Resumo das noticias dos jornais de hoje – 03/02/2009

Manchetes dos jornais de hoje – 03/02/2009
terça-feira, 03 de fevereiro de 2009

Correio Braziliense

PAC será turbinado

Quase uma semana depois de anunciar um corte de R$ 37 bilhões no Orçamento deste ano, o governo Lula vai reforçar os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e cogita até rever o bloqueio de parte dos R$ 14 bilhões que seriam destinados a investimento. Serão incluídas no PAC novas obras na área de saneamento básico, o Plano Nacional de Habitação e os investimentos no pré-sal.

Na primeira reunião ministerial do ano, que durou cerca de 10 horas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu “ousadia” para que os projetos em andamento sejam preservados para sustentar o crescimento econômico do país em um ano de crise internacional.

Amanhã, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, fará o balanço para comemorar os dois anos de PAC. O desempenho do programa, até o momento, não tem apresentado resultados satisfatórios devido a questionamentos judiciais e falta de licenças ambientais.

Mas o governo quer dar boas notícias. Para isso, vai reforçar o PAC com novas obras e incluir até alguns empreendimentos relacionados à exploração da camada de petróleo do pré-sal. “Não é o momento de uma reação tímida ou retraída da nossa parte. É o momento de termos ousadia e nós vamos ter ousadia na política econômica e social de modo que o brasil terá condições de passar por essa crise com menos ônus que outros países”, relatou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após a reunião ministerial.

PMDB com as cartas para 2010

Aconteceu o que todos os outros partidos temiam. O PMDB venceu nas duas Casas do Congresso. No Senado, com 49 votos, José Sarney teve uma vitória tranquila. Na Câmara, apesar das traições, Michel Temer (SP) recebeu 304 votos e levou no primeiro turno. A soma dos resultados consolida a legenda como a principal força dentro do Legislativo e o aliado mais disputado para as eleições de 2010. O PMDB continua dividido em dois grupos, mas, agora, cada facção comanda um dos lados do Congresso Nacional.

Não era o resultado sonhado pelo Palácio do Planalto, nem pela oposição. Tampouco foi resultado de uma estratégia combinada. Os peemedebistas da Câmara e do Senado não apenas correram em faixa própria, mas fizeram o possível para atrapalhar os planos um do outro. Mesmo assim, os dois lados estão mais fortes.

No Senado, Sarney venceu contra a vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Na Câmara, Temer recebeu o apoio dos dois. Em ambos os casos, pesaram as projeções para 2010.

A doce festa de Renan e do DEM

O Senado amanhece hoje numa doce ressaca para o grupo de Renan Calheiros (PMDB-AL), o DEM e os servidores da Casa — e amarga para petistas e tucanos. Entre mortos e feridos, Renan está de volta ao poder. Novo líder da bancada do PMDB, o senador alagoano foi o principal articulador da campanha de Sarney e retorna ao cenário político nacional depois de renunciar à Presidência do Senado em dezembro de 2007, em meio a processos por quebra de decoro parlamentar.

Ontem, depois da votação que elegeu Sarney, Renan não escondia a euforia. Mas evitou o confronto com os inimigos. O peemedebista minimizou as críticas recebidas de alguns senadores durante a semana que antecedeu a eleição do novo comandante da Casa. “Eu compreendo as razões. Mas preciso demonstrar equilíbrio. É hora de recolher os feridos”, disse.

O DEM também está em festa. O partido, que tem 14 senadores, foi fundamental para garantir a vitória folgada de Sarney sobre Tião Viana (PT-AC). Na sessão de ontem, o líder da legenda no Senado, José Agripino (RN), foi o único senador a subir na tribuna para defender a candidatura de Sarney. Agora, o partido cobra a fatura. A legenda já ocupa a primeira-secretaria, que comanda a estrutura administrativa da Casa. Indicou para o cargo o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Mas o DEM quer mais, e procura uma forma de compensar Efraim Morais (DEM-PB), que deixou ontem a primeira-secretaria. O senador sai do cargo de maneira melancólica, depois de ser envolvido em relatórios da Polícia Federal sobre corrupção nos milionários contratos terceirizados do Senado.

Rolo compressor neutraliza traições

Foi uma vitória dos partidos políticos na Câmara, a começar pelo PMDB, muito mais do que a consagração pessoal do deputado Michel Temer (PMDB-SP), eleito ontem para comandar a Casa pela terceira vez. O peemedebista venceu no primeiro turno, com 304 dos 509 votos apurados, confirmando as estimativas de seus aliados, que esperavam uma vitória por larga margem, mesmo considerando o alto índice previsto de traições. O deputado Ciro Nogueira (PP-PI), candidato do chamado “baixo clero”, teve 129 votos, e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato do “bloquinho” com o PSB, apenas 76.

Temer prevê um mandato “complicado”. “Temos problemas urgentes pela frente. Urgentes e ingentes. Mas não vamos nos atemorizar quando eventualmente tivermos que tomar medidas impopulares”, discursou. Fez um discurso conciliador em relação aos adversários e prometeu conduzir a Câmara de acordo com o colégio de líderes.

O acordo de líderes funcionou também na eleição para os demais cargos da Mesa, quase todos preenchidos de acordo com as indicações feitas pelos 14 partidos que apoiaram Temer. A derrota das candidaturas avulsas, com exceção da segunda vice-presidência — para a qual foi eleito o dissidente Edmar Moreira (DEM-MG) e não o candidato oficial, Vic Pires (DEM-PA) — encerra um ciclo de fragilização do colégio de líderes iniciado com a eleição do ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) para a Presidência da Câmara, em 2005. O parlamentar renunciou ao mandato para evitar a cassação por quebra de decoro parlamentar.

Uma direção cheia de novatos

A nova Mesa Diretora da Câmara é composta majoritariamente por novatos em cargo de direção na Casa. As exceções são o presidente Michel Temer (PMDB-SP) e o segundo-secretário, Inocêncio Oliveira (PR-PE). Numa demonstração da tendência de renovação, o ex-presidente Inocêncio foi o único a não garantir a eleição no primeiro turno. Faltaram 24 votos para atingir a maioria absoluta na primeira votação. No segundo turno, ele fez 265 votos. Inocêncio já foi presidente da Casa, em 1993 e 1994, e ocupou outros cargos importantes na Mesa, como primeiro-secretário e segundo vice-presidente (corregedor). Ele não sai da Mesa desde 2003.

Deputado em segundo mandato, o primeiro vice-presidente, Marco Macia (PT-RS), teve a eleição mais tranquila. Sem concorrente, obteve a maior votação: 416 votos. Metalúrgico, foi tesoureiro da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e presidente da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb). Ele terá a missão de substituir o presidente da Câmara e o presidente do Congresso Nacional nas sessões das duas casas. Na parte burocrática, terá a responsabilidade de encaminhar ao Executivo os pedidos de informação feitos pelos deputados.

R$ 16,5 mil por um dia de trabalho

Seis deputados desembarcaram no Congresso ontem para votar no novo presidente da Câmara. Independentemente do candidato que apoiaram, todos ganharam. Mais exatamente, ganharam R$ 16,5 mil. Seus mandatos vinham sendo ocupados por suplentes, mas eles fizeram questão de cumprir o dever cívico. Ocorre que a legislação prevê que cada um deles tem direito a uma ajuda de custo, “a título de indenização”, no início de cada sessão legislativa, no valor do próprio salário, mesmo que fiquem apenas um dia no exercício do mandato. Eles juram que não sabiam da mordomia, e prometem devolver ou doar a bolada. No ano passado, 48 suplentes que assumiram o mandato receberam um total de R$ 792 mil de ajuda de custo.

O esbanjamento não fica por aí. Quando retornarem ao mandato, os suplentes desses seis deputados também receberão a ajuda de custo, porque estarão iniciando uma nova sessão legislativa. Mesmo que assumam o mandato pela primeira vez no ano em novembro ou dezembro, os deputados tem direito e receber esse “salário extra”. No ano passado, 12 suplentes assumiram o mandato depois de metade do ano. A ajuda de custo paga no final do ano, uma espécie de 15º salário, só é paga ao parlamentar que comparece a pelo menos dois terços da sessão legislativa.

O Ato Conjunto das Mesas da Câmara e do Senado que regulamenta a remuneração dos parlamentares esclarece que a ajuda de custo destina-se “à compensação de despesas com transporte e outras imprescindíveis ao comparecimento à sessão legislativa ordinária ou extraordinária convocadas na forma da Constituição”. Os deputados já contam com quatro passagens aéreas de ida e volta para os seus estados todo mês. Além disso, três dos deputados que assumiram o breve mandato moram e ocupam secretarias de governo em Brasília. O ato não especifica o que seriam as demais “despesas imprescindíveis”.

Vitória de Gim Argello e Tadeu Filippelli

A vitória de dois peemedebistas na disputa pelas presidências da Câmara dos Deputados e do Senado transformou o PMDB no partido mais cobiçado para as alianças eleitorais de 2010 também no Distrito Federal. O PT espera que o partido integre a provável chapa encabeçada pela ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, para que a dobradinha possa se repetir na capital do país. O governador José Roberto Arruda (DEM), por sua vez, trabalha para ter a legenda de Michel Temer (SP) e José Sarney (AP) a seu lado tanto como aliada na gestão, quanto como companheira daqui a dois anos.

De olho na força peemedebista, o deputado Geraldo Magela (PT-DF), pré-candidato a cargo majoritário, fez campanha para Temer. Arruda também entrou em campo. Ele participou das negociações que levaram a um acordo entre PMDB, DEM e PSDB em São Paulo em torno da reeleição do prefeito, Gilberto Kassab. Naquela ocasião, começou a ser construído o apoio que as bancadas do DEM na Câmara e no Senado deram aos peemedebistas no Congresso. Logo depois da votação ontem, Sarney telefonou para Arruda e agradeceu os votos da bancada do DEM. O partido tem 14 senadores.

Acesso livre a inquéritos

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou ontem o texto de uma súmula vinculante que garante a advogados o direito de ter acesso a inquéritos policiais contra seus clientes, mesmo sob sigilo. A proposta foi feita pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Pela decisão, os defensores poderão conhecer apenas o teor de investigações encerradas. “Assentamos que diligências já concluídas terão que ser anexadas aos autos, se não haveria o drible”, explicou Marco Aurélio Mello.

Apenas dois dos 11 ministros – Joaquim Barbosa e Ellen Gracie – votaram contra a edição da súmula. A maioria deles lembrou que o tema já havia sido alvo de reiteradas decisões da Corte. “A súmula vinculante qualifica-se como um eficaz instrumento de preservação de direitos fundamentais”, afirmou Celso de Mello. Durante o julgamento, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou contra a proposta.

A OAB comemorou a decisão. A entidade argumentava que muitos processos eram anulados porque advogados não conseguiam ter acesso às informações. “Vai ser reconhecido o que é o óbvio democrático ululante: o Estado não pode processar quem quer que seja sem que o interessado saiba a acusação”, afirmou o presidente da entidade, Cezar Britto. “O tribunal declarou com clareza que a eficácia da investigação tem que respeitar os direitos da defesa. A ideia da súmula é impedir que o cidadão fique desprotegido”, emendou o advogado Alberto Zacharias Toron, que representou a OAB na causa.

Tombo no Brasil é maior que nos EUA e Europa

Enquanto o presidente Lula cobrava ontem mais empenho de seu ministério para que o governo consiga botar na rua as esperadas medidas para combater os efeitos da crise mundial, uma leva de economistas chegava a uma triste constatação: o tombo que a economia brasileira sofreu no último trimestre de 2008 foi muito maior do que o registrado no mesmo período nos Estados Unidos, onde se originou a atual turbulência. Nas contas desses especialistas, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu entre 2% e 2,9% ante os três meses anteriores (julho a setembro) — o número oficial será divulgado em 10 de março. Já nos EUA, a contração ficou em 0,94% (ou 3,8%, quando a taxa é anualizada). A queda do PIB do país também foi maior do que a verificada na Inglaterra, de 1,5%, e deverá superar a média mundial.

