Folha de S. PauloManchetes dos jornais de hoje - 02/08/2008
Produção industrial reage e cresce 2,7% em junho
Ainda imune à mais recente alta da taxa básica de juros, a produção da indústria reagiu em junho e cresceu 2,7% na comparação com maio, quando havia caído 0,6%. Em relação a junho do ano passado, a alta foi ainda maior, de 6,6%. Foi a maior taxa mensal desde os 3,5% de outubro de 2007. Os dados são do IBGE. Com o resultado, a indústria fechou o primeiro semestre de 2008 com crescimento de 6,3% -a mais alta taxa desde o mesmo período de 2004 (8,3%).
O crescimento tem outro aspecto positivo: foi puxado pelo setor de máquinas e equipamentos, o que mostra tendência de elevação da produção. Para Sílvio Sales, do IBGE, os dados de junho foram "amplamente positivos", com expansão "generalizada". O setor, diz, atingiu novo pico no patamar de produção em junho e deixou para trás o cenário de acomodação de meses anteriores.
Jobim rebate Tarso e diz que Lei da Anistia não vai mudar
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, se opôs ontem frontalmente à idéia defendida por seu colega de ministério Tarso Genro (Justiça), de modificar a Lei da Anistia para permitir a punição de torturadores e assassinos da ditadura militar. "Não haverá mudança na Lei da Anistia", declarou Jobim à Folha, após participar da cerimônia de troca de comando no CMNE (Comando Militar do Nordeste), em Recife. "A Lei da Anistia já esgotou os seus efeitos", disse. "Já foram anistiados, não existe hipótese de você rever uma situação passada." A idéia de criar uma alternativa jurídica para que a lei, de 1979, não impeça a punição de agentes públicos envolvidos em tortura e morte durante a ditadura militar (1964-1985) foi discutida anteontem, durante audiência patrocinada pelo Ministério da Justiça.
No evento, em Brasília, Tarso defendeu a tese de que não há delito político na tortura e que, quem agiu assim pode ser comparado "a qualquer outro torturador". Mas, para Jobim, a Lei da Anistia "foi auto-suficiente" e "satisfez a situação que tinha para satisfazer". E pediu: "Vamos olhar para o futuro".
"Bois piratas" já custaram R$ 1 mi ao governo
O governo já gastou quase R$ 1 milhão para manter os "bois piratas" sob a guarda do Ibama desde o dia 7 de junho, 65% do do valor que pretende arrecadar com a venda dos animais. Além disso, desde a primeira contagem feita, o rebanho diminuiu. O primeiro edital para a venda do gado listava 3.500 bovinos, agora são 3.046. Três leilões foram realizados para a comercialização do gado, mas em dois não houve interessados em comprar os animais e um acabou suspenso devido à decisão da Justiça Federal.
O governo vê sinais de "boicote" à operação "Boi Pirata", anunciada em junho pelo ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) como resposta ao ritmo acelerado de desmatamento na Amazônia, que seria motivado sobretudo pelo avanço da pecuária. O gado foi apreendido na Estação Ecológica da Terra do Meio, no Pará. Em relação à redução do número de animais, há a suspeita de que estejam morrendo ou sendo roubados, segundo pecuaristas ouvidos pela Folha, mas o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) argumenta que houve apenas uma recontagem. O órgão diz que cem animais, que constavam da lista anterior, estão fora de alcance de seus servidores.
Ministros do STF saem em defesa de Mendes
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) saíram ontem em defesa do presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, criticado durante o recesso do Judiciário por soltar duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. A iniciativa partiu do ministro Celso de Mello, que afirmou, na abertura dos trabalhos do segundo semestre do tribunal, que Mendes agiu de forma "digna e idônea".
"Eventos notórios que foram largamente divulgados em julho pelos meios de comunicação social levam-me, ainda que isso seja desnecessário, a reafirmar publicamente meu respeito pela forma digna e idônea com que vossa excelência, agindo com segura determinação, preservou a autoridade desta Suprema Corte", afirmou. Celso de Mello elogiou o que chamou de "densa fundamentação jurídica" aplicada por Mendes. "Fez prevalecer, no regular do exercício dos poderes processuais que o ordenamento legal lhe confere e sem qualquer espírito de emulação, decisões revestidas de densa fundamentação jurídica".
