Receita encolhe, máquina cresce

Mesmo com a queda na arrecadação de R$ 56,7 bilhões até agosto, o ritmo de aprovação de leis criando cargos e funções comissionadas no âmbito dos três Poderes continuou acelerado em 2009. Só este ano, segundo levantamento do deputado tucano Arnaldo Madeira (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sancionou 25 leis que aumentam despesas com criação de cargos ou funções comissionadas — os projetos foram enviados nos últimos anos. A política do governo Lula de ampliar a estrutura do funcionalismo resultou no ingresso de 57,1 mil novos servidores no Executivo entre 2003 e 2009. Para o mesmo período, o governo autorizou a criação, por concurso público, de 160.701 vagas.

Os cálculos do tucano apontam que as 25 leis sancionadas este ano têm um impacto financeiro de R$ 7,24 bilhões, já que elas preveem a criação de 26,1 mil vagas, sendo 14,4 mil no Poder Executivo (incluídas no total de 160 mil).

Consultoria de Orçamento vê 'inconstitucionalidades flagrantes'

Estudo elaborado pela Consultoria de Orçamento da Câmara, a pedido do deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), aponta “inconstitucionalidades flagrantes” no Anexo V do projeto de lei orçamentária de 2010 — aquele que trata da criação de 77,7 mil novos cargos na esfera federal, com preenchimento estimado de 56,8 mil ainda no ano que vem.

O artigo 169 da Constituição, no parágrafo 1o, condiciona a criação de novos cargos à autorização legal e dotação orçamentária prévias. Para 2010, o impacto decorrente da criação e provimento de cargos no governo federal, mais as alterações de estrutura de carreiras e aumento da remuneração dos servidores da União, é estimado em R$ 17,7 bilhões.

Furnas: sindicatos se opõem à troca no fundo

Começa hoje uma queda de braço entre a direção de Furnas e os sindicatos que representam os empregados da estatal pelo controle da Real Grandeza, a fundação de previdência da empresa — uma das maiores do país. O Conselho Deliberativo do fundo se reunirá no início da tarde para deliberar sobre os nomes dos futuros presidente e diretor de Investimentos da entidade.

Mobilizados contra o que consideram “ingerência política” no fundo, supostamente patrocinada pela bancada do PMDB fluminense, 17 sindicatos lutam para não mudar nada no Real Grandeza. Eles querem manter o atual presidente da entidade, Sérgio Wilson Fontes, e o de Investimentos, Ricardo Nogueira, cujos mandatos terminam agora, após quatro anos.

Serra faz discurso político em missa

No dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), discursou ontem para 43 mil católicos que participaram das homenagens no Santuário Nacional de Aparecida (SP). A exemplo do que tem feito a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, também pré-candidata à sucessão do presidente Lula — que cumpriu um périplo religioso no últimos dias —, o tucano participou de ato na basílica e aproveitou para dizer que o país precisa de governantes íntegros, que sirvam em vez de se servir do povo.

Apenas este mês, Dilma já participou de cerimônia da Assembleia de Deus em São Paulo; foi à Igreja do Bonfim, em Salvador; e no domingo fez propaganda do governo Lula na procissão do Círio de Nazaré, em Belém.

Minc justifica cessão de área protegida

ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu ontem a ação pela qual o governo abre mão de quase três milhões de hectares em nove unidades de conservação no país em favor de índios, posseiros e fazendeiros, ou até para viabilizar a implantação de obras de infraestrutura. Para o ministro, a cessão, em alguns casos, não representará qualquer prejuízo para o meio ambiente.

Seria o caso da Floresta Nacional (Flona) de Roraima, que passará 93,7% de seu território, uma área de 2,4 milhões de hectares, aos ianomâmi: — No caso de Roraima, o prejuízo ambiental é zero. Na verdade essa Flona era irregular, foi criada em área indígena.

Mudança no Código prevê Lei Seca mais rigorosa

A revisão do Código de Trânsito Brasileiro — elaborado em 1997 — caminha para sua reta final na subcomissão criada na Câmara exclusivamente para esta finalidade e que amanhã se reúne para discutir os principais pontos de divergência.

Em jogo estão a modificação de 42 artigos e o acréscimo de outros 12. As mudanças mais polêmicas são o endurecimento da Lei Seca, o aumento do valor das multas, a proibição de motociclistas andarem em corredores entre os carros (em zigue-zague) e a vedação de que condutores de transporte de passageiros e motoristas de carga dirijam mais de quatro horas sem descanso.

Menores de 10 anos devem ser proibidos em motos

Com relação às motos, outra mudança prevista para o Código de Trânsito Brasileiro é que seja proibido o transporte de crianças menores de 10 anos na garupa.

O código vigente diz que crianças acima de 7 anos já podem ser conduzidas nesses veículos.

Os motoristas que gostam de falar ao celular enquanto dirigem também estão na mira. A ideia é que a falta, hoje considerada grave, passe a ser gravíssima.

A espinha dorsal do projeto é um texto apresentado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), cujos pontos foram elaborados pelo Ministério da Justiça e chegaram a entrar em consulta pública no início do ano passado.

Folha de S.Paulo

Serra antecipa acordo com BB para aumentar caixa em 2010

Na busca por recursos para extenso cardápio de obras, o governo Serra está prestes a fechar negócio com o Banco do Brasil que garantirá R$ 1,3 bilhão aos cofres do Estado no ano eleitoral de 2010. Concretizada a proposta expressa num termo de compromisso, o governo venderá ao BB -dono da Nossa Caixa- o direito de administrar, com exclusividade, a conta salário dos servidores estaduais por mais 23 meses.

Desde abril de 2007, a Nossa Caixa detém a exclusividade sobre a folha de pagamento do Estado. Mas, com a nova operação, a intenção é prorrogar a vigência desse contrato de 2012 até 2014. Com isso, o Banco do Brasil terá cinco anos de exclusividade sobre as contas dos servidores de São Paulo.

Tucano fala em missa sobre papel de governante

Um dia depois de a ministra da Casa Civil e pré-candidata petista à Presidência em 2010, Dilma Rousseff, participar do Círio de Nazaré, ontem foi a vez de outro pré-candidato ao Planalto, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), marcar presença em evento religioso de grande porte, em comemoração ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

Anteontem, Dilma assistiu ao Círio, em Belém (PA), que reuniu cerca de 2 milhões de fiéis. Ontem, Serra foi à missa no santuário de Aparecida (a 167 km de São Paulo) e também falou sobre política. Segundo os organizadores, o evento contou com 43 mil pessoas.

Cresce gasto com publicidade em Minas e SP

Os governos tucanos de Minas Gerais e de São Paulo pretendem aumentar em 21% e 158%, respectivamente, os gastos com publicidade governamental no ano eleitoral de 2010, comparado com 2006.