Segundo a economista-chefe do Banco ING, Zeina Latif, há vários motivos para explicar o porquê de o PIB brasileiro ter recuado tanto no quarto trimestre do ano passado. Primeiro, os EUA já vinham em recessão desde o fim de 2007. Portanto, a queda que se viu no período foi mais uma de uma sequência. Segundo, a base de comparação da economia brasileira é muito alta. Entre julho e setembro, a demanda doméstica (consumo das famílias, consumo do governo e investimentos) tinha dado um salto de 9,3%. Terceiro, a produção parou e os estoque aumentaram violentamente, sobretudo no setor automotivo, cuja cadeia representa 14% da indústria. Para piorar, acrescentou Zeina, o crédito ficou restrito e caro, não respondendo às medidas adotadas pelo Banco Central para irrigar o sistema financeiro.

Crise chega à balança comercial

As exportações brasileiras desabaram em janeiro e fizeram com que, pela primeira vez desde março de 2001, o Brasil registrasse déficit mensal na balança comercial. Em janeiro as exportações alcançaram US$ 9,788 bilhões, enquanto as importações, que também caíram, fecharam o mês em US$ 10,306 bilhões. O resultado dessa conta foi um déficit de US$ 518 milhões, praticamente o dobro do último déficit mensal registrado: US$ 274 milhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, atribuiu o péssimo resultado do mês à queda da demanda no mercado internacional. Com os principais países parceiros do Brasil no comércio exterior em recessão — caso dos Estados Unidos e de muitos países da União Europeia — não é fácil vender. A queda da demanda, segundo Barral, teve uma influência maior que os preços. Algumas commodities, inclusive, devido a fatores climáticos, estão com preços razoáveis no mercado internacional. É o caso, por exemplo, do açúcar, do algodão e da soja.

Folha de S. Paulo

PMDB vence no Congresso e estabelece latifúndio de poder

Depois de 16 anos e com o apoio do presidente Lula, o PMDB reconquistou as presidências da Câmara e do Senado. As vitórias dão ao partido poder extra para buscar mais espaço dentro do governo, no qual já atua com a indicação política de seis ministros.

Na Câmara, venceu o deputado Michel Temer (PMDB-SP). Ele teve 304 votos e superou seus dois adversários -Ciro Nogueira (PP-PI), que teve 129 apoios, e Aldo Rebelo (PC do B-SP), com 76 votos. A Câmara tem 513 deputados e o quórum ontem foi de 509.
No Senado, o vitorioso foi José Sarney (PMDB-AP). Ele havia passado os últimos dois meses tentando ser o candidato único. A estratégia não deu certo. Ele teve de ir para a disputa contra Tião Viana (PT-AC) -venceu por 49 a 32, totalizando as 81 cadeiras do Senado.

Essas vitórias de Temer e de Sarney conferem aos dois grande poder para influir no governo Lula, em especial na sucessão de 2010. A presidenciável Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, tentou desconversar ao comentar a eleição. "A base do governo foi vitoriosa", disse.

Após renúncia, Renan retoma força na Casa

Principal articulador da candidatura de José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL) retoma seu protagonismo na Casa após ter renunciado à presidência em 2007, por conta de denúncias de corrupção.

Como a Folha revelou, o senador ainda é investigado pela Procuradoria Geral da República em inquérito que corre em segredo de Justiça.

Ontem Renan assumiu o comando do novo bloco PMDB-PP, com 21 senadores. Ao lado de Sarney, será o principal interlocutor da base governista junto a Lula, e ganha importância nas negociações para formação das chapas ao Planalto em 2010.

Renan foi comedido ao comemorar a vitória sobre Tião Viana (PT-AC), que foi apoiado pelo PSDB. "Preciso demonstrar equilíbrio. A gente sai melhor da crise."

PMDB promete cargos a aliados para garantir as duas vitórias

Para garantir as vitórias de Michel Temer e de José Sarney ontem, o PMDB passou um rolo compressor no Congresso, com ofertas de cargos e de promessas de apoio. Esses acertos devem ser cumpridos ao longo dos próximos meses, mas é possível que nem tudo esteja ao alcance dos peemedebistas.

"Houve uma espécie de "overbooking" aqui dentro. Prometeram de tudo e não vão conseguir cumprir. Pena que não é possível a Anac vir aqui para punir os responsáveis", brincou o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).

No Senado, a cúpula peemedebista ofereceu cargos na direção da Casa para os senadores Magno Malta (PR-ES), César Borges (PR-BA) e Fernando Collor (PTB-AL), mas não está conseguindo entregar a mercadoria. Por essa razão haverá uma reunião hoje de manhã entre os líderes partidários.

Presidentes controlam a pauta de votações

Os presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados controlam a pauta de votação de suas respectivas Casas. Daí a importância crucial desses cargos para o Palácio do Planalto, que depende da boa vontade dos dois para aprovar os projetos de seu interesse.

O deputado federal Michel Temer (PMDB-SP) e o senador José Sarney (PMDB-AP) terão o poder de decidir o que será votado pelo plenário, podendo até avocar para o plenário projetos que estão parados em comissões. Nas sessões, eles decidem as questões de ordem, orientam as discussões e definem os pontos a serem votados.

Os dois também podem arquivar ou apressar a instalação de CPIs para investigar ações do Executivo. Também têm o poder de impugnar as proposições apresentadas que lhes pareçam contrárias à Constituição ou às demais leis.

PMDB está com pés em todas as canoas

Ao retomar 16 anos depois o comando simultâneo da Câmara e do Senado, o PMDB valoriza mais seu cacife para influenciar o jogo da sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A tendência natural é uma aliança formal com a candidata de Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mas esse cenário dependerá de como os dois petistas se sairão na gerência da crise econômica.

Lula se esforça para que o PMDB ocupe a vice de Dilma. Prefere o governador do Rio, Sergio Cabral, mas começa a conversar sobre Michel Temer (SP), que acaba de ser eleito presidente da Câmara, ou Geddel Vieira Lima (BA), ministro da Integração Nacional.

Temer é paulista e amigo de José Serra, governador de São Paulo e presidenciável tucano. A dupla Dilma-Temer criaria embaraço à provável aliança estadual entre PMDB, DEM e PSDB para o governo paulista em 2010. Como não há mais verticalização, regra que obrigava a repetição da aliança nacional nos Estados, seria possível esse estranho arranjo.

Supremo assegura a advogados acesso aos autos dos processos

O Supremo Tribunal Federal aprovou ontem, na primeira sessão do ano judiciário, súmula vinculante que assegura a advogados "acesso amplo" a documentos que as autoridades responsáveis por investigações incluírem nos inquéritos.

Continua vedado permitir aos interessados conhecer o teor de diligências que ainda estiverem em curso, uma ressalva que busca assegurar a eficácia da apuração e o interesse público contra crimes.

Agora, quando não tiverem acesso ao que consta da investigação contra seus clientes, os advogados poderão recorrer diretamente ao Supremo, por meio de um instrumento jurídico chamado reclamação. Antes da aprovação da súmula, tinham de percorrer todas as instâncias da Justiça até chegar à corte, usando habeas corpus.

Com parecer contrário da Procuradoria Geral da República, o Supremo aprovou a edição da súmula por 9 votos, seguindo o relator, Carlos Alberto Direito, contra 2, dos ministros Joaquim Barbosa e Ellen Gracie, que entenderam ser inoportuno tratar o assunto por meio desse instrumento.

Lei da Anistia é geral, diz novo parecer da AGU

A AGU (Advocacia Geral da União) encaminhou ontem ao Supremo parecer no qual mantém o entendimento de que estão perdoados os crimes de tortura cometidos durante a ditadura. Para a AGU, a Lei da Anistia é "ampla, geral e irrestrita".
A AGU afirmou que os delitos cometidos à época já estão prescritos e que uma punição, agora, de quem torturou no período, traria insegurança jurídica ao país.

O tema é polêmico e causa divergências dentro do governo. O parecer da AGU vai contra os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), favoráveis à punição de torturadores. Do outro lado está Nelson Jobim (Defesa), que concorda com a AGU.

Segundo a AGU, a anistia, em 1979, "surgiu da negociação havida entre a sociedade civil e o regime militar, que possibilitou, à época, a transição para o regime democrático". "Dessa forma, assegurou-se, com a lei, que ambos os lados seriam beneficiados com a anistia."
O documento diz que convenções e tratados internacionais que consideram a tortura crime imprescritível e que têm o Brasil como signatário devem se subordinar à Constituição.

Supremo vai julgar anistia, afirma ministro

Crítico do parecer da Advocacia Geral da União que considerou perdoados os crimes de tortura cometidos durante a ditadura militar, o ministro da Justiça, Tarso Genro, contemporizou com o novo parecer do órgão, enviado ontem ao Supremo Tribunal Federal, que manteve posicionamento anterior, de que a Lei da Anistia foi "ampla, geral e irrestrita".

Conforme informou ontem o Painel, a AGU enviou parecer reafirmando que a Lei da Anistia proíbe a responsabilização de quem torturou, como defendem Tarso e o também ministro Paulo Vannuchi.

Comercial da Sabesp em rede nacional vira alvo do TRE-RJ

O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio pediu às TVs Globo e Bandeirantes informações a respeito de campanhas publicitárias da Sabesp (Companhia de Saneamento de São Paulo) veiculadas no Estado. Só à Globo foram pagos R$ 7,450 milhões para participação da campanha nacional de verão.

O TRE quer analisar eventual uso da máquina em benefício de possível candidatura do governador José Serra (PSDB) à Presidência. As inserções foram exibidas pela Globo duas vezes por dia, durante 45 dias, de dezembro a janeiro.

Segundo ofício da emissora ao tribunal, a agência Nova S/B pagou um total R$ 7,450 milhões para patrocinar a campanha. Uma das inserções, de cinco segundos, foi ao ar antes do Mundialito Feminino de Triatlo Rápido. O evento, realizado em Balneário Camboriú (SC), teve exibição nacional.

O pacote também incluiu a exibição, em cadeia nacional, de peças publicitárias do projeto Onda Limpa veiculadas anteriormente apenas em São Paulo. Em uma delas, a locução: "O governo do Estado traz uma onda de boas notícias para o litoral paulista".

Procuradoria denuncia dono da Gautama

O Ministério Público Federal em Sergipe denunciou o dono da construtora Gautama, Zuleido Veras, e o ex-superintendente da Polícia Federal no Estado Rubem Paulo de Carvalho Patury Filho sob a acusação de corrupção ativa e passiva, com base nos desdobramentos da Operação Navalha.

Segundo a denúncia, grampos telefônicos mostraram Zuleido negociando pagamento de propina de R$ 7.000 para Patury em dezembro de 2005.

As conversas também mostram, segundo o MPF, que Zuleido estava interessado em pagar propina a Patury em 2006, quando este se desligou da PF para se candidatar a deputado estadual no Tocantins.

A Procuradoria diz que "a concessão de vantagens a Patury" tinha o objetivo de comprar favorecimento no Estado -onde a Gautama executava obras do São Francisco, consideradas irregulares pela Controladoria Geral da União. O prejuízo é estimado em mais de R$ 170 milhões.

Alencar é transferido de UTI para unidade semi-intensiva

O vice-presidente José Alencar, 77, deixou ontem a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde está em recuperação após retirada de tumores cancerígenos localizados na região posterior do abdome, chamada de retroperitônio.

O vice-presidente foi transferido para a Unidade Crítica Coronariana, semi-intensiva, o que representa uma evolução no quadro clínico de Alencar.

De acordo com a equipe médica, o vice-presidente está bem e não há "sinais visíveis" de novos tumores. Ele se alimenta por via oral e conversa normalmente.

O oncologista clínico Paulo Hoff afirmou ontem que o estado de saúde do vice-presidente é bom, mas que continuará sendo feito o monitoramento médico.

Após acordo, campanha de 3º turno é adiada

Alegando falta de financiadores, os deputados federais Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Barbosa Neto (PDT) fizeram acordo para postergar a campanha eleitoral pela Prefeitura de Londrina (norte do PR).

Londrina terá eleições em 29 de março, depois que o candidato eleito em segundo turno, Antonio Belinati (PP), teve sua candidatura impugnada pelo TSE. Pela determinação do TRE, os dois candidatos -os mais bem votados depois de Belinati- poderiam começar a campanha de rua já em fevereiro.

Mas eles fecharam acordo para que a campanha de rua somente comece apenas a partir de março.

Brasil é 8º país em ranking de transparência de gasto público

O Brasil é o oitavo colocado no ranking de transparência de informações sobre o gasto público elaborado pela IBP (sigla em inglês para Parceria Internacional sobre Orçamento), que lista 85 países.

