Depois que um terremoto fatal atingiu o noroeste do Japão na semana passada, a nação ficou pasma quando uma usina de energia nuclear próxima ao epicentro sofreu danos generalizados, incluindo vazamentos de radiação, ruptura de canos, inundação e um incêndio que expeliu fumaça preta por mais de uma hora ao vivo pela televisão.
Mas talvez a descoberta mais alarmante tenha vindo nos dias que se seguiram, quando os cientistas usaram os dados do terremoto de 6,8 graus na escala Richter para concluir que os construtores da usina nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, a maior do mundo em termos de fornecimento de energia elétrica, construíram ela, sem saber, diretamente no topo de uma falha sísmica em atividade.
“Não ter encontrado a falha foi um erro de nossa parte”, disse Toshiaki Sakai, que lidera o grupo de engenheiros encarregados pelas usinas nucleares de Tóquio. “Mas não foi um erro fatal, de forma alguma”.
O terremoto, que matou 11 pessoas e destruiu centenas de casas na cidade vizinha de Kashiwazaki, levantou dúvidas sobre a segurança das usinas nucleares do Japão.
Supostamente as usinas neste país que está sujeito a terremotos devem ser quase que à prova de tremores, construídas para agüentar as sacudidas mais fortes. A Tokyo Electric Power, empresa que opera a usina, disse que os tremores da semana passada foram duas vezes mais fortes do que os limites da usina. A vulnerabilidade de danos da usina nuclear alarmou muitos no Japão.
“Não ter encontrado a falha foi um erro de nossa parte”, disse Toshiaki Sakai, que lidera o grupo de engenheiros encarregados pelas usinas nucleares de Tóquio. “Mas não foi um erro fatal, de forma alguma”.
O terremoto, que matou 11 pessoas e destruiu centenas de casas na cidade vizinha de Kashiwazaki, levantou dúvidas sobre a segurança das usinas nucleares do Japão.
Supostamente as usinas neste país que está sujeito a terremotos devem ser quase que à prova de tremores, construídas para agüentar as sacudidas mais fortes. A Tokyo Electric Power, empresa que opera a usina, disse que os tremores da semana passada foram duas vezes mais fortes do que os limites da usina. A vulnerabilidade de danos da usina nuclear alarmou muitos no Japão.
Lembrete
Os danos na usina de Kashiwazaki também ofereceram um lembrete vívido dos riscos da energia nuclear num momento em que os Estados Unidos, a Europa e comunidades por todo mundo estão reavaliando a energia atômica como uma alternativa limpa e inesgotável ao petróleo e outros combustíveis fósseis.
O Japão, pobre em recursos naturais, continuou construindo usinas nucleares mesmo depois que acidentes como o de Three Mile Island em 1979, nos Estados Unidos, e o de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, congelaram a construção de novas usinas nos EUA e em partes da Europa por décadas.
Especialistas nucleares aplaudiram o fato de que, dos sete reatores da usina de Kashiwazaki, todos os quatro que estavam operando quando o terremoto aconteceu foram desligados com segurança, a despeito da força inesperada dos tremores. Mas o erro da Tokyo Electric em prever a possível escala dos tremores que podem atingir a área e em detectar a falha sísmica deixou muitos se perguntando se as autoridades reguladoras e os operadores das usinas podem também ter menosprezado o potencial de terremotos devastadores nos outros 48 reatores nucleares do Japão.
O Japão, pobre em recursos naturais, continuou construindo usinas nucleares mesmo depois que acidentes como o de Three Mile Island em 1979, nos Estados Unidos, e o de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, congelaram a construção de novas usinas nos EUA e em partes da Europa por décadas.
Especialistas nucleares aplaudiram o fato de que, dos sete reatores da usina de Kashiwazaki, todos os quatro que estavam operando quando o terremoto aconteceu foram desligados com segurança, a despeito da força inesperada dos tremores. Mas o erro da Tokyo Electric em prever a possível escala dos tremores que podem atingir a área e em detectar a falha sísmica deixou muitos se perguntando se as autoridades reguladoras e os operadores das usinas podem também ter menosprezado o potencial de terremotos devastadores nos outros 48 reatores nucleares do Japão.