A manifestação foi seguida pelos demais ministros que participavam da sessão inaugural e pelo advogado-geral da União, José Antonio Dias Tóffoli. Estavam presentes os ministros Marco Aurélio Mello, Ellen Gracie, Cezar Peluso, Carmen Lúcia, Carlos Ayres Britto, Ricardo Lewandowski e Carlos Alberto Direito. Todos se limitaram a "apoiar" o ministro Celso de Mello em seu rápido pronunciamento, sem acrescentar novos elogios.
Presidente lança fundo e diz que Brasil quer "falar grosso" sobre a Amazônia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, durante o lançamento do Fundo Amazônia, no Rio, que o Brasil quer "falar grosso" para defender suas responsabilidades e sua soberania sobre o território amazônico. Lula disse que o país tem consciência hoje de que adotar medidas de preservação é uma forma de impedir a retaliação de produtos brasileiros em outros países.
"Daqui a pouco aparece alguém dizendo que tem cana na Amazônia ou que são os biocombustíveis que causam problema no aumento do alimento. Não temos o direito de aceitar as mentiras", disse Lula. Segundo o presidente, ao tomar as medidas adequadas, o país ganha o direito de transitar nos fóruns internacionais "de cabeça erguida". Lula criticou a postura adotada pelos países do G8 nas discussões sobre ambiente e classificou as reuniões como "um pouco vazias".
Candidatos inflam dados de suas gestões
Os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo inflaram dados, tropeçaram em números e omitiram deficiências no primeiro confronto da campanha. Marta Suplicy (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Gilberto Kassab (DEM) e Paulo Maluf (PP) se enfrentaram, ao lado de outros quatro candidatos, por duas horas e 40 minutos em debate da TV Band, que invadiu a madrugada de ontem.
Uma frase de Maluf deu o tom das distorções: "Foi Paulo Maluf quem praticamente construiu essa cidade". Ele não foi o único a exagerar. Marta chegou a dizer que deixou a saúde toda informatizada ao fim de sua gestão, em 2004. Ontem sua assessoria reconheceu que ela implantou a informatização apenas na regional da Lapa, tendo deixado um software para o resto da cidade.
Abin investiga elo entre Farc e petistas
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) está analisando o teor dos e-mails de integrantes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), relevados pela Folha, em que são mencionados assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de deputados, vereadores, acadêmicos e sindicalistas. O documento foi classificado como secreto.
Uma análise preliminar, concluída há 15 dias, determinou não haver vínculo direto entre integrantes do governo e membros das Farc, apesar da menção a contatos com assessores especiais de Lula, como Selvino Heck e Gilberto Carvalho. A investigação será aprofundada, pois os organismos de inteligência, principalmente a Abin e o CIE (Centro de Inteligência do Exército), temem que representantes das Farc consigam se fixar no país com apoio de militantes de esquerda hoje acolhidos em escalões inferiores do governo Lula.
Estado de S. Paulo
Bovespa perde R$ 438 bi em 2 meses
A instabilidade do mercado financeiro global derrubou em R$ 438,5 bilhões o valor das empresas negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nos últimos dois meses. Em 31 de julho, as 398 companhias da bolsa brasileira tinham um valor somado de R$ 2,138 trilhões, o menor desde julho do ano passado, de R$ 2,121 trilhões. Ontem, uma nova onda de mau humor dominou os investidores e levou o Índice Bovespa a perder 3,15%.
"A tendência de curto prazo para a bolsa é negativa, o que faz com que as más notícias prevaleçam", definiu o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa. Ontem, especificamente, houve informações ruins sobre as economias dos Estados Unidos e da China.
