Nos jornais: Câmara desperdiça com moradia, diz TCU
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Folha de S.Paulo
Câmara desperdiça com moradia, diz TCU
O TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou acórdão em que diz que a Câmara "desperdiça recursos públicos" no programa de moradia oferecido aos 513 deputados federais. Ao analisar representação movida pelo Ministério Público, os ministros do TCU recomendaram à Câmara que adote um modelo que evite a "realização de vultosos gastos de manutenção e reforma dos imóveis funcionais ociosos simultaneamente com a realização de elevadas despesas de pagamento de auxílio-moradia".
Entre as constatações do TCU, estão a de que 45% (193) dos 432 apartamentos reservados a deputados estão desocupados, não "servindo à finalidade de sua construção ou aquisição", apesar de ter havido gasto de R$ 33,6 milhões entre 2004 e 2008 com manutenção.
Dilma volta a negar encontro com Lina e dá caso por encerrado
Ao término de mais um ato com todos os ingredientes de pré-campanha eleitoral, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse ontem, em Araraquara (SP), que dá por encerrado o caso Lina Vieira, apesar de a ex-secretária da Receita Federal afirmar ter encontrado a agenda na qual consta o registro do suposto encontro entre as duas no Palácio do Planalto, em 9 de outubro do ano passado.
"Repito e reitero: não tive reunião privada com a ex-secretária. Acredito que o processo esteja encerrado desde o depoimento dela no Congresso."
Aliados reivindicam assento em pré-campanha de petista
Hoje centralizada num seleto grupo de petistas, a coordenação da pré-campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) é alvo da cobiça dos partidos que estão sendo chamados a compor a aliança com o PT para as eleições de 2010.
Um assento neste grupo está entre as reivindicações que o PMDB apresentará hoje em jantar marcado para oficializar o pré-compromisso do partido com a candidatura da ministra.
"A partir de um pré-compromisso, vamos acertar para que o partido participe da coordenação da campanha e da constituição de um programa [de governo] para o país", disse o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), principal fiador da aproximação com o PT e nome mais cotado para assumir o posto de vice na chapa.
Fortalecido pelo DEM, Aécio decide dar ultimato ao PSDB
O governador de Minas, Aécio Neves, desembarcou ontem em São Paulo decidido a dar um ultimato ao PSDB. Fortalecido por recentes manifestações de simpatia do DEM, Aécio viajou até São Paulo para oficializar sua disposição de concorrer à Presidência e rechaçar a vice numa chapa com o governador de São Paulo, José Serra.
Antes de embarcar para um jantar com Serra, Aécio antecipou a aliados preocupações quanto à indefinição do partido. A decisão, alega, não pode ficar para março sob pena de se reproduzir o cenário de 2006.
Governo estuda criar "comissão da verdade"
O governo federal vai decidir hoje sobre a criação de uma "comissão da verdade" para investigar violações aos direitos humanos ocorridas no período da ditadura militar (1964-1985), disse ontem o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
O tema faz parte de projeto do novo programa nacional de direitos humanos, que será debatido em reunião hoje entre Vannuchi, o presidente Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Volta da exigência de diploma a jornalista tem apoio de relator
Com parecer favorável, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara deve votar amanhã proposta de emenda constitucional que tenta reativar a exigência de diploma de jornalismo para o exercício da profissão.
Relator do assunto, o deputado Maurício Rands (PT-PE) deu parecer favorável ao retorno da obrigatoriedade, derrubada pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal em junho.
O Globo
Gilmar: Lula e Dilma estão testando Justiça Eleitoral
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse ontem que as viagens da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para visitar obras do PAC devem ser examinadas pela Justiça Eleitoral. Para ele, muitos atos ditos como de governo têm características de antecipação de campanha política — Dilma é a candidata de Lula e do PT à Presidência em 2010. O ministro não quis fazer juízo de valor sobre eventuais irregularidades nas ações do governo federal, mas disse que nem a pessoa mais ingênua acredita que se trata de fiscalização de obras.
— É uma questão que terá de ser examinada. Muito do que está se fazendo, sorteios, entrega de brindes, tem característica de campanha — disse Gilmar ao GLOBO ontem.
Semana passada, Lula e Dilma passaram três dias visitando as obras de transposição do Rio São Francisco em quatro estados, acompanhados de políticos aliados. Subiram em palanques, discursaram, Lula comandou sorteio de casas e fez ironias ao criticar o governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência.
Em 2009, 46% dos dias longe de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou mais uma semana com agenda fora do gabinete em Brasília. E foi seguido pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República em 2010, que, desde a alta médica, no fim de setembro, tem incrementado os compromissos Brasil afora. Em 292 dias deste ano, incluindo sábados e domingos, Lula ficou 136 longe de Brasília, o que corresponde a 46% de seu tempo. Foram 67 dias no exterior e outros 69 em viagens pelo país.
Desde o dia 25 de setembro, quando os médicos do Hospital Sírio-Libanês a liberaram do tratamento contra o câncer linfático, até ontem, Dilma ficou dez dias fora de Brasília. A ministra adotou um ritmo semelhante ao do presidente.
Dilma usa estratégia de colar Serra a governo FH
Utilizando a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de vincular a imagem do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), à do governo Fernando Henrique Cardoso, a chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, ministra Dilma Rousseff, disse ontem em Araraquara que é normal e compreensível o précandidato tucano não querer a continuidade do atual governo federal. Dilma respondia à crítica de Serra, que comparara o projeto de continuidade do governo com as capitanias hereditárias do século 16.
