Machetes dos jornais de hoje
sábado, 30 de agosto de 2008
Folha de S. Paulo
Marta lidera, Alckmin pára de cair e Kassab mantém alta
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, conteve, na última semana, tendência de queda, e, a 36 dias das eleições, tem oito pontos de vantagem sobre o prefeito Gilberto Kassab (DEM), revela o Datafolha.
Segundo o último Datafolha, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) lidera a disputa com 39% das intenções de voto -15 pontos à frente de Alckmin (24%). Kassab tem 16% e ocupa, isolado, o terceiro lugar. O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) tem 7%. Como a margem de erros é de três pontos, para mais ou para menos, o cenário é estável em comparação à pesquisa anterior, realizada nos dias 21 e 22.
Em relação à semana passada, Marta -que tinha 41%- sofreu oscilação negativa de dois pontos, assim como Maluf. Kassab teve variação positiva de dois pontos, passando de 14% para 16%. Alckmin permaneceu com 24%.
O risco de queda foi, ao longo de toda a semana, objeto de apreensão da campanha de Alckmin. De julho para agosto, ele caiu oito pontos -de 32% para 24%- e o medo era que continuasse nessa trajetória.
Apesar de o tucano ter detido tendência de queda, a pesquisa traz também boas notícias para Kassab, seu principal adversário na disputa pela vaga no segundo turno.
Entre elas, o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, cita a queda do índice de rejeição a Kassab (de 32% para 26%) e o aumento do nível de aprovação de seu governo (44%).
"Kassab mantém tendência de crescimento", disse Paulino, ressaltando, porém, que 81% dos eleitores de Kassab desconhecem o número do candidato. "Numa disputa acirrada, isso pode fazer diferença."
Petista e tucano empatam no 2º turno com 46%
Os candidatos do PT, Marta Suplicy, e do PSDB, Geraldo Alckmin, estariam empatados num eventual segundo turno, se as eleições fossem hoje. Segundo a pesquisa Datafolha, eles teriam, cada um, 46% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, realizada nos dias 21 e 22 deste mês, os dois estavam tecnicamente empatados, tendo Marta ligeira vantagem: 49% contra 44% do tucano. Ainda segundo o Datafolha, caiu a vantagem dos adversários sobre o prefeito Gilberto Kassab (DEM) nas simulações de segundo turno.
Na pesquisa anterior, Marta derrotaria Kassab por 55% a 35% -com 20 pontos de diferença- num segundo turno. Segundo a última pesquisa Datafolha, se as eleições fossem hoje, Marta venceria Kassab por 49% a 41%.
A vantagem de Alckmin sobre Kassab num segundo turno também caiu 11 pontos. Ainda assim, se as eleições fossem hoje, o tucano venceria o prefeito por 18 pontos: de 52% a 34%. Ainda segundo o Datafolha, 24% dos eleitores de Kassab votariam em Marta num segundo turno entre ela e Alckmin. Nesse cenário, Alckmin herdaria 70% do eleitorado de Kassab.
De acordo com a pesquisa, caiu de 32% para 26% a taxa de rejeição a Kassab, sendo o maior registro entre os eleitores com renda inferior a dois salários mínimos (29%).
Aprovação à gestão de Kassab vai a 44% e bate novo recorde
A avaliação da administração de Gilberto Kassab (DEM) na capital manteve seu viés de alta e bateu um novo recorde de aprovação: 44% dos entrevistados pelo Datafolha consideram ótima ou boa a sua gestão.
No levantamento anterior, do dia 22 deste mês, o democrata atingiu 40%. Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, os resultados têm relação com o início do horário eleitoral gratuito de rádio e televisão.
"Isso acontece quase sempre com candidatos que estão tentando a reeleição porque os programas se concentram em mostrar suas gestões", diz.
Kassab tem o maior tempo entre os candidatos a prefeito de São Paulo, com 8min44s73. Seu programa até o momento tem como foco a administração municipal.
O índice dos que consideram o governo do democrata ruim ou péssimo oscilou um ponto para cima e foi de 20% para 21%. Os que avaliam a administração como regular são 33%, contra 38% da pesquisa anterior. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Lula e Marta desfilam hoje em carro aberto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ingressa hoje na campanha de rua das eleições deste ano desfilando em carro aberto por ruas do extremo leste de São Paulo ao lado da candidata do PT à prefeitura da capital, Marta Suplicy. Ontem, no evento que marcou o começo de suas viagens de campanha, Lula não dividiu o palanque com candidatos.
