Pai e madrasta de Isabella podem ter prisão preventiva
A Polícia Civil de São Paulo decidiu indiciar o casal Alexandre Alves Nardoni, 29, e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24, sob a acusação de terem assassinado a menina Isabella Nardoni, 5, filha de Nardoni. Após o indiciamento, a polícia pedirá à Justiça a decretação da prisão preventiva do casal -o mesmo juiz que decretou no início do mês a prisão temporária (por 30 dias) julgará o novo pedido.
O crime ocorreu na noite de 29 de março, no edifício London, na Vila Isolina Mazzei (zona norte de SP). Na sexta-feira, dia 18, data em que Isabella completaria seis anos, Nardoni e Anna serão novamente interrogados pelos dois delegados do 9º DP (Carandiru) que trabalham desde o dia 30 para esclarecer o "homicídio qualificado consumado".
A data é simbólica para os policiais que trabalham no caso e foi escolhida propositalmente. Para a Polícia Civil, o crime está totalmente esclarecido. Para os dois delegados responsáveis pelo caso, Isabella foi jogada do 6º andar pelo seu pai. Com base em relatos de peritos do IC (Instituto de Criminalística) e de legistas do IML (Instituto Médico Legal), os delegados e investigadores do 9º DP têm convicção de que Nardoni jogou a filha do seu apartamento após a madrasta da menina ter tentado asfixiá-la.
Um dos relatórios elaborados por policiais do 9º DP e repassados à cúpula da Polícia Civil diz: "Na calça jeans usada por Anna na noite dos fatos há gotas de sangue recente, vinculando-a assim, de forma incontestável, à cena do crime".
Toda a convicção sobre como ocorreu o crime foi firmada pela cúpula da polícia e pelos delegados Calixto Calil Filho e Renata Helena Pontes, do 9º DP, na noite de segunda. Em outra reunião ontem, coordenada pelos responsáveis pela investigação na sede do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), um delegado ligado diretamente ao secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, voltou a fechar o consenso de que Nardoni e Anna serão indiciados.
Para peritos, legistas, investigadores e delegados, as agressões de Anna contra Isabella na noite do crime fizeram com que ela desfalecesse, dando a impressão de que havia morrido. Ontem, peritos do IC concluíram que o assassino de Isabella a segurou com os braços esticados antes de soltá-la, desacordada e de cabeça para cima, do 6º andar do edifício London.
A menina foi jogada por um buraco cortado na tela de proteção da janela do quarto dos irmãos menores da menina, com uma faca ou tesoura, ainda segundo os relatos já repassados pela perícia aos policiais. Perícia do IC achou na camiseta de Nardoni vestígios de náilon que podem ser dessa tela de proteção. Na seqüência das agressões, ainda na interpretação dos responsáveis pelo caso, Nardoni jogou Isabella pela janela e começou a tentar simular a invasão de seu apartamento.
Marco Polo Levorin, um dos advogados do casal, disse que, por enquanto, não passa de "especulação" a informação de que o casal será indiciado. A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, não quis comentar o caso. Sem dar detalhes, disse que "essa semana outras surpresas iriam aparecer". Desde a morte de Isabella, o casal nega enfaticamente que tenha cometido o crime. Alega que alguém entrou no apartamento enquanto estava na garagem com outros dois filhos.
O relatório que a polícia irá apresentar à Justiça para o pedido da prisão preventiva do casal já está praticamente pronto. Somente os espaços para a indicação e descrição de cada um dos laudos do IC e do IML que ajudaram a polícia a formar a convicção contra Nardoni e Anna estão em branco.
Um dos laudos mais aguardados é o que apontará que, no momento em que Isabella foi jogada, tanto Nardoni quanto Anna estavam no apartamento. Outro documento dos peritos do IC será usado pelos policiais para afirmar à Justiça que Nardoni carregou Isabella no colo dentro do apartamento, após ela ter sido agredida pela madrasta e ficar com um corte de dois centímetros na testa.
Para a Polícia Civil de São Paulo e para o Ministério Público Estadual não há mais dúvidas - a menina Isabella Nardoni, 5 anos, foi atirada do sexto andar do Edifício London, na noite de 29 de março, por seu pai, o estagiário de direito Alexandre Alves Nardoni, 29 anos.