— É compreensível que sendo o governador Serra da oposição, não queira a continuidade do governo do presidente Lula, porque o projeto que ele defendeu é o projeto do governo Fernando Henrique. É compreensível isso. Acho normal que seja assim — disse a ministra.
PSDB quer reconvocar Lina
O PSDB quer que a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira volte a depor no Senado sobre a suposta aparição da agenda que registraria encontro com a ministra Dilma Rousseff. Segundo Lina, a ministra teria pedido a ela para apressar auditorias em empresas da família do senador José Sarney (PMDB-AP). Dilma diz que a reunião não ocorreu.
O pedido será apresentado hoje à Comissão de Constituição e Justiça do Senado pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Lina Vieira esteve na comissão em agosto, mas não apontou a data do suposto encontro. No fim de semana, a “Veja” informou que a agenda registra a reunião em 9 de outubro de 2008 — data em que o Palácio confirma um encontro de Lina e Dilma — e traz uma anotação sobre os Sarney.
— O presidente Lula a desafiou a apresentar a agenda, que agora está aí — disse Arthur Virgílio.
Suplicy pede desculpas a Tuma
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), decidiu encerrar a investigação preliminar que abrira na semana passada sobre o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) por causa da cueca vermelha usada pelo parlamentar por cima do terno. O senador petista vestira a peça a pedido de Sabrina Sato, ex-BBB e uma das apresentadoras do programa “Pânico na TV”, da Rede TV!. Tuma tomou a decisão depois que Suplicy ligou para ele, na sexta-feira à noite, se desculpando pelo gesto e argumentando que não tivera intenção de ofender colegas ou denegrir a imagem do Senado.
No telefonema, Suplicy antecipou ao corregedor que já havia entrado em contato com a direção do programa de TV solicitando que as imagens não fossem ao ar. O que realmente se confirmou no domingo. Assim, Tuma deverá apresentar hoje relatório arquivando o caso, mas recomendando comedimento não só de Suplicy, como de todos os senadores, nas entrevistas à apresentadora.
Peemedebistas esperam, para hoje, convite de Lula para vice de Dilma
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve formalizar hoje, em jantar na Granja do Torto, o convite para que o PMDB integre a chapa presidencial encabeçada pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, indicando o nome para vice. A expectativa dos peemedebistas é que Lula sinalize a preferência pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O encontro terá a presença dos principais líderes do partido, além de ministros peemedebistas.
— Tudo indica que vão pedir a mão de Temer em casamento.
Será um jantar de noivado. Dará a largada para um entendimento político e eleitoral. É importante para PT, PMDB e para a própria Dilma em direção à candidatura presidencial de 2010 — afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Indicado do PRB é o mais novo ministro
O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto, toma posse hoje como ministro de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Às vésperas de completar 70 anos, no próximo dia 30, ele teria que se aposentar compulsoriamente ao atingir o limite de idade de servidor público. O limite não vale para o cargo de ministro.
Samuel Pinheiro é secretáriogeral do Itamaraty, segundo cargo na hierarquia do ministério, desde o início do governo Lula, em janeiro de 2003. Nacionalista, ele foi um crítico feroz da proposta de criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), depois enterrada.
O PRB, partido do vice-presidente José Alencar e ligado à Igreja Universal, indicou o embaixador para comandar a Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Mais R$ 900 milhões para servidores em 2010
Além dos reajustes salariais concedidos pelo governo nos últimos anos ao funcionalismo público, o petista Geraldo Magela (DF), relator-geral do Orçamento da União para 2010, anunciou ontem mais uma bondade à categoria: pretende destinar cerca de R$ 900 milhões para garantir o aumento do tíquetealimentação do servidor público federal. A ideia, que tem a simpatia do Planejamento, aumentará o rombo no Orçamento em ano eleitoral — já há um elenco de despesas não cobertas que chega a R$ 20 bilhões.
Magela entende que a despesa pode ser compensada com o aumento na previsão de crescimento do PIB para 2010, dos 4,5% fixados na proposta orçamentária para 5%. Mas o relator das receitas do Orçamento, o líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR), não pretende mexer na previsão do PIB. Ele disse que apresentará hoje seu relatório prevendo um aumento na receita global para 2010, mas não adiantou valores.
Fundo rejeita pedido de verba para saúde
O Fundo Global, iniciativa do G-8 (grupo dos oito países mais desenvolvidos do mundo) que apoia programas de saúde nos países em desenvolvimento, rejeitou pedido do Brasil para financiar dois projetos de combate à Aids e à tuberculose, no valor total de 90 milhões de euros (cerca de R$ 230 milhões).
É o segundo ano seguido em que o organismo internacional recusa as propostas brasileiras, formuladas pelo Ministério da Saúde. A decisão será anunciada formalmente em novembro, mas foi comunicada ao governo há duas semanas.
A recusa foi revelada pela revista “IstoÉ”. De acordo com a publicação, o Brasil teria sofrido a nova derrota após apresentar propostas idênticas às que foram desclassificadas há um ano.
O Estado de S.Paulo
Dilma rebate Serra e insiste na estratégia de comparar Lula e FHC
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, rebateu a declaração do governador José Serra (PSDB), que comparou o projeto de continuidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as capitanias hereditárias, do século 16. "É compreensível que Serra, como membro da oposição, não queira a continuidade do governo Lula", afirmou Dilma ontem, em Araraquara, a 270 quilômetros de São Paulo.
"O projeto que ele defende é o do ex-presidente Fernando Henrique", emendou a ministra, durante a pré-inauguração da Arena da Fonte, estádio multiuso com capacidade para 20 mil pessoas e custo de R$ 27 milhões, que está sendo construído com dinheiro do governo federal.