O presidente e Marta irão percorrer cerca de dois quilômetros do bairro Jardim Helena em cima de um jipe, que será acompanhado de um grande esquema de segurança. Logo atrás, outro jipe deve conduzir os senadores do PT paulista, Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e a deputada federal Luiza Erundina (PSB), que, apesar de criticar o governo Lula no Congresso, tem popularidade na região.
O desfile em carro aberto acabará no final da rua São Gonçalo do Rio das Pedras, onde acontecerá um comício. O coordenador da campanha de Marta, deputado Carlos Zarattini, disse esperar cerca de 2.000 pessoas no evento. Há petistas que falam em expectativa de 15 mil. Na região, Marta tem um de seus maiores índices de intenção de voto.
Ataques entre Marta e Kassab fervem no rádio
Se no horário eleitoral da TV a polarização entre Marta Suplicy (PT) e Gilberto Kassab (DEM) começou a esquentar nesta semana, no rádio ela já pegou fogo.
O veículo é normalmente utilizado por candidatos para críticas mais ácidas em razão da linguagem popular. Além disso, o fato de não haver imagem minimiza possível rejeição do eleitor por quem profere os ataques, de acordo com marqueteiros.
Marta lançou ontem o quadro "cascata do Kassab", que entra no ar após a petista se despedir, tentativa de não ser diretamente vinculada ao ataque. "Depois de pegar obra do Serra e até do Alckmin, com quem tá brigado (...), agora o prefeito tá fazendo o mesmo com as obras do governo federal. Que coisa feia!", diz um locutor, que acusa Kassab de se apropriar de obras do "PAC de Lula".
Em seguida, entrou no ar um jingle de Kassab em ataque a petista. "Ô dona Marta, não me leve a mal, mas promessa tem limite e assim já é demais! A senhora já teve uma chance, criou taxa, faturou e jogou dinheiro fora! Ô dona Marta, com todo respeito, se a senhora não fez antes, não vai ser agora."
Candidata suspeita de coagir eleitor é presa
Quinze pessoas foram presas no Rio, em operação da Polícia Federal, suspeitas de coagir eleitores na zona oeste da cidade a votar e participar da campanha de Carmem Glória Guinâncio Guimarães, a Carminha Jerominho (PT do B), também detida. Todos são acusados de integrar milícia que atua em Campo Grande.
O Tribunal Regional Eleitoral expediu 22 mandados de prisão temporária -15 haviam sido cumpridos até a conclusão desta edição, incluindo dez PMs- descrevendo como crimes tentativa de homicídio, formação de quadrilha e coação eleitoral. Todos seriam levados para o presídio federal em Catanduvas (PR).
Depoimentos de um comerciante de gás e do administrador de um condomínio na área onde a milícia atua apontou, segundo a polícia, o modo como o grupo ameaça moradores a fim de aumentar a votação da candidata e garantir o financiamento da campanha.
Carminha é a terceira da família Guimarães a ser presa em oito meses. O vereador Jerominho (PMDB) -pai dela- e o deputado estadual Natalino (ex-DEM, hoje sem partido) -tio- foram presos sob acusação de comandar a milícia.
Conforme a PF, Carminha e o ex-PM Luciano Guinâncio Guimarães (também filho de Jerominho e foragido desde dezembro) "herdaram" o comando da milícia, autodenominada "Liga da Justiça". A família nega participação no grupo.
Segundo a polícia, o grupo tentou instalar um centro social em nome de Carminha no Condomínio Parque dos Eucaliptos. O administrador do local, Carlos Eduardo Marinho dos Santos, impediu. Em depoimento à PF, ele diz que sofreu um atentado a tiros.
Para defesa, prisão tem fim político
Os advogados de Carminha e Luciano Guimarães negaram as suspeitas da PF de que eles, junto com mais 20 pessoas, ameaçaram moradores de Campo Grande (zona oeste do Rio) ou que façam parte de algum grupo paramilitar.
Para o advogado Esio Lopes, a polícia está sendo usada por políticos interessados no eleitorado de Campo Grande. "São 50 mil votos que estão em jogo. É uma disputa interessante que vale muito prestígio para que outros abocanhem os votos". Ele se refere à quantidade de votos recebida em 2006 pelo deputado Natalino Guimarães, tio de Carminha, também preso.
TSE estuda mudar campanha em rádio e TV após reclamações
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estuda mudanças na veiculação da campanha de rádio e televisão por um voto consciente que mostra as dificuldades em se viver com um problema durante quatro anos. Por sugestão de eleitores e até de candidatos, o tribunal decidiu, por exemplo, restringir o horário de veiculação de uma das peças.