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Reuters
Terremoto provocou vários estragos no Japãoo, como esse terreno que cedeu 'engolindo' caixas de cerveja (Foto: Reuters)
“A usina fez um excelente trabalho ao garantir a segurança dos reatores”, disse Michio Ishikawa, presidente do Instituto de Tecnologia Nuclear do Japão, um grupo de pesquisa patrocinado pela indústria. “Mas como eles poderiam saber sobre a falha sísmica em atividade?”
Comissão de investigação
Na terça-feira (24), o ministro da Economia, Comércio e Indústria, que supervisiona a política de energia, disse que irá criar uma comissão independente para investigar os danos na usina de Kashiwazaki, na administração de Niigata. As descobertas da comissão serão apresentadas ao Departamento Internacional de Energia Atômica das Nações Unidas, que também irão enviar inspetores para a usina.
A descoberta da falha sísmica embaixo da planta de Kashiwazaki atraiu imensamente a atenção da mídia no Japão, em parte porque ela reflete os problemas que rondam as usinas nucleares no resto do país. Já foram feitos pedidos judiciais para o fechamento de pelo menos quatro outras usinas por causa de falhas sísmicas, incluindo o de uma usina na cidade de Shika, onde uma grande falha foi descoberta em 2005, pouco antes do término de sua construção.
O terremoto também desafiou as expectativas, ocorrendo de uma forma diferente dos demais que já aconteceram na região, informou a Tokyo Electric. A usina foi projetada para suportar tremores mais curtos e intensos. Mas o tremor da semana passada atingiu em ondas amplas, distorcidas e horizontais que fizeram com que a água vazasse para fora dos tanques de armazenamento.
Cerca de 1.200 litros da água que vazou, contaminada com quantidades ínfimas de material radioativo, seguiu para o Mar do Japão, nas proximidades. A Tokyo Electric disse que os níveis de radioatividade do derramamento e de um vazamento de um exaustor contaminado eram baixos demais para agredir o meio ambiente. Segundo eles, os danos na usina aconteceram somente em partes menos críticas, que foram construídas num padrão menos rigoroso do que os reatores, que estão acondicionados em construções de concreto semelhantes a bunkers.
A Tokyo Electric admitiu seu erro em descobrir a falha sísmica que causou o terremoto. A companhia disse que a falha não apareceu nos estudos da área feitos no final dos anos 70, quando começou a construir a usina. Mas a companhia disse que a planta continua em segurança porque a falha está a mais de 19 quilômetros abaixo, fundo o suficiente para não causar grandes rachaduras e outros tipos de movimento de superfície que poderia danificar as espessas construções de concreto.
Tradução: Eloise De Vylder
G1
A descoberta da falha sísmica embaixo da planta de Kashiwazaki atraiu imensamente a atenção da mídia no Japão, em parte porque ela reflete os problemas que rondam as usinas nucleares no resto do país. Já foram feitos pedidos judiciais para o fechamento de pelo menos quatro outras usinas por causa de falhas sísmicas, incluindo o de uma usina na cidade de Shika, onde uma grande falha foi descoberta em 2005, pouco antes do término de sua construção.
O terremoto também desafiou as expectativas, ocorrendo de uma forma diferente dos demais que já aconteceram na região, informou a Tokyo Electric. A usina foi projetada para suportar tremores mais curtos e intensos. Mas o tremor da semana passada atingiu em ondas amplas, distorcidas e horizontais que fizeram com que a água vazasse para fora dos tanques de armazenamento.
Cerca de 1.200 litros da água que vazou, contaminada com quantidades ínfimas de material radioativo, seguiu para o Mar do Japão, nas proximidades. A Tokyo Electric disse que os níveis de radioatividade do derramamento e de um vazamento de um exaustor contaminado eram baixos demais para agredir o meio ambiente. Segundo eles, os danos na usina aconteceram somente em partes menos críticas, que foram construídas num padrão menos rigoroso do que os reatores, que estão acondicionados em construções de concreto semelhantes a bunkers.
A Tokyo Electric admitiu seu erro em descobrir a falha sísmica que causou o terremoto. A companhia disse que a falha não apareceu nos estudos da área feitos no final dos anos 70, quando começou a construir a usina. Mas a companhia disse que a planta continua em segurança porque a falha está a mais de 19 quilômetros abaixo, fundo o suficiente para não causar grandes rachaduras e outros tipos de movimento de superfície que poderia danificar as espessas construções de concreto.
Tradução: Eloise De Vylder
G1