PMDB oposicionista traça plano para resistir à aliança com PT
Com a avaliação de que atualmente não controla a maioria dos delegados do partido, o chamado PMDB oposicionista prepara ofensiva em Estados onde o apoio à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ainda não está consolidado. Peemedebistas que são contra a aliança com o PT intensificarão a resistência à direção nacional do partido, que deve anunciar hoje o apoio à candidatura Dilma em jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros do PMDB e líderes partidários - um dos principais nomes da ala governista, o presidente da Câmara, Michel Temer, é cotado para ser o vice.
A ideia é trazer para a seara oposicionista diretórios em que a situação está indefinida ou onde há espaço para negociação, como Minas, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Bastiões da oposição, Pernambuco e São Paulo, onde o PMDB é controlado pelo senador Jarbas Vasconcelos e pelo ex-governador Orestes Quércia, respectivamente, defendem aliança com o PSDB. Ontem Quércia conversou com o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, para aprofundar o contra-ataque. "Agora o esforço é para organizar (a oposição à tese de apoio a Dilma)", disse Quércia, para quem a instância legítima de definição das alianças do PMDB é a convenção nacional em junho.
Excursão presidencial às obras do São Francisco custou pelo menos R$ 400 mil
O governo gastou pelo menos R$ 400 mil com a caravana organizada pelo Palácio do Planalto para levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência, para os três dias de excursão pela região do Rio São Francisco, onde são realizadas obras de revitalização e transposição. A estimativa de custo é de assessores do Palácio do Planalto. O cálculo oficial ainda não foi feito pela Casa Civil.
O tour presidencial passou pelos Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Ceará, visitando pelo menos 11 cidades. Em algumas localidades, Lula ficou mais tempo, chegando até a dormir. Em outras, só trocou de avião - usou o Casa C-105 Amazonas para viajar em trechos onde não havia condições de pouso para o Aerolula. Além disso, também percorreu seis trechos de helicóptero.
Pesquisa põe Meirelles atrás dos adversários
Na primeira pesquisa de opinião pública de Goiás feita depois da filiação do presidente do Banco Central ao PMDB, Henrique Meirelles apareceu como o terceiro mais lembrado na disputa para o Senado, atrás do senador Demóstenes Torres (DEM) e do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). Numa eventual disputa para o governo de Goiás com o senador Marconi Perillo (PSDB), Meirelles ficou muito atrás: 19,8% contra 56,20% do tucano.
A pesquisa foi encomendada pelo jornal O Popular ao Instituto Serpes, que ouviu 1.001 pessoas entre os dias 10 e 14. A margem de erro, de acordo com o instituto, é de 3,1 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Pressionado, Aécio pede definição de nome até janeiro
No momento em que aliados, como o DEM, pressionam o PSDB para definir o candidato tucano na eleição presidencial de 2010, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, reuniu-se ontem com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para reafirmar sua intenção de disputar a Presidência da República.
Em jantar na casa de Fernando Henrique, do qual participou o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), Aécio disse não cogitar ser candidato a vice numa chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra - o outro nome do PSDB cotado para entrar na disputa presidencial.
''Acertos do conselho superam os erros''
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro Gilmar Mendes diz que o órgão de controle externo do Judiciário estuda adotar uma resolução para definir quando e como devem ser feitos os gastos com obras. O objetivo é evitar "a disfuncionalidade e a suntuosidade". Para ele, faz parte da política do CNJ estabelecer uma cultura que ajude a modernizar o Poder.
Em entrevista ao Estado, o ministro afirma que o trabalho do conselho é um caminho sem volta. Mendes ainda responde ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Roberto Belocchi, que chamou de "sonho de uma noite de verão" a meta 2 do CNJ - identificar os processos mais antigos e julgar até o final deste ano todos os que foram distribuídos até 31 de dezembro de 2005.
CNJ mira tribunais eleitorais
Alvos recorrentes de acusação de favorecimento político, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) passarão a ser inspecionados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O tema é tabu até no órgão de controle do Judiciário, principalmente por causa da proximidade das eleições gerais do próximo ano.
Há quem considere que as apurações em pleno período eleitoral poderiam desestabilizar o processo. Por esse motivo, há uma pressão para que a ação dos fiscais do CNJ só ocorra depois da corrida de 2010.
Principal falha é a má distribuição dos recursos
O problema mais frequente identificado nas inspeções do CNJ é a falha na administração dos recursos materiais e humanos. Para corrigir esses erros, o conselho decidiu propor a elaboração de orçamentos pelo prazo mínimo de cinco anos. A sugestão foi acertada com os tribunais e se tornou a primeira de um total de dez metas que valem para a Justiça brasileira.
Na maioria dos Estados, os magistrados não distribuem recursos com base em critérios objetivos, como volume de processos julgados por cada vara. Esse cenário gera um abismo entre a sede dos tribunais e as varas do interior. Enquanto os tribunais têm estrutura de palacetes, as varas carecem de material básico, como computadores.
Ministro questiona versão de militares sobre arquivos
O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos, disse ontem que considera inaceitável a versão, dada pelas Forças Armadas, de que os arquivos secretos dos órgãos militares, referentes à repressão política no período da ditadura, não existam mais. "Trabalho há 40 anos com direitos humanos e não aceito a tese de que todos os arquivos em poder das Forças Armadas tenham sido destruídos", afirmou.