Naquele ano, quando José Serra se elegeu governador paulista, o Orçamento de São Paulo foi elaborado pelo seu antecessor, o tucano Geraldo Alckmin, que concorreu à Presidência. Aécio Neves era o governador de Minas e foi reeleito. Agora os dois são pré-candidatos do PSDB à Presidência.

Investimento de Aécio cai R$ 1,1 bi em ano eleitoral

O governo de Minas prevê investir 10,3% a menos no ano eleitoral de 2010 do que investiu neste ano. É a primeira vez desde que Aécio Neves (PSDB) tomou posse, em 2003, que a proposta orçamentária enviada à Assembleia Legislativa não contemplará reajuste do investimento total do Estado.

A causa é a queda da arrecadação devido à crise internacional. Na proposta, o investimento será R$ 1,13 bilhão menor e não há previsão de reajuste para o funcionalismo.

Outro lado: Governadores atribuem custo às demandas

O governo de São Paulo afirma que comparações do Orçamento de publicidade da gestão de José Serra em ano eleitoral com verbas destinadas para a área pelo governo de Geraldo Alckmin são "totalmente inadequadas".

Em nota, a assessoria de comunicação diz que, nos últimos anos, "foram criados programas que só funcionam efetivamente se a população tiver conhecimento de sua existência".

Pré-candidatos se preparam para afastar tensão eleitoral

Meditação, acupuntura, som, suor e contas de colar. Donos de temperamento forte e em concentração para a corrida eleitoral do ano que vem, os potenciais candidatos à Presidência da República têm receitas próprias de combate ao estresse e à ansiedade.
Em boa parte dos casos, a descoberta de técnicas de relaxamento se confunde com o calendário político. Hoje líder nas pesquisas para a Presidência, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), é prova disso.

Adepto da massagem e do alongamento, Serra recorreu à acupuntura no segundo semestre de 1997, após tensa campanha e derrota na eleição para a Prefeitura de São Paulo. Nunca mais parou. "Faço acupuntura ao menos uma vez por semana. É relaxante e revigorante", diz.

Dilma articula união de rivais para formar palanque no PR

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) está à frente de uma articulação polêmica para formar um palanque amplo no Paraná em apoio a sua eventual candidatura à Presidência da República em 2010.

Escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a pré-candidata do PT à sua sucessão, Dilma trabalha para unir na mesma chapa o governador Roberto Requião (PMDB) e seu principal desafeto político, o senador Osmar Dias (PDT), derrotado pelo peemedebista na disputa pelo governo do Paraná em 2006.

Corregedor quer disciplinar Ministério Público

O corregedor nacional do Ministério Público, Sandro José Neis, 40, promotor de Justiça em Santa Catarina, marcou suas primeiras semanas no cargo prometendo uma "correção de rumos" no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), alvo de críticas por não fiscalizar a atuação de promotores e procuradores. Também cabe ao órgão zelar pela boa gestão do Ministério Público dos Estados e da União (inclui os Ministérios Públicos Federal, do Trabalho, Militar e do Distrito Federal). Até 2011, Neis será o "xerife" que pretende controlar as faltas disciplinares nas várias unidades em todo o país. Ele elegeu como uma das prioridades fiscalizar o Ministério Público Federal, cuja corregedoria não tem feito inspeções.

"Não imagino nenhum tipo de resistência no Ministério Público Federal. O Ministério Público da União e o Ministério Público dos Estados serão fiscalizados com os mesmos critérios", diz. Em sua gestão, o CNMP já fez inspeção no Piauí, determinou a exoneração de servidores sem vínculos no Ministério Público do Amapá, advertiu uma promotora de Justiça do Paraná por causa da demora de um processo e promoveu a substituição temporária do procurador-geral de Justiça do Acre.

Conselheiro do TCE-SP sofre derrota no TJ no caso Alstom

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou, em caráter provisório, pedido do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Robson Marinho para excluí-lo da investigação sobre a Alstom e a suspeita de pagamento de propinas a tucanos paulistas.

A multinacional é investigada no Brasil sob suspeita de ter pago comissões ilegais a políticos para obter contratos com o Metrô, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a área de energia.

Correio Braziliense

Sinal de alerta no campo

A destruição de plantações de laranja pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na Fazenda Santo Henrique, no interior de São Paulo, acendeu a luz amarela nos gabinetes das autoridades federais. Setores da inteligência da Polícia Federal mapearam pelo menos quatro regiões em que conflitos envolvendo integrantes de movimento sociais podem acontecer a qualquer momento. Apesar de só atuar na proteção de áreas da União, a PF está tentando se antecipar aos problemas nos estados e repassa suas informações para as secretarias de Segurança Pública.

O monitoramento dos movimentos sociais não é uma atribuição da PF, mas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Porém, coube à PF avisar autoridades de um estado – cujo nome não foi divulgado – sobre a possibilidade de um grupo ligado aos sem-terra tentar impedir a posse de um governador que entrava no lugar de outro cassado. Entretanto, episódios recentes de violência e vandalismo acenderam o sinal de alerta na Divisão de Assuntos Sociais e Políticos (Dasp) da corporação, que hoje tem como preocupações o sul do Pará, o interior do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e o Pontal do Paranapanema. Nas quatro regiões mapeadas pelas autoridades foram identificadas atuações de outros grupos além do MST, alguns ainda não totalmente conhecidos da área de inteligência federal.

Conselhos para área social

Um dos mais recentes projetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Consolidação das Leis Sociais (CLS) foi o tema de reunião, na semana passada, entre o petista e 17 ministros ligados à área. O objetivo é consolidar em um único documento diversos programas do atual governo – e garantir a continuidade na gestão seguinte. A proposta, a pedido do presidente, também é motivo de debate entre os membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que entrega a Lula, até o fim deste mês, sua visão sobre o assunto.

Criado ainda no primeiro mandato do petista, o conselho tem a função de apresentar a opinião da sociedade civil sobre assuntos de peso para o governo, além de propor políticas públicas para o desenvolvimento nacional. A influência dos membros do grupo, entretanto, não fica restrita à elaboração de propostas. A maior proximidade com autoridades do Executivo contribui para um bom trânsito no governo.

Ciro sofre ataque especulativo do PT

Desde que ultrapassou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), nas pesquisas de opinião, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) sofre um ataque especulativo dos petistas para desistir da candidatura a presidente da República. Além de pressionar os governadores da legenda — Eduardo Campos (PE) e Cid Gomes (CE), candidatos à reeleição, e Vilma Maia (RN) — com a ameaça de romper as alianças regionais, o PT força a barra com os partidos aliados para não aderirem à candidatura do socialista.