Nos EUA, o Departamento do Trabalho divulgou que a taxa de desemprego subiu de 5,6% em junho para 5,7% em julho. É o maior índice desde março de 2004. "Esse número reforça os temores de uma recessão no país", observou Newton Rosa. Em julho, houve a perda de 51 mil postos de trabalho (a expectativa dos analistas era de um corte de 65 mil vagas).
Assessor de Lula explica ajuda a rebelde
O chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou ontem que nunca concordou com os métodos usados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e garantiu ter prestado apenas uma "ajuda humanitária" em 2006 ao ex-padre Francisco Antonio Cadena Collazos, conhecido como Oliverio Medina e considerado "embaixador" do grupo guerrilheiro no Brasil.
Ele disse que só assim pode entender a inclusão de seu nome em um e-mail trocado entre Medina e Raúl Reyes, líder guerrilheiro morto em março num ataque do Exército colombiano contra seu acampamento no Equador. O nome de Carvalho foi citado na reportagem da revista colombiana Cambio que vincula ministros e assessores do governo às Farc.
Ex-seminarista,Carvalho contou que ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi procurado por representantes da Igreja com um documento assinado pelo procurador da República, Luiz Francisco Fernandes Souza, relatando a péssima situação carcerária de Medina, detido no Presídio da Papuda.
Negociação de dívidas atinge R$ 15 bi
Pelo menos R$ 15 bilhões em dívidas poderão ser renegociados no Programa de Incentivo ao Pagamento de Débitos Tributários de Pequeno Valor, que o governo vai adotar em conjunto com um novo modelo de cobrança de créditos tributários. Levantamento da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) obtido pelo Estado aponta que esse é o volume de créditos inscritos na Dívida Ativa da União classificados como de pequeno valor (até R$ 10 mil) alcançados pelo programa.
Os devedores (empresas e pessoas físicas) poderão renegociar a dívida com redução da multa, dos juros e encargos legais. Como o programa também vai beneficiar contribuintes com débitos não inscritos na Dívida Ativa, o potencial de renegociação será muito maior que os R$ 15 bilhões. A Receita Federal, porém, ainda não concluiu o levantamento do montante desses débitos.
O programa favorecerá a extinção, a quitação ou o parcelamento dessas dívidas. O contribuinte que tiver débitos de até R$ 10 mil vencidos há mais de cincos anos, com data de corte em 31 de dezembro de 2007, ficará livre do pagamento. Essas dívidas serão extintas.
Jobim contesta Tarso e diz que não cabe ao Executivo discutir anistia
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, contestou ontem a posição do colega da Justiça, Tarso Genro, para quem militares, policiais e agentes do Estado que tenham praticado tortura, assassinatos e violações dos direitos humanos durante o regime militar (1964-1985) devem ser punidos. Na avaliação de Jobim, a análise dos "fatos que estão sendo levantados" por Tarso cabe exclusivamente ao Poder Judiciário, nada tem que ver com o Executivo.
"Essa é uma questão exclusivamente da área do Poder Judiciário, de interpretação da lei", afirmou o ministro da Defesa, ressaltando que a Lei da Anistia, de 1979, já atendeu a seus objetivos, já realizou seus efeitos e não pode ser alterada. "Mudar essa legislação seria a mesma coisa que revogar aquilo que já foi decidido anteriormente, que foi uma pacificação nacional."
Para Tarso, tortura e violações de direitos humanos são crimes comuns, e não políticos, e por isso quem os praticou não poderia se beneficiar da anistia. "A partir do momento em que o agente do Estado pega o prisioneiro e o tortura num porão, ele sai da legalidade do próprio regime militar e se torna um criminoso comum. Não foi um ato político. Ele violou a ordem jurídica da própria ditadura e tem de ser responsabilizado", argumentou ele, na quinta-feira, ao abrir audiência no Ministério da Justiça intitulada Limites e Possibilidades para Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direitos Humanos durante o Estado de Exceção no Brasil.
Lula entra na campanha hoje em São Bernardo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca hoje em São Bernardo do Campo para participar da posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A festa, apesar de constar tradicionalmente da agenda do presidente, marcará também sua entrada na campanha eleitoral deste ano. Pela primeira vez desde o início da disputa, Lula dividirá o palco com os petistas Marta Suplicy e Luiz Marinho, que concorrem, respectivamente, em São Paulo e São Bernardo.