As afirmações de Vannuchi foram feitas durante a sessão de abertura da Conferência Internacional sobre o Direito à Verdade, organizada pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP). Um dos objetivos do evento, que conta com o patrocínio da secretaria de Vannuchi, é discutir a criação de uma comissão nacional de verdade, com a tarefa de esclarecer violações de direitos humanos ocorridas no período da ditadura militar e apontar os responsáveis pelos crimes.
Correio Braziliense
Obra paralisada no quintal do TCU
Responsável pela fiscalização das obras da União, o Tribunal de Contas da União (TCU) vive hoje um drama próprio da administração pública. Tem uma construção paralisada há um ano por não cumprimento de contrato pela empreiteira. Haverá atraso de um ano e sete meses na entrega do empreendimento. Os prejuízos ainda não estão contabilizados, mas não serão poucos. O seguro foi acionado em janeiro, mas ainda não foi pago. Com a aproximação do período das chuvas, foi necessário fazer a impermeabilização da obra abandonada e a retenção dos barrancos na área das garagens, que já sofrem com erosão.
O presidente do tribunal, ministro Ubiratan Aguiar, avisa que “a mesma regra que vale para os outros vale para a gente. Se ficar apurado que houve prejuízo, será cobrado na Justiça”.
Democratas em pé de guerra
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), está numa disputa interna com o ex-senador e ex-chefe da sigla Jorge Bornhausen (SC) pelo direito de representar os democratas nas conversas com o PSDB sobre a eleição presidencial. Maia passou a minar o cacique por se sentir escanteado e sem voz na mesa na negociação. Primeiro, foi portavoz da maior insatisfação dos integrantes da legenda sobre o relacionamento com os tucanos, colocando tensão extra na aliança nacional. Depois, saiu em defesa da candidatura do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, como um político mais agregador do que o paulista José Serra, nome preferido por Bornhausen.
Apesar de ser o presidente da legenda, Maia tem se queixado da maneira como Bornhausen tomou a frente das negociações.
Foco na infraestrutura
O deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP) pretende aplicar recursos do fundo social a ser formado com a exploração da camada do pré-sal em investimentos. Relator da proposta, Palocci deve acatar emenda proposta pelo líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF), presidente da comissão especial que trata do assunto, para utilizar essa verba em obras de infraestrutura e melhoria de capital humano, com prazo determinado. Nesse último caso, a ideia é bancar cursos de capacitação e bolsas de estudo a servidores sem que esses gastos se tornem ações regulares dos ministérios. Não poderão ser concedidos reajustes salariais.
Palocci deve apresentar o texto amanhã, mesmo dia em que o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), divulgará seu relatório sobre o sistema de partilha dos recursos de pré-sal.
Segurança longe do razoável
A vulnerabilidade dos juízes brasileiros começa dentro dos prédios da Justiça. Fóruns sem estrutura de segurança e nenhum policiamento são comuns e episódios de violência, como queima de processos e de arquivos de investigação, espalham o medo. A situação é alarmante no Nordeste. O retrato das condições de trabalho dos juízes, traçado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), mostra que em apenas 6% das comarcas nordestinas o policiamento é considerado suficiente. Em 94% delas não há itens de segurança, como detectores de metais, câmeras de monitoramento e alarmes.
No Norte, 89% dos juízes ouvidos disseram que não há policiamento suficiente nos fóruns. No Pará, a violência virou rotina. Nos últimos dois anos, foram registrados pelo menos 10 episódios graves no estado. No interior, o drama é ainda maior. Há casos de juízes ameaçados de morte, prédios apedrejados, incendiados e até destruídos. Em São Félix do Xingu, a mil quilômetros de Belém, um homem atacou o juiz Leonel Figueiredo com uma pá de pedreiro. Apenas um policial fazia a segurança. Em Tomé-Açu, a juíza precisou ser resgatada por um advogado depois que o prédio foi completamente destruído. Em Marituba, um bando armado invadiu as instalações da Justiça e resgatou dois presos acusados de homicídio. Em Viseu, o fórum foi incendiado. Juiz e promotor tiveram que ser retirados de helicóptero. Quase todos os processos foram queimados. Em Barcarena, o juiz sofreu ameaça de morte. Em Santo Antônio do Tauá, o fórum foi apedrejado e queimado.
Cidades históricas terão PAC
Cinco cidades em apenas dois dias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, voltam a Minas Gerais — segundo colégio eleitoral do país — amanhã, em ritmo de pré-campanha eleitoral. No roteiro, inauguração de trechos rodoviários, vistoria a obras do PAC e lançamento de programa de preservação do patrimônio histórico. A viagem ocorre uma semana depois de os dois visitarem o norte do estado, para vistoriar as obras de transposição do Rio São Francisco. Mais uma vez, são incluídas apenas cidades administradas por partidos da base aliada do governo federal, como ocorreu na viagem a Buritizeiros, administrada pelo PT. O episódio acabou motivando uma disputa com tons eleitorais em Pirapora, cidade administrada pelo DEM, que fica do outro lado do rio e foi excluída, na última hora, pelo cerimonial. Inconformado com a decisão de Lula de não ir a Pirapora, o prefeito Warmilon Braga desistiu de acompanhar o presidente na visita à estação de tratamento de esgoto, e participou de um evento paralelo ao lado do governador Aécio Neves, um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência da República.