Na única conversa da cúpula do PSB com Luiz Inácio Lula da Silva sobre a sucessão de 2010, Ciro reiterou que pretende disputar a Presidência. Lula enfatizou que prefere uma eleição plebiscitária, com uma candidatura única da base contra a oposição, mas disse que não pretende pedir a retirada da candidatura de Ciro, porque foi candidato quatro vezes e entende a posição de seu ex-ministro.

Todas as cobranças do PR

O PR entrou na mira da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência. O namoro começa hoje, quando ela receberá homenagem da legenda durante jantar, mas não é nada certo de que o gesto vá acabar em casamento. Na manga, o PR tem algumas cobranças a fazer.

A primeira delas é não ter sido chamado oficialmente pelo PT para a conversa sobre 2010. E a segunda é o apoio para o partido alcançar seus próprios objetivos em 2010: eleger três governadores e uma bancada de 45 deputados e seis senadores. O jantar é uma iniciativa do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, de aproximação de Dilma com a bancada de deputados e senadores. E foi pensado para ser uma celebração e não um jantar para, ao final, colocar a fatura na mesa.

Lula e Dilma na estrada

Sob o pretexto de visitar canteiros de obras da transposição do rio São Francisco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai colocar o pé na estrada. Mas a missão não declarada é resolver os imbróglios das alianças para 2010 em três dos estados considerados imprescindíveis para a eleição presidencial de 2010, mas cuja realidade política ainda é um problema para os planos do presidente de emplacar a ministra Dilma Rousseff como sucessora.

Acompanhado da ministra, Lula inicia sua andança amanhã pelo estado da Bahia. Eles visitarão o município da Barra, no Oeste do estado. A agenda oficial prevê passeios às obras de revitalização. Mas, é na agenda extra oficial que ambos irão concentrar esforços. É que a Bahia vive um confronto entre PT e PMDB, considerado um obstáculo à aliança nacional dos dois partidos. O PT estadual quer reeleger o governador Jacques Wagner e já anunciou que não abrirá mão dessa candidatura. Enquanto isso, os peemedebistas já anunciaram que pretendem lançar o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, para concorrer à vaga.

Para acelerar o pré-sal

Prevendo obstáculos na votação dos quatro projetos sobre o pré-sal, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), definiu que haverá uma ordem para as propostas não encavalarem no plenário. A prioridade é aprovar o novo modelo de extração do petróleo. Em segundo lugar, os deputados vão apreciar a capitalização da Petrobras, já que a empresa vai aumentar seu capital por meio de mais lançamentos de ações para, futuramente, tocar o projeto do pré-sal. Na sequência, a nova estatal que cuidará dos contratos de exploração da commodity entrará em discussão. O último item seria a criação do Fundo Social.

Essa foi a saída encontrada para cumprir o prazo de votação até 10 de novembro, acertado por Temer com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A argumentação para priorizar o marco regulatório é que ele vai ditar todo o processo do pré-sal e, inclusive, será um indicativo do tamanho dos recursos que poderão ser incluídos no Fundo Social.

Resumo das notícias dos jornais de hoje 08/10/2009

Nos jornais: Senado custeia despesas da polícia do DF
quinta-feira, 08 de outubro de 2009

Folha de S.Paulo

Senado custeia despesas da polícia do DF

O Senado custeou a manutenção de helicópteros da Polícia Militar do Distrito Federal e a compra de 439 mil cartuchos da corporação, segundo prestação de contas de um convênio feito com a Casa. Entre 2004 e 2007 foram repassados um total de R$ 3 milhões à PM-DF.

A Folha teve acesso a relatório da Secretaria de Controle Interno do Senado que manda a Diretoria-Geral da Casa cobrar a devolução de R$ 2,1 milhões dos R$ 3 milhões. Segundo o documento, a polícia não comprovou o uso da maior parte dos recursos. O relatório foi encaminhado no mês passado à Primeira-Secretaria.

A assinatura do convênio ocorreu em 11 de março de 2004. Então primeiro-secretário, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) representou a Casa e o coronel José Ferreira Tabosa, o comando da polícia. O diretor-geral era Agaciel Maia.

PM afirma que caso se refere a gestões passadas

A Polícia Militar do Distrito Federal informou que ainda não foi avisada do relatório do Senado. O coronel José Carlos Pina Figueiredo disse que o caso se refere a gestões anteriores: "Até agora não há contestação. Se houver, vamos responder".

Segundo ele, cerca de R$ 500 mil que restaram do convênio foram devolvidos.

Pedro Ricardo Araújo Carvalho, diretor da Polícia Legislativa, disse que havia problemas no convênio: "Não conseguimos confirmar isso [o uso do helicóptero]".

MST deixa plantação após depredar imóveis e tratores

Um cenário de destruição e depredação foi encontrado na fazenda de plantação de laranja da Cutrale em Iaras (271 km de São Paulo), desocupada ontem pelo MST após decisão de reintegração de posse da Justiça.

Famílias de funcionários que moram na fazenda disseram que suas casas foram depredadas e tiveram objetos furtados.

Incra recorre de decisão que extingue ação contra Cutrale

O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) apelou contra a decisão da Justiça que extinguiu o processo em que o órgão federal reclamava como terra pública a fazenda da multinacional Cutrale em Iaras (SP).

Em sentença publicada em agosto, a Justiça Federal em Ourinhos (SP) considerou o Incra ilegítimo para reivindicar a fazenda que, segundo o instituto, pertence à União. Não foi julgado o mérito do pedido, isto é, se a fazenda é terra pública.

Entidades ligadas ao movimento receberam R$ 15,4 mi do governo

Ignorando alertas do TCU (Tribunal de Contas da União), o governo federal continua a repassar recursos para entidades vinculadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Neste ano, 19 instituições ligadas ao movimento receberam pelo menos R$ 15,4 milhões.

Por suspeitar que estas entidades financiem a atuação dos sem-terra, o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsico, pedirá nos próximos dias que o tribunal impeça, por meio de liminar, novas transferências.

MST rechaça acusações de danos e furto em fazenda

Diretor estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e um dos coordenadores da invasão à fazenda da Cutrale em Iaras (SP), Paulo Albuquerque disse ontem após deixar a área que os tratores da empresa estavam funcionando quando o movimento deixou o local e que não houve dano ao patrimônio, com exceção das pichações.

Albuquerque negou ainda que os sem-terra tenham furtado objetos da Cutrale ou dos funcionários. "Se algum trator não estiver funcionando, foram eles [Cutrale] que quebraram. Não ocorreram furtos."