Depois de ser alertado por mães de que crianças estavam tentando copiar um dos personagens que vive atormentado com uma abelha dentro do ouvido, o tribunal determinou que esse esquete seja veiculado apenas à noite. Por e-mail, uma mãe alertou que o filho de dois anos tentava colocar mel dentro do ouvido, assim como o personagem que tenta "alimentar" o inseto que há quatro anos o acompanha. Como esse é um dos esquetes que faz mais sucesso, o tribunal optou por não tirá-lo do ar.
Outra alteração que vem sendo estudada é não veicular em Porto Alegre (RS) a campanha que mostra uma mulher andando em círculos toda vez que ela está com pressa. Um dos cenários que aparecem é a escadaria da prefeitura da capital gaúcha. O prefeito José Fogaça (PMDB), candidato à reeleição, encaminhou ao TSE uma reclamação formal para que a propaganda não seja veiculada no município porque pode prejudicá-lo eleitoralmente.
Lula assina aumento a 350 mil servidores
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem duas medidas provisórias com reajustes salariais para 54 categorias e cerca de 350 mil servidores do Executivo, concluindo um pacote de benefícios que provocará despesas extras até 2012, já no próximo governo.
Já havia sido editada, no primeiro semestre, MP que elevou salários de 800 mil servidores civis e 600 mil militares, ativos e inativos. Ao todo, o pacote atingirá mais de 90% do Executivo, que tem 1,9 milhão de funcionários, e levará a despesa com pessoal ao maior patamar contabilizado desde 1995.
Foram acrescentados R$ 7,7 bilhões ao total reservado aos novos gastos com pessoal no Orçamento deste ano, que já contava com R$ 3,5 bilhões para reajustes. Ao todo, as despesas com o funcionalismo deverão chegar a R$ 133,3 bilhões. Nos próximos quatro anos, o impacto anual das três MPs chegará a R$ 31,9 bilhões.
Ciro diz que base de Lula dificilmente convergirá para um só nome em 2010
O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) disse ontem que dificilmente a base de sustentação do presidente Lula vai convergir para uma só candidatura à sucessão presidencial em 2010. Em Porto Alegre, Ciro elogiou a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), a preferida de Lula para a sucessão, mas afirmou que pode disputar a Presidência pela terceira vez.
"Tendo sido candidato a presidente duas vezes [1998 e 2002] em condições hostis, estaria falseando a verdade se eu dissesse que descarto ser candidato. Agora, só não serei candidato por mim mesmo", disse, antes de participar de ato de campanha da candidata do PC do B a prefeita de Porto Alegre, Manuela D'Ávila, que é apoiada pelo PSB.
No berço político de Dilma, Ciro elogiou a ministra, mas fez referência ao fato de ela nunca ter disputado eleição. "Se a ela falta a primeira experiência eleitoral, nela sobram inteligência e generosidade."
Para Ciro, o surgimento de mais de uma candidatura na base lulista é um desdobramento da heterogeneidade dos partidos que apóiam o presidente. Segundo ele, a unificação da base tende a ocorrer com a polarização com a oposição.
Após três anos, Câmara investiga contrato com agência de Valério
Três anos e três meses após a Folha revelar o escândalo do mensalão, a Câmara dos Deputados reabriu a investigação sobre o contrato firmado com a SMPB, agência de publicidade do principal operador do esquema, Marcos Valério de Souza.
No último dia 12 de agosto, uma portaria da diretoria-geral da Câmara constituiu uma comissão de sindicância, formada por três servidores da Casa, para, em 30 dias, apontar responsabilidades internas sobre a execução e possíveis falhas na fiscalização do contrato.
O contrato foi firmado em 2003 pelo então presidente João Paulo Cunha (PT-SP), primeiro no valor de R$ 9 milhões e, posteriormente, com aditamento de mais R$ 1,7 milhão. Destinava-se a promover a imagem da instituição, assessoria de imprensa e ações de divulgação. Quando o escândalo do mensalão veio à tona, surgiram suspeitas sobre o contrato.
Em 2006, uma comissão de sindicância da Câmara foi formada para apurar responsabilidades internas sobre o caso, mas ela se restringiu a avaliar o processo de contratação da SMPB.
A investigação sobre fiscalização e execução ficou pendente, e a comissão parou de funcionar. Apesar de tardiamente, a comissão foi refeita agora.
Projeto do governo pretende redefinir ameaças ao Estado
O governo enviará ao Congresso projeto para criar nova versão da Lei de Segurança Nacional para definir o que seriam as novas ameaças ao Estado brasileiro.