Lula visita amanhã Ouro Preto, administrada pelo PMDB, e Belo Horizonte, onde o prefeito Márcio Lacerda é filiado ao PSB. No dia seguinte, vai a Governador Valadares, no Vale do Aço, de administração petista, e às maiores cidades do Triângulo Mineiro: Uberlândia, governada pelo PP, e Uberaba, onde o prefeito é o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PMDB). Aécio se encontra com o presidente em Ouro Preto e Governador Valadares.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Folha de S.Paulo
Câmara desperdiça com moradia, diz TCU
O TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou acórdão em que diz que a Câmara "desperdiça recursos públicos" no programa de moradia oferecido aos 513 deputados federais. Ao analisar representação movida pelo Ministério Público, os ministros do TCU recomendaram à Câmara que adote um modelo que evite a "realização de vultosos gastos de manutenção e reforma dos imóveis funcionais ociosos simultaneamente com a realização de elevadas despesas de pagamento de auxílio-moradia".
Entre as constatações do TCU, estão a de que 45% (193) dos 432 apartamentos reservados a deputados estão desocupados, não "servindo à finalidade de sua construção ou aquisição", apesar de ter havido gasto de R$ 33,6 milhões entre 2004 e 2008 com manutenção.
Dilma volta a negar encontro com Lina e dá caso por encerrado
Ao término de mais um ato com todos os ingredientes de pré-campanha eleitoral, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse ontem, em Araraquara (SP), que dá por encerrado o caso Lina Vieira, apesar de a ex-secretária da Receita Federal afirmar ter encontrado a agenda na qual consta o registro do suposto encontro entre as duas no Palácio do Planalto, em 9 de outubro do ano passado.
"Repito e reitero: não tive reunião privada com a ex-secretária. Acredito que o processo esteja encerrado desde o depoimento dela no Congresso."
Aliados reivindicam assento em pré-campanha de petista
Hoje centralizada num seleto grupo de petistas, a coordenação da pré-campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) é alvo da cobiça dos partidos que estão sendo chamados a compor a aliança com o PT para as eleições de 2010.
Um assento neste grupo está entre as reivindicações que o PMDB apresentará hoje em jantar marcado para oficializar o pré-compromisso do partido com a candidatura da ministra.
"A partir de um pré-compromisso, vamos acertar para que o partido participe da coordenação da campanha e da constituição de um programa [de governo] para o país", disse o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), principal fiador da aproximação com o PT e nome mais cotado para assumir o posto de vice na chapa.
Fortalecido pelo DEM, Aécio decide dar ultimato ao PSDB
O governador de Minas, Aécio Neves, desembarcou ontem em São Paulo decidido a dar um ultimato ao PSDB. Fortalecido por recentes manifestações de simpatia do DEM, Aécio viajou até São Paulo para oficializar sua disposição de concorrer à Presidência e rechaçar a vice numa chapa com o governador de São Paulo, José Serra.
Antes de embarcar para um jantar com Serra, Aécio antecipou a aliados preocupações quanto à indefinição do partido. A decisão, alega, não pode ficar para março sob pena de se reproduzir o cenário de 2006.
Governo estuda criar "comissão da verdade"
O governo federal vai decidir hoje sobre a criação de uma "comissão da verdade" para investigar violações aos direitos humanos ocorridas no período da ditadura militar (1964-1985), disse ontem o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
O tema faz parte de projeto do novo programa nacional de direitos humanos, que será debatido em reunião hoje entre Vannuchi, o presidente Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Volta da exigência de diploma a jornalista tem apoio de relator
Com parecer favorável, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara deve votar amanhã proposta de emenda constitucional que tenta reativar a exigência de diploma de jornalismo para o exercício da profissão.
Relator do assunto, o deputado Maurício Rands (PT-PE) deu parecer favorável ao retorno da obrigatoriedade, derrubada pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal em junho.
O Globo
Gilmar: Lula e Dilma estão testando Justiça Eleitoral
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse ontem que as viagens da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para visitar obras do PAC devem ser examinadas pela Justiça Eleitoral. Para ele, muitos atos ditos como de governo têm características de antecipação de campanha política — Dilma é a candidata de Lula e do PT à Presidência em 2010. O ministro não quis fazer juízo de valor sobre eventuais irregularidades nas ações do governo federal, mas disse que nem a pessoa mais ingênua acredita que se trata de fiscalização de obras.
— É uma questão que terá de ser examinada. Muito do que está se fazendo, sorteios, entrega de brindes, tem característica de campanha — disse Gilmar ao GLOBO ontem.
Semana passada, Lula e Dilma passaram três dias visitando as obras de transposição do Rio São Francisco em quatro estados, acompanhados de políticos aliados. Subiram em palanques, discursaram, Lula comandou sorteio de casas e fez ironias ao criticar o governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência.
Em 2009, 46% dos dias longe de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou mais uma semana com agenda fora do gabinete em Brasília. E foi seguido pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República em 2010, que, desde a alta médica, no fim de setembro, tem incrementado os compromissos Brasil afora. Em 292 dias deste ano, incluindo sábados e domingos, Lula ficou 136 longe de Brasília, o que corresponde a 46% de seu tempo. Foram 67 dias no exterior e outros 69 em viagens pelo país.
Desde o dia 25 de setembro, quando os médicos do Hospital Sírio-Libanês a liberaram do tratamento contra o câncer linfático, até ontem, Dilma ficou dez dias fora de Brasília. A ministra adotou um ritmo semelhante ao do presidente.
Dilma usa estratégia de colar Serra a governo FH
Utilizando a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de vincular a imagem do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), à do governo Fernando Henrique Cardoso, a chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, ministra Dilma Rousseff, disse ontem em Araraquara que é normal e compreensível o précandidato tucano não querer a continuidade do atual governo federal. Dilma respondia à crítica de Serra, que comparara o projeto de continuidade do governo com as capitanias hereditárias do século 16.