Stephanes cobra atitude agressiva contra sem-terra

Numa reação à derrubada de pés de laranja numa área invadida pelo MST no interior paulista, o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) cobrou ontem mais agressividade do governo federal no combate a esse tipo de ação dos sem-terra.

"O governo tem que tomar atitudes mais agressivas em relação a isso... os órgãos de repressão, a Justiça têm que atuar de forma mais incisiva", disse. "Isso traz uma insegurança para os produtores agrícolas. Eles não aceitam mais isso. Isso é muito ruim."

Congresso tem mais amigos do que se imagina, diz Lula

Ao sancionar a nova Lei Orgânica da Defensoria Pública, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa de congressistas denunciados. Disse que no Senado e na Câmara existem mais "amigos" do que se imagina.

"Às vezes, a gente fala mal da Câmara e do Senado, mas, sempre que tem um projeto de interesse público, eles sempre têm ajudado. Muitas vezes, a gente vê uma denúncia qualquer e a gente já passa a julgar todo deputado e senador como bandido, quando, no fundo no fundo, na hora que a gente precisa e a gente se organiza, a gente percebe que as coisas acontecem". E continuou: "É importante saber que lá dentro tem mais amigos do que vocês imaginam".

Ciro diz que Serra joga no "tapetão"

Deputado federal e pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PSB-SP) criticou ontem o governador de São Paulo e também pré-candidato, José Serra, pelo fato de o PSDB estudar uma maneira de retirar seu mandato na Câmara dos Deputados.

Ciro classificou a intenção do PSDB como "um disparate" e "patética". E disse ainda:

"Isso revela como o Serra gosta de enfrentar os seus adversários nas eleições, sempre no tapetão". Questionado se ele achava que essa era uma ideia do próprio governador, respondeu ironicamente: "Não, o Serra não tem nada a ver com isso, aliás, ele nunca tem". O deputado também disse acreditar que a pretensão tucana "não vai dar em nada".

PMDB pressiona por aliança rápida com PT

Reunida na noite de anteontem, a cúpula do PMDB decidiu pressionar o PT para formalizar, o mais rápido possível, uma aliança para as eleições de 2010 com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como candidata à Presidência da República e um peemedebista na vice.

Mais cotado para a vaga, o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), deve ligar para Lula hoje e informar o resultado do jantar.

Erário pagou despesa de Yeda, acusa oposição

PT e DEM acusam a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), de ter despesas pessoais pagas pelo erário.

A oposição diz que há indícios de que mais de R$ 100 mil tenham sido usados para adquirir material de construção e móveis para a casa de Yeda.

O advogado de Yeda, Fábio Osório, disse que, como ela não vive na residência oficial, as compras e os reparos são legais. O governo disse que a ação foi "legal e transparente" e aprovada pela Contadoria do Estado.

Está na fila a Lei Geral das Religiões

Reforma e Contrarreforma. Desta vez eles inverteram os papéis, mas o jogo é o mesmo: tentar deter o avanço de uma religião reproduzindo com modificações os passos da rival.

Ontem foi a vez de os senadores darem a aprovação final à Concordata Brasil-Vaticano. Está agora na fila a Lei Geral das Religiões, capitaneada por grupos protestantes com vistas a zerar o jogo. Ela já passou pela Câmara dos Deputados e aguarda o aval dos senadores. O diploma busca estender para todas as religiões alguns dos dispositivos da Concordata.

Pressão evangélica: Projeto de lei alternativo retira palavra "Católico"

Apelidado de "Lei Geral das Religiões", o projeto, de autoria do deputado George Hilton (PRB-MG), da bancada evangélica, tem o texto bastante semelhante ao do acordo entre Brasil e Vaticano, aprovado ontem no Senado, mas o estende para todas as crenças. O projeto foi aprovado na Câmara junto com a Concordata da Santa Sé, em agosto, e segue para votação no Senado. Ainda não foi definido um relator.

O Globo

Uma 'tsunami' na fazenda

Um rastro de destruição, com pés de laranja arrancados, tratores e armários destruídos e paredes pichadas. Esse era o cenário ontem na fazenda Santa Henrique, em Boberi, no interior de São Paulo, que havia sido ocupada no último dia 28 por cerca de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os invasores deixaram ontem a propriedade, após a Justiça estadual determinar a reintegração de posse a favor da Cutrale, empresa responsável pela área.

Não houve conflito com os cerca de 120 policiais que acompanhavram a operação desde as primeiras horas da manhã. Funcionários e peritos da polícia científica começaram então a fazer uma varredura na fazenda para avaliar os prejuízos.

Entidades ligadas ao MST receberam R$115 milhões

O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), denunciou ontem que, nos últimos cinco anos, nove entidades ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) receberam do governo federal R$115,1 milhões. Caiado disse que o DEM vai enviar representação à Procuradoria Geral da República pedindo abertura de investigação por crime de responsabilidade contra o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

Caiado sustenta que a legislação proíbe repasse de recursos para entidades, organizações, pessoa jurídica, movimento ou sociedade de fato que auxiliem, colaborem, incentivem, induzam ou participem de invasão de imóveis rurais ou bens públicos, em conflito agrário ou fundiário.

Líder do MST minimiza vandalismo e diz que ação foi um 'bem para a humanidade'

O coordenador regional do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, disse ontem que as ações do movimento na Fazenda Cutrale, em São Paulo, são atos de defesa do patrimônio da União e representam "um bem para a humanidade". E afirmou que o MST vai continuar "na ofensiva" para mostrar que o Brasil precisa "resolver o problema da reforma agrária".

Ele minimizou os atos de vandalismo e afirmou que o que o MST está pedindo é pouco diante dos problemas provocados pela empresa:

- A Cutrale ocupa cerca de 30 mil hectares de terras devolutas, e isso pode ser chamado de grilagem. O MST só exige 2.500 hectares de toda essa área - afirmou ele, um dos dirigentes nacionais do movimento. - Por uma questão lógica, toda monocultura é prejudicial ao meio ambiente, porque degrada o solo, prejudica a natureza. Não importa se é eucalipto, cana, soja ou o milhão de pés de laranja da Cutrale. Os companheiros estão tentando produzir outras culturas para o bem da humanidade.

General: 'Não há ameaça'

O chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Jorge Félix, minimizou as ações do MST e declarou que o movimento não é uma ameaça à sociedade e tem suas razões para existir, dizendo que a apuração cabe ao Ministério Público e à Justiça.

- Ameaça são coisas fortes confirmadas por estatísticas. Não há ameaça. A questão é que é um movimento, e qualquer movimento social tem seu viés de razão.

