G1
Laudo de perito diz que Daniel Duque não tentou tirar arma de PM
Análise de profissional contratado pela família de vítima é contestada.
Jovem foi morto em frente a boate em Ipanema no final do mês de junho.
Uma análise feita sobre a morte do jovem Daniel Duque, 18 anos, mostra que ele não tentou tirar a arma de um policial militar, o que teria provocado um disparo que o matou. O parecer técnico, encomendado pela família do jovem, foi feito pelo ex-diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) Mário Bonfatti.
Daniel Duque morreu no dia 28 de junho após ser baleado por um PM na frente a uma boate em Ipanema, na Zona Sul do Rio. O policial, que fazia a segurança do filho de uma promotora no dia do crime, alega que o disparo que matou Duque foi efetuado após o jovem tentar tirar a sua arma.
Uso de bonecos
De acordo com Bonfatti - que já trabalhou em diversos casos como o da chacina de Vigário Geral -, a nova análise foi feita com base no laudo cadavérico da vítima, e usou bonecos para simular a cena do crime. Segundo o perito, o resultado mostrou que Daniel foi baleado ao tentar se defender do policial.
“Se ele estivesse tentado tirar a arma no momento do disparo, ele seria atingido no rosto ou no peito. Mas ele foi atingido à queima-roupa na região axilar, fazendo um movimento giratório para a esquerda. O movimento foi um reflexo de fuga e defesa. Por pouco ele não foi atingido nas costas”, disse o perito na manhã desta terça-feira (9).
O advogado do PM, Nélio Andrade, criticou incisivamente a maneira como foi feita a análise e disse que considera inválido o laudo do perito, apesar de não ter visto o documento.
"Não é um laudo oficial. É um parecer que, para mim, não vale nada. Ele é pago pela família, e eu nunca vi um perito dar um parecer contrário de quem lhe paga", argumentou.
Audiências na quarta e na quinta-feira
A audiência do crime ocorre na quarta (10) e quinta (11) no Tribunal de Justiça do Rio, no Centro. Segundo o advogado da família, Wagner Magalhães, na quarta-feira serão ouvidas as testemunhas de defesa, e na quinta as de acusação.
“O novo laudo foi anexado ao processo. Também temos imagens das câmeras externas da boate do dia do crime, que mostram que Daniel estava acompanhado de três colegas, e não de dez como o policial disse”, informou o advogado.
O padrasto de Daniel Duque, Sérgio Coelho, disse nesta manhã que a família da vítima tem esperanças de que as novas evidências possam ajudar a condenar no processo. “A nossa família está totalmente destruída. A mãe do Daniel continua muito abalada com o crime. Esperamos que o novo laudo nos ajude para que a Justiça realmente seja feita”, disse.
Laudo de perito diz que Daniel Duque não tentou tirar arma de PM
Análise de profissional contratado pela família de vítima é contestada.
Jovem foi morto em frente a boate em Ipanema no final do mês de junho.
Uma análise feita sobre a morte do jovem Daniel Duque, 18 anos, mostra que ele não tentou tirar a arma de um policial militar, o que teria provocado um disparo que o matou. O parecer técnico, encomendado pela família do jovem, foi feito pelo ex-diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) Mário Bonfatti.
Daniel Duque morreu no dia 28 de junho após ser baleado por um PM na frente a uma boate em Ipanema, na Zona Sul do Rio. O policial, que fazia a segurança do filho de uma promotora no dia do crime, alega que o disparo que matou Duque foi efetuado após o jovem tentar tirar a sua arma.
Uso de bonecos
De acordo com Bonfatti - que já trabalhou em diversos casos como o da chacina de Vigário Geral -, a nova análise foi feita com base no laudo cadavérico da vítima, e usou bonecos para simular a cena do crime. Segundo o perito, o resultado mostrou que Daniel foi baleado ao tentar se defender do policial.
“Se ele estivesse tentado tirar a arma no momento do disparo, ele seria atingido no rosto ou no peito. Mas ele foi atingido à queima-roupa na região axilar, fazendo um movimento giratório para a esquerda. O movimento foi um reflexo de fuga e defesa. Por pouco ele não foi atingido nas costas”, disse o perito na manhã desta terça-feira (9).
O advogado do PM, Nélio Andrade, criticou incisivamente a maneira como foi feita a análise e disse que considera inválido o laudo do perito, apesar de não ter visto o documento.
"Não é um laudo oficial. É um parecer que, para mim, não vale nada. Ele é pago pela família, e eu nunca vi um perito dar um parecer contrário de quem lhe paga", argumentou.
Audiências na quarta e na quinta-feira
A audiência do crime ocorre na quarta (10) e quinta (11) no Tribunal de Justiça do Rio, no Centro. Segundo o advogado da família, Wagner Magalhães, na quarta-feira serão ouvidas as testemunhas de defesa, e na quinta as de acusação.
“O novo laudo foi anexado ao processo. Também temos imagens das câmeras externas da boate do dia do crime, que mostram que Daniel estava acompanhado de três colegas, e não de dez como o policial disse”, informou o advogado.
O padrasto de Daniel Duque, Sérgio Coelho, disse nesta manhã que a família da vítima tem esperanças de que as novas evidências possam ajudar a condenar no processo. “A nossa família está totalmente destruída. A mãe do Daniel continua muito abalada com o crime. Esperamos que o novo laudo nos ajude para que a Justiça realmente seja feita”, disse.