Uma comissão reunindo representantes de oito ministérios e das três Forças militares foi criada em julho com o objetivo de preparar o projeto de lei que deve ser levado ao Legislativo em 2009. Ontem, a composição foi definida por portaria publicada no "Diário Oficial".
A primeira reunião do grupo, que será vinculado à Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional, será em setembro. "A primeira idéia é ver os assuntos que devem constar de uma lei dessas, é saber quais são as ameaças da nossa época para o Estado brasileiro", afirmou Jorge Félix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.
Procuradoria receberá autos e poderá denunciar militares
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça passará a enviar os autos dos processos sob sua responsabilidade ao Ministério Público Federal, que poderá usá-los como base para abrir investigações e ações penais contra agentes públicos suspeitos de torturas, seqüestros e assassinatos no regime militar.
A cooperação multiplicará as tentativas de responsabilização criminal, segundo avaliação do ministério e da Procuradoria de São Paulo, pois dará aos procuradores fartos indícios de supostos delitos.
O acordo foi discutido nas duas últimas semanas e deve começar a ser posto em prática já no próximo mês. Atualmente não são apresentadas denúncias porque a interpretação predominante é que os crimes, mesmo que tenham existido, já prescreveram e foram contemplados pela Lei da Anistia. O que a comissão faz hoje é só a reparação cível, por meio de indenizações pagas pela União.
Porém, segundo o ministro Tarso Genro e procuradores, essas violações são crimes contra a humanidade, que não podem prescrever (segundo o direito internacional) ou ser perdoados, por não serem crimes políticos.
Caixa banca evento de R$ 200 mil do TRT-SP
A um custo de R$ 200 mil em recursos públicos, financiados pela Caixa Econômica Federal, o TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo), o maior da Justiça especializada do país, realizou um circuito de debates e o baile de encerramento do evento com direito a coquetel, um tenor e coral na festa em que foram condecorados com placa comemorativa e presenteados 170 servidores, desembargadores e juízes trabalhistas.
Trata-se do último evento público de grande porte do qual participou o atual presidente do tribunal, Antonio José Teixeira de Carvalho, que no próximo dia 15 de setembro passará o cargo para o já eleito desembargador Décio Daidone.
A cerimônia e o baile ocorreram no Fórum Trabalhista de São Paulo, o prédio construído à base de desvio de recursos públicos que, em valores atualizados, chega a R$ 500 milhões.
Graças ao patrocínio, no primeiro dia de debates, a Caixa teve direito a um momento exclusivo, entre 15h30 e 16h00, para expor suas idéias aos presentes à "4ª Jornada de Modernização do TRT-SP".
O evento foi coordenado pela servidora do TRT Vera Pedroso, responsável pelo programa de qualidade do tribunal, que acabou por condecorar com placas comemorativas praticamente todos os integrantes de sua equipe de trabalho.
O atual presidente também foi um dos agraciados com uma das 170 placa de metal -todas trazem seu nome. Conforme constava do site do tribunal, Carvalho "recebeu com os olhos marejados a homenagem de todo o TRT da 2ª Região, pela inovadora atuação em dois anos, a qual atribuiu, humildemente, a todo corpo funcional e ao Criador e a Maria de Nazaré, como bem ressaltou".
O Estado de S. Paulo
Alckmin cai, Kassab sobe e reduz em 8 pontos diferença para tucano
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) ganhou 4 pontos porcentuais, chegou a 12% e foi o único a subir na pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo. Com a ascensão, ele reduziu em 8 pontos a diferença que o separava do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.
O tucano, que tinha 31% das intenções de voto na terceira semana de julho, caiu para 26% há duas semanas e agora voltou a descer mais 4 pontos, ficando com 22%. Na liderança da corrida paulistana, segue tranqüila a petista Marta Suplicy, que oscilou 2 pontos para baixo e agora atingiu os 39%. Os números indicam a necessidade de realização de segundo turno em São Paulo.
A nova pesquisa revela os efeitos dos primeiros dez dias de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Mostra também uma tendência de possível polarização entre Marta e Kassab - num confronto entre a atual administração e a anterior - e sugere que Alckmin está tendo dificuldades em fixar um discurso no eleitorado.
Indecisos
A posição de Kassab no levantamento melhorou também nas simulações de segundo turno. Ele ainda perde para Marta (por 55% a 32%) e para Alckmin (por 52% a 27%), mas reduziu a distância de 25 pontos porcentuais que o separava da petista para 23; e a diferença de 37 pontos com que o tucano o venceria agora caiu para 25.