Comissão aprova projeto sobre publicidade

Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara aprovou ontem um projeto que considera abusiva a publicidade que incite crianças à violência ou viole seus direitos. O texto original, de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), era mais radical e vedava toda a publicidade direcionada a menores de 12 anos. O projeto de lei tramitava há oito anos. Agora, segue para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e, se aprovado, vai para o Senado.

Ao apresentar o seu voto, o relator, deputado Osório Adriano (DEM-DF), argumentou que o projeto original era um "remédio excessivamente radical, capaz de matar o paciente". O texto original não só vetava a publicidade para o público infantil como estabelecia regras rígidas determinando como as propagandas de produtos para crianças deveriam ser produzidas.

TCU investigará contrato do MEC com consórcio

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu ontem investigar o contrato para a organização do Enem 2009. O TCU quer saber se o Ministério da Educação cometeu falhas na supervisão da segurança do exame que possam ter contribuído para facilitar o vazamento e causado prejuízos estimados em, no mínimo, R$35 milhões, além de transtornos para mais de quatro milhões de estudantes.

Para o ministro José Jorge, autor do pedido de auditoria, o governo não pode agora culpar apenas as empresas contratadas ou a Lei de Licitações. Ele acredita que o MEC tinha o dever de prevenir falhas. O requerimento foi aprovado por unanimidade no plenário do tribunal.

Tarso vê ponto positivo no vazamento das provas

O ministro da Justiça, Tarso Genro, conseguiu encontrar ontem um aspecto positivo no episódio do vazamento que provocou o atraso de dois meses na aplicação das provas do Enem:

- Eu disse ontem ao Fernando (Haddad, ministro da Educação) que foi bom o que aconteceu, porque não apenas nós, mas toda a sociedade brasileira se tornou consciente da grande importância que tem o Enem para a educação no Brasil.

Tarso disse que toda a estrutura de inteligência da PF vai atuar para evitar fraudes na realização do Enem. O MEC já encaminhou à polícia um plano de segurança com as medidas que considera necessárias para impedir vazamentos durante a impressão, distribuição, aplicação e correção das provas.

Lula critica advogados que enganam trabalhadores na porta de fábricas

De forma bem-humorada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem os advogados que ficam à espera de clientes nas portas de fábricas para ganharem honorários sobre direitos que o cidadão comum teria. Lula citou um caso próprio, quando perdeu o dedo mínimo numa máquina, na década de 60. O assunto surgiu na cerimônia para sanção da lei complementar que altera a Lei Orgânica da Defensoria Pública.

Segundo Lula, na época, um advogado se aproximou dele e disse que o ajudaria a receber o seguro pelo acidente - embora não fosse necessária a atuação de um profissional. O advogado quis cobrar 20% de honorário:

- Há aqueles advogados, que ficam na porta da Justiça, na verdade, muitas vezes, enganando o pobre do trabalhador. Quando se recebe uma AM (espécie de documento) do Fundo de Garantia, é só ir no banco depositar e marcar a data para receber. Mas o advogado promete: "Vai no meu escritório que eu consigo mais rápido." Aí, o coitadinho vai e não consegue mais rápido coisa nenhuma e tem de pagar 20% para o advogado.

Para isolar Ciro, Dilma tenta apressar alianças

O Planalto deflagrou uma ofensiva para garantir, o quanto antes, o apoio dos partidos da base aliada à candidatura presidencial da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com o objetivo de isolar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) e tentar tirá-lo da disputa de 2010. Preocupado com o crescimento de Ciro nas pesquisas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sinal verde para que o PT agilize as alianças.

A expectativa no PT é que ainda este mês seja oficializado o pré-acordo com o PMDB para que o partido indique o vice na chapa de Dilma. O anúncio deve ser feito por Lula em duas semanas. Os petistas tentam garantir até novembro a declaração de apoio do PDT e do PRB, do vice-presidente José Alencar. O PDT indicou que não tem pressa.

Na Bahia, agenda com missa e obras

Em rimo de pré-campanha eleitoral, a ministra Dilma Rousseff volta à Bahia amanhã. Será a primeira visita de Dilma depois do rompimento (em agosto) do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) com o governador Jaques Wagner (PT) - o que vai resultar em dois palanques presidenciais para a candidatura dela na Bahia.

A agenda de Dilma foi montada de forma a não provocar constrangimentos entre os aliados, que são adversários locais. Wagner tem dito que Geddel agiu com ingratidão. O ministro, por sua vez, tem acusado o governo Wagner de inoperante e incompetente. O governador e o ministro devem se encontrar em alguns dos eventos.

Campanha já tem grupos de trabalho

Além do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), que cuidará das campanhas petistas em todo o país, a direção do PT criou uma segunda equipe, coordenada pelo assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, para elaborar o programa de governo da pré-candidata a presidente Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil. Esse grupo vai moldar a ministra como candidata, formatando principalmente seu discurso na tentativa de aproximá-la do eleitorado.

Integram o grupo os deputados Ricardo Berzoini (SP), presidente do PT, e Antonio Palocci (SP) e o ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá, entre outros. A bancada do Senado irá indicar um representante, e a da Câmara, dois. Os dirigentes minimizam a alegada dificuldade da ministra de se dirigir ao povo.

No RS, CPI deve investigar se verba pública pagou móveis da casa de Yeda

A presidente da CPI da Corrupção da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Stela Farias (PT), afirmou ontem na comissão, citando documentos, que foi usado dinheiro público na compra de material de construção e móveis instalados na casa da governadora Yeda Crusius (PSDB). Com a denúncia, oposicionistas solicitariam a suspensão da votação do relatório da comissão especial que propõe o arquivamento do pedido de impeachment da governadora, marcada para hoje.

- Que se pare o processo e se levantem todas essas questões - reivindicou Stela.

Em Tocantins, governador interino garante maioria e deve ser eleito hoje

A Assembleia Legislativa de Tocantins realiza hoje à noite uma eleição com resultado já previsto: a escolha do deputado estadual e atual governador interino, Carlos Gaguim, do PMDB, como substituto de seu correligionário Marcelo Miranda, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em setembro, por abuso de poder político na campanha de 2006. Dos 23 deputados estaduais que vão participar da eleição indireta, 21 já anunciaram o voto em Gaguim.

Ontem, por oito votos a um, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a eleição indireta para o governo de Tocantins, no julgamento de uma ação do PSDB. O partido argumentou que a Assembleia aprovou lei para regulamentar a eleição indireta após a cassação do titular. E que, segundo a Constituição Federal, novas leis eleitorais só podem entrar em vigor um ano depois de sua aprovação. No entanto, o Supremo entendeu que a lei não criou novas regras, apenas estabeleceu como seria a eleição.