Deles, quase 50% "proporcionam uma informação tão escassa ao público que pode esconder gastos pouco populares, desperdício ou corrupção".

No caso do Brasil, sua boa classificação demonstra que "o governo repassa informações consideráveis à população sobre o Orçamento do governo federal e sobre as atividades financeiras no decorrer do ano", diz o documento, elaborado por Luciano Cerqueira, do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Econômicas e Sociais).

A boa colocação do país no ranking não impede constatações críticas, como a de que "permanece limitado o acesso à informação orçamentária altamente detalhada".

Lei que embasou refúgio é constitucional, diz Tarso

O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu ontem a constitucionalidade da lei 9.474, de 1997, que embasou a decisão de dar refúgio a Cesare Battisti. A lei, que criou o Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), define os mecanismos para a concessão do benefício.

"Temos uma lei que defere ao ministro da Justiça o poder de conceder o refúgio, essa lei está vigente, e ao Supremo Tribunal Federal cabe decidir se ela é constitucional ou não", disse Tarso, após representar o presidente Lula em cerimônia no STF que abriu os trabalhos do Judiciário no ano.

Battisti foi condenado a prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas quando integrava o PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Passou anos foragido na França e, quando estava para ser extraditado, fugiu para o Brasil, onde foi preso, em 2007.

Exportações recuam 23% em janeiro

Após a tentativa frustrada de barrar importações na semana passada, o governo anunciou ontem o pior resultado da balança comercial desde novembro de 2000 e o primeiro déficit mensal desde março de 2001.

As exportações em janeiro foram de US$ 9,788 bilhões, e as importações, de US$ 10,306 bilhões, acumulando um resultado negativo de US$ 518 milhões no saldo comercial.

Na média diária, a desaceleração nas vendas de produtos brasileiros ao exterior chegou a 22,8% em relação a janeiro do ano passado, quando foram exportados US$ 13,277 bilhões.

Em compensação, as compras fora do país caem num ritmo mais lento: 12,6% na mesma comparação. Além disso, o Brasil vem sofrendo a concorrência de outros países nas vendas em mercados considerados compradores tradicionais.

"A queda nas exportações é o que nos preocupa. Isso é retração da demanda [mundial]. Temos que esperar o mundo se recuperar, não tem o que fazer", disse o secretário de Comércio Exterior do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Welber Barral.
Antes do anúncio de ontem, o mercado previa superávit comercial de US$ 14 bilhões neste ano, contra US$ 24,7 bilhões em 2008, já uma queda de 38% em relação a 2007.

Resultado era esperado, afirma Mantega

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que a piora no resultado da balança já era esperada, devido à desaceleração da economia global, e tentou passar uma mensagem de otimismo em relação à situação brasileira. "O resultado de janeiro é um retrato da redução do comércio internacional. Em alguns países, a queda nas exportações chegou a 40%. Felizmente isso não ocorreu no Brasil." Para Mantega, mesmo com a deterioração do fluxo mundial de comércio, os países não deveriam adotar medidas protecionistas.

BNDES amplia peso no total de investimentos do país

Principal instrumento do governo para combater os efeitos da crise, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já representa quase 14% do total de investimentos no país. No ano passado, emprestou quase o triplo do total de operações contratadas no Bird (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento), que, com a AID (Associação Internacional de Desenvolvimento), compõe o Banco Mundial.

Em 2008, o BNDES liberou R$ 92,2 bilhões (cerca de US$ 40 bilhões). No ano fiscal de 2008, o Bird comprometeu um total de US$ 13,468 bilhões em 99 operações em 34 países, com desembolso bruto de US$ 10,5 bilhões. O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) emprestou US$ 7 bilhões.

BNDES, Bird e BID são instituições de perfis diferentes, mas a comparação evidencia o quanto o banco brasileiro cresceu e indica o aumento da presença do Estado na economia.

De 2005 a 2008, seu total de empréstimos praticamente duplicou. Com a injeção de recursos anunciada pelo governo, de R$ 100 bilhões para o período 2009-2010, a expectativa é que ele passe a concentrar ainda mais a demanda por crédito das empresas. "Com esses R$ 100 bilhões, o BNDES dispara na frente dos demais bancos de desenvolvimento. É uma decisão política que busca manter a taxa de investimento e o emprego", afirma Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES.

Lula quer turno extra para acelerar as obras do PAC

Os ministros deverão exigir turnos adicionais de trabalho para garantir que as obras com a marca do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não atrasem o cronograma e gerem mais empregos. A recomendação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião ontem na Granja do Torto, para tentar combater os efeitos da crise internacional sobre a economia.

Acelerar as construções prometidas há dois anos pelo governo -quando lançou conjunto de obras estimadas em R$ 504 bilhões, como base do segundo mandato petista- é a principal medida anticíclica de que o governo dispõe. Segundo relato à Folha de ministros que estiveram na reunião, Lula destacou que o governo fez muito para colocar o país na condição atual e que é hora de mostrar que, também na adversidade, a equipe tem soluções.

De acordo com o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura), Lula disse que todos os ministérios, especialmente os da área de infraestrutura, devem acompanhar com precisão o cumprimento do cronograma de obras do PAC.

Senado dos EUA revê nome na Saúde

Horas antes de uma audiência da Comissão de Finanças do Senado para avaliar o nome de Tom Daschle para secretário da Saúde, o governo de Barack Obama se viu obrigado a sair em defesa do ex-senador. Daschle é o mais recente indicado a um ministério pelo presidente dos EUA a ser envolvido em escândalo por conta do não pagamento de impostos devidos.

Daschle viu sua confirmação na pasta ameaçada após ter vindo a público, na sexta, que ele pagou US$ 146 mil em impostos atrasados após sua indicação. A maior parte da dívida veio de não ter declarado como benefício indireto o uso de um carro com motorista enquanto prestou serviço a uma empresa.

Em carta enviada aos senadores ontem, Daschle se disse "profundamente envergonhado e desapontado por erros que exigiram revisões em declarações de impostos".

Indagado sobre o caso, Obama disse que continua apoiando "totalmente" o ex-senador. Seu secretário de imprensa, Robert Gibbs, disse que "ninguém no governo é insensível" aos fatos, mas espera que o Senado examine "não só um erro durante uma carreira, mas três décadas de serviços públicos".

Feriado e visita de aliados marcam festa da década de Chávez no poder

A menos de duas semanas do referendo sobre a reeleição indefinida, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, celebrou os seus dez anos no poder com um feriado e a visita de seus aliados da região, entre os quais o boliviano Evo Morales.

"Isto é muito mais do que um governo, é um processo coletivo, uma revolução. Uma revolução iniciada há dez anos, num dia como hoje, quando começou a se fazer governo", disse Chávez, durante reunião de cúpula da Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas).

Antes, Chávez e os demais mandatários e representantes de governo participaram de uma cerimônia no Panteão Nacional, dentro de Caracas. De luvas brancas, seguraram a espada do líder da independência Simón Bolívar antes que o presidente venezuelano a depositasse ao lado de seu túmulo.

No final da tarde, Chávez encabeçou um grande comício na região central de Caracas, transmitido em cadeia obrigatória de rádio e TV. Sob forte chuva, discursou e ouviu palavras de apoio dos presidentes Morales, Rafael Correa (Equador), Daniel Ortega (Nicarágua) e Manuel Zelaya (Honduras), o último a entrar na Alba.

Com crise global, 20 milhões de chineses perdem emprego

Com a crise econômica global derrubando as exportações do país e fechando fábricas, 20 milhões de migrantes chineses perderam seus empregos nos últimos meses, e a expectativa é que esse número seja acrescido neste ano de até 6 milhões de pessoas que irão para as cidades e não encontrarão trabalho, gerando temores de uma onda de protestos contra o governo.

Segundo as estimativas oficiais, cerca de 15% dos 130 milhões de migrantes tiveram que voltar para a zona rural por não encontrarem emprego. As demissões, afirmou Chen Xiwen, diretor do órgão do governo de políticas rurais, foram resultado direto da crise global e do seu impacto na indústria chinesa voltada para a exportação. Ele disse ainda que o aumento do desemprego será um desafio para a estabilidade social.

Estado de S. Paulo

PMDB domina Congresso, fala em nome para 2010, mas mira vaga de vice

Com a eleição de José Sarney (AP) e Michel Temer (SP) para a presidência do Senado e Câmara, respectivamente, o PMDB passa a dominar o Congresso, mas sob as bênçãos do Palácio do Planalto. Sem se esquecer, como é da tradição do partido, de que cobrará caro pelo apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seus dois anos finais de governo. O resultado satisfaz ao Planalto, que atrai o PMDB para 2010. Vitaminado, o partido até fala em nome próprio para a sucessão, mas na realidade mira a vaga de vice.

A estratégia de Lula na Câmara foi clara: operou para ajudar Temer, exigindo fidelidade dos petistas e liberando os ministros de outras legendas para fazer campanha. No Senado, bastou deixar que o novo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), coordenasse a candidatura de José Sarney.

Temer e Sarney foram eleitos com folga e sem sustos, o primeiro com 304 votos e o segundo com 49. No Senado, não foi possível executar a estratégia em favor de Sarney sem tornar ostensivo o abandono ao candidato do PT, Tião Viana (AC).

No balanço final, petistas foram maiores derrotados

A eleição do senador José Sarney (PMDB-AP) e do deputado Michel Temer (PMDB-SP) para comandar o Senado e a Câmara representou uma grande derrota para o PT, visto que o partido tentou, mas não conseguiu, manter sob o seu controle uma das duas Casas.

Os petistas tiveram de entregar a presidência da Câmara para o PMDB, por força de um acordo assinado em cartório em 2007, quando então conseguiram emplacar o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) no cargo com o apoio dos peemedebistas. No entanto, ao tentar equilibrar as forças, desta vez migrando para o Senado, o candidato Tião Viana (AC) perdeu a eleição para José Sarney, que só havia se definido pela disputa uma semana antes.

Nessa disputa, o governador de São Paulo, José Serra, e seu partido, o PSDB, diversificaram as suas apostas. Saíram derrotados no Senado, onde embarcaram na candidatura de Viana, mas obtiveram uma vitória na Câmara, com Temer, aliado em São Paulo da administração Serra.

Vitoriosos, Sarney e Temer representam a manutenção das estruturas já consolidadas das duas Casas, com uma burocracia excessiva, controle de setores do Legislativo por grupos montados há mais de uma década e promessas velhas, como as reformas partidária e tributária, que nunca saem nem do papel nem da boca dos políticos. Se bem que os outros candidatos - Viana, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI) - não apresentaram, tampouco, plataformas inovadoras que pudessem abalar os velhos esteios montados tanto na Câmara quanto no Senado.

Quércia defende aproximação do partido com Serra

O ex-governador Orestes Quércia, presidente do PMDB paulista, prometeu trabalhar para aproximar seu partido do governador José Serra. Defensor da candidatura do tucano em 2010, ele foi ao Congresso cumprimentar Michel Temer e José Sarney. "É difícil o PMDB sair do Lula, mas não impossível. Diria até que é provável. O quadro é bom para a ação em torno do Serra", disse. "É ruim para o País a continuidade do governo do PT."

''Esta vitória é em 2009'', reage Dilma

Principal nome do PT para a sucessão presidencial, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, levou ontem ao Congresso Nacional a mensagem anual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que o tema central foi a crise econômica mundial. Ela comemorou a vitória do PMDB na Câmara e no Senado, mas evitou falar no aumento do peso do partido nas negociações eleitorais e desvinculou o resultado de ontem da disputa de 2010. Por fim, evitou a tese de que o PMDB agora se torna candidato natural à vaga de vice na chapa do PT.

"A base do governo foi vitoriosa. Estamos agora falando de 2009, esta vitória é em 2009. A vitória tem de ser vista como uma contribuição à governabilidade", afirmou o ministra, que chamou os eleitos José Sarney e Michel Temer de "grandes brasileiros com competência para dirigir a Câmara e o Senado". Dilma disse acreditar em uma relação melhor do Legislativo com o Executivo. "A disputa é democrática. Acho muito importante que tenham sido eleitos parlamentares que são integrantes da base. Se houver alteração (na relação Executivo-Legislativo), é para melhorar a governabilidade. Vai ser uma relação melhor porque a gente tem que apostar que as pessoas aprendem e progridem. Acredito no aperfeiçoamento", afirmou a ministra, ao deixar o plenário da Câmara.