Com base em dados preliminares elaborados por peritos do Instituto de Criminalística (IC) e de legistas do Instituto Médico Legal (IML), os delegados e investigadores do 9º DP (Carandiru), Calixto Calil Filho e Renata Pontes, responsáveis pelo esclarecimento do assassinato de Isabella, também têm a convicção de que Nardoni jogou a filha do seu apartamento após a madrasta da menina, Anna Carolina Trotta Jatobá, 24 anos, ter tentado asfixiá-la. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Pegadas compatíveis
A perícia também achou na camiseta de Alexandre Nardoni vestígios de náilon que podem ser da tela protetora da janela de onde Isabella foi jogada. Outra prova que pode definir o caso são vestígios de sangue encontrados em uma calça de Anna Jatobá. A polícia diz ter certeza de que a calça não foi suja de sangue após contato da madrasta com o corpo da menina, depois da queda.
A pegada ao lado de um pingo de sangue na cama do quarto de onde Isabella foi jogada pode ser da madrasta. Isso porque o calçado que ela usava e a pegada são compatíveis. Com todas essas informações, polícia e Promotoria devem pedir em breve a prisão preventiva do casal à Justiça.
Os delegados que investigam a morte da menina estiveram reunidos nesta terça-feira com o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano Júnior. Eles teriam apresentado ao diretor um relatório final sobre o crime, que deve servir de base para um novo pedido de prisão para o casal suspeito.
O juiz do 2º Tribunal do Júri, Maurício Fossen, o mesmo que decretou no começo do mês a prisão temporária - por 30 dias - de Nardoni e Anna, será o responsável pelo pedido de prisão preventiva, já com base nas individualizações das ações de cada um na morte de Isabella. Fossen também foi responsável pela liberação do casal após a entrada de um pedido de habeas corpus no tribunal de justiça apresentado pelos advogados do casal na sexta-feira.
Estranho defensor
Apesar da liberação do casal, um novo pedido de habeas-corpus foi apresentado, na segunda-feira, pelo advogado Diego Luiz Berbare Bandeira. Porém, o advogado Rogério Neres nega a integração de Bandeira na equipe de defesa do casal. Neres se referiu ao estranho defensor como um aproveitador e disse que o novo pedido pode atrapalhar o trabalho dos advogados de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.
Ele ainda afirmou que analisa uma forma de entrar com uma representação contra o falso defensor da família na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Na tarde desta terça-feira, os advogados voltaram à delegacia. Eles afirmaram que não há divergência entre os depoimentos de Alexandre e Anna Carolina e pediram que 22 testemunhas sejam requisitadas a depor na polícia. Segundo eles, não se tratam de suspeitos, mas de pessoas que podem ajudar a esclarecer o caso.
Autor: JB Online
Fonte: JB Online
Com novos indícios contra casal, polícia deve pedir nova prisão
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Jatobá são suspeitos de matar a menina Isabella, de apenas 5 anos
AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - O relatório do inquérito da morte de Isabella Nardoni, de 5 anos, está praticamente concluído. A polícia espera apenas o resultado oficial dos laudos para encaminhar tudo à Justiça e pedir a prisão preventiva de Alexandre Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Jatobá, 24. Policiais garantem que as investigações devem chegar ao final, no máximo, na quarta-feira da semana que vem. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) encontraram micropartículas de fibra de náilon na bermuda que Alexandre vestia no dia do crime. O material é compatível com o que constitui a tela de proteção da janela do quarto do apartamento de onde Isabella foi jogada. Para confirmar a origem do fio, os técnicos farão uma análise comparativa. A causa da morte da menina, segundo eles, é parada cardiorrespiratória e hemorragia
Marco Polo Levorin, um dos advogados do casal, afirmou que é prematuro falar sobre a conclusão do inquérito. “Se não há prova pericial, entra-se no campo da especulação”, disse. Os peritos descobriram que havia sangue na roupa usada pelo pai de Isabella após a queda menina. As primeiras análises apontaram que o sangue era de Isabella. Além disso, a polícia concluiu que uma pegada de sangue encontrada no colchão do quarto do qual Isabella foi jogada não pode ser da madrasta. Já que o número do calçado é número 41.