— É compreensível que sendo o governador Serra da oposição, não queira a continuidade do governo do presidente Lula, porque o projeto que ele defendeu é o projeto do governo Fernando Henrique. É compreensível isso. Acho normal que seja assim — disse a ministra.
PSDB quer reconvocar Lina
O PSDB quer que a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira volte a depor no Senado sobre a suposta aparição da agenda que registraria encontro com a ministra Dilma Rousseff. Segundo Lina, a ministra teria pedido a ela para apressar auditorias em empresas da família do senador José Sarney (PMDB-AP). Dilma diz que a reunião não ocorreu.
O pedido será apresentado hoje à Comissão de Constituição e Justiça do Senado pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Lina Vieira esteve na comissão em agosto, mas não apontou a data do suposto encontro. No fim de semana, a “Veja” informou que a agenda registra a reunião em 9 de outubro de 2008 — data em que o Palácio confirma um encontro de Lina e Dilma — e traz uma anotação sobre os Sarney.
— O presidente Lula a desafiou a apresentar a agenda, que agora está aí — disse Arthur Virgílio.
Suplicy pede desculpas a Tuma
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), decidiu encerrar a investigação preliminar que abrira na semana passada sobre o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) por causa da cueca vermelha usada pelo parlamentar por cima do terno. O senador petista vestira a peça a pedido de Sabrina Sato, ex-BBB e uma das apresentadoras do programa “Pânico na TV”, da Rede TV!. Tuma tomou a decisão depois que Suplicy ligou para ele, na sexta-feira à noite, se desculpando pelo gesto e argumentando que não tivera intenção de ofender colegas ou denegrir a imagem do Senado.
No telefonema, Suplicy antecipou ao corregedor que já havia entrado em contato com a direção do programa de TV solicitando que as imagens não fossem ao ar. O que realmente se confirmou no domingo. Assim, Tuma deverá apresentar hoje relatório arquivando o caso, mas recomendando comedimento não só de Suplicy, como de todos os senadores, nas entrevistas à apresentadora.
Peemedebistas esperam, para hoje, convite de Lula para vice de Dilma
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve formalizar hoje, em jantar na Granja do Torto, o convite para que o PMDB integre a chapa presidencial encabeçada pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, indicando o nome para vice. A expectativa dos peemedebistas é que Lula sinalize a preferência pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O encontro terá a presença dos principais líderes do partido, além de ministros peemedebistas.
— Tudo indica que vão pedir a mão de Temer em casamento.
Será um jantar de noivado. Dará a largada para um entendimento político e eleitoral. É importante para PT, PMDB e para a própria Dilma em direção à candidatura presidencial de 2010 — afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Indicado do PRB é o mais novo ministro
O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto, toma posse hoje como ministro de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Às vésperas de completar 70 anos, no próximo dia 30, ele teria que se aposentar compulsoriamente ao atingir o limite de idade de servidor público. O limite não vale para o cargo de ministro.
Samuel Pinheiro é secretáriogeral do Itamaraty, segundo cargo na hierarquia do ministério, desde o início do governo Lula, em janeiro de 2003. Nacionalista, ele foi um crítico feroz da proposta de criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), depois enterrada.
O PRB, partido do vice-presidente José Alencar e ligado à Igreja Universal, indicou o embaixador para comandar a Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Mais R$ 900 milhões para servidores em 2010
Além dos reajustes salariais concedidos pelo governo nos últimos anos ao funcionalismo público, o petista Geraldo Magela (DF), relator-geral do Orçamento da União para 2010, anunciou ontem mais uma bondade à categoria: pretende destinar cerca de R$ 900 milhões para garantir o aumento do tíquetealimentação do servidor público federal. A ideia, que tem a simpatia do Planejamento, aumentará o rombo no Orçamento em ano eleitoral — já há um elenco de despesas não cobertas que chega a R$ 20 bilhões.
Magela entende que a despesa pode ser compensada com o aumento na previsão de crescimento do PIB para 2010, dos 4,5% fixados na proposta orçamentária para 5%. Mas o relator das receitas do Orçamento, o líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR), não pretende mexer na previsão do PIB. Ele disse que apresentará hoje seu relatório prevendo um aumento na receita global para 2010, mas não adiantou valores.
Fundo rejeita pedido de verba para saúde
O Fundo Global, iniciativa do G-8 (grupo dos oito países mais desenvolvidos do mundo) que apoia programas de saúde nos países em desenvolvimento, rejeitou pedido do Brasil para financiar dois projetos de combate à Aids e à tuberculose, no valor total de 90 milhões de euros (cerca de R$ 230 milhões).
É o segundo ano seguido em que o organismo internacional recusa as propostas brasileiras, formuladas pelo Ministério da Saúde. A decisão será anunciada formalmente em novembro, mas foi comunicada ao governo há duas semanas.
A recusa foi revelada pela revista “IstoÉ”. De acordo com a publicação, o Brasil teria sofrido a nova derrota após apresentar propostas idênticas às que foram desclassificadas há um ano.
O Estado de S.Paulo
Dilma rebate Serra e insiste na estratégia de comparar Lula e FHC
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, rebateu a declaração do governador José Serra (PSDB), que comparou o projeto de continuidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as capitanias hereditárias, do século 16. "É compreensível que Serra, como membro da oposição, não queira a continuidade do governo Lula", afirmou Dilma ontem, em Araraquara, a 270 quilômetros de São Paulo.
"O projeto que ele defende é o do ex-presidente Fernando Henrique", emendou a ministra, durante a pré-inauguração da Arena da Fonte, estádio multiuso com capacidade para 20 mil pessoas e custo de R$ 27 milhões, que está sendo construído com dinheiro do governo federal.