Lula ficou aliviado com resultado

O presidente Lula ficou aliviado com o desfecho da eleição no Congresso, embora saiba que terá de administrar as mágoas do PT e o excesso de confiança do PMDB. O jogo político de Lula, que deixou o PMDB engordar cada vez mais, tem como pano de fundo a sucessão de 2010: todo o seu esforço é no sentido de atrair o partido para uma aliança que tenha a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como candidata ao Planalto.

Apesar desse movimento, o presidente também está preocupado com seqüelas em sua base de sustentação. Ao abrir ontem a primeira reunião ministerial do ano, na Granja do Torto, Lula disse que o confronto entre os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Tião Viana (PT-AC) era desnecessário. "Se o Sarney tivesse dito antes que seria candidato não haveria disputa: ele seria ungido", afirmou.

Amigo de Sarney, Lula nunca duvidou da vitória do ex-presidente. Estava, no entanto, apreensivo com a situação de Michel Temer (PMDB-SP) na Câmara. Escaldado com o perigo do segundo turno, tinha receio de que os insatisfeitos com o poder do PMDB no Senado descontassem sua ira dando uma rasteira em Temer.

Personagens de escândalos voltam à ribalta

As eleições para as Mesas da Câmara e do Senado podem levar a cargos de direção parlamentares com extensa lista de problemas no Judiciário.

Na Câmara, foi eleito segundo vice-presidente o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) - denunciado pelo Ministério Público por apropriação indébita de contribuição que deveria ser repassada à Previdência. Se o Supremo Tribunal Federal (STF) receber a denúncia, Moreira passará à condição de réu em ação penal.

No Senado - que definirá hoje o rateio de cargos na Mesa -, o mais forte candidato ao posto de primeiro-vice-presidente, Marconi Perillo (PSDB-GO), responde a quatro inquéritos no STF. Ele afirma inocência.

A eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado teve como principais articuladores senadores com ficha no STF. Renan Calheiros (PMDB-AL), Gim Argello (PTB-DF), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO) foram cabos eleitorais desde o início da campanha. Todos enfrentam processos no Supremo.

Sarney e Temer assumem comando pela terceira vez

O deputado Michel Temer (PMDB-SP) confirmou ontem seu favoritismo e foi eleito, em primeiro turno, com 304 votos para presidir a Câmara pelos próximos dois anos. No Senado, José Sarney (PMDB-AP) assumiu ontem, pela terceira vez, a cadeira de presidente da Casa, após receber 49 votos.

Temer será presidente da Câmara também pela terceira vez - ele comandou a Casa entre 1997 e 2000. Segundo na linha sucessória do presidente da República, Temer terá influência no processo eleitoral de 2010, quando será escolhido o sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva.

A vitória Temer consolidou o acordo entre PT e PMDB firmado em 2007, quando o petista Arlindo Chinaglia (SP) foi eleito para presidir a Câmara.

Temer pregou em seu discurso de posse a união de todos em torno da Câmara e do desenvolvimento do Brasil, sem que fiquem mágoas ou qualquer ferida. "Sempre aprendi a distinguir muito bem, coisa que poucos fazem, entre o momento político-eleitoral e o momento político-administrativo. No momento político-eleitoral que antecede a eleição há uma disputa, muitas vezes, acirrada, em que vez ou outra podem lançar-se algumas farpas, mas que são superadas pela consciência que temos todos de que quem é eleito representa a todos", disse.

''Devemos fazer melhores serviços gastando menos''

Bem ao estilo conciliador, o senador José Sarney (PMDB-AP) assumiu ontem o comando do Congresso garantindo que todas as decisões serão "colegiadas". "O presidente não pode ter posição autoritária, de impor pensamentos ou decisões", afirmou Sarney em sua primeira entrevista.

Qual sua primeira medida administrativa na presidência do Senado?

Vou reunir a Mesa na quinta-feira e determinar um corte linear de 10% de todas as despesas do Senado, sem prejuízo de poder avançar ainda mais nos cortes. Ao mesmo tempo, vamos iniciar uma reavaliação de toda a área administrativa para que se possa ampliar essa economia. Devemos fazer melhores serviços gastando menos.

Que reformas o senhor julga fundamentais e possíveis de serem votadas durante sua gestão?

Vou lutar de toda maneira para que o Congresso vote a reforma política, a reforma tributária e, por outro lado, a reforma das medidas provisórias, para que, de uma vez por todas, se retire esse empecilho da frente dos nossos problemas. Acredito que essas reformas nós vamos fazer.

''Não venci para atuar em favor do PMDB''

Eleito presidente da Câmara pela terceira vez, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) assumiu ontem o cargo prometendo fortalecer o Legislativo e acabar com a guerra entre os três Poderes. Comprometeu-se ainda a cumprir os acordos firmados com os parlamentares. "Vamos acabar com a história de acordos feitos não serem cumpridos", disse Temer, na primeira entrevista após sua eleição.

Qual é a prioridade da Câmara agora?

É cuidar dos problemas da Casa e ajudar a encontrar uma solução para a crise. Realmente entrar vigorosamente aqui. A crise que se avizinha encontrará resistências, especialmente no Legislativo. Temos problemas urgentes pela frente, mas não vamos nos aterrorizar. Pretendo formar uma comissão para discutir a crise. Vou trazer especialistas para discutir e crise e se houver necessidade vamos formular propostas para serem votadas no Legislativo. Também vou me reunir com os líderes para tratar da questão das medidas provisórias.

Mal o senhor assumiu a presidência da Câmara, deputados cobraram uma solução para a emenda à constituição que trata do aumento do número de vereadores. O Senado aprovou a emenda, sem cortar gastos. A Câmara havia cortado os gastos e, por isso, o ex-presidente Arlindo Chinaglia negou-se a promulgar a proposta. O que o senhor pretende fazer em relação à essa questão?

Vou examinar com cuidado e possivelmente trazer essa emenda para o plenário da Câmara votar em dois turnos as alterações feitas pelo Senado.

Traições marcam votação, mas sem mudar tendência

Quem mais esperava por traições para se eleger mais vitimado foi por ela. O arco de alianças do senador Tião Viana (PT-AC) - formado pelos partidos PT, PSDB, PDT, PSB, PRB, PR e PSOL - contabilizava 38 votos.

O petista esperava pescar no PMDB, de José Sarney (AP), os três votos restantes para se eleger. Mas abertas as urnas, Viana obteve apenas 32 votos.

As quatro primeiras baixas ocorreram ainda na noite de domingo, quando o PR migrou com seus votos para a candidatura de Sarney. O PSDB, que fechara questão em favor do petista, contribui com uma traição declarada. O senador tucano Papaléo Paes (AP) preferiu seu padrinho, Sarney, eleito com 49 votos. "Foram votos leais, solidários e espontâneos, não me cabe ter ressentimentos nem querer achar culpados", disse Viana.

Na Câmara houve traições que até migraram para os azarões - Ciro Nogueira (PP-PI) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) - , mas num fluxo menos intenso do que o esperado pelos adversários de Michel Temer (PMDB-SP).

Última tentativa de hegemonia foi abatida por escândalo, CPI e cassações

A hegemonia do poder no Congresso, vista como alavanca para a conquista das eleições presidenciais em 2010 e consolidação do poder político, pode ser uma faca de dois gumes. Em vez de boas lembranças, o PMDB, que comandou as duas Casas pela última vez em 1992, viveu na carne a máxima de que tudo que é sólido se desmancha.

Dono das maiores bancadas, como agora, o partido presidiu a Câmara com Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e o Senado com Mauro Benevides (PMDB-CE). Em vez de consolidar a sua influência, porém, a legenda teve a sua pior derrota histórica, ao ser arrastada pelo escândalo dos anões do Orçamento.

Uma CPI Mista criada pelo Congresso em 1993 levou à perda do mandato de dez parlamentares - seis foram cassados e quatro renunciaram para evitar a punição. Do total, seis eram do PMDB, todos acusados de desvio de recursos por meio de emendas fraudulentas.

A maldição do consenso atingiu os dois dirigentes: Ibsen foi um dos cassados e o deputado Carlos Benevides (PMDB-CE), filho do presidente do Senado, foi outro atingido. Resultado: o partido perdeu a presidência de uma das Casas - Inocêncio Oliveira (PE) ganhou a disputa, viu suas bancadas desidratarem em mais de 10% na eleição seguinte e amargou um desonroso quarto lugar na eleição presidencial de 1994.

Mendes diz que STF decide caso Battisti até março

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou ontem que a Corte deverá decidir até o início de março o caso Cesare Battisti. Condenado na Itália a prisão perpétua em processos nos quais foi acusado de homicídio, Battisti obteve em janeiro o status de refugiado político no Brasil graças a uma decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro. No julgamento, o STF resolverá se, com o refúgio, deve ou não ser extinto o processo de extradição que corre no tribunal contra o italiano. Se o processo for extinto, Battisti será solto e poderá viver livremente no Brasil.

Depois de participar ontem de uma solenidade no STF, que marcou o início do ano judiciário, Tarso Genro afirmou que acredita que o tribunal interromperá o processo de extradição. O ministro da Justiça baseia suas perspectivas em um julgamento ocorrido em 2007, no qual o Supremo concluiu que é constitucional a lei que prevê o refúgio e que, concedido esse status, o processo de extradição contra o estrangeiro deve ser arquivado.

Parlamento Europeu põe crise com Brasil na pauta

Com 104 votos a favor e 49 contra, o Parlamento Europeu aprovou ontem a proposta de incluir em sua agenda de discussões o caso Cesare Battisti. É uma resposta positiva ao pedido do ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, que solicitou "apoio político" da União Europeia à tentativa de obter a extradição de Battisti. O caso será discutido quinta-feira em Estrasburgo, na França.

Ao mesmo tempo, o embaixador Michele Valensise regressou ao Brasil, depois de ter sido convocado pela chancelaria italiana para consultas. Valensise volta com a missão de acompanhar o julgamento de extradição de Battisti no Supremo Tribunal Federal (STF). A convocação do embaixador na semana passada foi uma manifestação diplomática de desagrado da Itália com a concessão de refúgio a Battisti.

Parecer da AGU defende anistia

O órgão responsável pela defesa jurídica da União encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer favorável à tese de que a Lei da Anistia, de 1979, beneficiou os militares acusados de tortura durante a ditadura. Por isso, não poderiam ser punidos em processos abertos recentemente pelo Ministério Público.

O parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), encaminhado ontem ao STF, afirma que a anistia foi "ampla, geral e irrestrita". Essa conceituação estaria expressa, de acordo com a AGU, na jurisprudência do Supremo Tribunal Militar (STM) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e na Constituição. Por isso, a lei estaria de acordo com a Carta e não haveria razão para ser questionada.

O documento ressalta que a própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que hoje contesta o benefício aos militares acusados de tortura, emitiu parecer em 1979 no qual concordava que a anistia perdoava todos os crimes cometidos durante a ditadura, inclusive aqueles praticados por agentes públicos.

Esse parecer da OAB foi assinado pelo então vice-presidente da entidade, Sepúlveda Pertence, futuro ministro do Supremo. "Nem a repulsa que nos merece a tortura impede reconhecer que toda a amplitude que for emprestada ao esquecimento penal desse período negro de nossa história poderá contribuir para o desarmamento geral, desejável como passo adiante no caminho da democracia", afirmava Pertence no texto.

Balança tem 1º déficit em 8 anos

Depois de quase oito anos de vários recordes e superávits sucessivos, a balança comercial brasileira registrou em janeiro o primeiro déficit mensal desde março de 2001, aumentando a preocupação de governo, empresários e economistas sobre os impactos cada vez mais agudos da crise financeira no crescimento do Brasil. No primeiro mês do ano, a balança apresentou um saldo negativo de US$ 518 milhões, resultado de exportações de US$ 9,78 bilhões e importações de US$ 10,30 bilhões.

Os efeitos da redução da demanda internacional, o aumento da concorrência pela conquista de novos mercados e a adoção de medidas protecionistas por causa da crise já se notam nos dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em fevereiro, o resultado também será ruim, antecipou o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.