O Estado de S.Paulo

Planalto quer neutralizar TCU para destravar obras da Copa e do pré-sal

Uma semana depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a paralisação de 41 obras federais, das quais 13 do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), o Planalto decidiu recorrer a empresários, sindicalistas, governadores, prefeitos, Congresso e Ministério Público na tentativa de fechar um grande acordo com objetivo triplo: destravar projetos do pré-sal, da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. O próprio TCU será procurado. O governo quer flexibilizar auditorias do tribunal e processos de concessão das licenças ambientais do Ibama.

Um ano antes da eleição presidencial, o Planalto quer reduzir as amarras legais dos projetos de infraestrutura, de forma que grandes obras rodoviárias, ferroviárias e de intervenção urbana, além das relativas ao pré-sal, possam ser tocadas sem paralisações. Na estratégia de destravamento, o governo opera em duas frentes: a jurídica e a fiscal. No campo das finanças, mostra-se indiferente aos "ataques" à Lei de Responsabilidade Fiscal e até abre o cofre do Tesouro para Estados e municípios.

Lei de Licitações também é alvo

A Lei de Licitações é um dos alvos do governo em sua investida para tentar alterar os mecanismos de controle de obras e gastos públicos.

Em julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em evento com empreiteiros, que havia no País um clamor por mudanças na legislação como forma de destravar obras e investimentos. "Eu não conheço um brasileiro que não queira mudar", discursou Lula, referindo-se à Lei de Licitações.

BNDES libera R$ 6 bi a mais para governadores

Os Estados ganharam uma ajuda do governo para manter os investimentos em obras públicas no ano que vem. Para possibilitar o aumento de gastos em um cenário de queda de arrecadação, os governadores poderão tomar emprestados mais R$ 6 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Antes, esse limite era de R$ 4 bilhões. O prazo para contrair o empréstimo termina em 30 de junho, por imposição da Lei Eleitoral.

A ampliação do limite de empréstimo do BNDES aos Estados foi aprovada ontem, em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), para compensar as perdas do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Na avaliação de técnicos do governo, a medida obedece aos critérios definidos na Lei de Responsabilidade Fiscal - só poderá tomar empréstimo quem tiver capacidade de pagamento.

Falta de regulamentação abre brecha, diz analista

Depois de nove anos em vigor, a Lei de Responsabilidade Fiscal ainda depende de regulamentação e aprimoramentos para não punir os Estados e municípios que estão com suas finanças equilibradas. Além disso, a lei é alvo de pressões de governantes que querem neutralizar parte de seu "rigor fiscal".

Dentre os pontos que ainda faltam ser regulamentados, segundo o economista José Roberto Afonso, assessor técnico do PSDB, estão a criação de um conselho de gestão e a definição de limites de endividamento para a União. "Existe um conjunto de problemas, pontos da lei que não foram regulamentados e não estão claros ou são distorcidos", afirmou.

Câmara adia votação da PEC dos cartórios

Preocupado com a repercussão negativa da aprovação de mais um "trem da alegria" pela Câmara, o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), comandou ontem pessoalmente o adiamento da votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 471, que garante a efetivação de dirigentes de cartórios admitidos entre 1988 e 1994 sem concurso. A chamada PEC dos cartórios dará estabilidade para cerca de 5 mil tabeliães hoje interinos no cargo.

"Estou brigando há dois anos contra essa PEC dos cartórios. A Constituinte estabeleceu o princípio do concurso público e os Tribunais de Justiça não realizaram esses concursos. O Congresso não pode pagar esse desgaste", afirmou o deputado José Genoino (PT-SP), um dos opositores da proposta.

Gurgel cita apoio da maioria no STF ao poder de investigação de procuradores

Seis dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)já se manifestaram, em diferentes ações submetidas à corte, pela constitucionalidade das investigações criminais realizadas pelo Ministério Público. A informação consta do parecer encaminhado ao STF pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel, chefe do Ministério Público Federal, para rebater a Ação Direta de Inconstitucionalidade do poder de investigação de promotores e procuradores. A ação foi proposta pela Associação dos Delegados de Polícia do Brasil.

O parecer, subscrito pela vice-procuradora-geral Deborah Duprat, destaca que a Constituição, artigo 144, não atribuiu exclusivamente à Polícia a prerrogativa da apuração de crimes. Ela cita Joaquim Barbosa, Carlos Britto, Eros Grau, Ellen Gracie, Cezar Peluso e Celso de Mello como os ministros que já declararam constitucional a apuração pelo Ministério Público. Deborah anotou que o plenário do STF reconheceu, no julgamento do inquérito 1.957/PR, que "a instauração de inquérito policial não é imprescindível à propositura de ação penal pública, podendo o Ministério Público valer-se de outros elementos de prova para formar sua convicção". E rebateu a tese de que o Ministério Público é imune à fiscalização.

PMDB acerta apoio a Dilma em 2010

Distante oito meses da convenção partidária que vai definir oficialmente com quem o PMDB dividirá o palanque presidencial em 2010, a cúpula do partido decidiu formalizar já o apoio à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a indicação de um peemedebista para a vice-presidência da chapa. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), vai conversar hoje com o presidente Lula informando o resultado do jantar dos dirigentes peemedebistas na noite de terça-feira, no qual setores do partido aprovaram por unanimidade o acordo.

O PMDB espera que, na próxima semana, Lula reúna o partido e a direção do PT para sacramentar o que vem sendo chamado de pré-compromisso. As duas siglas vão deixar claro que estarão juntas na disputa presidencial em 2010. O partido não apresentará o nome do vice agora, mas Temer é o cotado para o cargo. "O PMDB está pronto para sinalizar ao País inteiro que, coerentemente, estaremos juntos no palanque de Dilma", afirmou o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), organizador do jantar.

''É uma violência'', reage Quércia

Excluído da lista de convidados do jantar organizado pelo comando nacional do PMDB, o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia classificou como uma "violência" o plano para selar desde já a aliança com o PT. Quércia, que tenta convencer a sigla a seguir com o PSDB, prometeu contestar internamente a decisão.

"É uma violência. Nunca houve na história do partido uma decisão tomada dessa forma, sem qualquer consulta aos líderes, sem dialogar com ninguém. É um absurdo isso, uma loucura", disse Quércia, que prometeu reunir outros dissidentes para avaliar uma reação. Ele criticou diretamente o deputado Michel Temer (PMDB-SP), por não cumprir a promessa de convidar líderes regionais para debater o tema. Quércia já selou seu próprio acordo para 2010 desde o ano passado. Com a chancela do governador José Serra (PSDB), ele apoiou a reeleição do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). Em troca, ganhou a promessa do endosso para disputar o Senado.