O número de indecisos recuou acentuadamente na pesquisa espontânea. Na sondagem anterior, 44% dos eleitores não citavam um candidato espontaneamente, quando abordados pelos pesquisadores; agora, apenas 33% não revelam um nome. Curiosamente, contudo, na pesquisa estimulada o número de indecisos agora aumentou: no levantamento anterior, 11% dos eleitores consultados disseram que votariam em branco, anulariam o voto ou não respondiam; agora, 14% estão nesse conjunto de posições.
Aprovação da gestão do prefeito vai a 41%
O maior benefício que a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão fez ao candidato Gilberto Kassab não foi fazer subir em 4 pontos a sua intenção de voto, mas melhorar em 9 pontos a avaliação positiva de sua gestão na Prefeitura de São Paulo. Há duas semanas, 32% dos paulistanos diziam que a administração Kassab era ótima ou boa; agora, esse número subiu para 41%, igual ao do governo José Serra. E os 30% que consideravam a gestão ruim ou péssima agora são apenas 24%.
Analistas de pesquisas apontam o largo descompasso que ainda existe entre os que apóiam a gestão de Kassab e os que declaram voto nele. Os 41% que declaram sua gestão ótima ou boa podem se transformar em potenciais eleitores dele, mas até aqui só 12% desse contingente seguiram esse caminho. A melhor aprovação de Kassab está entre os eleitores que ganham mais de 5 salários mínimos e a pior, entre os que recebem até 2 salários.
A alavanca que empurrou para cima a avaliação da gestão Kassab também fez melhorar o desempenho do prefeito em todos os segmentos de renda. Entre os que ganham mais de 5 salários mínimos, ele deu um salto espetacular de 8% para 19% em duas semanas, enquanto Alckmin caiu 6 pontos (de 36% para 30%), o que mostra claramente que Kassab está capturando votos que eram do tucano.
Na TV, Marta bate em Kassab e ignora Alckmin
Dez dias depois de o horário eleitoral gratuito na TV ter começado, aumentou o grau de polarização da campanha em São Paulo entre o prefeito Gilberto Kassab (DEM), em ascensão nas pesquisas, e a líder na corrida pela prefeitura, Marta Suplicy (PT). Enquanto isso, o tucano Geraldo Alckmin, que aparece em segundo lugar, corre por fora, praticamente a salvo de críticas - ao menos na televisão.
No DEM, polarização com Marta é parte da estratégia principal da campanha. A idéia é confrontar a atual administração com o governo da petista, de 2001 a 2004. Ao forçar a comparação entre as gestões, Kassab espera desbancar Alckmin e chegar ao segundo turno.
Marta já vinha criticando falhas da administração municipal na TV, mas só citou Kassab diretamente em seu programa de rádio. Ontem, o locutor acusou o candidato de se apropriar de obras alheias: "Depois de pegar obras do Serra e do Alckmin, com quem está brigado, e dizer que são suas, agora o prefeito está fazendo o mesmo com as obras do governo federal".
PF vai investigar compra de votos
O Ministério Público Eleitoral de São Paulo encaminhou ontem à Polícia Federal pedido de instauração de inquérito e vai abrir um processo por corrupção eleitoral, na segunda-feira, para apurar o uso do Instituto Bolsa Universidade pelo candidato a vereador Ricardo Holz (PMDB). A instituição foi usada para compra de votos, como revelou o Estado.
Após prometer bolsas de estudos em universidades particulares para pessoas sem condições financeiras, funcionários da instituição, da qual Holz foi o criador e é presidente licenciado, prometem "atenção especial" para quem trouxer até 30 votos para o candidato.
A lei caracteriza como compra de voto o oferecimento ou a promessa ao eleitor de vantagem pessoal de qualquer natureza, em busca de seu apoio. O promotor Eduardo Rheingantz explicou que, além de responder eleitoralmente, podendo ter seu registro impugnado, a corrupção eleitoral também tem efeito criminal.
Ontem, Holz alegou que a tentativa pode ter sido cometida por um "funcionário mal orientado". "Não concordo que façam isso e, quando descobrir quem fez, será punido", garantiu. Ele disse que a ONG, criada há 12 anos, não pode ser prejudicada por um funcionário.
A reportagem constatou, porém, que outras pessoas foram interpeladas da mesma forma.
O candidato garantiu que o cadastramento de estudantes pelo instituto ficará suspenso para evitar novos problemas.
Serra aparece com Alckmin em festa do Palmeiras
Depois de 54 dias de campanha eleitoral, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), apareceu, pela primeira vez, em um evento público com o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin. O encontro foi anteontem à noite na festa de comemoração dos 94 anos do Palmeiras.