Para fazer frente a esse cenário, o governo vai lançar novas medidas de estímulo às exportações, entre elas desonerações tributárias, aumento da oferta de crédito, estímulo à competitividade e busca de novos mercados. Sem detalhar o conteúdo do pacote "pró-exportação", o secretário informou que o anúncio é "iminente".

O Brasil vai reforçar as missões comerciais para os países da África, América Latina, mas, sobretudo, para a Ásia, onde as exportações brasileiras continuaram crescendo em janeiro.

O Globo

Com Sarney e Temer, PMDB comanda Congresso até 2011

O PMDB obteve uma dupla vitória no Congresso, com as eleições de José Sarney (AP) para a presidência do Senado e Michel Temer (SP) para a Câmara. Sarney foi eleito com 49 votos, contra 32 do petista Tião Viana (AC). Temer venceu no primeiro turno, com 304 votos.

Ao tomar o comando das duas casas, o PMDB repete a situação inédita desde 1992 e, mesmo dividido, se fortalece para negociar com o presidente Lula o melhor palanque da sucessão de 2010. Após uma votação com a base rachada, o Planalto aplaudiu o resultado,

mas terá que trabalhar para curar feridas de aliados derrotados - sem concessão de cargos, avisou Lula. Sarney assumiu prometendo cortar gastos. Seu terceiro mandato na presidência do Senado traz de volta à cúpula da Casa os senadores alagoanos Renan Calheiros, - que escapou da cassação, comandou a campanha de Sarney e será líder na do partido na Casa - e Fernando Collor (AL) - ex-presidente afastado por impeachment, agora cotado para uma comissão.

Temer, também pela terceira vez no cargo, fez discurso corporativista: disse que ampliará os serviços da TV Câmara para provar que o deputados trabalham.

No túnel do tempo

A volta de Sarney e Temer reabilita alguns velhos conhecidos:

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou à presidência do Senado para não ser cassado por quebra de decoro parlamentar, só fortaleceu ao aparecer como principal articulador da campanha de José Sarney, e agora assumirá como novo líder do PMDB no Senado.

O senador Fernando Collor (PTB-AL), afastado da Presidência da República depois de sofrer impeachment, foi reabilitado pelo comando da campanha de Sarney e é cotado para a presidência da Comissão de Relações Exteriores.

O ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, cujo grupo apoiou a candidatura de Michel Temer, fortalece a parte do PMDB que não apóia o presidente Lula. Quércia se cacifa para ser candidato ao Senado por São Paulo, com apoio do PMDB.

Atrasado para votar, PSOL vai de jatinho

Depois de perder o voo para Brasília, o senador José Nery (PSOL-PA) pegou carona no jatinho de um empresário para chegar a tempo de votar no petista Tião Viana. Em clima de vale-tudo para garantir um cargo na Mesa da Câmara, deputados apelaram sem pudor para o corporativismo: prometeram condescendência para os colegas faltosos e até desconto em passagens aéreas.

MEC: federais formam mais que particulares

Segundo o Censo da Educação Superior 2007, as universidades privadas têm, proporcionalmente, menos estudantes concluindo os cursos: apenas 55,4% dos que ingressaram. A taxa de conclusão é mais alta nas federais: 72,6%.

Déficit comercial volta após oito anos

Pela primeira vez desde março de 2001, o Brasil registrou déficit na balança comercial, em janeiro: US$ 518 milhões. O país vendeu menos de tudo: carros, carnes e até petróleo. As maiores reduções foram com a União Européia (- 27,2%) e América Latina e Caribe (-37,4%). Com um único país, a Argentina, a queda foi de 48,4%. Os números refletem o desaquecimento das economias.

Paes revoga aumento de salários

Sob a alegação de risco de desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, o prefeito Eduardo Paes decidiu ontem revogar aumento salarial dado por Cesar Maia a 30% dos servidores que têm até o nível médio. Em outra medida para conter custos, Paes determinou uma devassa na folha salarial da Comlurb.
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Novo Google Earth traz oceanos e Marte em 3D

Novo Google Earth traz oceanos e Marte em 3D

Segunda-feira, 02 de fevereiro de 2009


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Vista do Estreito de Bering no novo Google Earth: nossos antepassados passaram lá / Reprodução
Vista do Estreito de Bering no novo Google Earth: nossos antepassados passaram lá
VEJA UM VÍDEO DE APRESENTAÇÃO



SÃO PAULO - A nova versão do Google Earth, que acaba de estrear, inclui imagens em 3D da topografia dos oceanos – o Google Ocean – e também de Marte.

Os dados sobre a profundidade das águas foram cedidos por parceiros, como a Marinha dos Estados Unidos, e recriados em formato tridimensional, uma vez que não existem fotos dessas áreas. A coleta de informações ocorre por meio de um sistema de medição conhecido como batimetria, que envia ondas sonoras em direção ao fundo e, depois, cronometra o tempo de retorno do eco.

Além do relevo subaquático, o Google Ocean consiste ainda em uma verdadeira enciclopédia sobre os oceanos, que cobrem de mais de 70% da face da Terra. Há 21 novas camadas de conteúdo relacionado a essas áreas, fornecido por entidades de renome como National Geographic Society, Cousteau Ocean World e BBC Earth. É possível ver desde informações sobre espécies ameaçadas, naufrágios, pontos de mergulho e de surfe até dados diários sobre a temperatura das águas no globo ou a rota percorrida por espécies monitoradas por cientistas.

Outra novidade do programa são as imagens históricas. Dá para ver fotos de satélite de uma mesma região ao longo de vários anos. O recurso permite conferir, por exemplo, como era Nova Orleans antes do furacão Katrina e como a cidade ficou depois do desastre. Também é possível ver a Amazônia em 1975 e observar a área da Ponte Estaiada, em São Paulo, antes e depois da sua construção.

Quem estiver cansado de explorar a Terra pode acessar Marte em 3D, com camadas relacionadas recheadas de informações de sondas que estiveram por lá. Dados da Nasa explicam cada cratera do Planeta Vermelho. Pode-se também ver o local de pouso dos equipamentos enviados por missões americanas e russas.

A nova versão do programa também passou a suportar exportação de dados de GPS, que antes só era possível por meio das versões pagas (Plus, que foi descontinuada, e Pro) ou de aplicativos externos. Foi incluída também uma ferramenta que permite a gravação de áudio associada a pontos de interesse, para facilitar a criação de tour guiados.

Você pode baixar o Google Earth 5 no Download INFO.

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Grife italiana divulga nota (ridicula) para justificar propaganda polêmica

Grife italiana divulga nota para justificar propaganda polêmica
Camilla Lopes | Rio

A grife italiana Relish divulgou uma nota onde explica o foco da campanha que irritou a Riotur e o estado do Rio de Janeiro. A propaganda insinuava uma modelo sendo revistada de forma abusiva por um policial militar.

De acordo com Alessandro Esposito, diretor da Relish a o foco da campanha era reproduzir uma cena do filme "Thelma & Louise". No texto Esposito afirma ainda que a intenção da grife não era incentivar a violência e que a campanha tinha o objetivo de ser irônico.
image: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,grife-italiana-mostra-modelos-sendo-agredidas-por-pms-cariocas,316070,0.htm

Segue a nota na íntegra;

A campanha publicitária foi inspirada no famoso filme Thelma e Louise ", afirma o diretor excecutivo da Relish Alessandro Esposito ." Nosso objetivo era aliviar as situações críticas do filme com um ponto de vista irônico. Estes são os objetivos que a empresa procurou atingir com a campanha e que refletem o gosto napolitano para roupas. "No nosso caso, como em outras campanhas , não há vontade de representar a mulher como um objeto, nem incentivar a violência contra ela. Não houve a intenção de explorar, uma vez que a campanha foi planejada nos primeiros dias de dezembro de 2008 ", quando segundo Espósito, houve uma onda de violência contra as mulheres. "Não podemos deixar de pedir desculpas pela campanha ter gerado reações" porém, continua o CEO da Relish, "é evidente que as imagens possuem um considerável teor de ironia". O comportamento da mulher (da campanha) não está alarmado ou assustado, (vejam a última foto e vejam como este argumento não procede - Tio Sam) como em uma situação dramática de verdade. Na verdade, é mesmo ligeiramente irônico e antipático, então é claro que toda a situação está longe de ser verdade. "O uso de imagens fortes é, por outro lado, é muitas vezes utilizado na moda, e também muitas vezes, essas campanhas tornaram-se objeto de controvérsia."
http://www.sidneyrezende.com/noticia/29194+grife+italiana+divulga+nota+para+justificar+propaganda+polemica

images: http://www.cabecadecuia.com/drops/2009-01-31/grife-italiana-relish-mostra-pm-assediando-mulheres-no-rio-39401.html

imagem: http://oglobo.globo.com/fotos/2009/01/31/31_MHG_relish015t.jpg

'Sr. Alessandro Esposito, contrate uma agência de publicidade séria e vá lamber sabão. Idiota!' (TioSam)

I pubblicitari: "Ci siamo ispirati a Thelma e Louise"

Nessuno vuole quei cartelloni pubblicitari, eppure nessuno li tocca. Sono stati ritenuti offensivi prima per le donne in generale e poi per la polizia di Rio de Janeiro: ma per gli ideatori della campagna si tratta solo di una citazione cinematografica. Al Comune di Napoli, che nei giorni scorsi aveva disposto la rimozione dei manifesti della Relish, si è aggiunto quello di Rio. Per le autorità partenopee quella pubblicità è offensiva per le donne: vi si vedono due agenti della polizia brasiliana che molestano pesantemente, con la scusa di perquisirle, due belle e giovani modelle.

Il Comune ne ha ordinato la rimozione dal 2 febbraio, cosa però che non è avvenuta. A dar man forte si è aggiunto il segretario al Turismo di Rio de Janeiro, città nella quale è ambientato il servizio fotografico. Per Antonio Pedro Figueira de Mello quei manifesti sarebbero lesivi per l'immagine della polizia brasiliana. E fa arrivare, attraverso l'ambasciata italiana a Brasilia, la richiesta immediata di rimozione dei cartelloni: per motivi del tutto diversi, se non opposti, a quelli sostenuti dalle autorità partenopee.

Intervengono a questo punto i pubblicitari, secondo i quali "in quei manifesti non c'è niente di offensivo, ci siamo ispirati al film "Thelma e Louise"". Chiunque può constatare se è vero, visto che i manifesti sono ancora al loro posto.

GUARDA Le foto sul sito del Jornal do Brasil

http://napoli.repubblica.it/dettaglio/Pubblicit%C3%A0-shock-Ispirati-da-Thelma-e-Louise/1584729?ref=rephp


Editorial - Tio Sam

A Italia declarou guerra contra o Brasil?

Se existem situações políticas a serem resolvidas entre os países que se resolvam no âmbito político.
Não há necessidade de generalizar isto atravéz de uma agência de publicidade de mentalidade podre, que serve de moleque de recado do governo italiano.

Querem mandar o Tarso para o inferno, que o mandem. Não estou defendendo-o, mas respeitem o cidadão brasileiro. Respeitem a polícia brasileira que já tem problemas demais pra resolver. Se voces são italianos retratem o seu pais. Deixem o Brasil resolver seus problemas. Resolvam primeiro o grave problema de prostituição que acontecem bem no seu quintal.

Os políticos na maioria são sujos, não temos duvidas. Mas deixem essa sujeira com eles. Não queiram imitar quem faz errado.

O Brasil sempre recebe os italianos de braços abertos e vice - versa.

Espero que acabe esse caso que começou com Battisti e seu "amigo" Mutti, a quem chama de "Carrasco" e com quem teria dividido uma namorada.

Por briga por causa de mulher dois paises estão se estranhando igual a uma criança que rouba o pirulito de outra criança. Deixem de palhaçada e trabalhem em favor do povo, que colocaram voces aí para dar exemplo.

-Camorra ou PCC?

Nilton Mariano - Tio Sam

Empresas procuram temporários para Páscoa

Apesar da crise, empresas procuram temporários para Páscoa

da Folha Online

Mesmo com o cenário desfavorável em diversos setores, empresas da indústria e do varejo de chocolates ouvidas pela Folha estão otimistas e pretendem aumentar --ou ao menos manter-- o número de temporários da Páscoa de 2008.