PDT descarta Ciro e defende candidato único

Foi bem sucedida a primeira investida da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, para ganhar o apoio de partidos governistas em 2010. No jantar oferecido à cúpula e às bancadas do PDT na Câmara e no Senado na terça-feira, a ministra da Casa Civil obteve a simpatia dos convidados, os convenceu de que o Planalto trabalha para ter apenas uma candidatura na base aliada e uma eleição polarizada entre governo e oposição e ainda conseguiu "desmontar" a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE)

"O Ciro, hoje, está descartado como candidato até pelo convencimento geral de que a candidatura dele está sendo administrada pelo presidente Lula", resume o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Ele é um dos raros pedetistas que não compareceu ao jantar, mas, depois de conversar com os companheiros de bancada e com o ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, foi quem melhor traduziu o resultado do encontro.

Depredação do MST na fazenda da Cutrale deixa prejuízo de R$ 3 mi

Sob forte aparato policial, 350 militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) desocuparam ontem a Fazenda Santo Henrique, do grupo Cutrale, em Borebi, a 320 quilômetros de São Paulo, deixando para trás um rastro de destruição. Além dos 7 mil pés de laranja arrancados, foram encontrados 28 tratores danificados ou destruídos, caminhões e sistemas de irrigação sabotados, a sede e seis casas de colonos depredadas e pichadas. Houve furto de equipamentos, móveis, roupas e defensivos agrícolas.

"A impressão é de que passou um tsunami aqui", lamentou o gerente agrícola da propriedade, Claudinei Ferreti. O prejuízo de nove dias de ocupação pode chegar a R$ 3 milhões.

DEM diz ter assinaturas para CPI

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) diz ter coletado 35 assinaturas das 27 obrigatórias para abrir CPI no Senado com objetivo de apurar repasses de verba federal - no total de R$ 115 milhões em 5 anos - a entidades ligadas ao Movimento dos Sem Terra (MST). Ela contou que a invasão à fazenda Cutrale facilitou a coleta: "Aquilo revoltou a sociedade e o Congresso. Em duas horas conseguimos mais de 30 assinaturas."

Em resposta a ofício do deputado Ronaldo Caiado (DEM- GO), o ministro Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, informou foram repassados, entre 2004 e 2008, cerca de R$ 115 milhões. "O ministro está 100% envolvido com os crimes do MST, porque é financiador desse movimento. Ele repassou dinheiro para ações da violência, como a da fazenda da Cutrale", acusou Caiado. Cassel rebateu, dizendo que todo o repasse foi legal.

Tarso fala em providências, mas diz que caso é de Cassel

O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que o Brasil tem leis contra destruição de propriedades e o MST responderá criminalmente pelos danos à Fazenda Santo Henrique. "O País tem lei, tem Constituição, e providências serão tomadas", disse. "Ninguém está acima da lei."

Tarso não detalhou quais medidas são cabíveis, mas afirmou que a responsabilidade pelo problema é do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. "Ele vem conduzindo muito bem o caso e apoio tudo que ele falou a respeito." O ministro do Desenvolvimento Agrário já havia dito que a atitude do MST foi "grotesca" e "injustificável", garantindo que não ficará impune.

STF mantém eleição hoje para governador

O STF rejeitou pedido de liminar do PSDB e manteve a realização de eleição indireta para governador do Tocantins, marcada para hoje. Em junho, a corte cassou o mandato do governador Marcelo Miranda (PMDB). "A eleição direta faltando poucos meses para conclusão do mandato seria muito onerosa", defendeu o ministro Carlos Ayres Britto.

Ribeirão Preto cancela homenagem a Sarney

A Câmara de Ribeirão Preto aprovou a retirada do nome do senador José Sarney (PMDB-AP) de viaduto da cidade e sua troca pelo da primeira linotipista do País, Jandyra Camargo Moquenco. O vereador Walter Gomes (PR), autor do projeto, alega que o nome de Sarney, por conta dos escândalos dos atos secretos e nomeação de parentes, estaria sujando Ribeirão.

Correio Braziliense

O mau exemplo do Pan

Enquanto os brasileiros vibram com a escolha do Rio como a sede das Olimpíadas de 2016 e patrocinadores já investem em campanhas publicitárias sobre as vantagens do evento para o país, uma pilha de processos lota os gabinetes do Tribunal de Contas da União (TCU) e dá a dimensão do mau uso do dinheiro público pelos agentes políticos durante a realização dos jogos Pan-Americanos, em 2007. As suspeitas de irregularidades somam 35 processos, sendo que nenhum foi concluído até hoje. Dois deles estão em fases avançadas e os ministros já citaram duas empresas fornecedoras e quatro organizadores dos jogos a ressarcirem o Tesouro Nacional em mais de R$ 18 milhões. Os acusados recorreram e a apuração agora se transformou em uma Tomada de Contas Especial.

As suspeitas de que a organização do Pan cometeu falhas graves e desviou recursos durante a organização do evento são originadas de denúncias das mais variadas espécies. Os auditores investigam, por exemplo, indícios de fornecimento de bens e serviços em quantidades diferentes das estabelecidas inicialmente em contratos, mudanças de cláusulas contratuais e a inclusão de aditivos sem justificativas, a compra pelo governo de materiais a preços muito superiores ao de mercado, além de superfaturamentos no aluguel e na construção da Vila Pan-Americana. Falhas que depois de apuradas podem explicar o porquê de o custo final do Pan — calculado em R$ 3,3 bilhões — ter ultrapassado em mil vezes o orçamento inicialmente previsto.

Múcio vai relatar os casos

Depois de dois anos compondo a linha de frente da administração Luiz Inácio Lula da Silva ao atuar como ministro das Relações Institucionais, caberá a José Múcio Monteiro decidir o destino de mais de 30 processos que tramitam atualmente no Tribunal de Contas da União (TCU) tratando de irregularidades praticadas por integrantes do governo durante a organização dos jogos Pan-americanos de 2007. Múcio vai herdar a relatoria desses casos, já que graças à indicação do presidente Lula passou a ocupar uma vaga na Corte no lugar de Marcos Vilaça, que se aposentou depois de relatar os casos envolvendo os jogos.

Vilaça relatou os únicos dois processos que chegaram a apontar responsáveis. Um dos organizadores mais acusados de cometer irregularidades durante os procedimentos de investigação foi Ricardo Leyser Gonçalves, atual secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte e com ligações estreitas com os governistas. Ele já foi indicado para ocupar a vaga de secretário-executivo do governo no comitê que vai organizar as olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016. Atualmente, Leyser consta como acusado nos dois processos já relatados por Marcos Vilaça e que resultaram em acórdãos. Ele foi citado e, junto a outras três pessoas e duas empresas, poderá ter de devolver ao Tesouro mais de R$ 18 milhões. Mas, como o processo se transformou em uma Tomada de Contas Especial, caberá justamente ao ministro José Múcio decidir se aceita ou não os argumentos apresentados pelos acusados para não terem de pagar a quantia determinada na primeira decisão da Corte.