Palmeirense fanático, Serra telefonou para Alckmin, que torce para o Santos, e convidou-o para ir ao evento. A cena mais esperada na sucessão paulistana ocorreu sem alarde. Nenhum dos dois divulgou o evento à imprensa. A presença inédita do governador ao lado do candidato veio num momento crucial para os tucanos. Nas últimas pesquisas de intenção de voto Alckmin perdeu eleitores.
O embarque do governador na campanha alckmista ocorre também um dia depois de o racha no PSDB virar alvo de críticas do PTB, principal partido aliado de Alckmin. O senador Romeu Tuma (SP) pediu publicamente anteontem que Serra aparecesse "de vez em quando" na campanha para "comer um pastel" na rua.
Por ter defendido que o PSDB apoiasse a reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM) em vez de Alckmin, Serra enfrentava uma situação delicada. Houve quem apostasse que ele somente se posicionaria no segundo turno. Um embarque simbólico ocorreu há 10 dias, quando Serra gravou um depoimento para o primeiro programa de Alckmin no horário eleitoral. Depois o governador viajou ao exterior e voltou a São Paulo somente na terça-feira.
Lula entrega obra inacabada no ABC e ironiza imprensa
Na véspera de sua entrada oficial na campanha deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou ontem, em meio a tapumes e escombros, as obras inacabadas da Universidade Federal do ABC, em Santo André. Dizendo-se "muito feliz" por entregar apenas um de seis prédios do complexo, ele afirmou que a obra realiza um "sonho da região".
"Eu estou feliz. Estou inaugurando a universidade inacabada do ABC, o seu bloco B", disse Lula, ao ironizar o fato de o Estado ter informado na quinta-feira que ele entregaria a obra sem estar concluída. A universidade completa, que custará R$ 220 milhões, só ficará pronta no fim de 2009.
A visita ao ABC paulista ocorreu apenas um dia antes de Lula participar de uma maratona de comícios da corrida municipal. Hoje de manhã estará em São Paulo com a petista Marta Suplicy. No fim da tarde e amanhã, participa de atos no ABC.
Ontem, antes da cerimônia, Lula recebeu uma carta de estudantes que pediam a construção do refeitório da universidade, até hoje inexistente. No discurso, o presidente emendou: "Eu pensei que vocês fossem gritar: bandejão, bandejão. Mas vocês não gritaram, porque sabem que vamos fazer."
Personagem do mensalão tenta vaga de vereador
O ex-deputado Professor Luizinho (PT), líder do governo na Câmara à época das denúncias do mensalão, tenta reconstruir sua vida política como candidato a vereador em Santo André. Ontem, ele participou da solenidade oficial de inauguração do bloco B da Universidade Federal do ABC e foi citado elogiosamente pelo prefeito João Avamileno (PT), pelo presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Luizinho faz toda a sua campanha utilizando a sigla da UFABC e foi definido pelos três oradores como um dos principais articuladores da instalação da universidade na região. O prefeito Avamileno afirmou: "Quero agradecer em público o Professor Luizinho, pois seu trabalho foi decisivo para essa conquista". Chinaglia lembrou que substituiu o Professor Luizinho na liderança do governo para ressaltar que desde aquela época via "seu trabalho pela UFABC".
O advogado especialista em direito eleitoral Alberto Rollo afirmou que a citação de candidato em solenidade pública, "em palanque montado com dinheiro público, com som pago pelo dinheiro público, locomoção das autoridades feita em veículos oficiais, fere o Artigo 73, Inciso 1º da Lei 9.504 (Lei Eleitoral)". Segundo, Rollo, outros candidatos a vereador que se sentirem prejudicados pela citação podem representar contra a candidatura.
Luciana Genro fica com doação da Gerdau
A candidata do PSOL à Prefeitura de Porto Alegre, Luciana Genro, não vai devolver os R$ 100 mil recebidos como doação da Gerdau, a maior produtora de aços longos das Américas, para sua campanha política, contrariando a sugestão dada na quinta-feira pelo candidato do partido à Prefeitura do Rio, Chico Alencar, durante sabatina promovida pelo Grupo Estado.
"A empresa não pede nada em troca; se eu não aceitar, eu sou burra", explicou Luciana ontem. "Todas as doações que recebemos são legais e transparentes. Não há nada a ser cobrado do PSOL em relação a isso."