Essa ampliação do número de postos é um dos assuntos do caderno Empregos desta semana, que traz também 13 mil vagas, além de orientações para o trabalhador temporário se manter nestes empregos. Quem traz os detalhes, neste videocast, é o repórter André Lobato.

Companhias como Kraft, Amor aos Pedaços e Cacau Show ampliarão o número de postos em relação ao ano passado. Nestlé e Kopenhagen terão o mesmo contingente.

Segundo a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados), serão criadas 25 mil vagas extras --7.500 para a produção, que já foram preenchidas no fim do ano, e o restante para as vendas. O número é semelhante ao que foi verificado em 2008.

Negócios

A provável retração do consumo ocasionada pela crise econômica mundial torna a comunicação visual no ponto-de-venda uma ação ainda mais estratégica para os lojistas.

Segundo levantamento realizado pelo Provar (Programa de Administração de Varejo) e pelo Laboratório de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração), em parceria com a Felisoni Consultores Associados, 43% dos consumidores de baixa renda adquirem produtos estimulados por ações de comunicação.

No caderno Negócios desta semana, o leitor confere um especial sobre marketing e pontos de venda. A importância do contato visual e o que se deve fazer pra ganhar clientes e ter mais fidelidades neste momento de crise mundial.

O estudo da Provar foi realizado com 400 pessoas que fizeram compras em diversos pontos comerciais de São Paulo. Nele, 66,8% dos consumidores dizem que conheceram o produto adquirido circulando no interior do ponto-de-venda.

José Sarney é eleito presidente do Senado Federal

Com 49 votos, José Sarney é eleito presidente do Senado Federal

GABRIELA GUERREIRO

da Folha Online, em Brasília

O senador José Sarney (PMDB-AP) foi eleito nesta segunda-feira o novo presidente do Senado com 49 votos. Seu adversário na disputa, o petista Tião Viana (AC), recebeu 32 votos.

Para ser eleito presidente do Senado é preciso conquistar a maioria simples dos votos dos senadores presentes --os 81 senadores estão presentes. A votação foi manual.

Sarney rebateu críticas de aliados de Tião de que seu retorno à presidência representa a manutenção do conservadorismo político na Casa. "Ouvi muitos discursos aqui. Uma parte quero contestar porque é injusta. Desde que comecei como político, sempre procurei caracterizar-me como inovador. Nunca meus olhos ficaram como lanternas voltadas para trás. [...] Não me chamem de um homem retrógrado, como se fosse um velho que chega aqui sem querer renovar o Senado. Sempre tive esta vontade", afirmou.

Sarney listou uma série de medidas implementadas durante sua gestão na Casa para mostrar que, no passado, foi favorável à renovação. "Fundei os primeiros circuitos fechados de TV, depois a primeira TV educativa do Brasil. Não me chamem de um velho que não tem gosto pela inovação. aqui no Senado, quando cheguei, a ideia da informatização foi minha. Acho injusta a informação de que é um retrocesso eu disputar o Senado."

Ele disse ainda que decidiu lançar-se na corrida à presidência da Casa após ser "convocado" por parlamentares de partidos diversos. Depois de ser criticado por ter lançado seu nome na disputa tardiamente, Sarney disse que não desejou disputar o comando do Senado, mas que não poderia "fugir ao dever" de atender aos colegas --tendo a Deus como testemunha da sua disposição inicial de não concorrer ao cargo.

"Eu nunca fui candidato pela minha vontade, mas por convocação. Eu não queria disputar a presidência do Senado, fui convocado como um homem público que não pode deixar de fugir ao dever de atender a essa convocação no momento em que colegas de quase todos os partidos me solicitavam que assim eu fizesse", afirmou.

Interesses

A disputa pela presidência do Senado envolve interesses partidários que vão além do desejo de comandar o Congresso Nacional. O novo presidente da Casa terá a prerrogativa de selecionar o que entra na pauta de votações em pleno ano eleitoral. Com mandato de dois anos, Sarney estará no comando da Casa durante a disputa pela Presidência da República, em 2010.

Cabe ao presidente do Senado ditar o ritmo de votações e elaborar a pauta, o que poderá beneficiar ou prejudicar o governo em meio à corrida rumo ao Palácio do Planalto.

Os peemedebistas, que não mostram disposição em lançar candidato próprio à Presidência no ano que vem, são cortejados pelo PT e pela oposição para uma eventual composição de chapa. Com a presidência do Senado, o partido ganha força para as negociações com governo e oposição nas negociações preeleitorais.

Além da força política de presidir o Congresso, o senador eleito para comandar a Casa vai administrar um orçamento estimado em R$ 2,7 bilhões ao ano. O valor supera orçamentos de várias capitais e grandes municípios brasileiros, o que reforça a importância do cargo para os partidos --que também pleiteiam cargos na Mesa Diretora.

O presidente ainda autoriza, ou não, a instalação de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito).

Biografia

O senador José Sarney de Araújo Costa, 78, ocupou seu primeiro cargo político há mais de 50 anos, como deputado. Desde então, alternou mandatos no Legislativo e no Executivo. Neste ano, volta à presidência do Senado, cargo que já exerceu por duas vezes --de 1995 a 1997 e de 2003 a 2005.

Filho de Sarney de Araújo Costa e Kiola Ferreira de Araújo Costa, é bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Maranhão. Integrou a UDN (União Democrática Nacional), partido que fazia oposição ao governo de Getúlio Vargas.

Também foi líder do governo Jânio Quadros na Câmara e presidiu a Arena e o PDS (Partido Democrático Social) durante o regime militar antes de integrar o PMDB.

Em 1965, elegeu-se ao governo do Maranhão com o apoio do presidente Castelo Branco. Em 1971, entrou no Senado e saiu em 1985 para ser vice de Tancredo Neves.

Com a morte de Tancredo, antes da posse, foi Sarney o primeiro presidente do país após a ditadura (1964-1985). Foi sob seu governo que a Assembleia Constituinte aprovou, em 1988, a atual Constituição.

Após deixar a Presidência, Sarney voltou ao Senado, agora eleito (e reeleito duas vezes) pelo PMDB do Amapá.

Membro da Academia Brasileira de Letras, Sarney costuma dizer que sua verdadeira vocação é a literatura. A política, segundo ele, foi seu destino. Como escritor, é autor de diversos romances, livros de poesia e obras sobre política no país.

Rede Casas Bahia lança loja virtual

Rede Casas Bahia lança loja virtual e entra em mercado de R$ 8 bilhões

da Folha Online

As Casas Bahia inauguraram nesta segunda-feira (2) a sua loja virtual. Com isso, a rede varejista tenta lucrar com a popularização da rede entre os brasileiros e aproveitar o bom momento do comércio on-line, que tem sofrido pouco com a crise econômica no país --o setor fechou 2008 com faturamento de R$ 8,2 bilhões, 30% acima de 2007.

A expectativa é que, no primeiro ano, as vendas virtuais sejam responsáveis por 2% do faturamento da companhia --a expectativa para o ano passado era que o faturamento geral da rede chegasse a R$ 13,8 bilhões. A empresa afirma que investiu R$ 3,7 milhões no projeto da internet, que levou três anos para ser concretizado.

Estarão disponíveis 4.000 produtos, em 13 categorias. Por enquanto, celulares e alguns itens do setor de móveis ficaram de fora. As vendas, disponíveis apenas nas cidades em que a rede tem loja física, serão feitas por boleto bancário e cartões de débito e crédito

Com a entrada no varejo on-line, a Casas Bahia tenta ganhar espaço em um mercado que deve faturar R$ 10 bilhões neste ano, segundo a consultoria e-bit, e ganha novos adeptos --em 2008, 3,7 milhões de consumidores fizeram sua primeira compra pela internet.

Caso Battisti: problema com delator foi briga por namorada

Namorada é origem da briga entre Battisti e seu carrasco
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Um caso à la Jules e Jim, o célebre filme de François Truffaut que mostra a paixão de dois amigos pela mesma mulher. Assim foi o início da relação entre o extremista italiano Cesare Battisti e Pietro Mutti, seu principal delator. Em sua autobiografia Minha Fuga Sem Fim, publicada em 2007 pela Martins Fontes, Battisti conta detalhes de sua amizade com Mutti, a quem chama de ?carrasco? e com quem teria dividido uma namorada.

No livro, lançado na França em 2006, Battisti expõe sua participação no grupo de esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), o exílio em Paris e a fuga para o Brasil, durante a qual teria usado disfarces. Em toda a narrativa, Battisti nega ter cometido os quatro assassinatos de que é acusado. Sugere que a inimizade com Mutti nasceu por causa de uma mulher.

"Passamos a partilhar as noitadas no bar, mas também, às vezes, a mesma cama e a mesma garota. O vinho abolia minhas reticências e a cama era suficientemente grande para três. Ela era a mulher dele.? Mutti é personagem-chave do ?drama?: ?Esse homem, que foi meu companheiro e se tornou meu carrasco, esse homem cujo falso testemunho, prestado em minha ausência, custou-me pena de prisão perpétua."

Os dois se conheceram nos anos 70, enquanto militavam na Itália. Battisti conta como foi parar no PAC e relata a sua decisão de abandonar a organização em 1978, quando ocorreu o primeiro assassinato do qual é acusado. ?Naquele momento resolvi virar a página e renunciar definitivamente à luta armada. Battisti abriu então uma garrafa de vinho branco e informou sua decisão a Mutti, que não a teria recebido bem.

Em 13 de janeiro, o governo brasileiro anunciou a decisão de dar o refúgio político a Battisti, o que suspende o processo de extradição movido pela Itália contra o extremista no Supremo Tribunal Federal (STF). Em reposta, o governo italiano chamou para consultas o seu embaixador no Brasil, Michele Valensise, enquanto espera que o STF se pronuncie sobre o status de refugiado político concedido a Battisti. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.jpjornal.com.br/capa/default.asp?acao=viewnot&idnot=80538&cat=114

Chanceler afirma que Itália "irá até o fim" pela extradição

ANSA
MILÃO - O ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, afirmou nesta segunda-feira (2) que a Itália irá "até o fim" para obter a extradição do ex-ativista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970.

"Estou confiante nos nossos elementos de direitos e iremos até o final. Acompanharemos o caso com grande atenção e trabalharemos para obter um resultado", declarou o chanceler, ressaltando que o país não "fará todos os esforços" para resolver a situação.

Frattini comentou também seu pedido de "apoio político" à União Europeia (UE). No fim de semana, o chanceler pediu apoio a Bruxelas, argumentando que o Brasil colocou em dúvida o sistema democrático de um membro do bloco.

"Acredito que se trata de uma questão política, portanto disse que a Europa deveria aproveitar esta ocasião. Hoje acontece com a Itália, amanhã pode ocorrer com qualquer outro país", esclareceu Frattini, afirmando que "ninguém pode colocar em discussão a democracia do sistema europeu".

Battisti, de 54 anos, está preso no Brasil desde 2007 e desde o último dia 13 se tornou o pivô de uma crise diplomática, quando obteve do ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, a concessão de status de refugiado político.

Na última semana a distensão entre os dois países se intensificou quando Frattini chamou para consultas o embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise -- ato diplomático que indica o agravamento de um conflito bilateral.

O caso passa a ser analisado esta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que volta nesta terça-feira (2) do recesso e que autorizou na última quinta-feira (29) que o governo italiano se manifeste no processo.

http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=2&id_noticia=272230

Tarso Genro comenta o caso "Battisti"

Debaixo da lona de um circo montado no Fórum Social Mundial, em Belém, onde participou de debate sobre direitos indígenas e a Constituição Federal, o ministro Tarso Genro, da Justiça, comentou com exclusividade sobre o caso do italiano Cesare Battisti, a quem concedeu refúgio político.

O que o senhor tem a dizer sobre o artigo do jornalista Mino Carta, para quem o governo dá abrigo a um ex-terrorista?

É um equívoco do Mino Carta porque o Brasil já tomou outras decisões através do Supremo Tribunal Federal em casos semelhantes.

O senhor acredita que o STF possa decidir a favor do refúgio político de Battisti?
Eu não quero me manifestar antes sobre a decisão do Supremo. Deixa eles julgarem. Nós já fizemos o que tinha que fazer. Temos uma fundamentação jurídica consistente. O debate que está havendo é um debate político.