PMDB oposicionista traça plano para resistir à aliança com PT
Com a avaliação de que atualmente não controla a maioria dos delegados do partido, o chamado PMDB oposicionista prepara ofensiva em Estados onde o apoio à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ainda não está consolidado. Peemedebistas que são contra a aliança com o PT intensificarão a resistência à direção nacional do partido, que deve anunciar hoje o apoio à candidatura Dilma em jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros do PMDB e líderes partidários - um dos principais nomes da ala governista, o presidente da Câmara, Michel Temer, é cotado para ser o vice.
A ideia é trazer para a seara oposicionista diretórios em que a situação está indefinida ou onde há espaço para negociação, como Minas, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Bastiões da oposição, Pernambuco e São Paulo, onde o PMDB é controlado pelo senador Jarbas Vasconcelos e pelo ex-governador Orestes Quércia, respectivamente, defendem aliança com o PSDB. Ontem Quércia conversou com o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, para aprofundar o contra-ataque. "Agora o esforço é para organizar (a oposição à tese de apoio a Dilma)", disse Quércia, para quem a instância legítima de definição das alianças do PMDB é a convenção nacional em junho.
Excursão presidencial às obras do São Francisco custou pelo menos R$ 400 mil
O governo gastou pelo menos R$ 400 mil com a caravana organizada pelo Palácio do Planalto para levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência, para os três dias de excursão pela região do Rio São Francisco, onde são realizadas obras de revitalização e transposição. A estimativa de custo é de assessores do Palácio do Planalto. O cálculo oficial ainda não foi feito pela Casa Civil.
O tour presidencial passou pelos Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Ceará, visitando pelo menos 11 cidades. Em algumas localidades, Lula ficou mais tempo, chegando até a dormir. Em outras, só trocou de avião - usou o Casa C-105 Amazonas para viajar em trechos onde não havia condições de pouso para o Aerolula. Além disso, também percorreu seis trechos de helicóptero.
Pesquisa põe Meirelles atrás dos adversários
Na primeira pesquisa de opinião pública de Goiás feita depois da filiação do presidente do Banco Central ao PMDB, Henrique Meirelles apareceu como o terceiro mais lembrado na disputa para o Senado, atrás do senador Demóstenes Torres (DEM) e do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). Numa eventual disputa para o governo de Goiás com o senador Marconi Perillo (PSDB), Meirelles ficou muito atrás: 19,8% contra 56,20% do tucano.
A pesquisa foi encomendada pelo jornal O Popular ao Instituto Serpes, que ouviu 1.001 pessoas entre os dias 10 e 14. A margem de erro, de acordo com o instituto, é de 3,1 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Pressionado, Aécio pede definição de nome até janeiro
No momento em que aliados, como o DEM, pressionam o PSDB para definir o candidato tucano na eleição presidencial de 2010, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, reuniu-se ontem com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para reafirmar sua intenção de disputar a Presidência da República.
Em jantar na casa de Fernando Henrique, do qual participou o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), Aécio disse não cogitar ser candidato a vice numa chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra - o outro nome do PSDB cotado para entrar na disputa presidencial.
''Acertos do conselho superam os erros''
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro Gilmar Mendes diz que o órgão de controle externo do Judiciário estuda adotar uma resolução para definir quando e como devem ser feitos os gastos com obras. O objetivo é evitar "a disfuncionalidade e a suntuosidade". Para ele, faz parte da política do CNJ estabelecer uma cultura que ajude a modernizar o Poder.
Em entrevista ao Estado, o ministro afirma que o trabalho do conselho é um caminho sem volta. Mendes ainda responde ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Roberto Belocchi, que chamou de "sonho de uma noite de verão" a meta 2 do CNJ - identificar os processos mais antigos e julgar até o final deste ano todos os que foram distribuídos até 31 de dezembro de 2005.
CNJ mira tribunais eleitorais
Alvos recorrentes de acusação de favorecimento político, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) passarão a ser inspecionados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O tema é tabu até no órgão de controle do Judiciário, principalmente por causa da proximidade das eleições gerais do próximo ano.
Há quem considere que as apurações em pleno período eleitoral poderiam desestabilizar o processo. Por esse motivo, há uma pressão para que a ação dos fiscais do CNJ só ocorra depois da corrida de 2010.
Principal falha é a má distribuição dos recursos
O problema mais frequente identificado nas inspeções do CNJ é a falha na administração dos recursos materiais e humanos. Para corrigir esses erros, o conselho decidiu propor a elaboração de orçamentos pelo prazo mínimo de cinco anos. A sugestão foi acertada com os tribunais e se tornou a primeira de um total de dez metas que valem para a Justiça brasileira.
Na maioria dos Estados, os magistrados não distribuem recursos com base em critérios objetivos, como volume de processos julgados por cada vara. Esse cenário gera um abismo entre a sede dos tribunais e as varas do interior. Enquanto os tribunais têm estrutura de palacetes, as varas carecem de material básico, como computadores.
Ministro questiona versão de militares sobre arquivos
O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos, disse ontem que considera inaceitável a versão, dada pelas Forças Armadas, de que os arquivos secretos dos órgãos militares, referentes à repressão política no período da ditadura, não existam mais. "Trabalho há 40 anos com direitos humanos e não aceito a tese de que todos os arquivos em poder das Forças Armadas tenham sido destruídos", afirmou.
As afirmações de Vannuchi foram feitas durante a sessão de abertura da Conferência Internacional sobre o Direito à Verdade, organizada pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP). Um dos objetivos do evento, que conta com o patrocínio da secretaria de Vannuchi, é discutir a criação de uma comissão nacional de verdade, com a tarefa de esclarecer violações de direitos humanos ocorridas no período da ditadura militar e apontar os responsáveis pelos crimes.