Outro dos advogados da família, Rogério Neres de Souza, minimizou os fatos. “Não vejo nada demais na informação, já que muitas testemunhas viram Alexandre tentando ouvir o coração de Isabella”. O IC concluiu que as manchas encontradas no lençol e na sala do apartamento número 62 realmente são de sangue. Também já fez o seqüenciamento do DNA de Isabella. Falta saber se o sangue encontrado na blusa e na calça de Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, mulher de Alexandre e madrasta de Isabella, é da menina. A comparação entre o DNA da garota e o sangue encontrado na roupa começou a ser feita ontem, deve ficar pronta hoje e ser anexado ao inquérito.
Muitas das manchas encontradas pelos peritos no apartamento e no carro de Alexandre não tinham material suficiente para realização do teste de DNA. “Mas o fato de um exame não dar positivo, não significa que a amostra analisada não era sangue, pois em muitos casos o material colhido é insuficiente para realização de um exame de DNA”, disse um perito ouvido pelo JT.
Após o IC localizar o náilon e tirar as conclusões sobre as manchas de sangue, o delegado Calixto Calil Filho, titular do 9º DP (Carandiru), responsável pela investigação da morte de Isabella, esteve ontem à tarde reunido com o diretor da Departamento da Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano Júnior.
Souza esteve ontem no 9º DP. “Vim pegar roupas que Anna Carolina deixou no 89º DP, quando estava presa”, afirmou. Sobre os depoimentos de seus clientes divulgados ontem pelo JT, Souza disse não haver divergências. “O que há são concordâncias. Se há alguma divergência, isso será analisado no momento oportuno.” O advogado voltou a afirmar que Anna Carolina e Alexandre não brigaram antes da queda de Isabella, como foi descrito por uma testemunha e divulgado ontem pelo JT. “Quando Anna Carolina subiu, Isabella não estava lá.”
O advogado afirmou que o casal continua confiante que o verdadeiro culpado pela morte de Isabella será encontrado. E afirmou que a polícia deve levar em conta a lista de 22 testemunhas entregue por ele e seus colegas, que defendem o casal, para encontrar esse culpado.
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Jatobá são suspeitos de matar a menina Isabella, de apenas 5 anos
AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - O relatório do inquérito da morte de Isabella Nardoni, de 5 anos, está praticamente concluído. A polícia espera apenas o resultado oficial dos laudos para encaminhar tudo à Justiça e pedir a prisão preventiva de Alexandre Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Jatobá, 24. Policiais garantem que as investigações devem chegar ao final, no máximo, na quarta-feira da semana que vem. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) encontraram micropartículas de fibra de náilon na bermuda que Alexandre vestia no dia do crime. O material é compatível com o que constitui a tela de proteção da janela do quarto do apartamento de onde Isabella foi jogada. Para confirmar a origem do fio, os técnicos farão uma análise comparativa. A causa da morte da menina, segundo eles, é parada cardiorrespiratória e hemorragia
Marco Polo Levorin, um dos advogados do casal, afirmou que é prematuro falar sobre a conclusão do inquérito. “Se não há prova pericial, entra-se no campo da especulação”, disse. Os peritos descobriram que havia sangue na roupa usada pelo pai de Isabella após a queda menina. As primeiras análises apontaram que o sangue era de Isabella. Além disso, a polícia concluiu que uma pegada de sangue encontrada no colchão do quarto do qual Isabella foi jogada não pode ser da madrasta. Já que o número do calçado é número 41.
Outro dos advogados da família, Rogério Neres de Souza, minimizou os fatos. “Não vejo nada demais na informação, já que muitas testemunhas viram Alexandre tentando ouvir o coração de Isabella”. O IC concluiu que as manchas encontradas no lençol e na sala do apartamento número 62 realmente são de sangue. Também já fez o seqüenciamento do DNA de Isabella. Falta saber se o sangue encontrado na blusa e na calça de Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, mulher de Alexandre e madrasta de Isabella, é da menina. A comparação entre o DNA da garota e o sangue encontrado na roupa começou a ser feita ontem, deve ficar pronta hoje e ser anexado ao inquérito.
Muitas das manchas encontradas pelos peritos no apartamento e no carro de Alexandre não tinham material suficiente para realização do teste de DNA. “Mas o fato de um exame não dar positivo, não significa que a amostra analisada não era sangue, pois em muitos casos o material colhido é insuficiente para realização de um exame de DNA”, disse um perito ouvido pelo JT.
Após o IC localizar o náilon e tirar as conclusões sobre as manchas de sangue, o delegado Calixto Calil Filho, titular do 9º DP (Carandiru), responsável pela investigação da morte de Isabella, esteve ontem à tarde reunido com o diretor da Departamento da Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano Júnior.
