Famoso mundialmente por escalar prédios, francês foi impedido, pela segunda vez, de se aventurar no Terraço Itália
Laura Diniz
Maguila nem precisou de superpoderes para vencer o Homem-Aranha anteontem à noite, no Terraço Itália, centro de São Paulo. Tudo bem, ele rasgou o terno. Mas bastou esticar os braços, alcançar o tornozelo do “herói” e puxá-lo até arrancar-lhe as calças. Foi assim, de forma nada heróica, que o francês Alain Robert, de 45 anos - conhecido como “Homem-Aranha” por escalar os mais famosos prédios do mundo -, foi parar no 3º Distrito. Alerta, Adilson Marques da Silva, de 34, o Maguila, impediu que Robert descesse, pelo lado de fora, sem equipamento de segurança, 41 andares do Itália, um dos edifícios mais altos da capital.
“Era para ser uma vingança”, disse o francês, sem esconder a frustração. Em 1996, ele já tinha tentado escalar o prédio, mas também foi impedido. Desta vez, a idéia era descer pelas paredes e depois subir, porque chamaria menos a atenção do que fazer o inverso.
Ocorre que Robert procurou o programa Fantástico, da Rede Globo, para mostrar a aventura ao vivo - e, segundo ele, a parafernália da TV deixou a segurança de orelha em pé. Por meio da Assessoria de Imprensa da Globo, o Fantástico declarou ter sido “informado de que ele tentaria escalar e foi lá para fazer a cobertura jornalística”. Para Maguila, o francês facilitou: “Ele ficou andando por aqui durante a tarde. Ele é conhecido. Lembro da cara dele, de quando escalou o prédio da Fiesp na Avenida Paulista.”
Anteontem, Robert foi detido, depôs e foi liberado. Não se aborreceu com a passagem pela polícia, porque já enfrentou isso “umas 15 ou 20 vezes”. Mas não escondeu a bronca por ter falhado de novo. E desdenhou: “Esse prédio é feio e nem é tão alto. Já escalei os cinco maiores edifícios do mundo”.
Robert concedeu entrevista ao Estado no restaurante Terraço Itália, onde foi pego por Maguila. Da portaria do prédio até a mesa, seguranças não desgrudaram dele um minuto. “Olhe a atitude deste segurança. É um completo idiota. Para mim, isso é um jogo”, comentou Robert, sobre o funcionário que não desgrudava os olhos dele.
Robert foi correspondido nos “afagos”. Para o bombeiro do prédio, José Venâncio, o trabalho do francês é uma “imbecilidade total”, por ser feito sem nenhuma segurança. “Imagine se ele pula daqui, cai e morre. Onde fica a imagem do prédio?”
ESTILÃO
Cabelo a la Roberto Carlos, brinco no estilo do cantor brega Luiz Caldas, o francês gosta de couro: jaqueta como a do Crocodilo Dundee, calça azul royal e botas de couro de crocodilo. Esse era o figurino ontem do “herói”, que começou a brincar de escalar aos 11 anos, esnobou o diploma de contabilidade e resolveu se profissionalizar como “Homem-Aranha”. Ele não gosta muito do apelido, embora admita que ela ajuda na fama - e no dinheiro. Disse que patrocinadores pagam por uma escalada o equivalente a um carro de luxo, mas pediu que o valor não fosse divulgado. Na incursão paulistana, quem bancou a aventura frustrada foi o cassino online Golden Palace.
Robert disse que está bem de vida - em 2007, fez 11 apresentações. Além do patrocínio, fatura com propaganda, documentários e palestras. “Falo sobre mim. A mensagem é sobre liberdade e coragem.”
Robert é casado com a professora Nicole há 20 anos e pai de três filhos. Disse que, para manter a forma, pratica escaladas em casa de três a quatro vezes por semana. Ele planeja se aposentar aos 50 anos e, a partir daí, apenas fazer palestras.
Com a confusão, como fica a vingança? “Estou esperando para ver se eles (a administração do prédio) autorizam. Senão, é quase impossível”, despistou o francês, que não tem data marcada para deixar o Brasil.