Acordo para reajustes

Em reunião no Supremo Tribunal Federal (STF), presidentes de tribunais superiores e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, vinculado à União, aprovaram ontem reajuste de 15% nos salários de seus servidores. Para valer, o aumento ainda tem que ser referendado por todos os ministros do Supremo e depois aprovado pelo Congresso Nacional. O último reajuste da categoria foi aprovado em 2006.

A portas fechadas, o encontro dos dirigentes das mais altas Cortes de Justiça do país ocorreu no gabinete do presidente do STF, Gilmar Mendes. O aumento poderá ser extensivo a funcionários que ocupam cargos em comissão (nomeados por indicação) e funções comissionadas. Além da elevação dos vencimentos dos funcionários do Poder Judiciário da União, também foi aprovada na reunião a fixação da chamada Gratificação Judiciária (GAJ) em 135% do salário básico dos servidores.

Fraude no censo e no FPM

Cinco municípios baianos são investigados pela Polícia Federal por suspeitas de fraudes no censo demográfico de 2000. A Procuradoria da República no estado denunciou esta semana 10 pessoas acusadas de manipulação do número de habitantes em outras sete cidades, depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) constatou as fraudes e demitiu os servidores envolvidos. A comparação dos dados do censo de 2000 com os de 2007 mostra um falso crescimento populacional de quase 34 mil pessoas nos locais investigados. A fraude, segundo a apuração, tinha a intenção de aumentar os recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a que os locais tinham direito e até mesmo ampliar o número de vereadores, como ocorreu em Caraíbas, no sul da Bahia.

Todos os municípios estão próximos a Vitória da Conquista, o que levou as autoridades a acreditar que outras cidades poderiam ter participado da fraude no censo de 2000. Por isso, o procurador da República na região, Mário Alves Medeiros, decidiu ser minucioso na investigação, desta vez utilizando a estrutura da Polícia Federal. “O esquema pode ter começado no censo de 1980”, estima Medeiros, que denunciou 11 envolvidos nas irregularidades ocorridas em Encruzilhada, Caraíbas, Piripá, Maetinga, Ribeirão do Lago, Jânio Quadros e Guajeru. Entre eles estavam ex-servidores do IBGE e um ex-prefeito. As investigações prosseguem em Barra do Choça, Itambé, Belo Campo, Cândido Sales e Boa Nova.

Ensaios para o noivado

A candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ganhou dois sinais positivos: PDT e PMDB demonstraram entusiasmo com a possibilidade de apoiá-la na corrida(1) pelo Palácio do Planalto no ano que vem. Mas, como em política nada vem de graça, cada partido tem uma fatura a cobrar. O PMDB quer ser vice na chapa petista. O PDT deseja condicionar a fidelidade nacional a um ganho nos estados.

O gesto mais significativo para Dilma partiu do PMDB. Pela primeira vez as cúpulas do partido no Senado e na Câmara falaram o mesmo idioma: disseram que se interessam pelo posto de vice na chapa petista. O líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) foi o anfitrião de um jantar na quarta-feira que contou com a presença dos principais nomes do partido, como o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), o presidente do Senado, José Sarney (AP), além de Renan Calheiros (AL), líder da bancada de senadores. “A sinalização das cúpulas é importante para repercutir nas bases”, avaliou o deputado potiguar.

Dilma na rota da fé

Em paralelo às atividades institucionais(1) de ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff reforça, nesta semana, a agenda religiosa de pré-candidata. Após visita à Igreja Evangélica Assembleia de Deus em São Paulo, ela participa, amanhã, de celebração na Basílica do Senhor do Bonfim, em Salvador. Os eventos já fazem parte de uma estratégia do PT para ela viajar pelo país e debater temas previstos no programa de governo do PT.

A visita à Igreja do Senhor do Bonfim foi escolhida a dedo. Os organizadores colocaram a ministra na segunda missa da manhã, por volta das 7h, por ser a que mais fiéis recebe. Integrantes do candomblé se misturam a católicos no templo. O Senhor do Bonfim é um dos ícones do sincretismo religioso nacional. A previsão é de que 400 pessoas participem da missa celebrada pelo reitor da basílica, Edson Menezes.

Sem caça aos infiéis

A maioria dos grandes partidos vai manter o acordo feito para não punir os parlamentares que trocaram de legenda. DEM e PDT são os únicos que decidiram procurar a Justiça Eleitoral para reaver os mandatos dos infiéis. O PT — que já havia avisado que não iria pedir de volta o mandato da senadora Marina Silva (AC), que deixou a legenda e foi para o PV — desistiu de pedir o mandato do senador Flávio Arns (PR), que voltou ao ninho tucano.

O DEM já entregou ao Tribunal Superior Eleitoral o pedido de liminar solicitando a perda do mandato da deputada federal Nilmar Ruiz (TO), por ter se desfiliado do partido sem ter apresentado qualquer das hipóteses previstas na resolução que instituiu a fidelidade partidária. A resolução prevê que o parlamentar pode apresentar como justa causa para a desfiliação a incorporação ou fusão de partido, criação de nova legenda, mudança ou desvio do programa partidário e grave discriminação pessoal. A liminar ainda não foi julgada.

Baderna impulsiona CPI

Se depender da motivação da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que também é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os ruralistas darão entrada, ainda hoje, no pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para investigar os repasses do governo feitos ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em apenas duas horas e meia, ontem, ela conseguiu recolher 31 assinaturas no Senado — o número mínimo para se instalar uma CPI é 27. Na Câmara, são necessárias 171 adesões. Agora, a senadora vai brigar para evitar o fracasso da semana passada, quando os partidos da base governista conseguiram a retirada dos nomes de 45 deputados após a leitura do requerimento para a criação da comissão.

A retomada da discussão no Congresso foi motivada pela invasão que o MST realizou na semana passada, na Fazenda Santo Henrique, a 300 quilômetros de São Paulo, onde foram destruídos equipamentos agrícolas e uma lavoura de laranja. A ação acarretou num prejuízo estimado em R$ 1 milhão. As 250 famílias que invadiram a fazenda alegavam que a propriedade era pública e que só sairiam mediante um encontro com o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na região. Mas, na terça-feira, foram surpreendidas por uma liminar de reintegração de posse expedida pela Justiça, que determinou a desocupação da área em até 24 horas, sob pena de despejo forçado e pagamento de multa diária de R$ 500 por pessoa. Ontem, a fazenda foi desocupada.