Souza esteve ontem no 9º DP. “Vim pegar roupas que Anna Carolina deixou no 89º DP, quando estava presa”, afirmou. Sobre os depoimentos de seus clientes divulgados ontem pelo JT, Souza disse não haver divergências. “O que há são concordâncias. Se há alguma divergência, isso será analisado no momento oportuno.” O advogado voltou a afirmar que Anna Carolina e Alexandre não brigaram antes da queda de Isabella, como foi descrito por uma testemunha e divulgado ontem pelo JT. “Quando Anna Carolina subiu, Isabella não estava lá.”
O advogado afirmou que o casal continua confiante que o verdadeiro culpado pela morte de Isabella será encontrado. E afirmou que a polícia deve levar em conta a lista de 22 testemunhas entregue por ele e seus colegas, que defendem o casal, para encontrar esse culpado.
Polícia ouvirá testemunhas indicadas por defesa de Nardoni, diz advogado
De A Tribuna On-line
A defesa do pai e da madrasta de Isabella informou que a polícia deve ouvir nesta quarta-feira duas pessoas indicadas pelos advogados. O defensor Rogério Neres não identificou quem seriam as testemunhas. Disse apenas que essas pessoas de “alguma maneira têm uma contribuição para apuração dos fatos, têm uma vinculação com casal”.
Os advogados chegaram por volta das 10h ao 9º Distrito Policial, no Carandiru, na Zona Norte de São Paulo. A polícia não confirmou os depoimentos. De acordo com Rogério Neres, essas testemunhas compõem a lista de 22 pessoas apresentada pela defesa à polícia.
O advogado disse ainda, sem dar detalhes, que a lista é composta por vizinhos do casal e prestadores de serviço. Também afirmou que os depoimentos não devem enfocar possíveis bons antecedentes de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.
Rogério Neres evitou comentar boatos quanto a um suposto indiciamento do casal. Entretanto, disse que a possibilidade seria “precipitada”, uma vez que os laudos do Instituto Médico-Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) ainda não foram concluídos.
O defensor também não revelou se pretende entrar no Tribunal de Justiça com habeas corpus preventivo em caso de a polícia pedir a prisão preventiva do casal nos próximos dias. "Nossa estratégia, por enquanto, não será revelada".
Visita
O casal foi na manhã desta quarta-feira a Guarulhos, na Grande São Paulo, visitar seus dois filhos. As crianças estão na casa dos pais de Anna Carolina Jatobá. As informações são do G1, da Globo.
Ana Carolina, mãe de Isabella, afirma que a filha nunca havia sido agredida
CINTHIA RODRIGUES
Colaboração para a Folha de S.Paulo
A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, 24, disse ontem à Folha que nunca viu qualquer sinal de agressão na filha após as visitas que a menina fazia ao pai e a madrasta.
A Polícia Civil disse à Folha ter obtido o depoimento de uma testemunha, afirmando que a menina Isabella tinha sinais de agressão após voltar da casa do pai semanas antes do crime. A polícia não divulgou o nome da testemunha.
Ana Carolina, porém, disse que nunca ouviu da menina reclamação alguma de que houvesse sido agredida pelo pai ou pela madrasta. "Sou eu que dou banho nela, com certeza eu saberia", disse.
Na semana passada, Ana Carolina havia dito que a filha Isabella gostava de visitar o pai --o que ocorria de 15 em 15 dias. "Ela adorava curtir os irmãos e a piscina e ela tinha um quartinho só dela", afirmou."
Sem dar maiores detalhes, a mãe de Isabella disse que "esta semana outras surpresas iriam aparecer, com o encerramento do caso". Ela, porém, não quis afirmar se sabia de alguma informação ainda não divulgada. "Mesmo que eu soubesse, não ia dizer. Já falei que não vou falar nada sobre o crime até que a polícia conclua a investigação e diga exatamente o que aconteceu", afirmou.
A mãe de Isabella, que é bancária, afirmou ontem que está voltando ao trabalho "aos poucos" e que não pretende pedir licença do emprego. "Acho que tenho que tentar pensar em outra coisa", afirmou.
Em 2003, Ana Carolina registrou um boletim de ocorrência contra Nardoni por "ameaça". Datado de 12 de setembro daquele ano, o documento relata que o consultor não aceitava que a filha, então com um ano e quatro meses, fosse colocada numa escola.