Marta, segundo membros da coordenação da campanha petista, foi incentivada pelo próprio Lula a ir à festa dos metalúrgicos, que esperam um público de cerca de 6 mil pessoas. Já o encontro com Marinho, que também já presidiu o sindicato, não se limitará ao evento. O ex-ministro e o presidente já programaram uma conversa reservada, na qual vão afinar os detalhes da estratégia para tentar levar a Prefeitura de São Bernardo do Campo em outubro. "A expectativa é de combinarmos qual será a agenda da campanha", afirmou Marinho.
Filho de Marisa é impugnado
O filho do primeiro casamento da primeira-dama Marisa Letícia, adotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marcos Lula (PT), teve negado seu registro de candidatura a vereador de São Bernardo do Campo (SP) pela Justiça Eleitoral. O filho adotivo de Lula tem 37 anos, é psicólogo e empresário e tentava participar de sua primeira disputa eleitoral.
O processo de impugnação teve início com uma ação do Ministério Público Eleitoral (MPE). A promotora eleitoral Vera Lúcia Acayaba de Toledo sublinhou o artigo 14, parágrafo 7º, da Constituição Federal, o qual aponta que parentes do presidente, mesmo por adoção, são inelegíveis.
Segundo o texto, não podem participar da eleição "o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da república, governador de Estado ou território, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito".
STF faz desagravo a Gilmar Mendes
Na primeira sessão do segundo semestre do Supremo Tribunal Federal (STF), o primeiro item da pauta foi uma nota de desagravo ao seu presidente, ministro Gilmar Mendes. Criticado por procuradores da República e por delegados da Polícia Federal por libertar duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, preso durante a Operação Satiagraha, Gilmar Mendes ficou sozinho em julho, já que os demais ministros estavam de recesso.
Ontem, coube ao ministro mais antigo do STF, Celso de Mello, liderar o apoio a Mendes e ler, no início da sessão, uma curta nota em desagravo. Pronunciamento que foi apoiado por todos os ministros presentes, até mesmo pelo advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli.
"Eventos notórios que foram largamente divulgados no mês de julho pelos meios de comunicação social levam-me, ainda que isso seja desnecessário, a reafirmar publicamente o meu respeito pela forma digna e idônea com que Vossa Excelência, agindo com segura determinação, preservou a autoridade desta Suprema Corte e fez prevalecer, no regular exercício dos poderes processuais que o ordenamento legal lhe confere e sem qualquer espírito de emulação, decisões revestidas de densa fundamentação jurídica", afirmou Celso de Mello.
O Globo
Tortura provoca atrito entre ministros de Justiça e Defesa
Integrantes do governo Lula não se entendem sobre a proposta de punição de torturadores da ditadura. Um dia após o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, defenderem a condenação de militares torturadores, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, divergiu publicamente da posição dos colegas, defendeu o Exército e criticou a reabertura do debate: “A gente acaba discutindo o passado e não se preocupa com o futuro.” Jobim defendeu que a discussão saia do âmbito do Executivo e fique restrita ao Judiciário. Para ministros do Supremo Tribunal Federal, a lei de anistia brasileira não permite a punição de crimes cometidos durante a ditadura. Em resposta ao ministro da Justiça, militares da reserva farão um seminário no Rio para defender a anistia.
Receita vai apertar cerco a sonegador
A Receita Federal pretende criar a declaração obrigatória de renda para quem movimenta muito dinheiro nos bancos, mesmo que seja considerado isento. A medida pode valer já em 2009 e visa a caçar sonegadores, combatendo os “laranjas” em negócios.
Lei Seca reduz mortes nas férias em 14,5%
Em julho, 530 pessoas morreram nas estradas federais do país, uma queda de 14,5%, em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal, que creditou à Lei Seca um papel decisivo nessa redução. No Rio de Janeiro, a queda registrada foi de 30%.