Apesar das justificativas, Luciana viu-se envolvida em fogo amigo e inimigo, que pode durar até o final da campanha. Na sabatina, Chico Alencar disse que a PSOL de Porto Alegre não deveria receber a doação e, se já tivesse recebido, deveria devolvê-la. Na propaganda eleitoral de televisão, a candidata do PSTU, Vera Guasso, criticou Luciana por aceitar dinheiro de uma grande empresa.
Disparado no Ibope, candidato de Aécio venceria eleição no 1º turno
A terceira rodada da pesquisa contratada pelo Estado e pela TV Globo mostra uma virada surpreendente em Belo Horizonte: em apenas duas semanas, quadruplicou a intenção de voto em Márcio Lacerda (PSB), que saltou de 9% para 40% - cenário que hoje lhe garantiria a vitória em primeiro turno. Seu índice supera a soma de todos os adversários, que é de 29 pontos porcentuais.
Essa foi a primeira sondagem do Ibope na cidade após o início do horário eleitoral gratuito, no qual Lacerda fez questão de destacar que é apadrinhado de dois dos mais populares políticos mineiros - o governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito Fernando Pimentel (PT).
A deputada Jô Moraes (PC do B) perdeu a liderança sem ter apresentado grande alteração - oscilou negativamente de 18% para 15%. A margem de erro é de três pontos. Em terceiro lugar está Leonardo Quintão (PMDB), com 10%, mesmo índice que obteve no levantamento anterior, quando estava em empate técnico com Lacerda. Sérgio Miranda teve 2% e tanto Vanessa Portugal (PSTU) como Gustavo Valadares (DEM) aparecem com 1%.
No Rio, Paes e Crivella tecnicamente empatados
O candidato do PMDB à Prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, subiu 7 pontos, chegou aos 19% de intenções de voto e está tecnicamente empatado com Marcelo Crivella, do PRB, que caiu de 28% para 24%, revela a pesquisa Ibope encomendada pelo Estado e pela TV Globo e divulgada ontem.
Com esses números, a campanha está polarizada entre os dois concorrentes, uma vez que Jandira Feghali (PC do B), o terceiro nome forte da disputa, ficou nos 10% (tinha 11% na pesquisa anterior, de 15 de agosto). A forte ascensão de Paes, que tinha só 8% no início do mês, é confirmada por sua vitória no combate direto com o rival num eventual segundo turno, em que ele venceria por 36% a 33%.
Abaixo deles, segundo o Ibope, aparecem empatados com 5% das intenções de voto Fernando Gabeira (PV) e Solange Amaral (DEM). O petista Alessandro Molon e Chico Alencar, do PSOL, ficaram com 2% cada. Fechando a lista vêm Filipe Pereira (PSC) e Paulo Ramos (PDT) com 1%. Os demais não pontuaram. Praticamente um terço do eleitorado continua fora dessas contas: 17% responderam que não sabem e 13% votaram nulo ou branco. Na pesquisa espontânea, em que nenhum nome é sugerido ao eleitor, Crivella mantém uma diferença mais confortável: recebeu 18% das preferências, Paes 12% e Jandira 7%. Nessa tabela, 38% disseram que não sabem e 12% votaram branco ou nulo.
PF prende candidata ligada à milícia no Rio
A Polícia Federal prendeu ontem, durante a Operação Voto Livre, a candidata a vereadora Carmen Glória Guinâncio Guimarães, a Carminha Jerominho (PT do B). Ela é acusada de se beneficiar da atuação das milícias na zona oeste para obter votos. Outros 11 mandados, de 22 expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foram cumpridos pela PF. Seis policiais militares estão presos e seriam transferidos ainda ontem para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Outros sete permanecem foragidos.
"Carminha usava pessoas que fazem parte da milícia Liga da Justiça para lhe dar sustentação de força. A prisão dessas pessoas é um duro golpe para o grupo criminoso", afirmou o superintendente da PF, Valdinho Jacinto Caetano. Carminha é filha do vereador Jerominho Guimarães (PMDB) e sobrinha do deputado estadual Natalino Guimarães (expulso do DEM), ambos presos sob acusação de chefiar a milícia que atua na zona oeste.
As investigações revelaram episódios de coação, extorsão e até tentativas de assassinato de pessoas que se opuseram ao grupo nas favelas Carobinha, Barbante e Batan, em Campo Grande. Caetano relatou casos de moradores que tiveram de deixar suas casas por não apoiarem a candidatura de Carminha. Em outro episódio, o administador de um condomínio recusou-se a liberar o terreno para a instalação de um centro social da família Guimarães. Ele e outro homem foram vítimas de tentativa de homicídio, explicou o procurador Rogério Nascimento, que fez a denúncia ao TRE.