Correio Braziliense
Obra paralisada no quintal do TCU
Responsável pela fiscalização das obras da União, o Tribunal de Contas da União (TCU) vive hoje um drama próprio da administração pública. Tem uma construção paralisada há um ano por não cumprimento de contrato pela empreiteira. Haverá atraso de um ano e sete meses na entrega do empreendimento. Os prejuízos ainda não estão contabilizados, mas não serão poucos. O seguro foi acionado em janeiro, mas ainda não foi pago. Com a aproximação do período das chuvas, foi necessário fazer a impermeabilização da obra abandonada e a retenção dos barrancos na área das garagens, que já sofrem com erosão.
O presidente do tribunal, ministro Ubiratan Aguiar, avisa que “a mesma regra que vale para os outros vale para a gente. Se ficar apurado que houve prejuízo, será cobrado na Justiça”.
Democratas em pé de guerra
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), está numa disputa interna com o ex-senador e ex-chefe da sigla Jorge Bornhausen (SC) pelo direito de representar os democratas nas conversas com o PSDB sobre a eleição presidencial. Maia passou a minar o cacique por se sentir escanteado e sem voz na mesa na negociação. Primeiro, foi portavoz da maior insatisfação dos integrantes da legenda sobre o relacionamento com os tucanos, colocando tensão extra na aliança nacional. Depois, saiu em defesa da candidatura do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, como um político mais agregador do que o paulista José Serra, nome preferido por Bornhausen.
Apesar de ser o presidente da legenda, Maia tem se queixado da maneira como Bornhausen tomou a frente das negociações.
Foco na infraestrutura
O deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP) pretende aplicar recursos do fundo social a ser formado com a exploração da camada do pré-sal em investimentos. Relator da proposta, Palocci deve acatar emenda proposta pelo líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF), presidente da comissão especial que trata do assunto, para utilizar essa verba em obras de infraestrutura e melhoria de capital humano, com prazo determinado. Nesse último caso, a ideia é bancar cursos de capacitação e bolsas de estudo a servidores sem que esses gastos se tornem ações regulares dos ministérios. Não poderão ser concedidos reajustes salariais.
Palocci deve apresentar o texto amanhã, mesmo dia em que o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), divulgará seu relatório sobre o sistema de partilha dos recursos de pré-sal.
Segurança longe do razoável
A vulnerabilidade dos juízes brasileiros começa dentro dos prédios da Justiça. Fóruns sem estrutura de segurança e nenhum policiamento são comuns e episódios de violência, como queima de processos e de arquivos de investigação, espalham o medo. A situação é alarmante no Nordeste. O retrato das condições de trabalho dos juízes, traçado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), mostra que em apenas 6% das comarcas nordestinas o policiamento é considerado suficiente. Em 94% delas não há itens de segurança, como detectores de metais, câmeras de monitoramento e alarmes.
No Norte, 89% dos juízes ouvidos disseram que não há policiamento suficiente nos fóruns. No Pará, a violência virou rotina. Nos últimos dois anos, foram registrados pelo menos 10 episódios graves no estado. No interior, o drama é ainda maior. Há casos de juízes ameaçados de morte, prédios apedrejados, incendiados e até destruídos. Em São Félix do Xingu, a mil quilômetros de Belém, um homem atacou o juiz Leonel Figueiredo com uma pá de pedreiro. Apenas um policial fazia a segurança. Em Tomé-Açu, a juíza precisou ser resgatada por um advogado depois que o prédio foi completamente destruído. Em Marituba, um bando armado invadiu as instalações da Justiça e resgatou dois presos acusados de homicídio. Em Viseu, o fórum foi incendiado. Juiz e promotor tiveram que ser retirados de helicóptero. Quase todos os processos foram queimados. Em Barcarena, o juiz sofreu ameaça de morte. Em Santo Antônio do Tauá, o fórum foi apedrejado e queimado.
Cidades históricas terão PAC
Cinco cidades em apenas dois dias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, voltam a Minas Gerais — segundo colégio eleitoral do país — amanhã, em ritmo de pré-campanha eleitoral. No roteiro, inauguração de trechos rodoviários, vistoria a obras do PAC e lançamento de programa de preservação do patrimônio histórico. A viagem ocorre uma semana depois de os dois visitarem o norte do estado, para vistoriar as obras de transposição do Rio São Francisco. Mais uma vez, são incluídas apenas cidades administradas por partidos da base aliada do governo federal, como ocorreu na viagem a Buritizeiros, administrada pelo PT. O episódio acabou motivando uma disputa com tons eleitorais em Pirapora, cidade administrada pelo DEM, que fica do outro lado do rio e foi excluída, na última hora, pelo cerimonial. Inconformado com a decisão de Lula de não ir a Pirapora, o prefeito Warmilon Braga desistiu de acompanhar o presidente na visita à estação de tratamento de esgoto, e participou de um evento paralelo ao lado do governador Aécio Neves, um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência da República.
Lula visita amanhã Ouro Preto, administrada pelo PMDB, e Belo Horizonte, onde o prefeito Márcio Lacerda é filiado ao PSB. No dia seguinte, vai a Governador Valadares, no Vale do Aço, de administração petista, e às maiores cidades do Triângulo Mineiro: Uberlândia, governada pelo PP, e Uberaba, onde o prefeito é o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PMDB). Aécio se encontra com o presidente em Ouro Preto e Governador Valadares.