Começam impugnações de candidatos ficha-suja
A Justiça Eleitoral negou ontem o registro da candidatura à reeleição da prefeita de Magé, Núbia Cozzolino (PMDB), que responde a 27 ações por improbidade administrativa. A juíza Patrícia Salustiano concluiu que Núbia tem “um perfil incompatível com o cargo que pretende ocupar”. Núbia disse que vai recorrer. O ex-prefeito de Caxias José Camilo dos Santos, o Zito (PSDB), que tenta voltar ao cargo, também é alvo do Ministério Público.
Um dos operadores do PT, Delúbio volta ao palanque
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares tem participado com desenvoltura da campanha do prefeito de Goiânia, Íris Rezende (PMDB), que disputa a reeleição numa coligação que tem o petista Paulo Garcia como vice. Acusado de ser um dos articuladores do esquema do mensalão em processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), Delúbio desfila à vontade pela cena política em Goiás. Ele participou esta semana do principal evento da campanha de Íris até agora.
Jornal do Brasil
Tráfico afugenta TRE
Esbarrou na ameaça do tráfico de drogas a operação do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, realizada ontem na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, contra propagandas irregulares. Depois de retirarem placas e cartazes ilegalmente posicionados, ainda na entrada da favela, fiscais do TRE receberam o aviso de “olheiros” do tráfico. “Vou chamar o dono da boca. Aqui vocês não mandam”, disse um deles para a comitiva, que saiu da comunidade escoltada por dois veículos da PM com policiais armados de fuzis. As dificuldades de fiscalização se repetem na Baixada Fluminense. Em Nova Iguaçu, por exemplo, quatro pessoas respondem por uma área de 524 quilômetros quadrado.
Fundo destina US$ 1 bi para a Amazônia
O presidente Lula assinou decreto criando o Fundo Amazônia, que será coordenado pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e gerido pelo BNDES. O Plano Amazônia Sustentável continua sob a coordenação do ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger. O fundo captará no primeiro ano US$ 1 bilhão em doações no Brasil e no exterior.
Menos mortes nas estradas
O número de mortes em acidentes nas estradas federais caiu 14,5% no mês de julho, comparado ao mesmo período do ano passado. No Rio, os óbitos desabaram: quase 30%. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal, que credita a melhoria à Lei Seca e à fiscalização. (págs. 1 e País A12)
Fiocruz ganha pólo para atacar dengue
A Fiocruz ganhou o mais moderno pólo de pesquisa em virologia da América Latina, o Pavilhão Hélio e Peggy Pereira (HPP). O centro, com nove laboratórios em 6 mil metros quadrados, custou R$ 19 milhões e se dedicará a pesquisas sobre dengue, gripe, rubéola, diarréias virais e hepatite viral, entre várias outras doenças.
Captação de órgãos não muda
O governo estadual não vai mudar a forma de captação de órgãos para transplantes no Rio, como querem associações que representam pacientes cada vez mais apreensivos. O modelo de São Paulo, com equipes para vasculhar hospitais, é descartado pelas autoridades.
Correio Braziliense
Aumento de aluguel no DF é o maior do país
Levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas a pedido do Correio mostra que aluguéis de imóveis residenciais no Distrito Federal subiram, em média, 7,1% nos 12 meses terminados em julho. Nas outras sete capitais em que o percentual foi calculado, o aumento do preço cobrado dos inquilinos ficou em 4,9%. Aqui, o mercado apresenta uma particularidade: por conta da demanda alta, quanto menor o apartamento ou casa, maior a pedida dos proprietários na hora de renovar os contratos. “O aluguel equivale a 0,7% ou mais do valor do imóvel no caso das quitinetes. Mas cai para 0,5% quando se trata de apartamentos de quatro quartos”, diz Frederico Attié, presidente da Comissão de Valores Imobiliários do DF.