Como assim?
Com exceção do Mino, aqueles que defendiam que os torturadores não devem ser processados, são os mesmos que defendem que tem que entregar o Battisti. E aqueles que defendem que a Lei de Anistia é uma lei que não protege tortura, entendem que o Batistti tem direito ao refúgio, como o Supremo já havia decidido em outras oportunidades.

Por que o Brasil negou a extradição?
O debate hoje é saber se o Supremo Tribunal Federal vai julgar constitucional a decisão que tomei.

Altino Machado. Blog da Amoazônia

http://port.pravda.ru/news/cplp/brasil/02-02-2009/26000-Tarsogenro-0,

Itália busca ajuda da UE para extraditar Battisti do Brasil

Por Redação, com Reuters - de Roma

O ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, pediu à União Europeia que intervenha para ajudar a Itália a obter do Brasil a extradição de Cesare Battisti. Frattini disse em uma entrevista publicada neste domingo no diário Il Giornale que a UE pode ter justificativas do ponto de vista legal, ao alegar não ter responsabilidade em assuntos de extradição, como vem fazendo, "mas a questão é política".

Desta vez está acontecendo conosco, mas se amanhã Brasil ou Indonésia se recusarem a extraditar para a Alemanha um terrorista do Baader Meinhof, como deveríamos nos comportar? perguntou.

Battisti, de 54 anos, foi preso por assassinato na Itália nos anos 70, quando era membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ele escapou em 1981 e morou na França, mas fugiu novamente quando o governo francês aprovou sua extradição em 2006. Depois, foi preso no Brasil.

A decisão do Brasil de conceder no mês passado status de refugiado político a Battisti
desencadeou protestos diplomáticos da Itália, que o qualifica de "terrorista". Battisti foi condenado por dois assassinatos antes de sua fuga e é acusado de outros dois homicídios. A Itália apelou à Justiça do Brasil, que vai agora decidir sobre o caso, mas Frattini disse que a UE deveria também exercer pressão diplomática sobre o país.

Ele afirmou que a explicação do Brasil para recusar a extradição --que Battisti pode não conseguir um julgamento justo na Itália e corre o risco de ser processado por suas opiniões políticas-- levantou dúvidas sobre as credenciais democráticas de um país da UE.

Pode Bruxelas (a sede da Comissão Europeia) permanecer silenciosa diante desta posição? – questionou Frattini.

E se amanhã fosse a vez da Bélgica ou da Polônia, como nós (a UE) iríamos nos comportar? – completou.

http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=149299

PT presta solidariedade a Tarso Genro no caso Battisti

Estadão

A bancada do PT na Câmara divulgou neste domingo, 1º, uma nota de solidariedade ao ministro da Justiça, Tarso Genro, pela decisão de conceder asilo político ao italiano Cesare Battisti, ex-militante de esquerda condenado a prisão perpétua em seu país por ter participado de ações que resultaram em quatro assassinatos.

Assinada pelo líder petista, deputado Maurício Rands (PE), a nota defende Battisti e diz que, na Itália, "não lhe foi assegurado amplo direito de defesa". Cita ainda que os advogados do ex-militante foram presos e "a defesa foi feita por advogados que usaram procurações falsas". E lembra o fato de a principal testemunha contra Battisti ter sido "um preso protegido pelo instituto da delação premiada e conhecido, até por setores do judiciário italiano, por ter uma imaginação prodigiosa".

Os petistas afirmam que Tarso Genro "praticou um ato inerente à soberania nacional", o que é "da melhor tradição política do Brasil". Para a bancada do PT, o episódio foi "superdimensionado" pela mídia. Na nota, Rands destaca o fato de que a França acabou de negar um pedido de extradição feito pela Itália contra a ex-militante das Brigadas Vermelhas Marina Petrella, e que "curiosamente, a reação do governo italiano foi mais branda" do que aquela manifestada diante da decisão brasileira.

A nota se encerra com uma crítica à "direita", pelo que o líder petista chamou de tentativa de politizar a questão. "Só a falta de bandeiras políticas consistentes de direita pode explicar o interesse excessivo dispensado ao episódio Cesare Battisti", diz a nota dos deputados do PT.

http://www.midiamax.com/view.php?mat_id=382122

Lucro do Bradesco cai 27% no 4º tri

Lucro do Bradesco cai 27% no 4º tri

SÃO PAULO - O Bradesco anunciou nesta segunda-feira que seu lucro líquido do quarto trimestre caiu cerca de 27% frente ao mesmo período de 2007. A instituição, que deve perder a liderança em ativos do ranking brasileiro de bancos após a fusão do Itaú com o Unibanco, encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 1,605 bilhão, ante R$ 2,193 bilhões um ano antes.
Com ajustes, o lucro líquido do quarto trimestre somou R$ 1,806 bilhão ante R$ 1,854 bilhão nos três últimos meses de 2007. No terceiro trimestre, o lucro havia sido de R$ 1,91 bilhão.

Uma pesquisa da Reuters com sete analistas indicava expectativa média de lucro líquido do quarto trimestre de R$ 1,94 bilhão As estimativas variaram de ganho de R$ 1,72 bilhão a R$ 2,25 bilhões.

Em 2008 como um todo, o banco teve lucro líquido R$ 7,62 bilhões, ante R$ 8,01 bilhões em 2007. Com ajuste, o lucro líquido do ano passado foi de R$ 7,625 bilhões, ante ganho na mesma comparação de 2007 de R$ 7,21 bilhões.
ULTIMO SEGUNDO
A carteira de crédito cresceu 33,4%, para R$ 215,35 bilhões.

As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 73,768 bilhões, aumento de 24,4%, enquanto as operações com pessoas jurídicas foram de R$ 141,577 bilhões, expansão de 38,6%.

Na quinta-feira passada, o presidente do conselho do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão, havia informado que a carteira de crédito da instituição deve crescer cerca de 15% em 2009.

O Bradesco encerrou 2008 com R$ 454,41 bilhões em ativos, crescimento de 33,2% em relação ao final de 2007.

Resumo das noticias dos jornais de hoje – 02/02/2009

Manchetes dos jornais de hoje – 02/02/2009
segunda-feira, 02 de fevereiro de 2009

Folha de S. Paulo

Ameaça judicial e traições rondam disputa na Câmara

Os deputados federais elegem hoje seu presidente em meio a um clima tenso, disputas judiciais e muitas ameaças de traição sendo contabilizadas nos bastidores. Ontem foi um domingo atípico, com os corredores do Congresso cheios de políticos tentando cabalar votos e nenhuma certeza de quem sairá vencedor, embora o PMDB continue sendo apontado como favorito com a candidatura de Michel Temer (SP). Temer e seus aliados dizem ter assegurado pelo menos 340 votos (a Câmara tem 513 deputados). Ciro Nogueira (PP-PI) alega que seu piso está próximo de 180 apoios. Correligionários de Aldo Rebelo (PC do B-SP) falam em mais de 100 votos. Osmar Serraglio (PMDB-PR) desistiu de concorrer. Disse que ficou decepcionado com as pouca declarações de votos que recebeu. Vai apoiar Temer. A sessão na Câmara está marcada para 10h. Ao mesmo tempo, pode também ter início uma guerra judicial, com questionamentos no STF (Supremo Tribunal Federal). PP e PSOL pretendem reclamar vagas na Mesa Diretora diretamente no tribunal, pois se consideram excluídos do processo. Em um outro conflito, o bloquinho (formado por PC do B, PSB, PMN e PRB) ingressou na Secretaria Geral da Câmara pedindo nulidade do bloco de 15 partidos que apoia a candidatura de Temer com um grupo que, no papel, soma 424 deputados. A alegação é que o chamado "blocão" fere o regimento da Casa ao criar regras que punem congressistas que decidirem lançar suas candidaturas avulsas à Mesa. Outra reclamação é que essa aliança pró-Temer não consultou todos os seus integrantes.

No Senado, Sarney já não tem tanto favoritismo

O candidato José Sarney (PMDB-AP) chega ao dia da disputa pela presidência do Senado com o rótulo de favorito, mas sem a mesma certeza em relação ao tamanho da suposta vantagem sobre seu adversário, o petista Tião Viana (AC). Num domingo marcado por intensas articulações políticas, aliados de Sarney passaram debruçados sobre planilhas de votos. O discurso é o mesmo das últimas semanas: garantem ter ao menos 55 apoios, ao mesmo tempo em que desdenham do suposto avanço da candidatura do rival desde quinta, quando o PSDB anunciou apoio a Viana.

Candidatos fogem de temas polêmicos

Os candidatos a presidente do Senado e da Câmara evitam se comprometer com temas polêmicos. Embora prolixos, detalham pouco suas propostas para comandar o Congresso e mostram conservadorismo na área de costumes. Nenhum dos dois candidatos a presidir o Senado nem dois dos três que disputam o mesmo cargo na Câmara, por exemplo, acham necessário uma lei que garanta integralmente o direito de pessoas do mesmo sexo se casarem. José Sarney (PMDB-AP), 78 anos, favorito na disputa no Senado, diz acreditar que a lei atual já garante "os direitos de companheiros". Cita o fato de ser possível a adoção de crianças por homossexuais. Tião Viana (PT-AC), 47, também na corrida para presidir os senadores, não vê necessidade de uma legislação específica para um "assunto que só diz respeito à individualidade de cada um".

Farc libertam 4 reféns após dia tenso

Três policiais e um soldado libertados ontem pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) reencontraram à noite seus familiares na cidade colombiana de Villavicencio. Foi o cumprimento exitoso da primeira de três etapas da missão que, com o apoio logístico do Brasil, retirará da selva seis sequestrados que a guerrilha prometeu soltar. O desenlace veio depois de um dia tenso de troca de acusações entre integrantes da comissão que negociou com as Farc, liderada pela senadora oposicionista Piedad Córdoba, e o governo de Álvaro Uribe.

Itália pede novo apoio da UE no caso Battisti

A Itália voltou a solicitar ajuda da União Europeia para a extradição do ex-militante de esquerda Cesare Battisti, que recebeu status de refugiado político no Brasil no último dia 13. Em entrevista publicada ontem no diário italiano "Il Giornale", o ministro de Relações Exteriores do país, Franco Frattini, pediu apoio político a Bruxelas para resolver o caso. Segundo ele, quando o Brasil justificou o refúgio dizendo que Battisti correria riscos caso fosse extraditado para a Itália, colocou em dúvida a solidez democrática e constitucional de um país da União Europeia.

Fórum Social termina com agenda de mobilizações

Na tentativa de combater a principal crítica que sofre desde sua criação, em 2001, a de ser pouco resolutivo, o Fórum Social Mundial terminou com uma "assembleia das assembleias" que definiu uma agenda de mobilizações para 2009. Como a organização do evento tem em sua carta de princípios a decisão de não adotar posições oficiais, para não forçar um consenso, a assembleia final ouviu movimentos sociais e outras entidades. Os protestos serviriam para "marcar posição" e tentar influenciar governos para que optem por alternativas a políticas consideradas globalizantes e neoliberais.

Tombamento de Brasília é uma besteira
Entrevista – Oscar Niemeyer

Alvo de críticas desde que apresentou o projeto de construção da Praça da Soberania, em Brasília, o arquiteto Oscar Niemeyer, 101, rebate chamando de uma "besteira" o tombamento da cidade que impede a nova obra. "Isso é uma mentira, uma besteira, porque advogados já disseram que eu tenho todo o direito de fazer uma intervenção. (...) Se o Rio fosse tombado, o [ex-prefeito] Pereira Passos não teria feito essa avenida fantástica [Rio Branco] (...) As cidades sempre acabam sendo modificadas, queira ou não queira."

O Estado de S. Paulo

Eleição na Câmara e no Senado abre corrida presidencial de 2010

A corrida presidencial de 2010 começa hoje para valer, com a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, e quem larga na frente, com a força de grande cortejado com o qual ninguém quer se indispor, é o PMDB. Justamente o PMDB do senador José Sarney (AP), que disputa a presidência do Congresso com o petista Tião Viana (AC). Qualquer que seja o resultado da briga entre aliados na sucessão do Senado, quem vai administrar o estrago na base governista a partir de hoje é o Palácio do Planalto. Por isto mesmo, mais do que com a eleição, o governo preocupa-se com o day after da disputa. Em meio à velha briga entre o PMDB da Câmara e o PMDB do Senado, o PSDB do governador tucano de São Paulo, José Serra, ficou com Michel Temer (SP), presidente nacional do PMDB e favorito na sucessão da Câmara. Mas, em vez de apoiar o candidato do PMDB no Senado, o PSDB optou pelo PT e deu viabilidade à candidatura de Viana, que começou a semana passada com o rótulo de derrotado. Hoje, no entanto, o cenário é de pequena vantagem para Sarney, adversário de Serra.