Laura Diniz
Maguila nem precisou de superpoderes para vencer o Homem-Aranha anteontem à noite, no Terraço Itália, centro de São Paulo. Tudo bem, ele rasgou o terno. Mas bastou esticar os braços, alcançar o tornozelo do “herói” e puxá-lo até arrancar-lhe as calças. Foi assim, de forma nada heróica, que o francês Alain Robert, de 45 anos - conhecido como “Homem-Aranha” por escalar os mais famosos prédios do mundo -, foi parar no 3º Distrito. Alerta, Adilson Marques da Silva, de 34, o Maguila, impediu que Robert descesse, pelo lado de fora, sem equipamento de segurança, 41 andares do Itália, um dos edifícios mais altos da capital.
“Era para ser uma vingança”, disse o francês, sem esconder a frustração. Em 1996, ele já tinha tentado escalar o prédio, mas também foi impedido. Desta vez, a idéia era descer pelas paredes e depois subir, porque chamaria menos a atenção do que fazer o inverso.
Ocorre que Robert procurou o programa Fantástico, da Rede Globo, para mostrar a aventura ao vivo - e, segundo ele, a parafernália da TV deixou a segurança de orelha em pé. Por meio da Assessoria de Imprensa da Globo, o Fantástico declarou ter sido “informado de que ele tentaria escalar e foi lá para fazer a cobertura jornalística”. Para Maguila, o francês facilitou: “Ele ficou andando por aqui durante a tarde. Ele é conhecido. Lembro da cara dele, de quando escalou o prédio da Fiesp na Avenida Paulista.”
Anteontem, Robert foi detido, depôs e foi liberado. Não se aborreceu com a passagem pela polícia, porque já enfrentou isso “umas 15 ou 20 vezes”. Mas não escondeu a bronca por ter falhado de novo. E desdenhou: “Esse prédio é feio e nem é tão alto. Já escalei os cinco maiores edifícios do mundo”.
Robert concedeu entrevista ao Estado no restaurante Terraço Itália, onde foi pego por Maguila. Da portaria do prédio até a mesa, seguranças não desgrudaram dele um minuto. “Olhe a atitude deste segurança. É um completo idiota. Para mim, isso é um jogo”, comentou Robert, sobre o funcionário que não desgrudava os olhos dele.
Robert foi correspondido nos “afagos”. Para o bombeiro do prédio, José Venâncio, o trabalho do francês é uma “imbecilidade total”, por ser feito sem nenhuma segurança. “Imagine se ele pula daqui, cai e morre. Onde fica a imagem do prédio?”
ESTILÃO
Cabelo a la Roberto Carlos, brinco no estilo do cantor brega Luiz Caldas, o francês gosta de couro: jaqueta como a do Crocodilo Dundee, calça azul royal e botas de couro de crocodilo. Esse era o figurino ontem do “herói”, que começou a brincar de escalar aos 11 anos, esnobou o diploma de contabilidade e resolveu se profissionalizar como “Homem-Aranha”. Ele não gosta muito do apelido, embora admita que ela ajuda na fama - e no dinheiro. Disse que patrocinadores pagam por uma escalada o equivalente a um carro de luxo, mas pediu que o valor não fosse divulgado. Na incursão paulistana, quem bancou a aventura frustrada foi o cassino online Golden Palace.
Robert disse que está bem de vida - em 2007, fez 11 apresentações. Além do patrocínio, fatura com propaganda, documentários e palestras. “Falo sobre mim. A mensagem é sobre liberdade e coragem.”
Robert é casado com a professora Nicole há 20 anos e pai de três filhos. Disse que, para manter a forma, pratica escaladas em casa de três a quatro vezes por semana. Ele planeja se aposentar aos 50 anos e, a partir daí, apenas fazer palestras.
Com a confusão, como fica a vingança? “Estou esperando para ver se eles (a administração do prédio) autorizam. Senão, é quase impossível”, despistou o francês, que não tem data marcada para deixar o Brasil.