Volta ao trabalho adiada
Ameaça fracassar o esforço concentrado convocado pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para as duas próximas semanas. Ontem, na abertura dos trabalhos no segundo semestre, só nove deputados registraram presença. Seis medidas provisórias e dois projetos em regime de urgência trancam a pauta da Casa e não existe disposição da oposição para fazer um acordo e aprová-los. “O clima é muito ruim, o governo insiste nas medidas provisórias irrelevantes, dispendiosas e sem urgência, como esta que o presidente acabou de editar, criando o Ministério da Pesca e mais 295 cargos de confiança desnecessários”, critica o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP). “Quero ver o governo mobilizar a sua base para votar.”
No primeiro semestre, a Câmara enfrentou dificuldade para garantir quorum. Levantamento do site Congresso em Foco mostra que o número de faltas, justificadas ou não, subiu pouco menos que dois pontos percentuais em relação ao ano passado. Os 84 deputados que são candidatos nas eleições a prefeito ou a vice engrossam o ranking dos faltosos. Alguns deles eram freqüentadores assíduos em plenário, como o líder do PR, Luciano Castro (RR), candidato em Boa Vista.
Mais três serão investigados
Dois parlamentares que escaparam da denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, contra os 40 réus no escândalo do mensalão voltaram a estar sob o crivo do Ministério Público Federal. Na semana passada, a Procuradoria da República em Brasília abriu uma investigação preliminar para analisar atos de improbidade administrativa cometidos pelo deputado Vadão Gomes (PP-SP), pelo ex-assessor da liderança do PP João Cláudio de Carvalho Genu e pelo ex-deputado Josias Gomes (PT-BA). Agora, serão seis os investigados pelo Ministério Público em Brasília, uma vez que anteriormente foram abertas apurações contra o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e os deputados Ciro Gomes (PSB-CE) e José Mentor (PT-SP).
Nas portarias 161, 162 e 163, publicadas em 22 de julho, a procuradora Anna Carolina Resende de Azevedo Maia anuncia que vai investigar a “conduta ímproba” nas “irregularidades” supostamente cometidas pelo trio no escândalo de pagamento de deputados para votarem com o governo Lula no primeiro mandato.
O primeiro ministro negro do STJ
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou o desembargador Benedito Gonçalves, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, para o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Se for aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário do Senado, Gonçalves será o primeiro negro a assumir uma cadeira no STJ, onde preencherá a vaga aberta pela aposentadoria de José Delgado.
Lula escolheu Gonçalves ao analisar uma lista tríplice eleita pelos ministros do STJ. O magistrado recebeu 21 votos. Na relação, também estavam as desembargadoras Assusete Dumont Reis Magalhães e Maria Isabel Diniz Gallotti Rodrigues, ambas do TRF da 1ª Região, que foram agraciadas com, respectivamente, 18 votos e 17 votos. Além de ser o mais votado, Gonçalves contou com o apoio, nos bastidores, do ministro da Justiça, Tarso Genro, do titular da Advocacia-Geral da União (AGU), José Dias Toffoli, e do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos.
PT (um pouco) mais aberto
O PT apoiará nas eleições deste ano mais candidatos de outras legendas do que na disputa anterior, considerando-se as corridas por prefeituras nas capitas e nos municípios nos quais a lei prevê o segundo turno. Em outubro, o partido terá concorrentes próprios em 58 dos 79 grandes centros do país e comporá chapa, como coadjuvante, em outras 21 localidades. Em 2004, foram 65 candidaturas próprias e 14 apoios. Segundo dirigentes petistas, os dados mostram que a sigla está mais aberta a composições com integrantes da coalizão que apóia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, colocam sob suspeita a tese segundo a qual o PT tem uma postura “hegemonista”.
“O PT é um partido consolidado e de forte presença no cenário nacional, social e institucionalmente, o que faz com que tenha um grande número de candidatos. Além disso, a tese do suposto hegemonismo não se sustenta pela própria evolução dos números em relação à eleição anterior. O total de candidaturas próprias nos maiores municípios recuou 11%, enquanto os apoios a candidatos de outros partidos subiram 50%”, diz o secretário nacional de Comunicação do PT, Gleber Naime.
ATUALIZADA EM:02/08/2008