"Há três grupos de presos. Carminha e o irmão, que herdaram a liderança da milícia com a prisão do pai e do tio. Os policiais militares que atuaram na tentativa de homicídio. E (o empresário Guilherme) Berndinelli e seu funcionário, que coagiram vendedores de gás que atuam na favela", disse o procurador.
Sai aumento para 300 mil servidores ao custo de R$ 8 bi
Em troca de um cenário político sem greves até o final do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na manhã de ontem duas medidas provisórias que reajustam o salário de cerca de 300 mil servidores públicos federais ativos e inativos. Ele ainda enviou ao Congresso projeto de lei criando cerca de 13.500 novos cargos, sendo 1.400 de confiança, uma função garantida por apadrinhamento político ou pessoal, sem necessidade de concurso.
As negociações do governo com 54 categorias, viabilizadas em parte pela Central Única dos Trabalhadores, aliada do governo no movimento sindical, prevê uma concessão de aumentos escalonada em 2008, 2009, 2010 e 2011. O impacto dos reajustes neste ano será de R$ 2 bilhões, segundo o Ministério do Planejamento.
Até 2011, esse valor chegará a R$ 8 bilhões nos gastos da União. Os aumentos variam de 7% a 100%. As medidas provisórias seriam publicadas em edição extra do Diário Oficial de ontem.
Com esses reajustes, todos os quase dois milhões de funcionários civis e militares, incluindo ativos, aposentados e pensionistas, foram beneficiados em decisões tomadas neste ano pelo presidente Lula. Em maio, ele assinou a Medida Provisória 431, concedendo reajuste para 800 mil servidores públicos civis e 600 mil militares.
O Globo
Candidata presa por crime eleitoral vai para solitária...mas continua livre para pedir o seu voto
A Polícia Federal realizou ontem a mais incisiva ação contra a coação eleitoral imposta pelas milícias no Rio. A Operação Voto Livre, que mobilizou 230 agentes, prendeu 13 pessoas, incluindo a candidata a vereadora Carminha Jerominho (PTdoB), filha do vereador Jerominho (PMDB) e sobrinha do deputado estadual Natalino Guimarães (sem partido), ambos já presos por envolvimento com milícias.
Carminha e mais dez presos foram transferidos para uma prisão de segurança máxima no Paraná, onde ela ficará sob regime disciplinar diferenciado: em solitária, só terá duas horas para banho de sol e não receberá visitas. Beneficiada pela legislação, ela poderá, no entanto, continuar pedindo votos no horário eleitoral. Os presos responderão por formação de quadrilha, tentativa de homicídio e curral eleitoral. Um delegado responsável pelo processo que levou à demissão de Jerominho da Polícia Civil foi baleado na Tijuca.
No último dia, Lula cria cargos e sobe salários
Por medida provisória e no último dia permitido pelo calendário eleitoral, o presidente Lula deu aumento salarial a 350 mil servidores. Foram criados quatro novos órgãos federais e 13,4 mil cargos.
Presidente do PT ‘não lembra’ que Babu ainda é do PT
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse ontem “nem lembrava” que o deputado estadual Jorge Babu – acusado pelo Ministério Público de chefiar uma milícia – estava no partido. Na segunda-feira o PT do Rio vai se reunir para decidir se expulsa o deputado.
Aplicações começam a se recuperar
Após dois meses perdendo para a inflação, as aplicações se recuperaram em agosto, quando houve deflação (-0,32%) no IGP-M. O dólar subiu 4,6%.
População de Brasília passa a de BH
Brasília ultrapassou em população a cidade de Belo Horizonte e já é o quarto município mais populoso do país, com 2,5 milhões de habitantes. Em 15 anos deverá ser o terceiro, estima o IBGE.
Correio Braziliense
O pacotaço de Lula - 13 mil vagas em concursos
Presidente envia ao congresso projetos de lei que autorizam realização de novas seleções. 1,4 mil cargos de confiança: propostas encaminhadas pelo Planalto criam trem da alegria em diversos órgãos federais. Reajuste a 350 mil servidores: na correria, governo finaliza MPs que concedem aumento de até 190% para funcionalismo.
Mão-de-obra - Depoimento de servidor põe defesa de Efraim em xeque
O secretário de Compras do Senado declarou oficialmente à Polícia Federal, em agosto de 2006, que sabia da fraude na licitação para terceirização de mão-de-obra na Casa. Mesmo diante do depoimento formal, o primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB), prorrogou sem licitação os contratos com as empresas acusadas de corrupção.