Nem vitória livra Sarney de derrota política hoje

Mesmo que consiga transformar em vitória numérica a vantagem que apresentava ontem sobre o petista Tião Viana (AC), elegendo-se presidente do Senado, o senador José Sarney (PMDB-AC) deve amargar uma derrota política nesta segunda-feira. Projeções otimistas de dirigentes do próprio PMDB apontam para um placar em torno de 52 dos 81votos pró-Sarney, marca idêntica à obtida pelo líder do partido Renan Calheiros (AL) em dezembro de 2007 quando, desgastado por denúncias que lhe tiraram a presidência do Senado, livrou-se da cassação e da perda do mandato. Ao apresentar oficialmente a candidatura de Sarney dez dias atrás, a expectativa do PMDB era de que seu candidato sairia consagrado do plenário do Senado. Agora, no entanto, os mais pessimistas do grupo de Renan e Sarney já falavam até em 45 ou 46 votos. Quem cantava vitória com entusiasmo ontem eram o candidato Tião Viana e seu principal aliado - o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Os dois alardeavam o apoio de 43 senadores que consagrariam o petista como candidato da instituição, apoiado por sete partidos.

Se não houver traição, Michel Temer deve ser eleito

Na véspera da eleição para a presidência da Câmara, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) mantinha-se ontem como o favorito na disputa. A expectativa de seus correligionários é que o peemedebista, que já comandou a Câmara por duas vezes (entre 1997 e 2000), seja eleito hoje com cerca de 350 votos. Temer passou o dia de ontem em uma maratona de reuniões, tentando consolidar os votos entre os deputados de 14 partidos que apoiam sua candidatura. Os outros candidatos à presidência, Ciro Nogueira (PP-PI) e Aldo Rebelo (PC do B-SP), também usaram o último dia para buscar votos. Osmar Serraglio (PMDB-PR), até então candidato, desistiu ontem do embate. "Estou tranquilo. Traição é uma palavra que não se deve usar aqui. Vamos falar de fidelidade", disse Temer, logo após reunião com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e o presidente do PTB, Roberto Jefferson.

No Senado, eleito terá MPs como 1º desafio

Frear o excesso de medidas provisórias (MPs) e resgatar a imagem do Congresso. Estas são as principais reivindicações dos senadores, tanto governistas quanto oposicionistas, que amanhã elegem o novo presidente do Senado. Refém do Executivo, que tem legislado com MPs, e incomodados com a interferência do Judiciário, os parlamentares cobram do futuro comandante da Casa uma atitude contundente em relação à urgência e a relevância das medidas provisórias. "É preciso conter a edição de MPs. Só dessa forma teremos espaço para discutir uma pauta de prioridades", afirma o líder do DEM, José Agripino Maia (RN). "Só com o fim das MPs e com a melhora da imagem do legislativo o Senado poderá desempenhar seu papel de origem", acrescenta o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Presidente terá pauta trancada na Câmara

O vencedor da eleição de hoje na Câmara encontrará, na sessão da próxima quarta-feira, a pauta trancada por uma medida provisória, que terá que ser votada antes de qualquer outra matéria. É a MP que autoriza o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF) a comprarem ações de instituições financeiras. Como teve modificações no Senado, a MP voltou à Câmara. Além disso, o novo presidente da Câmara terá de resolver um impasse regimental relacionado a outra MP, a que dá benefícios tributários a instituições filantrópicas e anistia entidades suspeitas de fraude.

Evento termina sem texto final

O Fórum Social Mundial foi encerrado ontem em Belém, no Pará, sem nenhum documento final com as conclusões do encontro ou qualquer sugestão a respeito da crise econômica mundial - exaustivamente debatida durante os sete dias do evento. Na assembleia geral, realizada ontem ao ar livre, no fim da tarde, foram lidos documentos sobre um conjunto de 22 questões pontuais, variando da preservação da Amazônia aos problemas enfrentados por migrantes ao redor do mundo, a demarcação de terras indígenas, a questão palestina e outros. Apesar da ausência de um documento global, os comentários dos organizadores e participantes ao final do evento tinham quase sempre dois pontos comuns. O primeiro é a ideia de que o fórum aponta na direção certa com seu lema "um outro mundo é possível". Ideia que a crise econômica mundial serviu para fortalecer. O segundo ponto é que o fórum precisa ampliar seu raio de ação, atraindo mais entidades da Ásia, Leste Europeu, África e de outras regiões do mundo. Neste ano, das 5.808 entidades participantes, 4.193 eram da América do Sul.

PT apoia Tarso, que é criticado na Itália

A bancada do PT na Câmara divulgou ontem uma nota na qual defende o refúgio concedido pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, ao extremista italiano Cesare Battisti, alegando ser um caso de "soberania nacional". Foi uma resposta às declarações do ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, para quem Tarso é um "político sul-americano ligado à esquerda radical". Na nota, os deputados do PT, partido do qual Tarso faz parte,afirmaram que ele "exerceu atribuição privativa que lhe é assegurada pela Constituição Federal e o fez tomando em consideração o conjunto da legislação brasileira sobre o assunto". "Agiu também dentro dos parâmetros da legislação internacional observada pelos mais diferentes países", completa a nota. Em entrevista publicada ontem pelo Il Giornale, Frattini disse que Tarso é "o típico político sul-americano ligado às áreas mais radicais da esquerda, que vê em Battisti não um terrorista ou um assassino, mas um guerrilheiro da ?liberdade?".

Correio Braziliense

Teste de nervos na reta final

O senador José Sarney (PMDB-AP) chega à votação de hoje preocupado, mas favorito para ser eleito presidente do Senado pela terceira vez. O outro candidato, o petista Tião Viana (AC), ganhou fôlego com o apoio do PSDB e trabalha para tentar vencer em plenário. Os coordenadores de campanha de Sarney proclamavam ontem ter mais de 50 senadores assegurados a seu favor. Tião Viana também canta vitória e diz ter 43 votos. Pelo menos uma das contas está errada. O vencedor comandará o Senado nos últimos dois anos do governo Lula e durante as eleições de 2010. O cargo é fundamental dentro da estratégia política dos partidos.

Manobras de última hora

Dois atos com dezenas de reflexos em favor de Michel Temer (PMDB-SP). O primeiro veio do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Faltando menos de 24 horas para a eleição do seu sucessor, o petista antecipou o início da sessão de hoje de meio-dia para às 10h, mesma hora em que o Senado pretende deflagrar a votação para escolher seu comandante. O outro veio no início da noite, quando Osmar Serraglio (PMDB-PR) comunicou que está fora da disputa. O recuo de Serraglio dá aos peemedebistas que o apoiaram o argumento para retornar à candidatura oficial, ou seja, a de Temer (leia detalhes abaixo). A decisão de Chinaglia, tomada para evitar que a sucessão no Senado contagie a da Câmara, soou como um alarme nas campanhas de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI).

Disputa por cargos e verbas milionárias

Além do poder de decidir quais projetos serão votados em plenário e de administrar um orçamento de R$ 6,27 bilhões, dos quais R$ 326 milhões só para investimentos, há outros atrativos nos cargos das mesas diretoras da Câmara e do Senado. Seus titulares contam com centenas de cargos de livre nomeação. Na Câmara, são 288 cargos de natureza especial (CNE), com salários que chegam a R$ 8,9 mil. Eles consomem anualmente R$ 17 milhões. No Senado, são 92 CNEs disponíveis aos gabinetes da Mesa Diretora, com salário máximo de R$ 9,1 mil, que gera um gasto anual de R$ 10,1 milhões. Cada um dos integrantes da Mesa Diretora da Câmara dispõe de uma verba mensal de R$ 144 mil para contratar até 33 assessores de confiança, sem contar os servidores de carreira. O presidente conta com R$ 190 mil para admitir até 46 CNEs, sendo seis deles com o salário máximo (CNE-07). Mesmo os quatro suplentes, que não têm função na Mesa, a não ser substituir os titulares em sua ausência, contam com verba de R$ 63 mil para contratar até 11 assessores, incluindo três CNE-07. A despesa mensal com os CNEs chega a R$ 1,3 milhão. Há, ainda, outros 106 cargos efetivos à disposição da cúpula da Câmara.

Futuro definido com voto secreto

Deputados e senadores definem hoje os parlamentares que comandarão as duas Casas do Congresso pelos próximos dois anos. Os novos presidentes da Câmara e do Senado terão papel importante na eleição presidencial de 2010, quando será escolhido o sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva. A sessão destinada à eleição no Senado foi marcada para as 10h. O atual presidente, Garibaldi Alves (PMDB-RN), abre a sessão. Tradicionalmente, não são feitos discursos. Mas os candidatos José Sarney (PMDB-AP)e Tião Viana (PT-AC) devem pedir para falar e serão atendidos. Os 81 senadores votam de forma secreta em cédulas de papel. O sistema é utilizado pois há mais de um candidato. A opção do painel eletrônico seria utilizada se houvesse apenas um postulante ao cargo. Para ser eleito, o candidato precisa dos votos da maioria dos presentes.

Lobby dos servidores interfere na eleição

Quando a eleição para a Mesa Diretora do Senado começar, os parlamentares não serão os únicos a acompanhar com interesse o painel eletrônico. No prédio principal da Casa, a assistente parlamentar Kênia Gondim estará de olho na disputa entre José Sarney (PMDB-AP) e Tião Viana (PT-AC). “Ficamos ansiosos pelas pessoas que vão assumir a Mesa”, afirma a funcionária. Ela faz parte do exército de 3 mil comissionados do Senado, cuja permanência no trabalho dependerá da nova Mesa Diretora. Kênia trabalha no gabinete do segundo-secretário, senador Gerson Camata (PMDB-ES), e a previsão é de que os cargos de confiança da secretaria sejam cedidos ao próximo parlamentar que ocupar a função.

O Globo

Rachada, base de Lula vota de olho em 2010

Rachada entre candidatos governistas – três na Câmara e dois no Senado – a base de Lula cobrará a conta das eleições de hoje no Congresso. O PMDB pode ter vitória dupla.

Davos termina como começou: com pessimismo

O Fórum Econômico Mundial terminou propondo uma força-tarefa para repensar o sistema financeiro global. Em clima de pessimismo, os líderes não chegaram a uma conclusão sobre o tamanho da crise.

Itália cobra apoio da UE no caso Battisti

O chanceler italiano, Franco Frattini, cobrou apoio da União Europeia contra o refúgio dado a Cesare Battisti: “O Brasil duvida do teor constitucional de um país da UE. Como pode Bruxelas ficar calada?”

Farc libertam 4 reféns em ação tumultuada por militares

Numa operação iniciada na sexta-feira com o apoio do Brasil, as Forças Armadas Revolucionária da Colômbia (Farc) libertaram ontem três policiais e um soldado sequestrados em 2007.

Jornal do Brasil

Rio antecipa as obras para a Copa do Mundo

Provável palco da final da Copa de 2014, o Rio recebeu ontem delegados da Fifa para uma visita técnica. Márcia Lins, secretária estadual de esporte, antecipou que pretende fechar o Maracanã para obras já a partir do segundo semestre. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, recebeu do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes garantias de ampliação da rede hoteleira e de serviços de entretenimento. Amanhã, governador e prefeito recebem o presidente Lula. Em pauta, recursos do PAC para preparar o Rio para a Copa. Há a expectativa de que o investimento total da cidade chegue a R$ 10 bilhões.

Ricos saem pessimistas do encontro em Davos

O Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, terminou afundado num forte pessimismo. Os participantes criticaram o ressurgimento do protecionismo comercial, especialmente o pacote dos EUA contra a crise, que prevê investimentos somente onde se usa matéria-prima americana.

Racha governista no Congresso

O PMDB comemorou ontem antecipadamente a vitória do deputado Michel Temer (SP) e do senador José Sarney (AP) nas eleições de hoje para presidentes da Câmara e do Senado. Mas o resultado não é seguro. E o governo teme o racha entre aliados no Congresso.